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[01 de junho de 2023 | Londres]

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Para ser sincera Lillian estava cheia dessas ironias da vida.

Primeiro ela levava uma vida normal até tudo virar de cabeça para baixo. Então ela se viu diante do que viria a ser a pior e a melhor situação da sua vida.

Pior porque era uma situação baseada em mentiras. Ela teria que viver fingindo ser outra pessoa. A melhor porque – mesmo baseado em mentiras – havia sido a coisa mais verdadeira que Lilly havia sentido em toda a sua vida.

De algum modo ela se sentia completa – aquele vazio que ela um dia tinha sentido, completamente extinto. Ela sentia como se conhecesse aquelas pessoas durante toda a sua vida, tamanha era a afeição que havia criado por elas.

Principalmente por ele.

Niall a fazia a mulher mais feliz do mundo – sem a consciência que ao mesmo tempo em que aquilo a fazia infinitamente bem, também a destruía por dentro.

Então havia eles. Os amigos do loiro que haviam conseguido ocupar um lugar especial no coração da baixinha. O Zayn com seu jeito meio calado e suas piadas totalmente sem graças – piadas que combinavam com ela, que também não tinha muito talento para a coisa. O Liam com o seu jeito fofo e atencioso. O Louis com os eu jeito brincalhão, barulhento e barraqueiro. O Harry e sua mente totalmente maliciosa, a qual ela havia aprendido a se acostumar.

Então havia elas. Carol e Kamila haviam se aproximado, inconscientemente, de Lillian conforme os dias se passavam. Ambas no inicio de tudo não estavam muito satisfeitas.

Elas pressionavam a baixinha para falar a verdade, mas Lilly simplesmente não conseguia. A perspectiva de Niall Horan a odiar era simplesmente insuportável. Então ela apenas pedia mais tempo.

Então os dias se transformaram em semanas. E as semanas em meses.

E Lillian ainda não havia contado a verdade.

E isso não foi por falta de advertência. Ambas – Kamila e Carol – todos os dias falavam para ela que se ela própria não contasse, elas contariam. Mas nunca o fizeram.

Lilly suspeitava que fosse porque elas não sabiam como chegar ao loiro e falar que a sua namorada que a proposito só estava com ele por causa de um contrato, havia fugido e deixado a sua irmã gêmea no lugar.

Então, enquanto as semanas passavam voando, as cobranças pararam. A baixinha secretamente torceu para que elas esquecessem – um desejo infantil. Sabia que elas não esqueceriam e sabia que uma hora isso teria que chegar ao fim.

Nos últimos dias ela havia tentado preparar seu psicológico para o momento em que todas as mentiras viriam a baixo. De um jeito ou de outro.

E esse momento chegou rápido demais.

Ela havia passado as ultimas semanas, plenamente feliz – por mais errado que isso fosse. Lillian havia passado mais tempo com o Niall e o resto dos meninos e suas namoradas – e havia se sentido como se estivesse em casa. Como se, finalmente, ela tivesse descoberto o seu lugar. Aonde ela pertence de verdade. Onde e ao lado de quem ela queria passar o resto dos seus dias.

Mas o calendário era um lembrete de que aquela felicidade era uma coisa frágil e passageira. Além de uma mentira.

Os dias se passavam voando e a cada dia, ela se via mais perto do precipício. Mais perto do fim. Aqueles haviam sido os meses mais felizes da sua vida e estava chegando a hora em que tudo acabaria.

O prazo de Lillian havia chegado ao fim.

Seis meses.

Então ela teria que decidir: Ou contar toda a verdade para Niall ou simplesmente terminar com ele como a sua irmã faria e ir embora como se nada tivesse acontecido.

A segunda realmente nunca havia sido uma opção.

Ela nunca poderia agir como se nada tivesse acontecido. Ela nunca conseguiria olhar nos olhos do Niall e terminar com ele de um jeito cruel. Essa não era ela. E ela se importava demais para isso.

Lilly sabia que não importava qual fosse a sua decisão, ela nunca mais seria a mesma. Ela iria voltar para casa com memorias que antes a fazia feliz e que agora iam apenas tortura-la. E o pior... ela voltaria com um buraco imenso no coração. Um buraco que ninguém jamais seria capaz de curar.

– Sabe, eu gostaria de saber para onde você vai, quando você simplesmente se desliga assim. – uma voz rouca falou no seu ouvido e, automaticamente, Lillian sorriu.

Era sempre assim. Ele não precisava fazer muito esforço para faze-la rir. Nem para faze-la se sentir a garota mais especial do planeta.

– Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações. – ela citou antes de virar a cabeça para olha-lo e seu sorriso se ampliou. Lindo.

– A culpa é das estrelas? – ele a abraçou por trás, afundando a cabeça em seu pescoço, enquanto a sua respiração fazia cocegas na pele dela. – Qual é o problema de todo mundo com esse livro? Ele parece nunca sair de moda.

– É uma historia de amor linda. – a voz de Lilly era suave, quando ele a virou de frente para ele, agarrando a sua cintura com firmeza. As mãos da baixinha foram automaticamente para os cabelos loiros e macios que ela adorava bagunçar. – Todo mundo quer ter um amor como o do Gus e da Hazel. Capaz de superar tudo.

– Você é a minha Hazel. – Niall a olhou com os olhos azuis repletos de amor e Lillian sentiu os seus se enxerem de lagrimas. Por mil e um motivos. – Se você precisasse eu daria a minha vida pela sua.

– Você já leu A culpa é das estrelas? – a voz da baixinha era embargada.

– Porque não tenta adivinhar? – as sobrancelhas dele se arquearam de um jeito sapeca, antes dele colar seus lábios com os dela.

Lilly suspirou entre o beijo, enquanto o puxava para mais perto. Nunca ia conseguir se acostumar com todas as sensações que ele trazia toda vez que a tocava. Então como um flash ela se deu conta que não teria tempo e nem precisaria se acostumar.

Hoje era o ultimo dia dela. O ultimo dia de seu prazo. E aquele poderia ser o ultimo beijo deles dois, antes do loiro odiá-la para sempre.

Quando a constatação desse fato chegou ao seu cérebro, uma forte dor pulsou em outro lugar. No seu coração. Ele estava se partindo em um milhão de pedaços e Lillian nunca teria ninguém para culpar exceto ela mesma.

Lagrimas rolaram pelo seu rosto, e quando Niall fez menção de se afastar, Lilly apenas o segurou mais perto e mais forte de si. Como se nunca fosse solta-lo. Seus lábios se entreabriram e o loiro aprofundou o beijo, parecendo entender o desespero dela em o ter por perto.

Quando ambos estavam com falta de ar, e Niall finalmente se afastou, ele olhou para o rosto de Lillian, para as lagrimas que escorriam com os olhos que também brilhavam com lagrimas contidas. Como se ele – em algum lugar dentro de si – soubesse o que estava acontecendo.

Mas ele não fez perguntas.

Apenas beijou delicadamente cada uma das bochechas da baixinha, molhando seus lábios com lagrimas salgadas. Então beijou a testa e em seguida o queixo, antes de encostar os lábios nos dela em um selinho carinhoso.

– O pessoal está lá em baixo. – Niall falou finalmente depois de um tempo de ambos se olhando nos olhos um do outro. – Você quer descer?

– Claro. – Lillian respirou fundo enxugando de leve as lagrimas. – Eu só... preciso de um minuto. – completou desviando seu olhar do dele, porque ela sentia como se fosse desmoronar.

– Tudo bem. – ele beijou o topo da cabeça dela, antes de sorrir reconfortante se afastando. – Estou te esperando lá em baixo. Ao que parece o Zayn vai pedir a Kamila em casamento ainda hoje. Isso explica a cara de pânico que o Sunshine tem no rosto desde que chegou.

A baixinha deu uma gargalhada. – Eu sempre achei que a Carol e o Harry seriam os primeiros a pisar no altar.

– Não acho que eles dois vão demorar muito também. – o loiro comentou rindo enquanto ia em direção a porta.

Lilly sorriu – parte feliz, parte triste. Ela havia se apegado muito à aquelas pessoas, inclusive à Carol e Kamila. Ela as considerava amigas, apesar de não saber se isso era reciproco. E estava contente em saber que elas estavam dando passos gigantes em suas vidas, mas também estava triste porque sabia que não estaria ali para ver nenhuma delas e nenhum dos garotos subirem ao altar. Ela não estaria ali para ver o casamento de Kamila e Zayn, que ao que parecia, ia ser o primeiro de muitos. Nem para ver o do Harry e da Carol – que ela achava que provavelmente seria a ocasião mais fofa e engraçada de todos os tempos. Não conseguia imaginar Caroline Silva em um vestido de noiva, mas Lillian sabia que pelo Harry e pelo tanto que ela o amava, ela se vestiria até de BellaSwan e ela odiava Crepúsculo, mais do que qualquer outra pessoa que a baixinha já tinha conhecido. Não estaria ali para ver o casamento do Louis e da Eleanor. Nem o do Liam e da Sophia.

Nem o do Niall.

O pensamento do loiro se casando com outra garota, quase fez Lillian sufocar, e ela colocou a mão no peito como se – com esse gesto – conseguisse segurar os pedaços de seu coração juntos.

– Anjo. – ela não tinha percebido, mas Niall ainda estava parado na porta do quarto a olhando. Lilly ergueu lentamente o olhar e observou o loiro entre o véu de lagrimas. Ela podia jurar que ele também parecia querer chorar. – Okay?

Quando ele falou essa simples palavrinha, ela desmoronou. Porque ela sabia que aquela palavrinha tinha mais significado do que qualquer ‘eu te amo’ que ambos já haviam compartilhado.

– Okay. – sussurrou, apesar de saber que nada estava bem.

[...]

– Eu estava começando a achar eu você tinha morrido lá em cima nanica. – Harry brincou assim que Lillian pisou os pés na sala de estar onde todo mundo estava reunido. Algumas pessoas riram do comentário do ser de cachos e ela apenas esboçou um fraco sorriso antes do seu olhar encontrar com o de Carol e de Kamila que pareciam serias. Elas sabiam muito bem o significado daquele dia.

– Junte-se à nós e presencie a cena mais engraçada do ano. – Louis soltou uma gargalhada sendo acompanhado dos meninos exceto Zayn, Eleanor e Sophia. Carol apenas esboçou um leve sorriso que era divertido, feliz e autentico e Kamila franziu a testa confusa.

– Desculpem pela demora. – ela falou terminando de descer os degraus e se juntando à Niall em um dos sofás. Ele passou um braço pelos seus ombros.

– Sem problemas. – Liam comentou sorrindo para ela. – Mas corria risco de você perder a cena que vem a seguir.

– Eu não perderia isso por nada. – ela garantiu a ele rindo, enquanto Niall a abraçava mais apertado ao seu lado.

– Serio, o que está acontecendo? – Milla franziu a testa. – Está todo mundo estranho hoje. O que vocês estão aprontando? – completou desconfiada.

– Antes de começar... – Carol ergueu a voz rindo quando viu Zayn ficar mais pálido e se preparar para levantar. – Eu preciso, realmente, filmar isso. – completou pegando o celular e Harry ao seu lado também riu antes de lhe dar um beijo na bochecha.

– Acho melhor você não zoar muito Carol. – Lilly brincou olhando para ela que sorriu erguendo uma sobrancelha. Esse era um dos momentos em que os problemas ficavam esquecidos.

– E porque não?

– Porque conhecendo o Harry... – Niall começou lentamente com um sorriso sapeca. – A sua vez vai ser bem pior.

– Com direito a vergonha em publico. – Louis completou rindo e a morena corou antes de rolar os olhos, tentando aparentar despreocupação e não conseguindo. Harry murmurou algo para ela que a fez relaxar ombros e em seguida sorrir para ele.

– Vocês vão explicar o que está acontecendo ou eu vou ter que arrancar a informação do ponto fraco da banda? – Kamila estreitou os olhos e em seguida olhou para o Harry que murmurou algo incompreensível. Nós rimos porque realmente o seu de cachos era o que se comovia com mais facilidade, acabando falando o que não deveria.

– Zayn. – Eleanor incentivou o garoto com um sorriso torto.

O Sunshine se levantou e parecia tão nervoso que poderia vomitar no carpete a qualquer momento. Ele tirou uma caixinha de veludo preto do bolso e Milla arregalou os olhos.

– B-bom... – ele começou gaguejando e Niall riu ao lado de Lillian que lhe deu uma cotovelada não tão delicada enquanto sorria encantada para a cena. – Kamila, quando eu te vi pela primeira vez, eu sentia que estava diante da pessoa que mudaria minha vida para sempre, se de um jeito bom ou ruim naquela época eu não tinha certeza. Era estranho o modo como meu coração se acalmava e batia acelerado ao mesmo tempo só pelo fato de você estar por perto. E você é a mulher mais incrível que eu já conheci. O seu jeito compreensivo que às vezes me faz querer me chutar por tomar certas atitudes. Mas você me mostrou o melhor de mim e que é possível sim, amar alguém mais do que tudo no mundo. E eu te amo. – ele respirou fundo enquanto Lilly soltava um ‘awn’ acompanhada de Sophia e Eleanor, Carol apenas sorria feliz à cena e os meninos murmuravam algo como “que gay” apesar de aparentarem orgulhosos. Kamila chorava. – Então Kamila Abreu, aceita virar Kamila Malik? Quer se casar comigo?

Milla apenas olhou para ele por um longo tempo, enquanto lagrimas saiam de seus olhos e ela tinha o queixo no chão e uma das mãos pousadas no coração.

– Acho melhor você responder logo antes que o Sunshine tenha um treco. – Lillian brincou.

– Oh, meu Deus! – e como resposta a outra apenas se jogou nos braços do garoto colando seus lábios com os dele e gritos empolgados invadiram a sala, para em seguida serem preenchidas por gargalhadas enquanto Zayn se atrapalhava todo para botar o anel no dedo da garota.

– Isso merece comemoração! – Niall gritou e junto com o Louis foi em direção a cozinha e a baixinha rolou os olhos sabendo que a comemoração envolvia algo com álcool.

Dito e feito, minutos depois ambos voltavam com taças e um champanhe fechado. E na mesma hora a campainha da sala tocou.

– Está esperando alguém? – Lilly perguntou ao loiro enquanto o ajudava a entregar as taças já com a bebida para os amigos e pegava uma em mãos.

– Não. – o loiro franziu a testa por um momento antes de dar de ombros. – Deve ser o Josh ou alguém assim.

– Eu atendo. – Carol se voluntariou saindo da sala e desaparecendo pelo corredor que levava em direção à porta.

– Enfim... – Liam chamou a atenção de todos presentes. – Eu proponho um brinde para os mais novos noivos da OneDirection. Que venham os próximos! – completou e todo mundo ergueu as raças rindo.

– Que comovente. – uma voz arrastada cantarolou invadindo o cômodo e Lillian sentiu a sua taça escorregar da sua mão e cair no chão se estilhaçando em um milhão de pedaços.

Com os olhos arregalados, ela se virou para fitar a irmã parada a porta da sala com uma Carol extremamente pálida atrás dela. Lucy olhava para toda a cena com um sorriso de leve desdém e então seus olhos encontraram os de Lilly e um sorriso de escarnio se abriu nos seus lábios.

– Olá maninha. – ela falou com o sorriso se ampliando. – Achei que fosse encontrar você aqui.

– MAS QUE DIABOS... – esse era um Niall olhando de uma para outra, como se estivesse vendo um fantasma. A sua taça também tinha caído de sua mão e se juntada à da baixinha que estava estilhaçada no chão.

Lillian achava que se uma agulha caísse na sala, todos seriam capazes de ouvir tamanho era o silencio – o momento de felicidade anterior totalmente esquecido. Os meninos pareciam totalmente confusos e... horrorizados. Carol e Kamila olhavam de Lilly para Lucy, totalmente pálidas. Sophia e Eleanor tinham as mãos cobrindo a boca, em choque.

Mas a baixinha olhou apenas para a sua não tão querida irmã. Os cabelos loiros que batiam nos ombros. As roupas pretas e justas. A maquiagem forte, que destacava seus olhos que brilhavam em desdém e diversão na direção dela. Seu pior pesadelo estava diante de si.

Em todos os anos que Lillian passou longe de sua família, ela nunca tinha imaginado um reencontro e tinha certeza que se tivesse, nunca seria nessas circunstancias. Mas lá estava ela. Lucinda. O rosto idêntico ao da baixinha, todos os traços extremamente iguais. Se não fosse pelo cabelo e postura, elas ainda seriam o espelho uma da outra.

O pânico invadiu cada célula do corpo de Lilly. Aquilo não podia estar acontecendo. Não ali. Não agora. O que Lucy estava fazendo ali? Ela tinha fugido afinal de contas.

– O que você está fazendo aqui? – a baixinha ouviu a si mesma falar, enquanto suas mãos se fechavam em punhos do lado de seu corpo e ela se controlava para não voar no cabelo loiro da irmã.

– Nossa. Se você continuar agindo assim vou achar que não aprecia a minha presença maninha. – Lucy colocou a mão no peito com uma falsa expressão horrorizada. – A quanto tempo nós não nos vemos? Desde os 12 anos não é? Esperava que estivesse mais feliz com o nosso reencontro. – sorriu ironicamente no final.

– Lucy... – Niall olhava para Lillian que o olhou apavorada. Ela não sabia o que fazer. Niall não a chamava mais de ‘Lucy’ e sim de ‘Angel’, e aquela mudança significava que ele queria respostas.

– Niall, meu amor. – a irmã de Lilly deu um passo a frente sorrindo e a baixinha rangeu os dentes. – Vejo que conheceu a minha irmã gêmea. Fez um ótimo trabalho Lillian. – completou olhando para a irmã com um sorriso que dizia “acabou”.

E a baixinha sabia que tinha realmente acabado.

As pessoas pareciam completamente em choque e o loiro a olhava como se não soubesse de que planeta ela tinha surgido enquanto dava um passo para trás.

– Lillian? – foi Louis que rompeu o silencio repetindo. – Mas o que infernos está acontecendo aqui?!

– Ah sim, claro, que gafe a minha. – Lucy se aproximou da irmã que já tinha lagrimas de ódio correndo pelo rosto. – Queridos gostariam de apresentar a minha irmã gêmea, Lillian Sampaio. – fez uma pausa sorrindo aos ofegos que inundaram a sala. – Ela fez um brilhante trabalho ficando no meu lugar por seis meses. Mas a verdadeira Lucy está de volta.

– Niall... – Lilly só conseguia olhar para o loiro, entre as lagrimas. Ele a olhava com tanta magoa e tanto horror que ela teve que segurar uma mão contra o peito, sentindo seu coração se partir mais uma vez. – Por favor... – deu um passo a frente e ele recuou um. Um soluço escapou do peito dela.

– Olha, vejo que também cheguei num momento adorável. – Lucy continuou e Lillian a olhou com um ódio sem limites. – Casamento entre Kamila e Zayn? Estou surpresa. Sinceramente não achava que a sonsa da Milla conseguiria ir tão longe. E você maninha? – se virou mais uma vez para a baixinha que respirava audivelmente. – Porque chora? Foi só um contrato de seis meses. Acabou.

– Sua vadia! – Lilly rugiu, sua mão voando para dar uma bofetada que atingiu em cheio o lado direito do rosto da irmã. Mas ela não parou por aí. Simplesmente pulou em cima da outra, derrubando a loira no chão e ficando por cima dela. Sua mão acertava o rosto de Lucy enquanto a mesma se debatia e grunhia de dor tentando sair. Mas Lillian não permitia enquanto deixava a maior quantidade de cicatrizes que podia no rosto de Lucinda.

Sentiu dois braços fortes a tirar de cima da outra enquanto gritava obscenidades em direção à irmã que também se levantava sendo amparada por um Liam que a olhava incrédulo.

– Mas alguém pode explicar que diabos está acontecendo?! – Harry gritou com a sua voz rouca o que fez todo mundo se calar. Ele olhava de Lillian para Lucy e depois para Niall que conseguia apenas olhar para ambas, pálido. Então o ser de cachos olhou para Carol que estava ao lado de Kamila. Ambas estavam tão brancas como papel e olhavam para baixo, parecendo mortificadas. – Carol? – ele falou lenta e hesitantemente. – Você sabia disso? Você sabia que essa garota não era Lucy?

A morena apenas travou os olhos e assentiu com a cabeça, parecendo arrasada, sendo seguida por Kamila. Zayn e Harry olhavam para as duas como se as tivessem vendo pela primeira vez. Lilly se desesperou.

– Não! – gritou fazendo todos os olhares voltarem para ela. – A culpa não é de nenhuma delas. Elas não têm nada haver com essa historia.

– Elas não contaram o que sabiam. – quem falou foi Louis, que segurava a baixinha. – Então sim, elas têm haver com a historia. Historia a proposito que vocês deveriam começar a contar. – completou sem nenhuma delicadeza.

Então Lillian despejou a historia entre as lagrimas, não ousando olhar para o Niall nenhuma vez enquanto falava. Falou que as meninas não tinham culpa de nada – a ultima coisa que a baixinha precisava era estragar outros dois relacionamentos. Lucinda grunhia de ódio a cada frase e fuzilava Lilly com os olhos a todo momento. Quando ela finalmente terminou a narração, a sala estava em completo silencio.

– Niall, eu... – a baixinha começou em direção ao loiro, mas parou assim que viu o olhar azul dele faiscar na sua direção. Frio.

– Calada. – sua voz era mortalmente calma, antes dele se virar para Lucy. – Então é isso? Você fugiu com um espanhol e com o dinheiro que Simon havia te pagado por causa do contrato? E deixou... deixouela no lugar? – apontou no final para Lillian que não teve outra reação a não ser abaixar a cabeça.

– Pensei que você fosse perguntar primeiro porque eu fingi namorar com você, fingi gostar de você. – Lucinda praticamente cuspiu para o loiro. – Você sempre foi insuportavelmente sentimental.

– Eu perguntaria isso, se eu já não soubesse. – Lilly sugou a respiração surpresa, assim que ouviu essas palavras saírem de forma fria da boca de Niall. Todos pareceram igualmente surpresos.

– V-você sabia? – Lucy gaguejou.

– Não sou idiota. – o loiro falou impassível. – Ok, talvez seja um pouco. Eu ouvi uma conversa sua com Simon por telefone, onde vocês esclareciam exatamente o que você faria Lucinda.

– Niall... quandovocê ouviu isso? – Kamila perguntou tensa.

– Estávamos “juntos” a quase um ano quando eu descobri. – ele admitiu com um sorriso sem humor. – A única coisa que realmente me surpreende em toda essa situação é o fato que você fugiu e colocou sua irmã gêmea, uma completa desconhecida que eu nem sequer sabia da existência em seu lugar. Era tão insuportável assim estar comigo Lucinda?

– Sim, era. – ela silabou enquanto respondia. – Eu achava que não suportaria mais seis meses ao seu lado Horan. Você sempre foi fraco, sentimental, influenciável...

– Cale a boca! – Lillian gritou a interrompendo. – Não ouse falar assim dele.

– Ora, ora, ora... – Lucy se virou para ela com desdém divertido. – Vejo que alguém está apaixonada pelo Niall. Isso é tão antiprofissional maninha.

– Sua vadia! – a baixinha gritou se debatendo, mas Louis apenas a segurou mais forte, não a deixando escapar de seu aperto. – Você sequer merece um terço do que ele sente por você! Você sempre foi um nojo, desde criança. Incapaz de amar alguém além de si mesma.

– E você? – Lucinda retrucou fumegando de raiva. – Desde criança nunca foi capaz de ser amada por ninguém. – sorriu cruel. – Isso é bem pior não é? Primeiro pelos nossos pais e agora pelo Horan. Foi bom se sentir amada por um período de tempo, enquanto aquele amor não era destinado a você?

Dessa vez não foi Lillian que respondeu e sim Carol que avançou com tanto ódio em direção à Lucy – ainda segurada por Liam – que era apenas um borrão, sua mão atingindo a parte direita do rosto da loira com um ‘plaft’ alto.

– Isso foi pela Lilly. – a morena silabou e sua mão atingiu de novo o rosto de Lucy. – Isso foi pelo Niall. – outra bofetada. – Isso foi pela Kamila. – outra e o lugar estava vermelho brilhante. – Isso foi por mim. – outro tapa e começou a sair sangue do lábio de Lucinda que ofegava com dor, mas incapaz de se defender. – Isso foi por ser uma vadia egoísta e hipócrita... – quando a mão de Caroline subiu para mais um tapa, Harry a segurou por trás, enquanto a mesma se debatia xingando Lucy por nomes que ninguém gostaria de ser chamada.

– Caso você não se lembre Caroline... – a loira ergueu o tom de voz com ódio, os olhos focados na outra. – Ela também mentiu para vocês. – apontou para Lillian no final.

– Ela não é como você. – Kamila cuspiu as palavras, colocando uma mão no ombro de Carol, que instantemente parou de se debater nos braços do Harry. – Porque você não terminou com ela quando descobriu que tudo isso era uma farsa? – Milla se virou em direção ao Niall perguntando. – Porque você simplesmente não acabou com isso à dois anos atrás?

– Porque eu a amava. – foi a única coisa que o loiro respondeu sem expressão. – Ela já tinha me feito ama-la e quando eu descobri que era uma farsa já era tarde demais. Primeiro eu não sabia como agir, depois... depois eu achei que com o tempo eu poderia faze-la me amar. Se eu não poderia ter tudo, eu me contentava com o que tinha. Eu finalmente achei que... – ele parou abruptamente levando as mãos ao cabelo loiro e os puxando com força parecendo frustrado.

– Amor que se implora não é amor. – Caroline murmurou balançando a cabeça.

– Você sempre foi fraco. – Lucy cuspiu em direção ao loiro. – E foi a sua fraqueza que causou tudo isso.

Niall apenas olhou para ela por um tempo, com tanto nojo na expressão que por um momento tirou o folego. Então se voltou para as escadas e começou a subir, sem mais nenhuma palavra, querendo agora mais do que tudo ficar sozinho. Lillian se soltou de Louis e se colocou em seu caminho o olhando nos olhos, através do véu de lagrimas.

– Niall... – ela tentou falar, mas parou quando ele ergueu a mão, a olhando friamente.

– Quem é você? – foi a única coisa que ele perguntou antes de subir as escadas a deixando para trás.