Window escrita por narniandy


Capítulo 1
Window


Notas iniciais do capítulo

Heey, sweetheart o/
Aqui estou eu com mais uma one. Se você leu os avisos notou que essa é bem dark e um pouco diferente das coisas que estou acostumada a escrever, mas eu senti vontade e aqui esta.
Espero que vocês gostem,
Enjoy it :)



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Dizem que as janelas são um pequeno vislumbre da liberdade, uma pequena chama de esperança. Vislumbre, uma visão breve, incompleta ao olhar, ou seja, apenas enxergava, mas não provava de tal libertação. Porque janelas não eram portas, não a ofereciam passagem para transitar, para escapar. Na verdade, eram só pequenos buracos feitos na fria parede de concreto, planejados para melhor circulação de ar. Sentiu o gosto amargo em sua boca. Ar. Como se as pessoas que a colocaram ali se importassem com o fato dela estar respirando ou não.

Janelas eram cruéis.

Mas apesar disso, para ela, aquilo era um chamado silencioso que ecoava por seus tímpanos e se calava antes de ultrapassar a gélida porta de metal que mantinha presa naquele apertado quarto.

Cativeiro.

Libertação, libertação. Sussurra a fraca brisa que corajosamente entrava pelo pequeno buraco. Libertação, libertação. Dizia sua âmago em concordância. Libertação, libertação. Implorava seu coração baldando as batidas. Morte, morte. Seu subconsciente a revelava a única forma de encontrar o que buscava.

Morte, não mais agrura.

O pensamento a assustou, a fazendo se encolher próxima a áspera parede de concreto. Já não tinha mais lágrimas para gastar, todas elas tinham se esgotado a bastante tempo. Sua garganta clamava por um mínimo alívio assim como seu estômago.

Há quanto tempo estava ali? Uma semana, duas, um mês ou mais? Não saberia dizer ao certo, tinha parado de contar quando notou que isso a traria esperança e esta era perversa, devastadora. A fazia pensar que alguém viria salva-la, mas isso não aconteceu, nem aconteceria. Aquelas pessoas continuariam vindo e corrompendo cada pedaço de seu corpo, destruindo seus sonhos, arrancando o brilho de seu olhar, humilhando, xingando, espancando, estuprando-a. E em meio a tudo isso se alegrariam diante de seus cacos. Pois todas essas coisas davam-lhes prazer.

E a pequena janela a dava esperança.

Não podia alimentar aquela esperança, não mais. Tinha que tapar aquele buraco ou continuaria sofrendo. Janela hedionda. Não queria mais sofrer, só queria paz. Mas não a encontraria. Não nesse mundo.

Morte, sua mente a segredou.

Escutou o som de passos e abraçou suas pernas tentando inutilmente cobrir seu corpo nu. Eles estavam vindo para começar seu jogo sádico. Se encolheu ainda mais.

A gélida porta metálica se abriu e um a um eles entraram com sorrisos maldosos nos lábios e brilhos maliciosos no olhos. Ela não precisou analisa-los para saber dessas coisas, já tinha passado por aquilo muitas vezes.

Com brutalidade um deles a levantou pelo cabelo quebradiço, expondo seu corpo sem a sua permissão. Não protestou, não gritou, muitos menos se debateu. Fariam aquilo com ou sem o consentimento dela e se tentasse algo eles a colocariam em seu lugar de direito.

Estava cansada de mais para fazer algo, todos os seus membros doíam. E eles zombaram dela quando perceberam isso. Fizeram a de boneca de pano, manipulando seus movimentos e trazendo a ela mais dor. As lágrimas, cujo pensava que não teria, desciam dolorosamente por seu rosto. Mas nada fez, nada poderia fazer. Ao invés disso focou seus olhos na pequena janela.

Morte, ela ansiava por aquilo. Libertação.

Não saberia dizer quanto tempo aquela tortura durou, nem o quanto a machucaram, nem, ao menos, o que fizeram com seu corpo, pois várias vezes desmaiou de cansaço. Só sabia que eles saíram e a deixaram jogada no chão frio, como um saco de lixo.

Não se mexeu, seu corpo protestava a cada mínimo movimento, apenas focou seus olhos naquele buraco da parede. Era noite, constatou ao notar a escuridão. Sentia a vida se esvair. Seus batimentos cardíacos eram fracos, sabia que sua libertação estava próxima, seu sofrimento e dor teriam um fim.

A janela já não era tão cruel, era agora como os pequenos pingos de chuva que vinham antes da esperada tempestade.

Ela, finalmente, poderia provar da plena liberdade que aquela abertura na parede tanto lhe prometia. Os batimentos cessaram, declarando sua morte, mas seus olhos continuaram abertos contemplando a janela


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