Você Pertence a Mim escrita por CherryBomb91


Capítulo 9
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas.
Estou muito feliz em saber que estão gostando da estória e espero que curtam esse capítulo, ele foi feito com muito amor.
Boa Leitura.



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VOCÊ PERTENCE A MIM

S A K U R A

Ainda sentada em minha cama, atordoada em meus pensamentos confusos, olhei mais uma vez para o quarto escuro de meu vizinho. Estava com a lembrança de seu último bilhete dizendo que queria que eu fosse ao baile.

Ele queria que eu fosse.

Eu.

Minha respiração estava acelerada, sentindo meu corpo agitado. Por muito tempo eu vivi recatada em meu canto, sendo motivos de piadas de outras pessoas por meu jeito nerd de ser. Nunca fui uma garota vaidosa como as outras garotas de minha idade. Eu era desleixada comigo mesmo. Enquanto as outras meninas gastavam dinheiro com maquiagem, roupas e sapatos, eu gastava dinheiro com livros de romance. Enquanto as garotas saíam para as baladas com seus namorados ou ficante, eu ficava presa dentro de casa, sentada no sofá assistindo P.S Eu Te Amo, ou Marley e Eu. Eu era uma garota patética e sem sal, que não tinha uma vida social.

Nunca tive um namorado e muito menos beijei na boca. Mas eu esperava no fundo do meu ser que o meu primeiro beijo fosse com Sasuke, o meu vizinho mais legal e melhor amigo.

Não sei se algum dia ele iria olhar para mim e ver uma garota diferente dessa do que eu sou. Mas eu sempre ficava imaginando enquanto estava deitada em minha cama escrevendo em meu diário como esse dia poderia ser quando Sasuke percebesse que gosta um pouquinho de mim. Não sei se haveria outro que ocupasse o seu lugar no meu coração, por que para mim o meu coração era todo dele.

Porque tudo tinha que ser tão difícil e complicado? Porque nada podia ser do jeito como nós imaginávamos?

Uma vez mamãe disse que a vida era cheia de surpresas, e quando você menos espera as coisas se encaixam de um jeito especial. Mas para que isso aconteça, nós tínhamos que dar o primeiro passo, pois nada neste mundo acontece do nada. Nós também tínhamos que fazer a nossa parte.

Será que eu podia aplicar isso em minha situação? Será que as coisas ainda não deram certo para mim por que eu tinha que dar o primeiro passo?

Meu coração começou a bater forte e me levantei da cama desajeitadamente, deixando um caderno cair no chão, mas não me importei.

Corri até a janela fechada, e olhei para o outro lado, especialmente o quarto dele. Não havia ninguém, mas algo lá fora havia chamado a minha atenção. Vi Sasuke indo até seu carro estacionado na rua, em passos pesados onde entrou e saiu.

Suspirei.

Pensei em gritar ele, mas não fiz. Como eu era covarde.

Andei de um lado para o outro, mordendo a minha unha do dedão. Parei quando meu olhar focou o vestido lindo que mamãe tinha comprado para mim, que estava pousado em cima de minha cadeira do computador.

Caminhei até ele, levando minha mão até o tecido delicado. O peguei, e o fitei. Coloquei-o sobre o meu corpo, e me vi no espelho de meu guarda-roupas. Eu era uma garota sem graça num vestido lindo de princesa.

Eu tinha que fazer alguma coisa. Eu não podia ficar me escondendo a vida inteira como um ratinho na toca. Sasuke estava livre, não havia mais Ino em sua vida. Ele havia deixado claro que me queria no baile. Não podia mais ficar fugindo como uma covarde. Eu tinha que dar o primeiro passo, abrir uma porta para que assim as coisas pudessem fluir com naturalidade. Eu tinha que arriscar, para conseguir o que eu queria, mesmo que isso custe a minha amizade com Sasuke. Eu tinha medo de ficar sem ele, mas eu queria ter ele só para mim.

Eu queria o seu amor.

Eu tinha que ser forte. Eu iria me declarar para ele. Iria dizer que eu era a pessoa certa para ficar a seu lado. A pessoa que o conhece e que quer vê-lo feliz. Sei que não sou essas coisas, e que Sasuke é muita areia para meu caminhãozinho, mas meu coração estava fervendo por dentro. Não iria pensar mais nas consequências e iria agir de acordo com que meu coração mandava.

— Mãe! - Gritei. Eu tinha que me arrumar, e nada mais do que uma mãe para me ajudar. - Mãe!

Dois minutos depois, minha mãe aparece em meu quarto, ofegante e me olhando preocupada.

— Sakura? O que aconteceu, minha filha? - ela colocava uma mão em seu peito, tentando controlar a respiração acelerada. Completamente deveria ter subido correndo as escadas.

— Me ajuda a me arrumar para o baile? - Minha voz havia saído baixa e tímida.

— Baile? - Ela me olhava, agora percebendo o vestido em minhas mãos. Um sorriso brotou em seu rosto. - O que a fez mudar de ideia?

Senti minhas bochechas ficarem quentes e desviei meus olhos para o chão, envergonhada.

— Eu tenho que fazer uma coisa. - Falei baixinho, e a olhei. Ela ainda estava sorrindo. Aquilo para minha mãe deveria ser música para seus ouvidos. Ela sempre sonhou em me ver com um vestido de baile, principalmente esse que era o último do colegial. - A senhora me ajuda?

— É claro, minha filha. - Ela se aproximou, pegando o vestido de minhas mãos e o colocando delicadamente em cima da minha cama cheia de livros. Ela se virou para mim. - Vamos ao trabalho?

Sorri, assentindo com a cabeça. Mamãe me abraçou, dizendo o quanto me amava. Depois fui ao banheiro que ficava no corredor e tomei um banho rápido. Dez minutos depois voltei para o quarto e sequei os meus cabelos com a toalha. Mamãe terminou de secar os meus cabelos com o secador enquanto o enrolava com a escova, deixando-os ondulados. Eles eram longos e batiam em minha cintura.

Mamãe foi em seu quarto e pegou seu estojo de maquiagem, já que eu não tinha. Aquela era a primeira vez que eu me maquiava. O máximo de maquiagem que coloquei na vida foi só um brilho labial incolor de menta e que eu passava em tempos frios quando meus lábios ficavam rachados. Mamãe passou o pó, depois o blush nas maças para que ficassem rosadas. Depois foi a vez da sombra, o delineador, rímel, e por fim um batom rosado em meus lábios.

Levantei-me da cadeira e tirei a toalha do meu corpo, peguei o vestido postado na cama e o coloquei, com a minha mãe me ajudando. Ele coube perfeitamente em mim. Passei a mão em meu busto, descendo até a cintura, num modo de assentar o vestido em mim.

— Minha filha, você está linda! - Mamãe me olhava encantada, com lágrimas nos olhos.

— Estou? - Perguntei curiosa com o meu estado.

— Olhe você mesma.

Caminhei até o espelho de meu guarda-roupas, e levei um susto quando vi a imagem de uma garota belíssima refletida nele. Minha pele estava perfeita como uma porcelana, meus olhos verdes estavam destacados com o rímel preto e a sombra branca e rosa brilhosa, minha boca rosada pelo batom. Meus cabelos rosados estavam soltos e ondulados, jogados para um lado.

Pela primeira vez em toda a minha vida, eu me senti... linda.

Vi a imagem de minha mãe atrás de mim, suas mãos estavam em meus ombros enquanto sorria satisfeita com o seu trabalho.

— Linda. Você está linda, filha.

— Nem estou acreditando que sou eu refletida no espelho. - Minha voz saiu baixa.

Ela sorriu, apoiando seu queixo em meu ombro.

— Pois acredite. Você é assim, minha filha. Só estava escondidinha. - Ela soltou uma pequena risada. - Você vai com alguém?

Meu coração deu um pulo, e virei-me para ela, que se afastou um passo para trás.

— Não... quer dizer... bom... eu vou encontrar com a pessoa lá. - Gaguejei, sentindo minhas mãos soares e tremerem de nervosismo.

Mamãe me olhou, avaliando o meu estado, prendia um sorriso.

— Isso tem alguma coisa haver com certo garoto que mora ao lado?

Senti meu rosto queimando, e soube que estava corando.

— Mãe!

— O que foi, filha? Pensa que eu não percebo o jeito como você fica quando está perto dele? - Corei mais ainda. - E sabe o que eu acho? Que ele é um bom garoto, gosto dele.

Não sabia o que falar. Eu sentia muita vergonha de falar certas coisas com a minha mãe. Sempre quando ela tocava em assuntos de namoro e outras coisas, eu sempre desviava do assunto ou colocava alguma conversa no meio. Sabia que minha mãe gostava de Sasuke, e ela nunca negou isso.

Quando ele vinha aqui em casa fazer alguns trabalhos junto comigo, ela sempre o paparicava, e o deixava o mais a vontade possível. Papai também gostava dele, mas sempre ficava nos observando quando estávamos um perto do outro. Ele dizia que apesar de achar Sasuke um garoto direito, ele era homem e eu era mulher, e ele como pai tinha que zelar pela reputação de sua filha, que no caso eu.

— Vamos parar por aqui, pode ser?

— Tudo bem. Mas quero avisar que não precisa ficar com vergonha. Eu sou sua mãe, e você sabe que pode sempre contar comigo.

— Eu sei.

— Bom, eu vou ao quarto pegar uma câmera. Quero registrar esse momento.

— Mãe...

— Nem pensar, não tire essa felicidade de mim.

— Tudo bem - dei-me por vencida.

Ela caminhou até a porta, mas antes de sair se virou para mim.

— Vou falar com o seu pai para te levar até a escola. Me espera na sala.

Assenti, vendo-a sair. Papai era taxista, e hoje por um milagre ele estava em casa. Papai próprio tinha se tirado uma folga, apesar de hoje ser sexta-feira e a clientela era maior.

Caminhei até a mesa de meu computador e peguei meu livro. O abri, tirando a folha de minha declaração dentro das páginas. Desdobrei a folha, vendo a minha caligrafia escrita em três palavras.

Era hoje que eu iria me declarar.

Dobrei a folha em várias partes e coloquei dentro da pequena bolsa que eu iria levar. E saí do quarto.

Esperei minha mãe descer com meu pai, que estava com as chaves do carro nas mãos. Mamãe tirou um monte de fotos minha vestida com aquele vestido, e se emocionava a cada foto que tirava. Papai parecia alheio aquilo tudo, ele só disse que eu estava linda, e que era para me comportar e não beber e nem consumir drogas. Mamãe o reprendeu dando um tapa em seu braço, dizendo que eu era uma garota ajuizada e que eles tinham que levantar a mão para cima e agradecer a Deus por ter eu como filha.

Depois desse episódio, entrei no táxi com papai, e ele me levou. Dez minutos depois papai parou o carro em frente ao colégio.

— Juízo, filha, e qualquer coisa me liga que eu buscarei você.

— Obrigada, pai - sorri, dei um beijo em sua bochecha e saí do carro.

Entrei nos domínios do colégio, encontrando alguns alunos ali. Os meninos de smoking e as meninas com vestidos até o chão. Conforme eu caminhava pelos corredores, percebi alguns olhares em mim. Senti o nervosismo tomar conta de meu corpo, mas eu não poderia dar para trás agora. Eu iria até o fim.

Virei alguns corredores com alguma movimentação, alguns alunos me olhavam e outros cochichavam. Aquilo me incomodava, nunca gostei de chamar atenção, sempre gostei da descrição, apesar de meu cabelo cor-de-rosa quebrar o meu protocolo de não chamar atenção. A música alta podia ser ouvida, e me aproximei ainda mais da entrada do salão. Parei na porta, vendo o amontoado de pessoas dançando, conversando e comendo.

Olhares foram direcionados para mim dizendo; "Aquela não é a garota nerd?" "Nossa, que gata!" Era estranho receber esse tipo de atenção, até por que, eu era o patinho feio.

Olhei pelo salão a procura de Sasuke, e o encontrei perto da grande mesa retangular enfeitada de doces e salgadinhos. Estava de costas para mim, de frente para seu amigo Naruto que enfiava alguma coisa na boca. Quando o olhar do loiro encontrou com o meu, vi sua boca abri um pouquinho e falar alguma coisa para Sasuke que virou seu corpo na mesma hora para mim.

Nossos olhares se encontraram, e meu coração acelerou várias batidas. Eu me sentia travada, com minhas mãos tremendo, assim como todo o meu corpo. Tinha consciência de que estava chamando a atenção de todos, mas meu olhar não desgrudou nem por um minuto dos de Sasuke que ainda me olhava surpreso.

Vamos, Sakura, não seja covarde. Você chegou até aqui e não vai dar para trás agora. Esses eram os meus pensamentos quando senti meu corpo petrificado começar a reagir.

Desci aquelas escadas em passos curtos e lentos, e por nenhum momento desviei meus olhos dos de Sasuke. Vi ele entregar o copo descartável para seu amigo e vir em minha direção. Nosso encontro aconteceu no meio do salão, com alguns olhares em nós.

Eu me sentia em uma cena de filme, onde a mocinha tem o seu momento de glória com o mocinho. Eu estava me sentindo no meu próprio conto de fadas.

Parei de frente para Sasuke que estava lindo de morrer. Como alguém podia ser tão lindo assim? Minha respiração estava descompassada, podia sentir o cheiro de seu perfume masculino. Sasuke me olhava com intensidade, um olhar diferente de todos os olhares que ele lançava para mim. Eu podia sentir o seu interesse em minha pessoa. O canto de sua boca estava erguido para cima em um pequeno sorriso de lado. E por um momento, não existia mais ninguém. Parecia que o salão estava todo preto e vazio, onde só nós dois habitava o local.

— Você veio. - Sua voz saiu tão baixa que eu mal pude escutar, mas consegui ler seus lábios, o que ele falava.

— Sim.

Sasuke me olhou de cima abaixo, senti-me um pouco envergonhada quando seu olhar pousou novamente em meus olhos.

— Está linda.

Sorri, sentido minhas bochechas corarem, enquanto meu íntimo pulava de alegria e aflição. O caminho todo eu imaginava como eu iria agir quando chegasse perto de Sasuke. O que eu iria falar? Imaginei toda a cena, as boas e as ruins, caso tudo desse errado.

Agora quando eu finalmente o encontro, tudo o que eu tinha ensaiado para falar para ele, havia sumido, evaporado de mim. Essa pode ser a minha primeira e única chance de dizer o quanto eu o amo, e queria que fosse especial.


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Notas finais do capítulo

O que acharam deste capítulo?
A cumplicidade que a Saky tem com a mãe é bem linda, não é?
Espero ver suas opiniões, teoria para o próximo capítulos e críticas reconstrutivas.
Nos vemos em breve.
Bye.