Hoje o dia foi normal. Acordei, tomei meu café e não vi o Damon o dia inteiro, ou seja, perfeito! Só teve um lado ruim, o dia passou muito rápido.

Amanha completaria uma semana que o senhor Salvatore morreu. E eu não estava nada bem com isso, ao contrario estava bastante nervosa.

Desisti de rolar na cama, me levantei dela calçando os chinelos. Dizem que leite ajuda com a insônia. Pensei enquanto descia as escadas da mansão, dei uma rápida olhadinha no relógio do corredor 3:20 ótimo, só mais quatro horas de sono! Os pais do Damon iriam chegar amanha, no caso hoje mais... Ah deixa pra lá!

A sala estava clara, o que era estranho por que a luz não estava acesa. Aquele idiota deve ter deixado a porta aberta quando chegou pensei enquanto andava até a porta para fechar, mas tive uma surpresa assim que cheguei até ela. Sim, a porta estava aberta, mas Damon estava lá, sentado no degrau de costas para a porta com uma garrafa de Burgon ao seu lado. Só faltava ele estar bêbado agora!

_ Não vai entrar? – perguntei enquanto me escorava no batente da porta.

Ele apenas olhou para tras e ficou me encarando quieto.

Eu vou me arrepender disso mas ...

_ O que esta fazendo aqui? – perguntei assim que me sentei ao seu lado. Ele ainda me encarava. Olhando de perto os olhos dele até que eram bonitos, eles eram azuis mas estavam... tristes? Ele me encarou por mais alguns segundos antes de pegar a garrafa de bebida e balançar ela na minha direção, logo em seguida deixando ela no lugar inicial – Ok, vou refazer a minha pergunta. O que você faz aqui, bebendo? – ele deu um meio sorriso de lado como se estivesse pensando na resposta.

_ Meus pais chegam amanha Elena – ele disse olhando para frente, o estranho era que ali não tinha nada, apenas o vazio da noite.

_ E isso é bom, não é? – perguntei enquanto franzia o cenho, ele apenas riu enquanto balançava a cabeça.

_ Você não conhece eles!

_ Garanto que não podem ser pior que você- eu disse, dando um pequeno empurrãozinho no seu ombro. Ele sorriu e me olhou.

_ Não sou tão ruim assim – ele pegou a garrafa ao seu lado e deu gole virando-se para mim em seguida e esticando a garrafa, balancei a cabeça.

_ Tem razão, você é pior- eu disse, enquanto via ele deixando a garrafa onde a tinha pego.

_ Quando eu era pequeno e vinha visitar ele – ele disse, olhando pro céu como se estivesse lembrando de algo. Não era preciso de muito para que eu soubesse que ele estava falando do Roberth – eu sempre ficava com medo de dormir sozinho, eu não poderia dormir com meus pais, eles trancavam a porta do quarto. E o Stefan era muito chato – ele disse rindo- então eu descia até a sala, onde o meu avô estaria lendo um de seus livros. Ele sentava na poltrona e na mesinha ao lado tinha sempre uma caneca grande de achocolatado, então ele me trazia aqui pra fora nós sentávamos nos degraus e ele me contava varias histórias- ele tinha um grande sorriso no rosto, um sorriso lindo por sinal! Ele abaixou a cabeça e me olhou, olhei para o lado na mesma hora e comecei a encarar o céu e as estrelas.

_ Seu avô era um grande homem – eu disse, sorrindo e o encarando.

_ Como ele morreu? – ele disse, parando de sorrir.

_ Você não sabe como ele morreu? – eu também avia parado de sorrir.

_ Não, parece que o advogado dele não soube explicar o que houve – ele parou de me encarar e olhou para as estrelas.

Pensei sobre o que responder por alguns minutos.

_ Ele morreu de velhice – eu disse, também encarando o céu. Minha garganta se fechou na mesma hora e eu pude sentir lagrimas se formando em meu olhos, mas não deixei que escapassem. Sabia que não devia mentir para ele e isso me machucava, mas Damon parecia por algum motivo não gostar muito de mim e se eu contasse a verdade ele passaria a me odiar mais!

_ Meu avô não era velho! – ele disse enquanto tomava mais um gole de Burgon, peguei a garrafa de suas mãos bebendo tudo o que restava lá dentro em um só gole- Ei!

_ Eu sei que ele não era velho. O que eu estou tentando dizer é, ele morreu dormindo, causas naturais, não sentiu dor. Entendeu? – ele me olhou e afirmou com a cabeça- seus pais não te ensinaram a dividir não? – ele me olhou serio- A garrafa. – expliquei, apontando pra ela que agora estava ao meu lado.

_ Bom, digamos que eu não sou muito de dividir.

_ Claro você é rico, não precisa dividir nada – eu disse rindo, mas pelo visto fiz a coisa errada pois ele passou a me encarar sério.

_ Eles são sim piores do que eu! – ele afirmou, enquanto me encarava.

_ Eles? – filei com a maior cara de confusa que consegui.

_ Meu pais Elena, meu pais. – ele explicou, se referindo a o que estávamos falando antes – Eles chegam amanha e não serão muito receptivos- ele disse, se apoiando no murinho e ficando em pé.

_ Eu serei uma boa garota – eu disse rindo e olhando para cima, mas ele continuou me encarando sério.

_ Acho que você ainda não entendeu, eles irão transformar a sua vida em um inferno Elena. Esteja preparada! – deu esse ultimo aviso se virando e entrando em casa. Me deixando ali sozinha com a visão das estrelas e uma garrafa de bebida vazia ao meu lado.

Pensei e pensei sobre o que ele tinha dito e cheguei a uma única conclusão. Damon era um idiota, certamente tinha dito aquilo para me deixar com medo, mas ele não iria conseguir. Afinal, os pais dele não poderia ser tão ruim assim!

Continua...?