Por Eduarda

Talvez eu tenha mesmo bebido demais, esteja alterado, mas o que eu vi, tenho certeza que era real e eu não havia gostado nenhum pouco, eu não gosto de vê-la dançando com outro, mesmo que esse outro seja um amigo meu.

DU: Olha Lucas não to a fim de brigar, brigar mais né?! Vamos para casa, amanha conversamos, quando você estiver normal.

JL: Brigar? Não estou brigando.

DU: Então cala a boca!

Eu não respondi nada, mas na verdade estava morrendo de raiva, ela não tem o direito de me mandar calar a boca. Como qualquer coisa que eu disser me fará perder a cabeça seguimos para casa em silencio.

Ao chegarmos e entrarmos em casa Du vai direto ver os bebes. Enquanto eu vou tomar banho. Após um banho bem gelado já estou me sentindo ''menos bêbado'', porem uma dor de cabeça latente me atinge. Foi o tempo de eu sair do banheiro Du entra no quarto com uma cara nada amigável.

JL: Olha Du, não adianta ficar com essa cara. - Fico sem resposta. - Numa boa Du, olha aqui, quero falar com você vai!

DU: Fala.

JL: Eu só fiquei bravo porque não gosto de te ver dançando com outra pessoa, agarradinha.

DU: Mas você pode né?!

JL: Ah... Não... É diferente Du.

DU: Diferente por que? Porque você é homem? Porque antes você ficava com ela então é liberado?!

JL: Claro que não Du, mas você tinha falado que estava cansada e...

DU: Eu não te entendo então. - Ela suspira. - Tudo bem que eu estava cansada, mas logo com ela? Lucas eu só aceitei dançar com ele porque além dele ter insistido você estava com ela e eu fiquei com muita raiva.

JL: Eu juro que não fiz pro mal. Como você tinha deixado...

DU: Eu deixei por que... A sei lá porque, mas também Lucas, ela me provocou a noite inteira.

JL: Amanha eu falo com ela. - Ela não parece prestar atenção no que eu falo.

DU: Acho que eu deixei porque no fundo eu sei que ela é o melhor para você. Tá prontinha para sair para transar, quando você quiser, não tem filhos, nada atrapalhando.

JL: Não Du, ela não é o melhor para mim, nunca será, o melhor para mim é você, sempre foi. Você não percebe? Eu posso ser um idiota as vezes, mas eu te amo, não faço as coisas para te magoar e muito menos te trocaria, nem por ela nem por nenhuma pessoa desse mundo. Você é minha, eu morro de ciúme de você e, eu não ligo de você não poder sair ou transar na hora que eu quero. - Ela não fala nada. - Eu fico chateado de constantemente ter que provar meu amor para você em palavras.

DU: Talvez seja porque suas atitudes não provem isso.

JL: Nossa, eu não acredito no que estou ouvindo.

DU: Tá, desculpa vai, eu falei besteira agora. Mas mesmo assim ainda estou muito brava.

JL: Eu acho que estamos os dois bravos, estamos falando besteiras a toa, não precisava dessa briga toda por causa de uma besteira como essa.

DU: Acho melhor, irmos dormir. Amanhã conversamos tá.

Ele vem para perto de mim para me dar um selinho e eu recuo.

JL: Um beijo Du.

DU: Com que clima?

JL: Aff!

Ele fala isso e vai direto para a cama deitar, aparentemente bravo, mas eu não estava bem com ele o suficiente para ficar dando beijinhos.

Aproveito que os bebês estão dormindo com Flavia e aproveito para ir dormir também, nada melhor do que uma boa e relaxante noite de sono.

Infelizmente minha ''noite de sono'' é interrompida, escuto os bebes choramingando e vou ver o que é, eles estavam dormindo na cama de Flavia, mas como sempre, ela está em um sono pesado e nem percebe, resolvo leva-los para seus quartos, ela já me ajudou bastante por hoje. Os levo para seu quartinho, os troco e dou de mama e só então posso voltar a dormir.

Percebo que já é de manhã, coloco a mão do lado da cama e percebo que Lucas já foi trabalhar, geralmente eu sempre acordo quando ele me beija antes de sair, então concluo que ou ele não se despediu de mim, nem ao menos com um tchau, ou eu estava dormindo como uma pedra. Apesar de eu estar querendo levantar, estava com preguiça o suficiente para não fazer isso, mas praticamente salto da cama ao escutar um grito de Flavia. Levando desesperada e vou até seu quarto.

Chegando lá a vejo sentada na cama, com uma cara de susto.

DU: O que foi?

FL: Os bebês?!

DU: O que tem eles?

FL: Cadê os bebês?DU: Ah, calma, eles estão no quarto deles.

FL: Ai que susto. É que eles dormiram aqui comigo e...

DU: Não se preocupe, foi eu mesma que os coloquei lá, no meio da noite acordei, os troquei e resolvi te deixar dormir tranquila.. - Falo e rio.

FL: Então... Tá.

DU: Valeu viu!?

FL: Imagina, foi bem gostoso ficar com eles... – Dou apenas um sorriso de canto, me viro em direção a saída do quarto, mas antes de sair ela me chama. - Eduarda? - Dou meia volta e falo.

DU: Oi.

FL: Tá, tudo bem? Você está estranha.

DU: Ah, é que...

FL: Quer conversar? Eu, estou a todo ouvidos, se você quiser claro.

DU: Ah, acho que não... Às vezes eu acho que eu e ele só fazemos tempestade em copo d'agua...

FL: Ata, mas olha aqui. - Neste momento olho em seus olhos e sinto verdade em seus jestos. - Vocês se amam e isso está escrito na carinha de vocês, não briguem por besteira não. Conversa com ele, sem estresse, tudo vai ficar bem.