A lenda dos amantes do Tempo escrita por Geovanna Ferreira


Capítulo 3
De volta ao passado


Notas iniciais do capítulo

" Coração, não me falhe agora
Coragem, não me abandone
Não desista agora que estamos aqui
As pessoas sempre dizem:
"A vida é cheia de escolhas"
Ninguém nunca fala sobre o medo
Ou como o mundo pode ser tão vasto
Durante uma viagem rumo ao passado

Em algum lugar nesta estrada
Eu sei que alguém está me esperando
Anos de sonhos não podem errar
Os braços se abriram
Eu estarei segura e serei querida
Finalmente em casa, no meu lugar
Apartir de agora, eu aprenderei rápido
Nesta viagem rumo ao passado

Lar, amor, família
Houve um momento
Em que devo tê-los tido também
Lar, amor, família
Nunca estarei completa
Até achá-los.. "

Journey to the past - Anastásia



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_ Bom dia, prefeita. – disse Archie sorrindo, ao passar por ela. A partir de seu rosto gentil e débil, teve a certeza: ele não se lembrava de nenhuma palavra da conversa que haviam tido horas antes.

Desdenhosa, em resposta ao cumprimento, Regina limitou-se a erguer as sombrasselhas, sem cessar seus passos.

Depois de deixar Archie para trás, ela inspecionou sua cidade. Pouco a pouco, Storybrooks despertava, colocando-se em seu ritmo rotineiro. Pessoas enchiam as calçadas. Automóveis cortavam as ruas. Crianças com mochilas nas costas iam para a aula. Granny servia o café da manhã para seus clientes na lanchonete. Os ponteiros do relógio da torre permaneciam imóveis. Ninguém desconfiava de nada. Tudo estava perfeitamente em ordem, normal, como nunca deixara de ser em cinco anos.

A mulher continuou seu trajeto. O livro vinha firme contra seu peito.

Topou com alguns insignificantes, Chapeuzinho, anões, fadinhas, e então, Regina revirou os olhos, morrendo de tédio do que viria a seguir.

Ao longe, pôde vê-la, dócil e maternal, muitíssimo irritante. Snow, diante da escola recepcionando seus alunos alegremente logo as oito da manhã. Típico.

Regina sabia o que ela diria. Já ouvira tantas vezes, a mesma coisa, todos os dias. Já esperava por aquilo.

Nada nunca mudava, tudo sempre se repetia. E ela era a única a perceber aquilo. Era aquela um outro tipo de maldição.

_ Bom dia, senhora prefeita. Bela manhã, não? - saudou-a a professorinha.

Regina seguiu caminho, sem ao menos olhá-la nos olhos.

_ Ótima manhã. – respondeu, asperamente.

Aquele seu jeitinho a enojava.

A rainha cruzou a esquina, andou por mais um minuto avistando o que cheia de ansiedade fora encontrar.

A loja de Gold.

A placa na entrada indicava que o estabelecimento estava fechado.

Regina não pensou duas vezes antes de empurrar a porta e entrar.

_ Vejo que não anda conseguindo ler muito bem, Deary. – soltou Gold, irônico, do balcão.

Ela ignorou seu comentário, foi até ele.

_Preciso de sua ajuda - disse ela, séria, colocando trambolho frente ao homem. – Com isso. – completou, com o dedo sobre a capa do livro.

_ Um livro? Francamente, Regina... – disparou Gold, virando-se para polir uma taça, mais uma das centenas de objetos de seu antiquário.

_ Escute, Gold, não estou brincando... – disse ela, fulminando-o.

_ O que foi? O que mais poderia querer? Você queria sua vingança, você a teve, não está contente em mandar e desmandar nesse lugar, enquanto vigia seus cabritinhos?

O maxilar de Regina estava duro como pedra, seu sangue fervia.

Ela abriu o livro numa página, e a encapuzada voltou a encará-la.

_ Essa mulher... – olhe, bem.

Regina apontou para a fotografia e assistiu Gold relutantemente olhá-la e depois ser tomado pela incompreensão.

_ Mas...

_ Isso mesmo que seus olhos veem. De alguma forma, minha mãe está nesse tempo. Não sei porque, mas está. – cortou Regina.

Gold continuava fixo no papel.

_ É só um livro de ficção.

_ Não, não é. Fala de um lugar que realmente existe. Sabemos bem do que minha mãe é capaz, não pode ser uma coincidência.

_ O que você quer de mim?

_ Um modo, de chegar a essa época.

Gold fitou-a bem no fundo de seus olhos e fez a pergunta fatal.

_ Porque está se propondo a essa loucura? Porque quer tanto chegar a sua querida mamãezinha, Cora?

O silêncio falou por Regina. Seu rosto ardia, vermelho, com a provocação do homem. Ela tratou de desviar do assunto.

_ Sei que é impossível, não há mágica aqui! Porém há de haver um jeito. –argumentou ela, frustrada.

_ O que me pede é demais, Regina...

Gold deu-lhe as costas, sumindo por um cômodo de sua loja.

Estava certa de que o filha da mãe a deixaria na mão. Ela encarou a foto, mais incomodada que nunca.

_ ... Mas, não impossível, deary. – disse ele, retornando com uma pequena caixa.

Regina analisou a caixa, num misto de pavor e ansiedade.

_ Por mais que a magia não esteja nessa cidade, ela ronda lá fora, silenciosa, devastadora e desacreditada por aqueles que não podem senti-la.

Gold abriu a caixa e retirou de lá um vidrinho.

O líquido vermelho brilhante dentro dele, hipnotizava Regina.

_ Por milhares de anos, pelos quatro cantos do globo, bruxos e bruxas desse reino vem usando magia, e sofrendo terríveis consequências por isso. Eis um pouco dela. É dia de sorte, pois só pode ser usada neste mundo, para leva-la a algum lugar além dos limites de Storybrookes.

Regina se precipitou, querendo pegar o vidro.

_ Muita calma, senhora prefeita, está muito apressada.

A prefeita revirou os olhos, sem paciência para os joguinhos de Gold.

_ Qual é seu preço? - perguntou ela, duramente.

_ Nenhum.

Regina arqueou a sombrasselha, desconfiada.

_ Consideramos tudo um pequenino teste.

Ela não podia imaginar o que Gold planejava, calculadamente.

A mulher ajeitou o cabelo, impaciente.

_ E então? - apressou ela.

_ Você precisará também, disto! - respondeu ele, tirando um objeto do paletó segurando-o por uma corda, frente a ela.

_ Um relógio de bolso?

_ Exato.

Gold despejou parte do líquido em um copo e ofereceu o restante do vidro a Regina.

_ Beba!

Os lábios da rainha formigaram ao encostarem no recipiente. Ela bebeu tudo de uma vez, rapidamente. Depois, sentiu a poção correndo por suas veias, uma estranha sensação a invadindo.

_ Pronto, a magia já está dentro de você. Agora - ele instruiu, colocando o relógio exatamente em cima do ano 1888 da página e lhe entregando uma agulha.

_ Pingue uma gota de seu sangue, novamente mágico, no meio do relógio, e boa sorte deary!

Gold lançou-lhe um de seus sorrisos ácidos.

Regina furou sua própria pele e o sangue vermelho cobriu a ponta de seu dedo.

_ E ah! - soltou ele, com o indicador para o alto - é bom avisar, a poção durará alguns dias, com sorte uns dez, doze. O que quer que esteja indo fazer, seja breve. E esteja sempre com esse relógio, ele vai contigo. Ou qualquer relógio, eles são como portais.

Regina encarou seu sangue a escorrer. Mais um segundo, e fraquejaria.

Será que fazia certo em embarcar nessa maluquice?

Ela pensou na mulher do livro e seu chamado, no rapaz e seus olhos amedrontados, no que eles a fizeram sentir, mesmo não querendo. Pensou em seus dias errantes, aprisionados, andando pelos cantos acorrentada ao passado, em sua solidão que a matava pouco a pouco, em vida, e derramou uma gota escura no relógio. Os ponteiros começaram a andar para trás, loucamente. Do objeto, agora saia uma fumaça mágica, a tomar todo o livro. Regina foi tragada pelas páginas. Ela sentiu seu corpo transformar-se em líquido. Estava em meio a um redemoinho luminoso, suspensa no ar revolto. Enquanto era rodeada por imagens, cenas desconhecidas de um mundo, mais anônimo ainda a ela, que rodopiavam ao redor, regressando, retornando, ela temeu por si e pelo que estaria do outro lado, ela desejou, enfim encontrar o que tanto procurava, que finalmente o vazio que sentia no peito fosse preenchido. Desejou ser feliz.

Houve um clarão. Regina viu tudo sumir e seu corpo despencar.

Ela abriu os olhos com dificuldade. A cabeça latejava.

Estava no chão, em algum lugar escuro. Ela reparou no vestido longo, rosado, a cobrir suas pernas.

Logo a sua frente, Londres fervilhava, viva e elétrica. Regina enxergou um cenário idêntico ao que vira nas fotografias e sorriu.

Havia voltado ao passado.


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Notas finais do capítulo

Mudei o ano de 1880 a 1888 por causa de uma mudança minima na história. :D Se gostar, comente! Capítulos serão postados provavelmente a cada um ou dois dias. Esse é um Prequel de Once Upon a Time, tudo acontece bem antes de Regina adotar seu filho, Henry e a série começar. Fanfic de minha autoria. Protegida contra plágio.



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