Pov's Seeylfe

Já era de noite quando eu pousei na frente de casa.

Desci de Flora acariciando sua cabeça e logo depois,Soluço pousou.

—Você não muda nunca-riu descendo de Banguela-Foi trapaça.

—Ganhar de você não foi uma trapaça,foi um investimento-sorri marota

—Como eu senti falta do seu sorriso maroto-ele confessou

Sorri corando.

Andamos até a porta de casa vendo que a luz do fogo saia pelas brechas da porta.

Abri a porta vendo papai sentado perto da fogueira.

—Pai?-chamei fazendo ele me encarar-Tá tudo bem?

—Claro-afirmou se levantando-Estava apenas pensando.

—Cadê meu filho?-perguntei sorrindo.

—Seus olhos brilharam quando disse meu filho-riu ele-Já foi dormir,ele está tão feliz porque você acordou.

Mantive o sorriso,sentindo meus olhos marejarem.

—Boa noite pai-falamos eu e Soluço ao mesmo tempo

Beijei a bochecha de papai e subi indo até o quarto de Stoico.

Abri a porta devagar,o vendo dormir tranquilo.

Me aproximei da cama e sentei na beira,acariciando seus cabelos loiros.

Ele tinha todos os traços de Dag,era igualzinho a ele...

Beijei sua testa e me levantei saindo do quarto,fechando a porta logo em seguida.

(...)

Abri os olhos acordando.Pelo o horário,devia ser de madrugada.

Eu sentia um aperto no coração,um incômodo.

Tirei a mão de Dag da minha cintura bem devagar para não acordá-lo e me levantei da cama,saindo do quarto na ponta dos pés.

Desci as escadas e vi Stoico sentado ao lado de Flora,acariciando sua cabeça.

—Stoico?-o chamei fazendo ele me encarar-O que está fazendo acordado há essa hora?

—Não consigo dormir-confessou voltando a encarar Flora.

Franzi a testa.Tinha algo errado.

Caminhei até ele e me agachei o seu lado,segurando seu queixo para fazê-lo me encarar.

—Stoico,eu sou sua mãe,mas fiquei ausente esses anos por causa de um erro que cometi no passado,me perdoe-supliquei.

Ele se ajoelhou e abraçou meu pescoço com seus bracinhos,me encarando.

—Eu te amo mesmo assim mamãe,eu só não consigo dormir porque eu estava com vergonha de pedir pra dormir com você e com papai-confessou corando envergonhado.

Uma coisa que ele puxou pra mim...ele cora facilmente quando tem vergonha...

—Pode dormir lá sempre que quiser,querido-afirmei beijando sua bochecha.

Peguei meu filho no colo e subi as escadas vendo Dag vir na nossa direção.

—O que houve?-perguntou preocupado.

—Ele quer dormir com a gente-sorri vendo Stoico encarar Dag

—Posso pai?-perguntou fazendo bico.

Dag sorriu feito bobo.

—Claro filho-disse bagunçando seus cabelos

Andamos até nosso quarto e nos deitamos com nosso filho entre nós.

Beijei a testa de Stoico e então,adormeci.

(...)

Senti a claridade em meus olhos,o que me fez resmungar.

Abri os olhos os cerrando para me acostumar com a claridade e vi que os amores da minha vida ainda dormiam.

Sorri boba.

Como o papai disse uma vez:O tempo passa rápido.

Levantei devagar para não acordá-los e fui pro banheiro tomar banho.

Saí do banheiro já vestida e peguei a escova penteando meus cabelos e quando terminei,desci pra cozinha.

Quando desci,vi mamãe alimentando os dragões.

—Bom dia mãe-cumprimentei  acariciando a cabeça de Flora e em seguida a cabeça de Banguela.

—Bom dia filha-sorriu ela.

—Agora fica pesado,12 dragões pra alimentar-brinquei indo até o fogão.

Flora,Banguela,Chama,Tempestade,Pula-Nuvem,Erick,Ruan,Adam,Osman,Brenda,Loki e Ádga.Meus deuses.

—Os dentes dos filhotes já cresceram,mas ainda não estão maduros o suficiente para voar-explicou.

Peguei a colher provando um pouco do café e tossi quando senti o gosto amargo.

Bem que o Bocão disse que a mamãe cozinhava mal,mas até o café?Por Odin!

Coloquei duas colheres de açúcar.Bem melhor...

Terminamos de colocar as coisas na mesa quando Dag desceu com Stoico no colo.

—Bom dia-sorri vendo os olhos dos dois brilharem quando me viram.

Dei um selinho em Dag e um beijo na bochecha de Stoico,que praticamente pulou pro meu colo.

—Bom dia,mãe!-exclamou beijando minha bochecha

Ainda preciso me acostumar...

—Bom dia-cumprimentou papai descendo as escadas

—Vovô!-exclamou Stoico descendo do meu colo e correu,abraçando as pernas de papai.

—Bom dia família!-disse Soluço descendo junto de Astrid e Jade.

Todos nós tomamos café,conversando animados.Mamãe afirmou que não era assim quando eu estava em coma,agora que eu acordei,tudo iluminou,de acordo com ela.

Astrid e Dag eram responsáveis pela a academia,ensinavam as crianças tudo sobre os dragões e como treiná-los.Eles foram junto com Stoico e Jade.

—Então Soluço,quais são as novidades?-perguntei saindo de casa junto com ele.

—N-novidades?-gaguejou

Levantei uma sobrancelha.

—O que houve,Soluço?Fala-pedi.

—Em Berk,é...

—Desembucha!

—Papai deixou a Heather ficar em Berk-suspirou

Arregalei os olhos.

O QUE!?!MEU PAI PIROU?!?

Calma Seeylfe,não perca o controle,seja paciente e madura,você tem 30 anos,já.

Dei um sorriso forçado.

—É piada,certo?-indaguei.

—Não-negou com a cabeça

Suspirei derrotada.

—Aquilo que ela fez,já é passado,eu até esqueci já-menti-Mas,se ela aprontar mais uma,vou fazer pior do que eu fiz quando eu tinha 21 anos-alertei séria

—Como é?Você falando tranquila?-arregalou os olhos colocando a mão na minha testa-Está com febre?

Ri batendo na sua mão.

—Temos que dar bom exemplo para nossos filhos,Soluço,não temos mais 15 anos,mas não significa que eu tenho paciência-afirmei empinando o nariz

Ele riu balançando a cabeça.

Subimos em nossos dragões e fomos cuidar de Berk,como bons líderes deveriam fazer.

(...)

Eu e Soluço chegamos no Grande Salão para almoçar com nossa família.

Abri os portões e logo uma cabeleira loira abraçou minhas pernas e uma cabeleira ruiva abraçou as pernas de Soluço.

Peguei meu filho no colo e ele me deu um beijo na bochecha em cumprimento.

—Mãe,o papai e a Tia Astrid contaram uma história hoje bem legal,é verdade que você e o Tio Soluço derrotaram o Morte Rubra?-perguntou animado

Sorri,corando envergonhada.

—Sim meu filho,essa foi uma das coisas que levou à paz com os dragões-expliquei andando até a mesa onde nossa família estava.

Todos ficamos conversando animadamente até que Soluço comentou a coisa que me incomodou o dia todo.

—Amanhã é dia de assinar o contrato para reafirmar o Tratado com a Tribo Incontrolável.

Astrid fez uma careta e Dag fechou a cara.Ele odiava o Dagur.

—Droga,quer dizer que o Dagur vai vir-reclamou ele encarando meu irmão-Soluço,por favor,mantenha minha esposa longe daquele lunático.

—Deixa de ser ciumento,Dag-revirei os olhos-Não confia em mim?

—Eu confio em você,Seeylfe,mas não confio naquele louco do Dagur,ele é capaz de qualquer coisa-bufou meu marido

—Quem é Dagur?-perguntou Stoico enfiando uma colherada de comida na boca.

—Um cara idiota que fica dando em cima da sua mãe-explicou Dag rolando os olhos.

Stoico ficou de pé em cima do banco e socou a mesa com raiva.

—Ninguém dá em cima da minha mãe,ele é casada!Ela ama só meu pai!-afirmou revoltado.

Arregalei os olhos em choque.

Até ele é ciumento?

—Vocês são más influências-fuzilei Dag e Soluço com os olhos,que apenas deram de ombros.

—Ele deu em cima de você da última vez?-não preciso dizer que foi meu pai ciumento que perguntou.

—Ele veio pra Berk logo depois que me casei com Dag e ficou dando em cima de mim,mesmo vendo minha aliança-expliquei.

Foi aí que lembrei de algo.

—Filho,porque você não vai brincar com a Flora?Nós vamos ter uma conversa de adulto agora-alertei acariciando os cabelos de Stoico.

Ele assentiu saindo com Jade.

Encarei minha família com a mais séria das expressões.

—Não mintam pra mim,Drago ainda está vivo?-questionei.

Eles se entreolharam até que Astrid falou:

—Sim.

Rosnei de raiva,fechando o punho.

—Não precisa ter nenhuma vingança Seeylfe,ele não fez nada desde que você entrou em coma-interveio Soluço

—E você acha que eu estou preocupada com isso,Soluço?Ele é um psicopata que mata sem motivo,eu percebi isso quando o encontramos pela a primeira vez,ele é capaz de qualquer coisa.A vida dos nossos filhos corre perigo enquanto ele viver!-alarmei aflita.

Ele abaixou olhar expressando preocupação.

Desviei meu olhar para Stoico,vendo ele brincando de pega-pega com Jade e Flora.

Vou te proteger meu filho...custe o que custar...