Monotonia escrita por Deusa Nariko


Capítulo 24
24


Notas iniciais do capítulo

Vigésima quarta drabble!
Boa leitura!



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Monotonia

Por Deusa Nariko

XXIV

A chuva em Amegakure não havia dado trégua desde o momento em que atravessaram a fronteira com o País do Rio. Parecia um fenômeno quase sobrenatural para Sakura — e talvez o fosse.

A chuva batia na janela ininterruptamente e gotejava nas calhas da pensão. De pé, de frente para a janela, e vestindo apenas uma das blusas secas de Sasuke, ela contemplava a vista sombria que tinha da vila: os prédios altos feitos de ferro com encanamentos velhos intercalados entre as construções. E sobre eles, o céu cinza-chumbo que jamais clareava com suas nuvens de chuva.

Sasuke havia saído há poucos minutos, dizendo que resolveria um assunto importante, mas voltaria em breve. Ela até o teria acompanhado — e insistiu que devia —, mas o marido foi categórico (e persuasivo de uma forma que ela não conseguia resistir) quanto a ela continuar descansando da viagem no quarto.

Sakura, entretanto, não conseguiu mais dormir depois que ele se foi. Vasculhou o quarto pequeno e pouco mobiliado da pensão atrás de algo para fazer ou ocupar sua mente, mas não achou nada, nem mesmo um único livro. Então, sentou na cama e abriu sua mochila. Retirou todos os seus pertences, agradecendo ao forro impermeável que havia preservado suas roupas da chuva.

Depois de um tempo, entretanto, voltou a se aborrecer com o tédio e com a perspectiva de passar mais tempo sozinha naquele quarto sem ter nada para fazer ou ocupar a mente. Com um suspiro, deixou sua mochila de lado e deitou sobre o colchão, cobrindo os olhos com um braço.

Não soube ao certo se havia caído no sono, mas foi despertada pelo ruído da porta sendo aberta; descobriu os olhos para ver Sasuke passar pela soleira com o manto preto encharcado pingando no assoalho. O cabelo dele estava molhado e pesado, grudando no rosto. Gotículas de água escorriam pelos contornos do rosto dele.

Saudou-o com um sorriso afetuoso e lançou as pernas para fora do colchão a fim de alcançá-lo enquanto ele lutava para abrir o fecho da sua capa.

Alcançou-o em três passos e se prestou a ajudá-lo com o fecho teimoso do manto, desprendendo-o com agilidade e livrando-o da capa pesada.

Apertou-se contra o peito dele em seguida mesmo sob as reprimendas dele de que estava encharcado e de que ele a molharia também.

— Não me importo — murmurou contra o peito dele, então levantou o rosto para fitá-lo: — Onde você foi, afinal?

Sasuke ergueu as sobrancelhas num gesto surpreso.

— Precisava conversar com alguém, nada importante — ele desconversou e pareceu sincero.

Sakura se afastou sem mais uma palavra e sem se importar também com o fato de que sua blusa — agora — molhada havia colado em seu corpo. Bem, isso até que ela notou o olhar curioso de Sasuke em seus seios. Bastou olhar para baixo, entretanto, para que se lembrasse de não haver colocado o sutiã. Como a blusa que vestia estava molhada, o tecido havia colado em sua pele e ressaltado o volume dos seus seios, desenhando-os eriçados sobre a blusa devido ao frio.

Ela corou e até pensou em dizer algo, mas logo em seguida Sasuke escapuliu do seu agarre, murmurando que tomaria outro banho. Desnorteada por ter surpreendido o marido olhando descaradamente para os seus seios, ela voltou a sentar na ponta do colchão, alegando para si mesma de que precisava de algum tipo de apoio.

Não que ela rejeitasse por completo a ideia de Sasuke manifestar sua libido sem reservas, mas ele era um homem muito reservado até mesmo com os seus sentimentos, o que diria dos seus desejos? É só que ela não conseguia imaginá-lo fazendo isso. Sakura sabia que dos dois era ela a mais espontânea e aberta com suas paixões e vontades, mas, bem, talvez Sasuke também pudesse manifestá-las no fim das contas.

Ela ouviu o som do chuveiro sendo aberto e voltou a deitar sobre a cama, acomodando-se entre os travesseiros macios, mas com a diferença de que não conseguiu aquietar sua mente pervertida dessa vez. Minutos depois, quando Sasuke desligou o chuveiro e reapareceu no quarto vestindo um roupão felpudo e com os cabelos pingando, o rubor de Sakura tornou-se mais evidente.

Ele secou o cabelo sem dificuldade, espalhando gotículas de água pelo assoalho. Então pendurou a tolha no ombro e voltou-se para ela:

— Você já comeu algo?

Sakura meneou a cabeça em negação.

— Não estou com fome, Sasuke-kun.

— Tem certeza? — o cenho franzido dele sugeria preocupação com seu bem-estar, talvez?

Sakura sorriu e reafirmou que não queria comer nada por enquanto. Na verdade, seu apetite era por outra coisa. Mesmo assim, aguardou em silêncio até que Sasuke se acomodasse ao seu lado e fechasse os olhos, mas não para tentar dormir, ela notou.

— Você está com fome, Sasuke-kun? — ela perguntou e apoiou-se nos cotovelos para erguer o tronco e fitá-lo, quebrando o silêncio, e ele negou com um resmungo.

— Ahh, entendo — aquiesceu e voltou a afundar no colchão, cruzando as mãos sobre os seios.

Ela dobrou uma perna e manteve a outra esticada sobre os lençóis perfumados. A movimentação fez Sasuke abrir os olhos e espiá-la. A blusa que vestia havia subido um pouco quando se deitou, exibindo um pedaço de sua calcinha e revelando as coxas por completo.

Não demorou a ter a sensação de que estava sendo observada e mordeu o lábio. Bingo!, comemorou internamente. Exalou o ar na forma de um suspiro, apartando a boca, e pousou uma mão sobre o ventre, mantendo-a ali.

Contou mais alguns minutos, relaxada e de olhos cerrados, até que sentiu a mão quente de Sasuke cobrir a sua, pousada sobre o seu ventre. O dedão calejado apenas afagou o dorso da sua mão a princípio numa carícia despreocupada. Mas assim que ela virou para a palma para segurar seus dedos longos, soube que havia vencido.

Seu agarre foi uma confirmação, uma permissão. Sasuke deitou de lado no colchão antes de cobrir o corpo dela com o seu, quente e úmido ainda do banho. Sakura mal teve tempo de sorrir antes que a boca dele cobrisse a sua. Seria tão fácil seduzi-lo assim?

Ao passar os braços pelo pescoço dele e suspirar entre o beijo, ela memorou o que fizera no rio, despir-se para ele e provocá-lo mais descaradamente parecia exagerado agora, ou talvez ela estivesse ficando realmente boa nisso. Ou talvez as inibições de Sasuke estivessem desgastadas demais para ele se importar.

Fosse o que fosse, eles agora se emaranhavam sobre o colchão, desarrumando os lençóis cuidadosamente esticados e arfando entre os beijos sôfregos.

De uma forma ou de outra, Sakura estava contente com o resultado. Ao enlaçar as pernas nuas na cintura dele e trazer os quadris dele de encontro aos seus, arrancando um gemido rouco dele como resposta, ela ponderou os próximos métodos que usaria e quando as próximas investidas aconteceriam.

Também desatou o nó do roupão que ele usava e mordeu o lábio dele sem querer assim que sentiu uma mão atrevida se infiltrar sob a sua blusa, deslizando pelo seu ventre e na direção dos seus seios, algo para o qual ele não atentou, ou talvez tenha resolvido encarar como mais uma das suas provocações.

De qualquer modo, fosse doce e gentil ou intenso e fogoso, Sakura estava mais do que satisfeita naquele momento. Na realidade, estava em êxtase.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos nos reviews! ;)
Até o próximo!



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