A Proposta escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 30
Rye e os Três Mosqueteiros | Bônus Katniss (final)


Notas iniciais do capítulo

Há um ano e uma semana, eu postaria uma nova história chamada A Proposta... e quando postei essa história, realmente não poderia esperar todo o retorno que tive, conhecendo pessoas incríveis, pessoas da quais nunca vi o rosto, mas aprendi amar de uma forma simplesmente incrível e arrebatadora demais ♥ Espero que gostem, e peço perdão por não ter atualizado no dia 11, mas realmente quis revisar tudo e ter certeza de que está digno para os personagens e para todos vocês, pessoas incríveis do outro lado da tela. Fiz com o coração ♥
obs.: Karly, um agradecimento especial para você por ter postado a fic Living In The Moment, cara, na moral ♥ depois de Deus, isso tudo é graças à você que me inspirou para chegar até aqui com a sua estória! *sorriso e olhar apaixonado*



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— Vocês quatro, boca fechada, está bem? — Pedi, para meus quatro filhos, os trigêmeos e Rye.

— Sim senhora, mamãe. — Blue disse, fazendo contingência, causando em mim um sorriso torto sincero — Mas posso ler? O papai me deu esse livro. — Quando levantou o livro, li "O Quarto de Jack". Bem o estilo dela.

— Claro, querida. — Fiz um carinho atrás de seu ouvido e ela riu, se contorcendo um pouco. — E você, meu doce? — perguntei para Candy que remexia na bolsa de cachorrinho.

— Meu livro de receitas, mãe! — disse, balançando a cabeça em negativa, chateada. Ela ama cozinhar, e é muito melhor do que eu na cozinha.

— Ah, está na minha mochila! — Cody disse, sorrindo. — Aqui, sua chata. — Brincou, deslizando o livro das mãos dele para o colo da irmã.

— O que raios você fez? — ela questionou, semicerrando os olhos. Era bem doce como seu nome, mas às vezes, mas apimentada que nachos para comer com guacamole.

— Cody — falei, cruzando os braços. Ele e Blue gostavam de ciências, história, e faziam diversas experiências, mas ele quem era o mais atentado de fazer experiências com os outros.

— Sério, mãe! — Jogou as mãos para o alto — Dessa vez não. — Balançou a cabeça em negativa, então eu estendi a mão, pedindo a mochila, que ele me entregou.

Abri, encontrando seus HQ's que leio todos antes de ele ler, para não fazer coisas que eu ou Peeta não concordemos que ele deva aprender. Tinha seu estojo da escola, dois cadernos, de português e história, respectivamente e uma régua.

— Tá. Pode usar, Candy. Está seguro. — ela sorriu, agradecendo com o sorriso e um manear gentil com a cabeça, abrindo o livro.

— E Cody, isso é o que recebe depois que faz diversas coisas erradas! — falei para o do meio, que estava emburrado — Cody...

— Mas mamãe! Eu falei a verdade! — exclamou, com as sobrancelhas arqueadas por indignação.

— ‘Tá! Mas não faça mais o que fazia com seus irmãos. Eu ainda estou de olho... — Indiquei com meu dedo indicador e médio — em você.

— Mãe, posso ouvir música com a Blue? — Rye perguntou, esfregando os olhos azuis, iguais ao da caçula, e era realmente o Peeta com traços infantis.

— Pode, claro. — Tirei uma mecha que caiu em seu olho e ele sorriu, fazendo sua covinha esquerda ficar mais aparente.

— Chuchuzinho, o que você vai fazer? — Voltei-me para Cody, que estava olhando para os lados, em busca de algo.

— Eu não sei. Posso ficar com a tia Johanna não? — Neguei, balançando a cabeça — Ahhhh... — Fez como quem vai chorar.

— Nada disso! Sem essa! — Minhas mãos logo correram para as suas costelas e barriga, fazendo cócegas e ele gritou, pedindo socorro em meio ao riso, assim como os outros três que riram sem parar do quanto ele rapidamente fica vermelho.

— Seu bobo! — Blue disse, apontando para ele rindo. — Você ligou o lado cócegas da mamãe!

Meu pequeno nem mais tão pequeno, anos quase nove anos de idade, estava ficando ofegante, então parei, e sorri satisfeita por tê-los feito ficarem animados. Pus as mãos na cintura e olhei para meus quatro bebês que não paravam de crescer.

— O que acham de comermos McDonalds depois que sairmos daqui e tudo der certo? — perguntei, sorrindo torto. Os olhos de Rye brilharam, mesmo que sonolento, Blue bateu as palmas, Cody urrou animado, e Candy jogou as mãos pro alto, animadíssima.

— ÊÊÊÊÊÊÊÊÊ! — e a loirinha se levantou, correndo pela grande sala, como se pudesse voar feito um pássaro, aos risos. Ela gosta de McDonalds.

— Ooooo, vamos sentando. — Segurei seu corpo magro pela cintura, e com um solavanco a ergui, com seus braços ao redor da minha barriga. Não sou Peeta, que consegue pega-los no colo como quando eram bebês, mas até cinco centímetros eu os tirava do chão.

— Vou comer um big taste bem grandão! — Candy avisou, e Rye sorriu cúmplice para ela, da do um toque especial que tinham quando o assunto era comida. Com as crianças é gasto em média trezentos dólares de lanches e almoços em um mês, mas os dois consumiam uns duzentos dólares com comida sozinhos, sem exagero algum.

— Eu vou poder comer o McLanche Feliz, mamãe? — Blue perguntou, pintando o canto do livro, com bastante cuidado. Era para sinalizar algo que havia chamado sua atenção.

— Com o brinde, querida. Agora, não se preocupem que vamos comprar e levar pra casa porque o pai de vocês chega hoje. Posso contar com a colaboração de todos?

Todos trocaram olhares sugestivos, parando em Rye, que agora já tinha onze anos, e sendo o mais velho, era sempre o mais ouvido pelos mais novos, carne e unha com Blue, mas fechamento com Cody e Candy.

— Sim, senhora — o primogênito garantiu, fazendo com que eu sorrisse sincera — iremos colaborar, porém! — Pronto. Minha carteira vai ficar mais leve. — Queremos na sexta-feira depois da aula de balé das meninas irmos comer no Subway. Sentimos falta do Frango Teri... Teri... — Fechou os olhos, estalando os dedos, vasculhando em sua memória o nome. — Aquele frango lá!

Ri, assentindo em concordância, então cinco mulheres e sete homens entraram na sala, depois que Johanna abriu a porta, e nenhum cumprimentou minhas crianças, indo diretamente sentar-se ao redor da grande mesa oval, nas cadeiras presidenciais.

— Estou contando com vocês. — sussurrei, batendo com  um toque rápido na mão dos quatro, que assentiram, diminuindo o volume do fone, para não atrapalharem.

— Crianças não podem fazer parte desta reunião, senhora Abernathy — uma jovem moça disse, incomodada com meus filhos — quem garante que ele não irão compartilhar as informações contidas na reunião para segundos?

A sorte dela, era que eu estou bem calma hoje.

— Meu sobrenome é Mellark, Abernathy é o nome da empresa por causa do meu pai — sorri de forma suave, para não quebrar o pescoço dela — e essas crianças, as quatro, são os meus filhos, e eu garanto que as informações sobre o assunto da reunião de hoje não sairá daqui.

— Aliás, boa tarde a todos. Podemos começar ou alguma exigência? — perguntei, e já que ninguém respondeu, sorri, sentando-se na cadeira principal, com o quadro interativo atrás de mim.

*_*

— Arrasou, mamãe! — Blue disse, vindo correndo até mim, com um sorriso enorme no rosto.

Quando a apresentação terminou, e fechamos o contrato com mais uma empresa, eles deram aplausos mudos, que Peeta os ensinou, por fazer questão que o acompanhássemos ele nas convenções de Medicina, mesmo que apenas Blue penda mais para isso, é simplesmente incrível as coisas que descobrimos nessas saídas em família.

— Muito obrigada, garotinha — agradeci, abraçando-a de lado. — Vamos pra casa?

— Não! — disseram juntos. — A senhora prometeu uma passada no McDonalds!

— É verdade! — Convidei-os para um abraço coletivo, mas Rye não se aproximou, porque acha que eu dou atenção demais para os gêmeos.

— Rye... — falei, um pouco aborrecida comigo mesma por não conseguir deixar igual a atenção que dou a cada um deles. Acabo puxando mais para os trigêmeos porque são mais novos.

— Tá — Correu até mim, empurrando Cody e Candy, e rodeou minha cintura com seus braços, que não eram mais tão pequenos como antes.

— Eu amo você — sussurrei em seu ouvido, abraçando-o apertado — e vou te comprar aquele avião que funciona com gasolina se sorrir mais e se lembrar que amo você.

— Hm... O que? Nunca duvidei de seu amor, mãe! — Ri, pegando minha bolsa no sofá, e guiei os quatro para fora da sala de reuniões.

— Por que hoje não ficamos com a tia Jo, mamãe? — Cody perguntou, com um fone no ouvido, olhando para mim com seus olhos azuis que causavam inveja de tão claros.

— Porque a Jessie está de recuperação na escola, então precisou ficar aqui estudando, e a Lotte vai chegar amanhã da faculdade, então a tia Jo está cheia de coisa para fazer — expliquei, arrumando seus fios loiros como o trigo.

— E a tia está grávida, né, mamãe? — Candy perguntou, pegando a minha bolsa para segurar. Algo me diz que ela vai seguir gastronomia, mas com a minha personalidade, embora tenha os fios loiros do pai, tem os meus olhos cinzas, assim como a personalidade às vezes inconstante. Totalmente eu.

— Sim, o Leonard vai nascer daqui a quatro meses — ela sorriu, animada, assim como Blue.

— Ouviu, Rye? Vamos ter mais gente pra brincar! — Cody notou, empolgadíssimo. — Será que o papai já chegou, mamãe?

— Não sei... — falei, franzindo o cenho. — não recebi nenhuma mensagem até agora. Desde ontem. E você, Biscoitinho?

— Nada, mãe. — negou, balançando a cabeça, então seu celular brilhou, indicando uma nova mensagem — Ih! É o pai! — Logo sorriu, abrindo o iMessage.

"Acabei de pousar em Las Vegas, e em trinta minutos é o meu voo para o Arizona. Não se preocupe, Alguma coisa Everdeen Cresta."

Meu celular apitou quase um minuto depois, e logo abri um enorme sorriso.

— Mamãe — chamou-me Blue, cutucando meu braço depois que fui na sala de Johanna perguntar se tudo estava bem. Como tudo estava, apenas dei um abraço nela e um beijo em Jessie, que nem parecia aquele bebêzinho de dez anos atrás. Estava linda – como sempre – e com os cabelos caindo até metade de suas costas, em um loiro escuro e os olhos verdes como os de Finnick. Ela tinha traços próprios, e não lembrava muito os pais. Poderia ser uma modelo a nível de Victoria Secret se quiser, e dará muito certo.

— Sim? — Acenei para Camila, que sorriu de volta, mas não nos cumprimentou por estar falando ao telefone.

— A senhora e o papai já conversaram sobre "aquilo"? — sussurrou a última parte, para nenhum dos outros escutarem quando entramos no elevador e tocava Here Comes The Sun, Beatles.

O "aquilo" que ela se referia era o fato de eu e Peeta darmos mais irmãos à ela e os outros.

— Pensei que já tivesse bastante gente pra brincar — brinquei, arrumando a gola de sua blusa e ela riu, fechando os olhos por um instante, por causa da risada.

Arrumei o seu short florido, e beijei o topo de sua cabeça, abraçando-a de lado.

— Blue, vai ficar muito difícil se nós tivermos mais um bebê. Eu não sei se vou conseguir cuidar de todos vocês, assim como educar e ser calorosa, atenciosa — falei, suspirando. Eu gostaria de engravidar novamente, e Peeta queria isso também, mas pesamos nossos tempos, compromissos e principalmente disposição para lidar com outro bebê. Em cinco anos eu vou ter quarenta. Amanhã eu faço 35 já, e Peeta 33 no final do ano. É quase inviável uma coisa dessas com quatro filhos com quase a mesma idade, e um quase entrando na adolescência.

— Vocês não o amariam? — sussurrou, e os outros três conversavam alto, em uma discussão sobre quem comia mais hambúrgueres no McDonalds e depois jantava em casa, e amanhã, comia mais pedaços do meu bolo de aniversário.

— Claro que o amaríamos, Blue — Olhei em seus olhos azuis-turquesa, idênticos aos de Rye, que são a mais perfeita xerox dos olhos de Peeta. — Acontece que a mamãe e o papai estão tendo mais idade, e precisamos cuidar de vocês, dar todo o nosso tempo e atenção, mas mesmo assim às vezes percebemos e vocês mesmos nos dizem que não se sentem amados, quando damos um presente a um por algo; ou um abraço normal em outro. Como seria com um bebê? — Ficou pensativa, com o cenho franzido. Era muito curiosa.

— Meu doce, não se preocupe com isso, está bem? — Beijei o topo de sua cabeça, trazendo sua cabeça para a minha barriga, e coloquei minha bochecha esquerda sobre seus cabelos, fechando meus olhos. Abracei-a apertado. — Um dia você vai entender o que a mamãe quer dizer, e no quanto eu gostaria de fazer tudo o que querem que eu faça, e o pai de vocês também.

— Obrigada — agradeceu, me abraçando ainda mais forte.

— Pelo o que? — perguntei, confusa.

— Por me explicar e tentar realizar o meu pedido. As meninas da minha sala dizem que os pais delas mandam elas estudar e procurar o que fazer. A senhora e o papai não. Muito obrigada por isso.

Sorri, emocionada.

— Oh, querida... — Nos separamos um pouco. — não mude esse seu jeito, tudo bem? — concordou, com um sorriso banguela, que me fez rir mais.

— Mãe, posso comer dois hambúrgueres? — Rye perguntou, batendo palmas, bem eufórico.

— Claro, Biscoitinho — falei, com um gentil manear com a cabeça.

— Mamãe, por que chama o Rye de biscoitinho? — Candy perguntou, olhando-me curiosa.

— Ah! — Sorri com as lembranças diversas. O tempo passou tão depressa! — Eu sentia muita vontade de comer biscoito de sal na gravidez dele, mas só que o Peeta achou que Biscoitinho causaria alguns entendimentos maliciosos, e acabou adaptando para Bis depois que ele comprou um pacote fechado, e Rye com oito meses de vida comeu tudo, com papel, etc. — Eles riram.

— Até hoje eu gosto de Bis. — disse o loiro com tal apelido — E também porque todo mundo gosta de mim.

Aí todos nós quem demos risada, saindo do elevador, caminhando lado a lado a caminho do carro.

— Como você é trouxa... — Cody disse, divertido. Então, parei para pensar onde ele pode ter ouvido essa palavra.

— Cody! — Ralhei, abrindo a porta do motorista.

— Senhora?!

— Onde aprendeu essa palavra?! Sabe o que ela significa?

— Mulher desajeitada. Mas pode ser Rye Desajeitado, Burro... Trouxa é simplesmente o melhor adjetivo para quem é iludido. Rye é iludido — disse tão serenamente, que nem parecia saber que ficaria de castigo.

— Você vai ficar sem o seu McLanche Feliz — decretei, depois de ver se todos eles estavam de cinto e o banco do passageiro ocupado pelo mais velho.

— Quando você estiver no meu nível, quando você puder se sentar aqui... — Bis começou, com um sorriso lateral, esperto – coisa que puxou de mim, é claro — Venha me chamar de trouxa, Chuchuzinho.

— AÊÊÊÊÊÊÊÊ! — Candy e Blue vibraram juntas, fazendo com que eu esboçasse um sorriso sincero. É bom tê-los em harmonia.

— Um dia, eu sentarei aí, e você aqui atrás! — defendeu-se Cody, mas eu podia ver que ele brincava, assim como Rye e as meninas. — Os últimos serão os primeiros!

— Mas nunca terão o poder de escolher qual CD vai tocar porque EU sou a mamãe — falei como quem sabe das coisas, com um olhar superior. Eu posso fazer isso porque eu sei das coisas e tenho mais autoridade que eles.

— Mas mamãe, um dia a gente vai crescer mais não vai? — Candy perguntou, se inclinando um pouco para me ver melhor.

— Sim, vai sim, e quando tiver uns 24, 27 anos, vai se casar, e um dia, ser mamãe, mas eu vou continuar sendo a mamãe de vocês, e sempre terei o poder de escolher o CD enquanto puder dirigir — falei de forma cínica, olhando-os pelo retrovisor. — Entendam que eu sempre estarei por cima e vocês por baixo.

Eles riram, divertidos, e eu também, dando play no CD da Beyoncé que Peeta deixou por ali no meu carro, e fui em direção ao McDonalds mais próximo da nossa casa.

Okay, okay, ladies, now let's get in formation, cause I slay

Okay, ladies, now let's get in formation, cause I slay

Prove to me you got some coordination, cause I slay

Slay trick, or you get eliminated

Cantamos juntos, animados pra caramba, de forma sincronizada.

— Eu queria poder cantar como a Beyoncé — Blue disse, pensativa.

— Mas é como dizem: querer não é poder — Cody debateu, jogando a cabeça pra frente. Todos nós caímos na gargalhada.

Blue canta muito mal. Muito mesmo.

— Ô mãe! Olha só o Cody implicando comigo! — ela chamou a minha atenção e eu segurei a risada, apertando o volante. Isso tudo é fase, e ela sentirá vergonha de si mesma quando eu lhe contar essas histórias para seu futuro namorado —  do qual quando aparecer, estarei esperando com uma arma de alto porte.

— Vocês são uma verdadeira vergonha... — Bis comentou baixo, balançando a cabeça, emburrado. Coisa de pré-adolescente.

— Vocês deveriam dançar! — falei, quando paramos no sinal. — Crazy In Love vai tocar e... — Dito e feito, antes que eu terminasse, as batidas preencheram o carro, e gritamos animados, pirando. Comecei a rir, sabendo que criava memórias incríveis para eles.

I look and stare so deep in your eyes

I touch on you more and more every time

When you leave I'm begging you not to go

 

Call your name two or three times in a row

Such a funny thing for me to try to explain

How I'm feeling and my pride is the one to blame

Cantamos, e abri todas as janelas do carro, rindo, sem me importar com o meu tom errado.

— Isso! Isso! — bati a palma na lateral do volante, rindo, observando meus quatro filhos animados cantando e dançando sem se preocupar com o mundo ao redor.

Fomos diretamente para o Drive-Thru do McDonalds, e cada um de nós pedimos dois hambúrgueres diferentes, para não ter que haver um favorito e ficarmos com a saudatite a respeito deles. Comprei para Peeta também, mas foram nuggets, pois ele só gosta do McDonalds por causa dos Nuggets e batata frita.

Só vai no Bob's pra tomar milkshake.

Retardado mental, com certeza.

*_*

— Rye, por favor! — pedi, segurando três sacos cheios com hambúrgueres e batata frita, sem contar um porta copos com dois sucos de uva e dois refrigerantes. — Pega a minha bolsa, Rye! Agora!

— Aaaaahhhhhh! — resmungou, pegando um saco da minha mão e uma bandeja com os copos. Adolescentes...

— Tem que obedecer a mamãe! — Blue disse, balançando a cabeça em negativa.

— Sempre! — Cody disse, com a boca cheia de batata frita.

— Não pode comer antes de chegarmos em casa — Candy lembrou. — Não vamos te dar nossas batatas, seu gordo.

— É verdade — eu e os outros dissemos juntos, entrando no elevador do prédio. Viemos para esse apartamento no centro da cidade para maior facilidade para nos movermos, pois uma coisa que acontece frequentemente comigo e Peeta é não ficar em casa. As crianças fazem diversos cursos, eu tenho diversas coisas para resolver, e Peeta também, sem contar com o dever de ser mãe.

— Mãe, posso comer meu lanche no quarto? — Bis perguntou, com seus olhos um pouco maiores, pois conseguia imitar o Gato de Botas. Odeio quando me olha dessa forma, porque é quase impossível não dar a ele o que quer.

— Seu pai chega hoje, depois de uma semana longe... — tentei negociar, e surpreendentemente ele sorriu, e concordou.

— É verdade. Desculpe.

— Tudo bem.

As portas do elevador se abriram, e eles logo correram para a porta de casa, tomando da minha mão as chaves, sem que eu nem consiga abrir as mãos direito.

— Ué — ouvi a voz de Cody. — Mamãe, a senhora esqueceu de fechar a porta de casa na saída.

Franzi o cenho. Tenho me esquecido de diversas coisas, será que a porta aberta foi uma das coisas que eu esqueci?

— Podia jurar que fechei... — murmurei, deixando a bandeja de copos com suco nas mãos de Blue e os sacos com hambúrgueres e batatas fritas com Candy, entrando na frente deles em casa.

Quando eu vi a mochila na cadeira da sala de jantar que ficava no final da sala, e os tênis deixados de qualquer maneira ao lado da geladeira, então Peeta apareceu vindo do quarto com uma bermuda bege e blusa azul, passando as mãos nos cabelos molhados. Abri um sorriso enorme, então ele olhou na minha direção e também sorriu.

— Foi mal, e acabei de abrir a porta para pegar as cartas e as deixei no quarto, estava voltando para fechá-las.

Corri, e o abracei pelo pescoço, ficando na ponta dos meus pés, já sem os saltos altos, e quase chorei.

— Como eu senti sua falta! — senti ele sorrir, com o rosto na curva do meu pescoço, fazendo o sorriso no meu rosto se aumentar, e o abraça-lo ainda mais apertado, fechando meus olhos, sentindo seu perfume e os meus pés não tocarem mais o chão.

— Não mais do que eu, juro — olhei em seu rosto, e vi a sinceridade em seus olhos tão azuis, que me faziam vibrar, como se fossem a minha fonte de energia alternativa, e eram, somado aos dos nossos filhos.

— Pensei que fosse chegar pelas dez da noite. São seis e meia ainda.

— Ah, o meu voo adiantou em Atlanta, então... Aqui estou eu. Surpresa! — ri, puxando-o pela mão para a cozinha. As crianças não haviam visto que ele estava em casa.

— PAAAAAAAAAAIIIEEEEE! — disseram juntos, os quatro, largando — literalmente — seus lanches, e foram correndo abraçar o pai.

Afastei-me um pouco, com um sorriso torto, maravilhada com essa relação que ele tem com todos, observando-os sentados na bancada da cozinha, animados, todos falando de uma vez só, em um tom alto, por quererem ser ouvidos, enquanto Peeta ficou de pé, de frente para todos, rindo, concordando, falando poucas coisas, para querer ouví-los, e sempre que eu via isso, me escondia atrás da porta e espiava.

Meu pai não fazia isso comigo, Annie e Madge, muito menos minha mãe. Os pais de Peeta só davam mais atenção para as filhas, então, ao vê-lo agir assim era emocionante.

Fui para o banheiro tomar um banho, toda boba, ouvindo as gargalhadas na cozinha. Peeta faz muita falta para mim, imaginar a falta que faz para Rye e Candy, que são mais próximos a ele deve ser ainda maior sempre, pois como somos um casal, brigamos, então a raiva causa o orgulho, menos em nossos filhos, que são crianças.

— McDonalds, Alguma Coisa Cresta Everdeen? — ri, enquanto passava sabonete nos braços.

— Mas é claro. Subway é quando eles saem da escola na última sexta-feira do mês. — riu, entrando no banheiro, escorando-se na pia, sorrindo. — Achei que essa conferência não ia acabar, sabia?

— Porque não era você que passou uma semana sozinho em um quarto de hotel SOZINHO! E o Gale age como se não me conhecesse! — ri alto, jogando a cabeça pra trás — Ele é do time do Homem de Ferro!

O riso morreu.

— Como assim você é do time do Capitão? — semicerrei os olhos, cruzando os braços.

Ele gelou, erguendo as mãos em rendição.

— Na verdade, ele quem é do time do Capitão, Amor. — limpou a garganta, passando uma mão na nuca. — Sou 100% Tony Stark.

— A tá — Voltei a tomar banho. — Por um momento pensei que você fosse maluco.

— Estou do lado que você está, Querida.

— Obrigada — agradeci, pegando a toalha e enrolando no corpo. Passei sem nada especial na frente dele, com o foco de ir até o guarda-roupa para pegar uma roupa de ficar em casa, então ir comer hambúrguer, mas seu braço me impediu de passar trazendo-me para si.

— As crianças... — Lembrei-o, prendendo o ar quando beijou meu pescoço.

— Vou colocá-las para dormir mais cedo hoje, pode ser? — sussurrou, fazendo-me sorrir.

— Mas é claro.

Concordei, então ele deixou eu passar, e quando o olhei por cima do ombro, sorria para mim, e eu para ele.

...

— Aí eu falei pra ela que não iria ir para a Lia que eu não ia pra festa, nem a Jessie, então ela parou de falar com nós duas! — Candy disse bufando, cheia de raiva de sua colega da sala de aula.

— Disse que você ficou em casa para estudar para as provas finais? — Peeta perguntou, dividindo a batata frita comigo.

— Falei! E ela falou que eu sou muito santinha, muito estudiosa, e que sou idiota! Jess falou que idiota era ela, então o tio Finn chegou para buscar a gente. E ele falou que não quer que a gente converse com pessoas assim.

— Não quero você com essas meninas, ouviu? — intervi, preocupada. — Ande com pessoas que dividam pensamentos semelhantes aos seus. Quem te chama assim não quer o seu bem, e não há nada de errado em estudar e tirar boas notas. Muito pelo contrário. Apoio Finnick.

Peeta assentiu em concordância.

— Fique com Blue e Cody na hora do intervalo. Vocês têm que ser amigos, por mais difícil que pareça, ou mais bobo — Meu marido aconselhou, e ela prestou bastante atenção. — Sei que você e a Lia conversam muito, mas são nesses pequenos momentos e palavras que a gente percebe quem devemos manter ao nosso lado.

— Obrigada, pai. Vou falar para ela que não gostei da forma que ela me chamou, e vou fazer o que o senhor e a mãe disseram — olhou para mim, com seus olhos cinzas que me enchiam de orgulho por serem iguais aos meus.

— Obrigada por ter falado pra gente o que aconteceu, viu? — Beijei sua bochecha e ela sorriu, indo correndo para o lado de Rye e Cody, enquanto Blue já dormia com a cabeça em meu colo, toda encolhida deitada no tapete da sala.

— Vai comer o seu hambúrguer? — Peeta perguntou, enquanto eu fazia carinho no cabelo da nossa pequena.

— Pode dividir para nós dois.

— Nãoooo! Essa não foi a pergunta! — corrigiu, balançando a cabeça em negativa, segurando a caixa do meu Big Taste. — Perguntei se você ia comer tudo, porque eu quero comer tudo.

— Você nem gosta de McDonalds! Fica dizendo que faz mal à saúde! Cale a boca! — Franzi o cenho com raiva, puxando a caixa com o hambúrguer e ele riu com a minha reação. — Tô falando sério.

— Acredito! — ergueu as mãos em rendição. — Mas eu quero um pedaço, porque as crianças comeram os meus nuggets.

— Tá... — deixei ele dar apenas uma mordidinha, depois peguei meu lanche.

— É? Nunca te deixei passar fome... — disse, com os olhos semicerrados, balançando a cabeça em negativa. — Você já não pode dizer o mesmo, não é verdade?

— Tem arroz na geladeira, e ovo na mesinha. Esquenta, olha suas duas mãos em perfeito estado aí. — As crianças riram juntas, vendo Peeta indignado, olhando para mim e meu hambúrguer.

— Eu não vou imprimir as contas, e nem levar o Cody na natação. Faz você sozinha — E se levantou. — Também vou fazer macarrão só para as crianças! E pra mim!

— Peeta! — guardei o hambúrguer e arrumei Blue com carinho no tapete, puxando um edredom para cobrir seu corpo e coloquei um travesseiro debaixo de sua cabeça.

Fui para a cozinha, e sorri ao vê-lo comer Cheetos.

— Não vou te dar — ri, me sentando ao seu lado na bancada.

— E aí? Já comprou as passagens para o Alasca? — perguntei, depois de partir o hambúrguer no meio e colocarmos o Cheetos entre nós dois. – O natal é três semanas.

— Sim, claro. Quanto antes formos....

— Antes voltamos, isso aí! Aprendeu certinho! — ele riu, e demos um toque. — Como foi a viagem?

— Entediante, honestamente. A conferência foi muito legal, mas adoram dar em cima de mim. Eu queria você dando em cima de mim — ri, assentindo. — Sério!

— Eu acredito, não se preocupe — sorriu. — Vamos?

Me pus de pé, sem nem ter comido toda a minha parte do hambúrguer, e nem ele, mas tudo bem. Estendi a minha mão, que ele pegou, ainda sentado na bancada.

— Pra onde? — Ficou confuso, então fui obrigada a revirar os olhos.

— Pro nosso quarto, oras.

— As crianças estão acordadas — disse baixo, indicando para a sala.

— Ah... — suspirei, largando sua mão. Fui para a sala, e aumentei o volume da TV, onde dava para escutarmos do nosso quarto. Acordei Blue para ir dormir no quarto, e não ser infortunada pelos irmãos — Hoje vocês podem assistir TV até às 22h.

— ÊÊÊÊÊÊÊÊÊ! — comemoraram, mas Rye me lançou aquele olhar "vai fazer o que?", e eu movi os lábios em "não vá no nosso quarto". Ele assentiu, virando o rosto para a televisão, rindo.

— Fica quieto! — sussurrei em seu ouvido, e ele contorceu em uma risada. Depositei um beijo no topo de sua cabeça, depois um beijo em Cody e Candy, que sorriram para mim, e eu sorri de volta. Peguei as caixas de lanche vazias e coloquei tudo em uma sacola de papel do McDonalds, deixando no canto. Amanhã eu cuido disso.

Voltei para a cozinha, onde Peeta terminava de comer sua metade do hambúrguer, balançando as pernas tranquilamente. Hoje eu quero algo tranquilo.

— Vamos logo — pisquei, chamando-o com uma mão. Fui na frente, escovando os dentes, e ele também, então, me sentei na cama, bem à vontade. São 20:27 ainda.

Não vi o momento em que Peeta chegou, honestamente, mas digo que foi melhor assim. Logo em estava deitada, a porta do nosso quarto trancada e as crianças distraídas com a TV.

Puxei sua blusa pra cima, lançando-a em qualquer lugar do quarto, fazendo um som mudo, e depois o cós de sua bermuda, sem controlar o que saía da minha boca, e nem ele o que dizia.

Fiquei seminua, com apenas a calcinha me cobrindo, mas logo foi resolvido. Mais um som mudo pelo quarto, em qualquer lugar.

Nos unimos depois de longos e carregados dias longe um do outro, sentindo sua boca na minha, outrora no meu pescoço, fazendo-me sorrir, enquanto ele não me decepcionava em nada, muito pelo contrário. As nossas respirações entrecortadas, gemidos e suspiros eram a prova disso. Às vezes me pergunto como nenhum vizinho vem reclamar do mover das molas, ou como nossos filhos não escutam. Talvez finjam que não escutam. Nessas horas, eu nem me importo.

— Aa-aaa-hhh... — murmurei, fechando os olhos, sentindo o clímax da noite, também vendo que era o dele.

Nossos corpos trabalharam mais intensamente por mais alguns instantes, apoiando-se na cama de casal sob nós, e logo Peeta estava ao meu lado, ofegante, como eu, sorrindo.

Estávamos suados, com os fios da nuca e que caíam nos olhos também, mas não nos importávamos. Estávamos ali, agora, um com o outro, depois de minutos, mas acho que foram horas, fazendo amor.

Deitei minha cabeça em seu peito, ouvindo as batidas descompassadas de seu coração, enquanto a ponta de seus dedos passeavam pelas minhas costas.

— Eu senti saudades — sussurrei, mas sabia que ele havia ouvido.

— Eu também, Amor.

E dormimos.

Três semanas depois

— Não acredito que vamos ter que voltar para aquele lugar! — Rye disse, com ódio, dentro do carro a caminho da casa dos meus parentes no Alasca. — Odeio, eu ODEIO o Jeremy.

Jeremy é o filho mais velho da minha prima Jennet, que se casou com um engenheiro ferroviário. Bem, eles são divorciados, mas o cara é mil vezes mais querido na família do que ela e Penny, minha outra prima, irmã da Jennet.

— Ninguém gosta daquele babacão — Blue disse, indignada também — mãe, pai, por que ainda vamos pra lá todos os anos? Aliás, por que todo mundo ainda vai pra lá no final do ano?

Eu ri, balançando a cabeça em negativa.

— Não faço a menor ideia. Eu e Annie fazemos aniversário em dias diferentes, vocês sabem. Eu sou do dia 03 de dezembro e ela do dia 04, por causa do contratempo, mas os avós de vocês comemoram então no dia 05. Teve um ano, no nosso aniversário de 16 anos, que fomos pra lá comemorar. Foi muito pior, porque a Penny e Jennet são dois anos mais velhas. Não reclamem.

— Se eu precisasse passar um aniversário com aquela gente... — Cody bateu uma mão fechada na palma oposta, com uma expressão furiosa. — Eu juro por todo chocolate quente do mundo que seria um homicida!

Todos nós caímos na gargalhada, com Peeta olhando pra mim como quem diz "sua família", em tom de "culpa sua todo esse ressentimento". Estou começando a achar que é mesmo. Nunca faltamos um natal e ano novo, com exceção ao de 2014, onde a família veio pra cá. Foi o pior natal em anos o de 2014! Por essa razão resolvemos que é melhor ir até eles do que escutá-los vindo até nós.

Saímos do carro falando mal dos meus parentes do Alasca, e Peeta só ria, balançando a cabeça em negativa.

— Imagina o que devem falar da gente quando os colocamos de castigo — ri, pensando em coisas hostis, mas prefiro acreditar que isso não acontece conosco.

Cada um pegou sua mala, colocando no carrinho que Peeta, obviamente, empurrava, pois era muito pesado para um de nós. É a vida. O marido quem leva o mais pesado.

Abracei pelos ombros Rye e Blue, enquanto Candy e Cody estavam ao lado de Peeta, e eu simplesmente adorava andar assim com eles. São meus filhos, e meus melhores amigos.

...

— Katniss! — Madge gritou de dentro de casa, sentada na janela no segundo andar — talvez pensando em suicídio, mas tem a Lauriel no meio disso tudo, então complica —, vindo seguida de Cato.

— Glória a Deus! — seu marido disse, erguendo as mãos para o Céu. Eles são religiosos, e nessa época do ano, convivendo com a nossa família no Alasca, os relacionamentos se estreitam. É necessário muito jejum e oração para não socar a cara da mãe da sua esposa, ou a da cara dos primos da mulher que você ama. Às vezes, é difícil pra gente que é da família, imagina quem é de fora.

Abracei ela, logo em seguida ele, que foram recebidos por calorosos abraços das crianças. Peeta estava pagando o táxi.

— Vamos entrar, está nevando! — Annie chamou-nos com um sorriso, acenando para nós, com Dylan sonolento escondido atrás de seu suéter de hiena.

— Você deveria ser presa por me fazer usar essas coisas que pinicam... — Peeta disse, me fazendo rir alto, observando as crianças entrarem correndo para conversarem com Lauriel e Dylan.

— Chama-se suéter — falei, entrelaçando meu braço em seu, em busca do calor do seu corpo para me aquecer. — Dê uma trégua para o Alasca.

— Pro Alasca eu dou, agora pra sua família não! — exclamou em baixo tom, antes de entrarmos em casa.

— Peeta, é apenas um mês.

— Todo ano, um mês, ou seja, 31 dias com pessoas que não gostam da gente, e nem gostamos delas. Onde pode ser uma coisa boa ou positiva? — A cara de desespero que ele tinha foi demais pra mim. Eu ri tanto, que precisei me sentar na escada, puxando ar com força. Quase tive um ataque de asma.

— Amor, sabe que eu não viria se não fosse necessário. Minha família se odeia, mas pelo menos está unida, e as crianças vão ter o que contar.

— Tá... — disse, suspirando. — Quase dez anos casado com você e ainda não me acostumei com isso. Espero não me acostumar. Nunca.

Sorri.

— Você não vai, não se preocupe.

...

— Katniss, eu estava comentando com a Jennet... Você engordou! — Fui pegar um chocolate para Blue quando Penny me aparece. Sete horas aqui e não havia a visto, é claro que estava demorando.

— É? E você está com linhas de expressão — debati, com raiva, sentindo minha TPM atacar, e eu sabia que meu período seria em uma semana. Melhor me afastar das facas.

— Não é verdade! — Tocou imediatamente nas bochechas, um pouco assustada. — Ai meu Deus! Não pode ser verdade!

— Mas é a realidade. E você também está engordando.

E saí, revirando os olhos, com muita raiva. Eu tenho quatro filhos, um de onze anos e outros três de oito e ela me cobra peso certo? Eu fiz 35 anos semana passada! 63 quilos estão ótimos, muito bem distribuídos nos meus peitos e bunda! Mesmo que...bem...eu fique desconfortável para ir na praia, e tudo mais, por causa de algumas estrias que ganhei na gravidez e com o tempo, mas... Não me chame de gorda! É muito difícil manter a saúde nos Estados Unidos ou em qualquer lugar do mundo!

Em meus pensamentos, acabei não enxergando, e sem querer esbarrei em Lauriel.

— Oh, querida, me desculpe! — ela riu gostosamente, se levando do chão. Sua semelhança com Madge era de dar medo, mas o jeito de ser era o mesmo do pai.

— Calma, tia. Está tudo bem — Sorri, ajudando-a a se colocar de pé melhor, e a estendi um pedaço da barra de chocolate — Obrigada! — balancei a cabeça, como se dissesse que ela não precisa me agradecer, e passei direto.

Dei uma olhada para trás, vendo ela passar, correndo atrás do Cody. Eles cresceram demais. Sorri feliz por isso, não vendo a hora de eles irem para a faculdade, se casarem, e eu sentir o triplo da alegria que sinto ao vê-los hoje. É impossível imaginar vê-los ainda maiores, mas é animador aproveitar tudo isso, e depois olhar para as fotos e saber que eu fiz tudo para os encaminhá-los para o bom caminho, para serem feliz. Quero ensinar o que meus pais não ensinaram, e que eles tenham orgulho do passado por terem feito coisas boas.

Subi as escadas totalmente polidas e lustradas, caminhando calmamente para o meu quarto aqui, que divido com Peeta, enquanto todas as crianças dormem juntas no maior quarto, mas sabia que hoje encontraria as crianças na nossa cama por ser o primeiro dia.

Entrei com cautela no quarto, e como o esperado, Rye estava abraçado a Peeta, e ambos dormiam abraçados, e ao lado estava Blue, bocejando.

— Aqui, meu bem — entreguei o chocolate, e quando a vi sorrir, me esqueci das ofensas da minha prima chata. A coisa que mais anima o dia de uma mãe é passar pelo caos, se no final, ela vai receber esse sorriso do filho.

A peguei no colo, fazendo-a vibrar em animação, e eu ri, colocando-a em cima do tapete, ao meu lado, e liguei a televisão, colocando no Discovery Kids. É nosso segredo.

— Mamãe — sussurrou. — a senhora está acordada?

— Oi, meu amor. Estava quase dormindo — Essa casa é boa para deixar as pessoas confortáveis e com sono.

— A senhora gosta da gente? — perguntou, abraçada a mim — Porque somos muitos!

Ri, abraçando-a mais forte, esfregando nossos pés um no outro, fazendo-a rir.

— São muitos, mas que eu escolhi amar. Todos vocês. E se eu pudesse ter outro bebê também.

— Ainda bem que a senhora ama todo mundo! — exclamou, com as mãos na bochecha — Porque todo mundo ama a senhora! Eu, o papai, o Rye, o Cody e a Candy. Estávamos com medo de não ser igual!

— Mas por quê?

— Porque a tia Penny é uma boba! — disse, ficando furiosa — Ela e a filha ridícula dela. Falam que se amam o tempo inteiro!

— Mas eu amo vocês e falo o tempo inteiro.

— É que ela disse que ama tanto a Brianna e a Frankie, que vai dar mais um irmão para elas! Quer dizer, eu gosto muito da Frankie, a senhora sabe, ela é gente muito boa, e divide os brinquedos, e também não gosta da mãe, mas a Bri é fechamento com a mãe. Raça de víboras, ainda mais quando junta com a tia Sônia — é minha tia, mãe da Penny e Jennet —, misericórdia! Só tiro!

Gargalhei, cobrindo a boca com as mãos.

— Sabe que não precisa chamar ela de tia, né? Penny é sua prima de segundo grau. E a minha tia Sônia é sua tia avó.

— Ah, mas ela é velha! As duas! Velhas!

— Não pode chamar as pessoas da família de velha, mas a Penny é velha sim. A Jennet, mais ainda — cochichei cúmplice. — Penny tem 37, que é a idade da tia Madge, e a Jennet, mais velha. Tem 40 anos.

Ela ficou boquiaberta.

— QUARENTA?! TIA JENNET TEM QUARENTA ANOS?!

— Shhhhhhh! — pedi rindo, cobrindo sua boca — Você puxou mais o seu pai mais do que os olhos azuis — sorriu, colocando uma mecha de cabelo como o meu atrás da orelha.

— Quer comer alguma coisa? — perguntei — São 22h. Podemos ir na rua e comprar coxinhas. Aí eu compro pra Lauriel, Dylinho e seus irmãos.

— Oba! Mas é claro!

Hmmmm... — Rye disse, despertando — Ouvi a palavra coxinha. Pai, pai, a mamãe disse coxinha.

— Quê? — Peeta levantou a cabeça, esfregando os olhos, com o cabelo todo bagunçado por Rye gostar de se mexer enquanto dorme, então acaba se mexendo também, e taí o resultado. Todo amassado.

Nós três caímos na risada. O que a coxinha não faz com a gente?

— Ai, mãe... Posso ir com a senhora? — Rye perguntou, depois que Peeta murmurou alguns palavrões sobre terem acordado ele sem ter a coxinha em mãos.

— Claro! — descemos as escadas correndo, conversando animadamente sobre comprar uma coca-cola bem gelada também, com uma coxinha bem quente, e no meio do caminho, chamamos Magde, Annie, Gale, Cato e as crianças, tirando Jeremy e Brianna, que estavam com suas mães fazendo coisas chatas.

— Sabia que a Penny tá grávida? — fofoquei para minhas irmãs, que ficaram boquiabertas

— Não acredito! Sério? — Annie não acreditava, e nem eu, no fundo.

— Mas a questão não é essa! — cochichei para as duas. — Ela mandou a Brianna falar para a Blue que eu não os amava porque não os dava mais um irmão! — Senti meus olhos se encherem d'água, e elas trocaram um olhar preocupado. Nunca se deram muito bem, mas fazem esse esforço por mim.

— Você tirou tudo, não foi? — Madge perguntou, e eu fiz um gesto de mais ou menos, suspirando profundamente, querendo chorar. — Como essa mulher ousa! Todo mundo sabe disso!

— Menos as crianças... — lembrei, olhando para meus filhos correndo, brincando de guerra de neve, rindo. Nem imaginando a dor que é de não poder ter mais um filho, por eles e por mim e Peeta. Eu não posso mais ter filhos, pois tirei o útero, trompas, devido a algumas complicações, nada muito sério, mas sabia que era o melhor a se fazer, que está no momento de cuidar dos meus filhos, e não ter mais um, embora eu queira e muito. Ser mãe é a melhor profissão do mundo todo. Ainda tenho TPM, mas a menstruação mesmo não vem.

— Você tinha que ter contado. Elas vão saber em algum momento, e talvez se decepcionem contigo… — suspirei, assentindo.

Andamos em silêncio, com um certo desconforto da qual estávamos acostumadas.

— Agora sei porque a Penny disse para a Jennet que estava com três cintas... — Assoprou Madge. Olhei para Annie e começamos rir como nunca.

— TRÊS CINTAS?! — assentiu, rindo. — E o bebê?!

— Sei lá! — A loira jogou as mãos para o alto, com um sorriso enorme no rosto.

— Não faz mal, algumas delas. Pela vaidade dessa ridícula, cretina, idiota! — Annie xingou, bufando. — De ter problemas com crianças deficientes, com certeza é uma cinta indicada pelo médico.

— Annie, não acredito que você está xingando — eu disse, boquiaberta. Nunca xingamos.

— Ah...! Que se dane! — Jogou os fios ruivos para trás dos ombros, com o cenho franzido de raiva — Eu poderia estar em casa! Dormindo!

— Cara. Qualquer coisa é melhor do que vir pra cá. Tipo... Reciclar o lixo! — Gale se intrometeu, e Annie sorriu, entrelaçando as mãos deles.

— A Penny tá grávida, acredita? — minha gêmea fofocou para seu marido, que ficou boquiaberto.

— QUÊ?! — eu e Madge caímos na risada pela cara de susto que ele fez, como se tivesse visto um fantasma. — Mas ela não ‘tá separada?

— É mesmo! — exclamei, rindo, cobrindo o rosto com minhas mãos — VOU JOGAR NA CARA DELA!

— Ah, joga neve mesmo, querida — Madge pediu suplicante, fazendo-me rir.

— Isso também.

— Amor! — Cato chamou a loira, que se virou, e eu também – sou fofoqueira –, e ele estava com Lauriel sobre seus ombros, que ria, com uma bola de neve em mãos.

— Oi, mamãe! — ela disse, acenando com um sorriso brilhante, e Madge sorriu de volta, correndo até eles, conversando sobre o quão lindos estavam, e logo tirava uma foto.

Em silêncio, com um sorriso torto, deixei Annie e Gale sozinhos conversando, pois era algo particular, por estar sendo dito aos sussurros e sorrisos.

Meus filhos andavam juntos, um ao lado do outro, e eu os deixei assim, rindo, comigo logo atrás.

Compramos as coxinhas e refrigerante para todos, inclusive minhas primas chatas. As crianças falam muito, mas gosto de vê-las agindo em harmonia entre si.

Jennet estava na sala com Lincon, seu ex-marido, e ambos discutiam mais uma vez sobre a guarda do Jeremy ou sobre a educação do filho. Não gosto dela, mas odeio discussões entre casais, ainda mais quando há um filho envolvido, tudo precisa ser 3 vezes mais repensado, mas ela mesma disse que não discutiu quando ele cogitou em conversarem, para ver o que poderiam fazer para salvarem o casamento.

É muito difícil defendermos alguém que faz uma coisa dessas, ainda mais com um filho de três anos no meio, mas o que podemos fazer? Nada. E Jeremy ao invés de seguir os passos do pai, age como se não tivesse um pai, porque a mãe coloca coisas sem fundamento em sua mente, como quando minha tia se divorciou do meu tio Sam, que nunca a fez nada de mal. Um dia que não estava bem, logo pediu divórcio, com suas filhas pequenas, e o proibiu de vê-las.

— Você sabe que eu amo o meu filho! — ouvi ele dizer com raiva, então era claro que a conversa era séria.

— Subam, crianças — pedi séria, e eles assentiram, tirando rapidamente suas botas, cumprimentando Lincon com um aceno e sorriso, com um "olá" breve para minha prima.

— Vamos para a cozinha — Annie sugeriu, vendo que era um assunto realmente complicado.

Puxamos todos um assunto suave e agradável na cozinha, tendo que elevar um pouco a voz quando alguém na sala se exaltava, para saberem que estávamos ali, qualquer coisa, mas não deixava de ser tenso. Eu torcia para o lado de quem defende a família.

— Olá, pessoal. Boa noite — Lincon desejou, com um sorriso torto triste e um aceno, que devolvemos-lhe com carinho sincero. Era uma das poucas pessoas que faziam o feriado aqui valer a pena.

Depois que saiu pela porta, Jennet veio até a cozinha com uma expressão furiosa, que tanto lembrava uma pimenta do reino.

— De novo ele vem querer o Jeremy! De novo! — urrou, pegando uma coxinha e uma latinha de coca-cola. — Que saco!

— Ele é o pai do Jeremy, que sempre faz o que você manda, Jennet. Não faz diferença nenhuma você deixar seu filho um pouco com ele às vezes — Madge disse, bufando, pegando seu lanche e puxando Cato para fora da mesa

— Poderia sumir então! Para bem longe! — Jennet disse, fazendo com que eu sentisse raiva.

— Isso é patético... — murmurei, indo para as escadas com o lanche para Peeta e as crianças, tendo a infelicidade de encontrar minha tia April se aproximar com um sorriso falso.

— Querida! — disse, puxando-me para um abraço — Você está tão linda! Mesmo que esteja com mais algumas curvas!

— Ah, verei isso como um elogio —  falei, sorrindo. — A senhora também está linda! Bem, amanhã nós conversamos, Peeta está passando um pouco mal, porque estava em uma convenção estudando mais, então comprei algo pra ele.

Dei nela um breve abraço, recebendo-o de volta, com um sorriso, então prossegui com meus passos para o quarto. Senti os olhos dela atrás de mim, observando cada parte do meu corpo, fazendo com que eu ficasse um pouco incomodada. Só gostava de receber os olhares do meu marido pelas minhas costas, e o de mais ninguém.

—  Oi, cheguei — avisei, abrindo a porta do quarto, vendo-o deitado de novo, com o lençol até a cintura, e seus olhos fechados. Sorri, embora soubesse que não estava dormindo. — Levanta aí.

Pedi, sentando-me ao lado dele, entrando debaixo das cobertas, sentindo frio, mas não muito por causa das roupas quentes, e ele riu, ainda com os olhos fechados, abraçando-me, deixando o lanche para depois.

— A melhor parte de morar em um lugar tão frio assim é que a gente pode ficar abraçado e ninguém julga a gente caso queiramos ficar dormindo o dia todo — ele disse, em um tom rouco e baixo, embora eu saiba que ele estava falando ao telefone antes de eu chegar. Era para me afetar.

— Ah, e eu acho que o frio é bom para outras coisas... — falei, escondendo meu rosto na curva de seu pescoço, mas com minhas mãos no cós de sua calça agora, fazendo-o rir, balançando a cabeça.

— Você é inacreditável — murmurou, trazendo-me para o seu colo, sentando-se na cama, e eu sorri, jogando o cabelo que agora estava cinco dedos abaixo dos ombros, para o lado esquerdo, agradecendo mentalmente por estarem longos agora, e olhei nos olhos do meu marido, aqueles olhos que me passam tanta segurança, tanto amor, tanta ternura, todas as coisas boas que se tem no mundo quando se trata de carinho. Deslizei a ponta dos meus dedos por sua bochecha, com a barba loira rala, pois eu havia dito que era o modelo favorito, e isso era tremendamente especial para mim, ainda não encontrei a razão. Para mim, apenas Peeta fica bem com esse modelo de barba, e apenas os fios loiros dele é na tonalidade exata para a perfeição, que me lembra o Sol, aquecendo-me nos dias mais frios, quando se faz inverno na alma.

Três de quatro dos nossos filhos tem cabelos loiros, mas com os filhos é diferente. Eles são fruto de nós dois. Também são perfeitos aos meus olhos, as crianças que eu não trocaria por nenhuma outra, nenhuma. Só que eles a gente nasce amando, e a gente aprende a amar cada dia mais, porém Peeta foi o verdadeiro acaso. Sua Proposta de anos atrás depois que nos reencontramos não alterou em nada, não tinha mais como filtrar meus sentimentos, segurar minhas emoções, não tinha. Eu consegui ser forte, consegui resistir a todo o charme, porém nossos caminhos se encontravam e davam no mesmo lugar: o coração um do outro, que já era um só.

— Às vezes fico pensando no tamanho da sorte que eu tenho por ter você — sussurrou, com um sorriso, quando desabotoei a blusa dele, ficando em pé para tirar as roupas debaixo e trancar a porta, pois as crianças adoram entrar do nada nos lugares, não pensei duas vezes antes de unirmos, arrancando sons altos da boca de ambos, mas o sorriso foi inevitável. Tudo com Peeta era incrivelmente bom e dava certo.

Ainda como um só, tirou meu sutiã, lançando para o outro lado do quarto, murmurando o quanto eu sou linda. Não que eu ache isso, mas se ele dizia, eu acreditava.

Mesmo que tenhamos que ser mais calmos quando estamos na casa da minha tia aqui no Alasca, para evitar que a cama se mexa muito, nós ainda alçávamos o máximo, com a respiração ofegante, os desejos carnais falando mais alto, tomávamos um "banho" juntos, e também para as crianças não fazerem quaisquer suposições e desconfiarem que os pais estavam fazendo atividades que podiam gerar outras crianças.

Por sorte, essa noite os quatro dormiram na sala com todos os outros primos, dando a eu e Peeta mais tempo aproveitando um ao outro como forma de aquecedor. Eu adoro dias frios.

Na manhã seguinte, era impressionante o quanto os beijos ficavam mais frequentes, e eu sempre me divirto com isso, não vou mentir, acho legal, embora Peeta sempre demonstre carinho todo o tempo por mim.

— Hey, vamos só nos seis sair aí? É dia 29, o comércio está todo aberto — Rye sugeriu, enquanto nossa família brincava do lado de fora. Eu, Peeta, os trigêmeos e Rye. Podemos montar um time de handebol, quase, então não precisa que outras pessoas de fora entrem nas nossas brincadeiras e conversas. Isso também é uma coisa que me alivia muito.

— Eu acho uma boa ideia, mãe! — Candy disse, sorrindo, deixando uma bola de neve grande no chão. Seu sorriso era como o meu, e era tão tranquilizador ter alguém que lembre algo de mim! Blue só herdou os meus cabelos castanhos e ondulados, para minha profunda infelicidade. Todos os outros tem cabelo liso e loiro, com poucas ondas nas pontas.

Peeta ainda faz questão de jogar na minha cara essas coisas em momentos que eu fico triste pelas crianças nem ao menos terem traços da minha personalidade. Rye é cópia exata de Peeta, assim como Blue, Cody é idêntico a Annie, e Candy é a mais parecida comigo, mas parece que fica em um vai-não-vai, sendo realmente uma mistura homogênea de eu e Peeta.

— Amor! — chamei, e ele estava a uns sete metros de mim, falando algo com Blue e Cody, que sorriam, assim como ele. Acho que contava uma história ou um modo de me atacar.

Quando se virou, com seus óculos de grau, eu sorri. Era um sentimento indescritível vê-lo tão perto das crianças, sempre tão presente, embora viajasse muito. Peeta era meu melhor amigo, e das crianças também.

— Eu! — exclamou, sinalizando que me ouvia. Fui até onde estavam, tranquila, embora levemente receosa por estarem tão próximos da neve e meu marido estar conversando tanto assim com eles.

— Rye sugeriu uma boa ideia. O que de irmos até o shopping, só nós seis, assistir um filme, comer alguma coisa... eu gostaria de ir.

Mordeu o canto do lábio anterior, olhando para a neve, mexendo um pouco.

— Tudo bem, pode ser, mas antes, o que acha de cinco minutos de guerra de neve? — perguntou, com um sorriso esperto.

— Não! — gritei, batendo um pé no chão, com as mãos na cintura. — Tem que ser agora!

— Ih, pai, ela gritou, melhor a gente deixar pra atacar depois — Blue sugeriu, rindo, passando os braços pela minha cintura, abraçando-me por trás. — Melhor desistir e irmos logo para o shopping.

Peeta revirou os olhos azuis, bufando, largando a bola de neve e se pôs de pé, me fazendo sorrir largamente.

— Obrigada — agradeci, mesmo que falsamente. — Fico feliz que tenha feito de boa vontade.

— De nada — retrucou-me, irônico. — Pode nem começar uma guerra de bola de neve nessa porcaria.

— Pode mesmo não — concordei, sorrindo mais, segurando na mão de Blue, que me abraçava para fugir do frio, enquanto caminhávamos e os outros se juntavam, correndo, gritando. — Tente conviver com isso.

Toquei em seu ombro, apertando levemente, em um falso consolo, mas ele sorriu, sincero. Sabia que estávamos brincando.

Segurei na mão dele, entrelaçando os nossos dedos, enquanto as crianças caminhavam atrás da gente, rindo, brincando.

Uma vez, a muito tempo atrás, Peeta me disse que a vida não imita a arte, mas que a arte imita a vida, e por muito tempo concordei, mas hoje aqui, com ele segurando minha mão, mexendo ocasionalmente nos óculos para enxergar melhor, mexendo nos cabelos com a outras mão que não estava entrelaçada a minha. Deitei minha cabeça em seu braço, sentindo-o sorrir, apertando gentilmente minha mão, em um claro gesto de carinho.

Entramos no carro, fui na frente, ao lado dele, e as crianças atrás, na picape dele, que agora era uma nova, claro, ocupando todos nós de forma confortável. As crianças começaram a conversar animadamente, enquanto ouvíamos o CD do Justin Bieber, Purpuse, eu acho, pois tem a música Sorry, e em meio a todas as risadas, cada um falando mais alto do que o outro, brigando de forma saudável, Peeta e eu nos incluindo nas conversas ocasionalmente, também rindo.

E nesse momento, eu podia jurar que nenhuma vida que eu poderia planejar, que não havia dinheiro que pudesse me fazer tão feliz quanto esse simples momento, porém sincero. Porque o mais importante é invisível aos olhos, e nítido aos ouvidos, claro pelo coração: a felicidade daqueles que amamos.


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Notas finais do capítulo

Eu gostaria de dizer que amo sinceramente cada um de vocês, peço um milhão de desculpas por me distanciar tanto assim de vocês e tudo mais, sério, mas quero que saibam que eu leio todos os comentários, todas as histórias que me contam, e eu me sinto a pessoa de maior sorte no mundo por todos vocês existirem ♥ Gostaria de agradecer pelas recomendações, pelos comentários, pelos acompanhamentos e por serem exatamente quem são... verdadeiras estrelas, que formaram uma galaxia sobre mim e iluminam todas as noites escuras demais, e eu nao poderia ser mais grata à todos. Muito obrigada por esse pequeno infinito, de coração! Um abração! *Sorrindo largamente, abraçando todos vocês, desesperada de saudades*



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