How Troublesome Is The First Time escrita por KazeHime


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

História para o concurso do grupo ShikaTema BR.

O Shikadai já é adolescente aqui sim.

É minha primeira fic (concluída) do ship, e a primeira que posto também. SOS
Sejam gentis comigo. ♥ kçlsdfjldç



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— Shikamaru? – Temari me chamou um dia desses, tocando minha coxa quando eu estava deitado. Ela andava estranha, pensativa – Sabe o que vêm acontecendo entre o Shikadai e Mirai-chan, sim? – Sentou-se na beirada da cama.

Eu sabia, e sabia o que aquilo poderia significar.

— Quando nos tornamos pais, a coisa que parece mais distante e improvável, é que aquele serzinho que carregamos no colo, tão frágil e dependente, cresceria, e um dia talvez não precise mais de nós. Mesmo que esse seja o curso natural das coisas. – ela riu, tentando se conformar – Ele está crescendo, Shikamaru.

— É hora de termos aquela conversa com ele, certo? – mesmo que já soubesse que a resposta seria positiva, perguntei, e ela se sobressaltou, virando em minha direção com as bochechas levemente coradas, mas sua expressão logo se suavizou, e ela acenou positivamente uma vez.

— Não tem como pará-los, e eu nem quero fazer isso. Mirai provavelmente sabe como as coisas funcionam em teoria, mas, ainda assim, ela deve estar assustada. – Problemático. Um suspiro escapou dos meus lábios enquanto encarava o teto do nosso quarto. Shikadai também, apesar de não falarmos sobre isso. Ele provavelmente acharia problemático. – ela me sorriu com os olhos apertados. E aquele sorriso me fez lembrar o primeiro que me foi direcionado, enquanto me questionou sobre sua performance naquela luta que fui resgatado. Mas apesar de parecidos, seus significados eram totalmente distintos. Esse era um sorriso quase inseguro, um pedido mudo por ajuda. Meu estômago se contraiu um pouco, não sabia ao certo se era pela lembrança, ou por antecipação sobre a conversa inevitavelmente teria com Shikadai. E eu não pude evitar que meus lábios se curvassem involuntariamente junto.

Realmente, aquilo era muito problemático.

— Eu vou conversar com ele. – me sentei ao lado dela na cama – Sem aulas de biologia, e não só de pai pra filho. De homem pra homem. – Eu havia prometido me tornar um adulto legal, sim?

Busquei sua mão apoiada na cama, entrelaçando nossos dedos, num gesto que ela reconheceu imediatamente pela expressão em seu rosto. Aquele tipo de romantismo não era tão comum entre nós. Sem soltar nossas mãos, ela se deitou ali, encarando o teto.

— Se lembra? Nossa primeira vez? – ela me perguntou, ainda encarando algum ponto inexistente ali. Eu a acompanhei, me deitando, e encarando o mesmo ponto.

— Como esqueceria? Garotas não são as únicas que têm sua primeira vez na lista de coisas que nunca esquecem, sabia?

Ela riu, se divertindo.

— Você já estava mais alto que eu aquela época, bebê.

Gostaria de dizer que em nossa primeira vez, sabíamos exatamente o que estávamos fazendo, que foi como planejei que seria, mas isso é uma mentira. Na verdade eu duvido que alguém saiba como agir na primeira vez. Como estrategistas, acho que calculamos cada passo; cada acontecimento foi pensado, cada toque antecipado... Mas quando estávamos lá não existia estratégia alguma ou plano à ser seguido. Mesmo que eu tivesse estudado o ato um pouco, foi bem bagunçado.

Primeiro, o constrangimento inicial foi gigantesco. De ambas as partes. Me atrapalhei com aquelas roupas complicadas que ela usava, graças a Kami-Sama um tempo depois ela passou a usar roupas mais fáceis; eu tentei fugir, depois Temari não queria que eu a olhasse...

— Mas continuava o fujão número 1. – respondi.

Quando passamos um pouco por cima disso, eu não sabia ao certo o que estava fazendo. No lugar dos meus pensamentos havia um denso nevoeiro que me impedia de formar qualquer tipo de linha de raciocínio, eu agia por instinto, e Temari continuava envergonhada.

Então eu me declarei. Aquela talvez tenha sido a primeira vez.

Disse que era linda.

E que eu a amava.

É linda. A amo.

No fim deu certo, tudo entrou em seu devido lugar. Mais ou menos... Ejaculação precoce. Problemático... Eu fiquei completamente envergonhado, mas, hoje, nem esse detalhe faz com que as lembranças sejam ruins de alguma forma. É engraçado, mas de nenhuma forma menos especial, afinal, depois daquilo, foi a vez dela dizer que me amava. Independente do pequeno incidente. Eu a agradeci, por não saber o que dizer, ou como agir. Ainda estava envergonhado.

Então tentamos outra vez. E deu certo. De verdade.

E quando acabamos nenhum dos receios que nos acompanhavam no início permaneceu.

Exceto o fato de sermos de vilas diferentes, e ela ter que voltar para casa no dia seguinte.

Ah, aquele dia me trouxe sentimentos realmente incríveis.

Seguidos por semanas de pânico por ter me esquecido de colocar o preservativo.

E como se tivesse lido meus pensamentos, Temari se manifestou outra vez.

— Não se esqueça de falar sobre preservativo, Shikamaru. – seu tom era divertido, apesar de estar séria sobre aquilo – Nós tivemos pouca informação, mas muita sorte. – permanecíamos deitados, mas vi pela minha visão periférica que ela se virou de frente para mim nessa última parte.

— Realmente, eu tenho bastante sorte. Minha vida foi poupada várias vezes. Quatro? Não, cinco.

— Inclusive duas vezes graças a mim, chorão. – ela nunca se esqueceria daquilo, nem me deixaria esquecer. Também nunca deixaria de se gabar por seus feitos. Problemática. – E cinco?

— Sim, cinco. Aquela vez com o Asuma, na invasão de Konoha; na luta contra aquela mulher do Som; na guerra; no país do Silêncio, quando você me salvou mais uma vez... – uma curta pausa – E quando eu soube que não seria pai tão cedo. – a ouvi murmurar algo como “idiota”, enquanto recebia um soco fraco no ombro. A minha resposta foi me virar na cama, de frente para ela, encarando aqueles olhos de um verde tão profundo e complicado, e, que agora, eram duplicados.

— Me beije. – ela pediu com um tom tão natural algo que normalmente não verbalizava. Ela era de agir, não de pedir, ou esperar por algo.

Então nossos lábios se tocaram, o contato era totalmente familiar após tantos anos, mas tão efetivo quanto a primeira vez. A sensação foi de calmaria, brisa.

Quando nos separamos, e eu pude abrir meus olhos, continuei olhando fixamente os dela.

— Eu te amo. – meus pensamentos foram verbalizados antes mesmo que eu pensasse em fazer isso. Esse era o poder que aqueles olhos tinham sobre mim, que ela tem sobre mim.

Dessa vez ela me beijou, intensa.

Quando começamos a aprofundar o contato e eu já estava sobre ela, nosso momento foi interrompido. Ouvimos barulhos vindos do térreo, Shikadai havia chegado em casa. Eu suspirei sabendo o que me esperava. A conversa que eu não queria que chegasse. Em seguida, Temari me fez rolar para o lado da cama, se sentando ali outra vez. Ela se sentou em nossa cama, e me deu uma leve batida na coxa, seguida de um aperto, me desejando alguma coragem.

Eu me espreguicei, levantei, e, bocejando, segui até a sala.

Lá estavam ele e Mirai, a garota estava sentada na porta de entrada. Estranho, ela não era de cerimônias. Antes que eu sequer fizesse menção de querer dizer algo, ele se adiantou:

— Velho, precisamos conversar.

— Problemático... Eu só espero que não me diga que vai ser pai aos quinze anos. – brinquei. Vi imediatamente o rubor tomar conta da face dele e os olhos verdes se arregalarem. – Não é isso, é? - Perguntei temeroso quanto a resposta.

— Não! Não exatamente... Eu não sei. – aqueles olhos normalmente tão desafiadores quanto os da mãe, se desviaram para algum ponto perdido.

— Como não sabe? – meu tom, sempre calmo, acabou se elevando um pouco pela possibilidade.

— Estourou. – os olhos dele ainda se mantinham encarando o nada. Eu não podia acreditar. Olhei para Mirai, ainda à porta, e a vi se encolher um pouco. Levei minha mão até as têmporas, massageando ali, então, Temari apareceu perguntando por que eu havia falado alto, mais do que pensei ter falado. O garoto entrou em pânico, coisa que definitivamente não fazia parte da personalidade dele.

— Mamãe estava em casa? – dessa vez os olhos dele encontraram meu rosto, questionando.

Quando o caso foi explicado, a expressão no rosto da Temari era tão séria e intimidadora, quanto a minha devia ser cansada. Ainda assim, ela foi mais compreensiva com os dois do que provavelmente esperavam. Talvez por termos passado pela mesma situação. Mas isso não significa que os dois deixaram de ouvir sermão sobre responsabilidade, e que deveriam ter nos perguntado. Que Mirai deveria ter conversado com Kurenai-sensei... Impossível. Eu não me lembro de ter tido essa conversa com meu pai naquela idade, seria problemático demais, e muito constrangedor. Mas ela estava certa, e pior que lidar com o constrangimento, seria com uma criança inesperada.

Depois daquilo só nos restou esperar, e as semanas seguintes foram de pura tortura.

Até que a notícia que queríamos, necessitávamos ouvir, chegou. Nós ainda não seríamos avós.

Então pela primeira vez em semanas pudemos respirar aliviados.

— Hey, Shikadai. – estávamos deitados no topo da colina, observando as nuvens numa das minhas folgas do trabalho de braço direito do Hokage – No meio daquela confusão, teve uma coisa que eu e sua mãe omitimos... É problemático, mas nós passamos por algo parecido.

— Sério? – ele pareceu pensar por um tempo - Que problemático... O vovô não passou por isso também, não é?

— O que? Não sei, por quê?

— Não basta estarmos condenados a nos apaixonarmos por mulheres problemáticas e autoritárias, eu espero que problemas na primeira vez por não conseguir pensar direito não seja hereditário também.

— Se for, eu espero que a nossa sorte de ter sido só um susto seja também. – falei, rindo.

— Não é engraçado. – ele falava sério.

— Ainda. – devolvi – Quando estiver mais velho talvez entenda e ria disso.

— Que problemático!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha agradado, que não tenha ficado chatão ou meloso demais, ou ooc demais (deve ter ficado sdkljçl)... ;u;

Digam o que acharam, criticas são bem vindas e ♥
Qualquer dúvida, só gritar. :3

Até uma próxima vez~