1989 - Um passado complicado escrita por smwa


Capítulo 3
Capitulo Dois: A missão


Notas iniciais do capítulo

Olá olá olá minha gente linda ♥ Como cs tão? Segue ai mais um capitulo ♥



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~*~

  -Boa tarde Moreira! Fico feliz que tenha ido direto ao ponto, pois também não tenho tempo para enrolações.

  O homem de estatura mediana girou a cadeira que antes estava voltada para enorme janela de vidro, no qual se tinha a vista para a enorme cidade de ‘Carem’*, seus cabelos loiros estavam ralos, e quase passando para o branco devido à velhice, sua postura era de dar inveja a qualquer jovem militar.

  Seus braços foram colocados sob a mesa e seus dedos foram entrelaçados, dando um ar ainda mais formal ao empresário, que olhou de forma séria para o moreno a sua frente, que apenas se limitou a revirar os olhos.

  – Sábado pela manhã, Lana, saiu de casa para ir visitar sua amiga, mas hoje já é segunda, e ainda não tinha tido noticias dela, até eu receber uma ligação esta manhã, dizendo que ela havia sido sequestrada. – ele já não se encontrava em sua mesa, mas sim andando pelo escritório. - Me pediram um preço pela entrega de minha filha em segurança. Mas mesmo assim prefiro que você o faça. E imediatamente, lhe pagarei o quanto me pedir. – Terminou olhando diretamente para o mercenário que mantinha o rosto em uma forma indecifrável.

  - Então quer dizer que você quer que eu vá à busca de sua filha, sendo que provavelmente irá me pagar o mesmo preço ou mais do que o sequestrador pretendia conseguir? – sua fala soou de forma sarcástica.

  -Sim. Isso mesmo. – Fábio passou a mão na barba rala desviando o olhar para a grande vista da cidade. – Não pretendo arriscar a vida de alguém importante para mim mais uma vez, Moreira. –Roberto o olhou com duvida, mas quando pensou em falar algo, senhor Barbosa o fez primeiro – Quem a sequestrou foi Lucas Olac, e não é a primeira vez em que a família dele ameaça a minha. E tenho certeza que não será a ultima. Mas desde que o seu pai, Matias Olac, sequestrou minha mulher e quando eu fui atrás dela, depois de entregar a maleta de dinheiro, a encontrei sem nenhum órgão no corpo. – suspirou sentando em sua cadeira e enterrando o rosto entre as mãos. - eu não tenho duvidas de que possa acontecer algo com a minha menina também, não quero arriscar.

 Roberto congelou quando escutou o nome citado, o conhecia de algum lugar, e quando se deu conta de que realmente era ‘O’s Olac’s, seu maxilar travou, as mãos se fecharam em punhos e teve que se controlar muito para não socar a primeira coisa ou pessoa que vesse pela frente.

—Eu aceito. – disse ríspido, levantando-se da cadeira e encarando o ‘velho’, que parecia surpreso por ele aceitar tão depressa, mesmo sem nem terem discutido os honorários.

Seria como matar dois coelhos com uma cajadada só, se vingaria de uma desavença antiga e ainda ganharia dinheiro por isso. Satisfação dupla!

— Onde está esta garota?

—De acordo com o GPS, está nas proximidades de São Francisco. Eu irei pagar a sua ida de avião. Mas a volta não quero que o faça, pagarei a mais se for preciso para que não use avião com minha filha dentro.- O empresário o olhou diretamente nos olhos, mostrando que estava falando serio e que não gostaria de ser contrariado.

— Por que não? – Estava confuso, como assim não? Isso atrapalharia todos os planos que sua cabeça já havia planejado. Além de tornar a viagem mais longa.

— Por que não quero arriscar a vida de Lana, conheço pessoas como o Lucas e tenho certeza que você também conhece. E sabe também que ele pode muito bem fazer de tudo para o avião cair, e levar a vida da minha filha junto.

 Respirou fundo, tentando se acalmar para não levantar e pegar o velhote pelo colarinho.

—Ok... Mas vou querer cinquenta mil para iniciar. – se levantou estendendo a mão para firmar o acordo.

—Tudo bem. – Fábio aceitou o gesto com a mão - espero você em 40 minutos do aeroporto da cidade, lá eu lhe darei o dinheiro e fotos para que possa identificar minha cupcake.

Cupcake?

Tentou ignorar o apelido e caminhou até a porta, apenas assentindo com a cabeça.

Passou pelo corredor olhando para a secretária, dando um sorrisinho sínico e um piscar de olho para ela, a fazendo bufar e resmungar coisas indecifráveis voltando a fazer suas atividades.

  Entrou no elevador já com o telefone em mãos, discou o numero a muito não usado e levou o aparelho a um dos ouvidos, a tempo de ver as portas se fechar e ele estar sozinho no espaço quadrado e de musiquinha irritante.

—Fala. – a voz do outro lado da linha era rouca, séria e com resquícios de raiva muito visíveis. - E é bom que seja importante. - resmungou, Roberto conseguiu ouvir uma voz feminina ao fundo, e já até deduziu o que estava acontecendo.

—Não me importo se estou atrapalhado sua ‘fica’ Carlos, só estou avisando que encontro você e o pessoal no aeroporto de São Francisco hoje as dez da noite. Temos uma missão. - Pôde ouvir uma discursão pequena no fundo, seguida de um bater de porta o que fez o moreno dar uma risada.

Havia realmente atrapalhado.

—Certo, pode adiantar o pouco do que se trata.

—Só posso dizer que os Olac não saem vivos dessa vez. - finalizou a ligação sem esperar mais questionamentos vindos do homem.

  Quando guardou o telefone em seu bolso, e olhou para frente às portas se abriram revelando o saguão de entrada do edifício.

Timing perfeito.

 Caminhou na direção das portas, que se abriram automaticamente ao se aproximar, e teve o ilustre prazer de ver os olhos arregalados do manobrista ao perceber a presença do mercenário novamente no local.

  Andou na direção de sua moto que continuava estacionada do jeito que deixou, olhou para o homem e mandou um sorriso sínico, antes de colocar o capacete, cobrindo todos os seus fios negros.

—Muito bem, vamos lá. – murmurou consigo mesmo, enquanto dava partida na ignição.

* Carem - nome da cidade onde eles moram (Que eu saiba não existe. Decidi criar uma, já que não sou muito boa em seguir padrões já existentes.).

~*~

Chegou ao aeroporto com vinte minutos de atraso, de acordo com o horário imposto pelo Frederick, depois de passar em sua casa e pegar os equipamentos necessários e coloca-los em sua mochila, tomando o cuidado de escondê-los corretamente para não ocorrer desconfianças.

Na sala de embarque encontrou o empresário impaciente, andando de um lado para o outro segurando um pacote amarelo em ambas as mãos com uma força desnecessária, olhava em todas as direções visivelmente preocupado, mas sua expressão, que antes estava fechada, logo suavizou ao encontrar Roberto caminhando em sua direção.

Fábio se aproximou a passos largos, ainda segurando possessivamente o pacote em suas mãos, até pararem frente a frente.

—Finalmente Moreira, eu disse que lhe encontraria em quarenta minutos e já se passaram mais de uma hora.

O mercenário revirou os olhos e abanou uma das mãos na frente do homem, entediado.

—Certo... certo... Agora cadê o dinheiro?

—Aqui – Pegou o pacote em mãos já o abrindo e verificando as notas, enquanto, pelo canto o olho, observava o pai de Lana verificar os bolsos internos do paletó.

—Tudo ok - olhou diretamente para o homem, guardando o pacote na mochila.

—O rastreador e as fotos dela estão aqui- Pegou o que parecia um relógio das mãos do homem, que logo Roberto prendeu no pulso, e também os papeis com varias imagens da garota, que só deu tempo de se ver os cabelos loiros, antes de guarda-las em seu bolso.

—Então tchau- disse já se virando na direção da entrada do avião, porem, antes que desse o segundo passo, sentiu uma mão segurar seu antebraço e a voz do senhor Barbosa dizendo:

—Espere - revirou os olhos e voltou a olhar na direção do homem - Assim que encontrar meu Cupcake, me ligue quero estar a par de todas as noticias a respeito dela- apertou a mão do empresário sentindo um objeto quadricular ser depositado em suas mãos.

  ‘La vem aquele apelido esquisito de novo. ’

Adiantou os passos assim que se separou do homem certificou-se que ele não atrapalharia mais.

Olhou o que ele havia colocado em suas mãos e encontrou um pequeno cartão telefônico.

 

Arquitetura Barbosa

Fábio Barbosa

(XX) XXXXX x XXXXX

~*~

  Ajeitou-se corretamente em sua poltrona, colocando a mochila em seu colo. Lembrou-se de agradecer ao quer que fosse que comandasse o mundo por ainda existir pessoas inocentes, caso contrario, não teria conseguido driblar a fiscalização.

  Bastou apenas mostrar as fotos de Lana, com um sorriso apaixonado (e totalmente fingido) no rosto, a apresentando como sua noiva que o esperava para se casar, que os fiscais ficaram comovidos com a figura de bom moço e apenas olharam a mochila rapidamente por cima, vendo apenas roupas, cuecas e o pacote amarelo que ele logo disse se tratar de um presente para a noiva.

  Respirou fundo ao ouvir o roncar da velha mulher ao seu lado mais uma vez. A ideia de pegar uma das armas e meter bala na cabeça dela ainda não havia sido descartada. Estava se arrependendo cada vez mais de ir de avião publico, deveria ter obrigado que o Gabriel adiantasse no concerto do jatinho o máximo que conseguisse.  Caso não tivesse feito uma aterrissagem a força da ultima vez que voou, não teria que ter aceitado viajar nessas condições.

“Você é melhor sobre duas rodas do que no ar, Tubarão.”— A voz de Fernando vagou em sua mente.

Riu ao lembrar-se dos vários pousos forçados que teve de fazer por sempre algo dar errado enquanto pilotava. O grandalhão tinha razão, era melhor manter os pés no chão quando o assunto era conduzir.

   Pegou as fotos de Lana e decidiu dar uma olhada mais detalhada. Não podia negar que ela era bonita, bastante bonita. Uma das fotos a mostrava com Fábio, ambos com um sorriso no rosto, ela parecia ser baixinha perto do pai, o corpo escultural, bunda elevada, cochas grandes e seios medianos, eram pequenos, mas o suficiente. Tinha outras fotos dela sozinha e com outra menina, que parecia ser da mesma idade dela, uma negra de cabelos bastante cacheados, com óculos redondos no rosto. Elas apareciam sorridentes.

  Enquanto olhava todas as fotos que totalizavam quase vinte, uma em especial lhe chamou a atenção.

  Ela estava em pé, em uma praça, sozinha, e puxava as duas pontas do  vestido florido que usava,  levantando um pé, deixando-a no melhor jeito “fofo”, os cabelos jogados para o lado, e um sorriso enorme, com um tom rosa claro contornando os lábios finos dela. Mas o que fez seus olhos pararem na foto foi o cordão preso em seu pescoço, um cordão bastante familiar, rapidamente suas mãos foram para o pequeno bolso da frente de sua bolsa, buscando o cordão preto, olhou novamente para a foto e comparou os dois.

Era idêntico!

   A única diferença entre os dois objetos era o pingente, onde o de Lana era uma flor branca e o de Roberto uma flor azulada. Precisava pegar o pingente dela, com suas mãos para conferir, mas não podia ser verdade.

“Podem existir outros pingentes iguais a esse. É totalmente possível.”

Suspirou guardando as fotos na mochila, e colocando o cordão no pescoço, escondendo-o dentro da camisa.

   Depois de quase meia-hora tentando ignorar os roncos da idosa toda enrolada em uma colcha de florezinhas rosa e seus pensamentos infinitos, finalmente conseguiu pregar os olhos e dormir. Precisava descansar muito, para a grande jornada que estava por vir.

~*~


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Notas finais do capítulo

E ai? gostaram? Se sim, comenta ai e compartilha com os abiguinhos. Se não, comenta ai o que eu deveria melhorar, adoro criticas construtivas ♥ Beijos e brigadeiros para cada um de vocês ♥



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