Presa Em Um Contrato escrita por Mrs Prongs


Capítulo 1
01.22 de dezembro de 2022 | Greenville, Carolina do Norte


Notas iniciais do capítulo

E aí?
Bom, minha primeira fanfic da One Direction postada no site e se trata de uma shortfic. Ela foi escrita por mim há um tempão atrás, como forma de presentear uma das minhas melhores amigas. Ela é uma Niall Girl então, como podem imaginar, a fanfic gira entorno do loiro.
Como a tenho totalmente concluída, pretendo postar todos os capítulos de uma vez ou um capitulo por dia.
Enjoy it.

Ps. Hey Lills! Espero que goste de ver a sua historia escrita por mim, postada aqui no site. Não se preocupe que ela ainda é exclusivamente sua, assim como o Niall (ou quase, nem tanto) e o lugarzinho que você tem no meu coração. Essa shortfic me lembra velhos tempos e a você também, tenho certeza!



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[22 de dezembro de 2022 | Greenville, Carolina do Norte]

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Lillian caminhava lentamente, não muito atenta ao que acontecia a sua volta. O som da sua respiração que condensava no ar frio, era o único presente enquanto ela atravessava os corredores vazios. A mulher de estatura baixa tinha um olhar vago em seu rosto – como se ela estivesse aqui, mas a sua cabeça estivesse em outro planeta.

A neve caia suavemente lá fora, Lilly podia afirmar enquanto olhava pelas janelas dos corredores, formando um tapete branco. Clima típico dessa época do ano. Ela apertou seu casaco mais próximo a si, quando um vento congelante e inesperado invadiu o corredor e continuou a seguir o seu caminho. Se não tivesse uma razão para fazê-lo, ela nunca sairia do seu dormitório, principalmente nesse clima. Tudo o que ela queria era se enrolar nos lençóis, pedir um chocolate quente na cozinha e ter um pouco de paz e silencio.

Durante essa época do ano – Lillian sabia – silencio não era uma coisa tão difícil de se obter. Era quase natal e todos os alunos estavam de férias de final de ano, e a maioria foi para casa passar a data em companhia da família. Seus colegas de trabalho aproveitavam a folga para visitar parentes distantes ou rever velhos amigos. Todos saiam daquela instituição.

Todos. Exceto ela.

Todos os anos era a mesma coisa. E Lilly sinceramente não se queixava – ela preferia assim. Nunca havia se dado bem com a família, nem de perto. Eram daquele tipo de que não conseguiam ficar muito tempo juntos sem brigar. Quando fez 12 anos, a sua mãe a colocou num colégio interno só – ela sempre suspeitou – se livrar da filha. A manter longe. Lillian, no começo, havia ficado muito magoada com toda a situação. Era um colégio, no interior de um estado que, a proposito, não era o seu. A mãe dela havia a ‘enterrado’ no interior dos Estados Unidos.

Mas no final isso havia se provado a melhor solução. Aqui ela havia feito grandes amizades e vivido experiências incríveis – experiências que ela não tinha o privilegio de viver antes. E ainda havia se livrado das brigas constantes com o seu pai, sua mãe e a sua irmã perfeita.

Pela primeira vez ela estava feliz.

Nunca ligou e nem se importou em mandar sequer uma carta para seus pais durante o período que estou no Green Fundation. Ela apenas sabia que a sua matricula havia sido renovada e que ela tinha mais um ano no lugar e a informação vinha direto da diretora. Lillian não ligava para ir visita-los nos feriados – única época do ano que os alunos tinham permissão de sair do instituto – e muito menos informa-los de como ia a sua vida. Eles não se importariam mesmo.

Com o passar do tempo ela percebeu que sua família era como as galáxias distantes para ela. Ela sabia que existia, mas isso não fazia a menor diferença na sua vida. Ela nunca iria alcança-los.

Então Lilly fez 17 anos e chegou a hora da formatura. E ela estava apavorada. Não tinha mais jeito, ela teria que deixar o internato e ser obrigada a viver com seus pais novamente – esses que haviam se tornado perfeitos estranhos para ela. Então quando ela subiu no palco como a oradora da turma – sorrindo para todos os rostos e nenhum deles era da sua família – recebeu, em primeira mão, a oferta da sua vida.

A diretora da instituição até então, era um senhora de idade que realmente tinha muito apreço por ela na época. Segundo a mesma, Lillian era realmente uma aluna prodígio – quando estava afastada de encrenca, encrenca essa que ela chamava de Irmãos F. Flavio e Fernanda eram os seus melhores amigos durante todo o período que havia estudado lá e a senhora Cladelwolfdizia que ambos levavam a garota para o ‘mau caminho’. Mal sabia ela que a própria Lilly tinha certa inclinação para a rebeldia.

Então foi com imensa surpresa que Lillian havia descoberto que a sua diretora havia entrado em contato com alguns colegas de Havard – universidade que a mesma tinha cursado – e dado uma carta de recomendação sobre Lilly. A mesma foi às alturas quando descobriu que não só tinha uma vaga, mas também uma bolsa integral em uma das maiores universidades do país.

E a diretora pediu apenas um favor em troca de tudo isso. Que quando Lillian se formasse em medicina – curso que havia escolhido – a mesma iria voltar ao Green Fundation e iria trabalhar um tempo para ela como medica oficial do instituto.

Lilly não pensou duas vezes antes de concordar. Isso nunca havia sido um problema, na verdade ela já até tinha cogitado a hipótese. A senhora Hope – medica do internato – já estava prestes a se aposentar, apenas não o fazia porque não queria deixar o cargo nas mãos de alguém que não era de confiança e a baixinha – carinhosamente apelidada por alguns amigos – não se importava muito com todo esse lance de virar uma medica famosa e etecetera.

Ela apenas queria uma vida calma e não negava que o salario oferecido pela diretora era bom. Na verdade era ótimo. Melhor que em muitas clinicas por aí, sendo que Lillian teria a responsabilidade nos ombros de cuidar de dezenas de crianças e adolescentes. E ela adorava crianças e não negava a ninguém. Fora o fato de que ela estaria no lugar que havia sido mais feliz durante toda a sua vida e não teria que ver os seus pais ou conviver com eles.

Então ela não pensou duas vezes antes de aceitar e fazer as suas malas, pegar a primeira locomoção em direção à Cambridge, Massachusetts. Era 2014 quando ela se formou no colégio e como o curso de medicina durava cinco anos – ela só retornou ao Green Fundation em 2019 já com 22 anos e um belo diploma, pronta para exercer a sua profissão.

Hoje ela tinha 25. Fazia três anos que ela trabalhava ali e, por mais que fosse estressante às vezes, não havia um só dia que ela parasse e pensasse que havia feito a escolha errada. Ela havia sido feliz aqui desde a sua pré-adolescência – o instituto havia sido uma válvula de escape. Um modo de ela fugir de tudo. Da sua família. Mas, enquanto ela andava por aqueles corredores frios e nesse momento sem vida, ela se questionava o quanto disso tudo havia mudado.

Não que agora ela se arrependesse – porque não se arrependia. E muito menos estava infeliz, mas simplesmente havia um... vazio. Um vazio dentro dela que nem quando esses corredores estavam lotados de crianças e adolescentes, era preenchido.

E agora enquanto ela andava solitária pelos lugares já tão conhecidos – pelo lugar que havia se tornado a sua casa – esse vazio pareceu quase aterrador. E dessa vez não havia seus colegas para lhe distrair. Ou crianças para lhe manter ocupada. Ela tinha apenas a si própria e aos seus próprios pensamentos.

– Senhorita Sampaio. – ou talvez nem tão sozinha assim. Lentamente Lillian ergueu o olhar, que antes analisava as luvas que a protegiam contra o frio que ela mesma usava, para olhar para o diretor do instituto.

O senhor Blackwell havia começado a comandar o lugar desde o ano passado, quando finalmente a senhora Cladelwolf deu o braço a torcer para o fato de que estava na hora de se aposentar. Ele era um senhor bem apessoado, Lilly tinha que admitir. Daqueles tipos de quarentões que mais pareciam galãs de cinema a qualquer outra coisa. Ele tinha olhos azuis, cabelos castanhos cuidadosamente penteados, do mesmo modo que seu terno preto era perfeitamente engomado e seus sapatos perfeitamente engraxados. E ele tinha a postura daqueles homens que tem o poder e sabe disso.

Lillian gostaria de dizer que gostava dele, mas esse não era lá bem o caso.

Poderia ser implicância, ou apenas qualquer coisa do tipo, mas ela evitava se bater com ele pelos corredores e evitava mais ainda ir a sala dele ou permanecer sozinha no mesmo cômodo que ele, por mais tempo que o absolutamente necessário. Conhecia seu gênio e a sua afeição pelo seu chefe e diretor do instituto não era a das melhores.

Ela era muito apegada a ex-diretora, sabia disso. Como também entendia o fato da senhora Cladelwolf já estar velha e precisar se aposentar. O fato era que... ela estava acostumada com a administração da antiga diretoria e não gostava muito do modo como o senhor Blackwell dirigia o instituto agora. Fora que também não gostava do modo como ele parecia achar que era superior a todos os outros funcionários. Resumindo, ela não tinha uma boa convivência com o chefe e muito menos eles se falavam muito.

Então ela estranhou bastante quando ele requisitou a sua presença em sua sala.

Primeiro que ela achava que ele nem deveria estar no instituto e sim com a família – família essa que ela não sabia se existia ou não. Segundo que fazia tanto frio à ponto dela achar que tinha entrado em um freezer e nenhum ser em perfeita sanidade mental queria sair pelos corredores gelados ao invés de ficar no conforto dos seus aposentos. Terceiro que obviamente ele também não ia muito com a cara dela.

Então o que será que ele queria? Jogar poker?

– Senhor Blackwell. – Lilly falou com uma voz neutra. – Mandou me chamar?

– Na verdade sim. – ele respondeu do mesmo modo. – Tem um senhor aqui que gostaria de falar com a senhorita. Por favor, queira entrar. – e lhe lançando um olhar estranho ele indicou a porta da sua sala onde ele havia parado em frente, obviamente a esperando.

Lillian franziu a testa. Não conseguia pensar em ninguém que poderia vir querer vê-la. Tinha seus amigos, claro, mas quase todos eles já haviam ligado para ela para desejar um feliz Natal ou simplesmente a convidando para passar o mesmo com eles. Tinha seus colegas de trabalho, mas ela os via todos os dias e há essa hora eles já estariam bem longe do instituto.

Por um instante ela se perguntou se seria alguém da sua família, mas logo expulsou o pensamento da sua cabeça. Essa era uma ideia mais que improvável... era impossível. Não falava com ninguém da mesma havia muitos anos, tanto que ela chegava a imaginar se um dia se batesse com eles se por acaso os reconheceria.

Mas não era só isso. O olhar que o diretor havia lhe lançado e o fato que ele obviamente não ia lhe seguir para dentro da sala, quando ela deu um passo em direção a porta da mesma, sugeria que era uma pessoa importante que a esperava. E uma pessoa que ele, obviamente, não esperava que procurasse por ela.

Suspirando levemente, ela entrou na sala, cuidadosamente fechando a porta atrás de si, enquanto o diretor se afastava pelo corredor – sabe-se Deus para onde – e ela se virava para encarar o homem que a esperava. Sua testa se franziu ainda mais.

Ela obviamente não fazia ideia de quem ele era. Parecia ter a mesma idade do diretor – talvez apenas um pouco mais velho. Também usava um terno, só que ao invés de ser preto como o do senhor Blackweel, o seu era cinza. Ele estava sentado na cadeira do diretor – atrás da sua mesa, com os olhos fixos nela.

Isso reforçava ainda mais a tese de que era alguém realmente importante que estava na sua frente. Primeiro porque o diretor nunca, em hipótese alguma, deixava qualquer ser, de qualquer espécie ficar sozinho na sua sala e muito menos se sentar em sua cadeira. Segundo que o homem a sua frente tinha aquele mesmo porte de quem é influente e sabe disso.

– Senhorita Sampaio. – ele falou se levantando para cumprimenta-la. Sua voz era marcante e ele não lhe oferecia um sorriso de boas vindas, pelo contrario, ele estava serio. – É um prazer conhece-la. – estendeu a mão para ela, e Lilly, hesitante e desconfiadamente, se apressou para aperta-la. – Sente-se, por favor. Temos muito que conversar. – o homem indicou a cadeira em frente à mesa do diretor e ela lentamente obedeceu.

– Ah... – ela não sabia muito bem o que falar, enquanto sua testa estava franzida em confusão. Ela não o conhecia. E ele parecia estar a olhando de cima a baixo, a analisando enquanto assentia para si mesmo de vez em quando. Estava ficando uma situação extremamente desconfortável.

– Perdoe-me a falta de tato. É que você é tão parecida com ela quanto haviam me informado, exceto por pequenos detalhes. – o homem pareceu voltar a si falando a primeira frase para ela, e a segunda parecendo mais para si mesmo. – Eu sou Simon Cowell.

Simon Cowell. Esse nome não era estranho para Lilly e ela tentou puxar da mente de onde tinha ouvido, até que se deu conta e estranhou não ter o reconhecido de primeira. Ele era um ex jurado de um programa chamado The X Factor e dono da Syco, uma das maiores gravadoras existentes, fora que era um homem, muito, muito influente.

Agora o que Simon Cowell queria com ela?

– Oh. – ela falou mais para si mesma. – Prazer em conhece-lo, acho. Mas ao que devo a honra da convocação?

– Temos alguns assuntos para tratar. – ele entrelaçou os dedos das próprias mãos, enquanto olhava para ela.

Ela não conseguia sequer imaginar que tipo de assuntos ele poderia ter com ela e o que o teria trazido até esse fim de mundo.

– Perdão... – ela falou lentamente se lembrando de algo que ele tinha dito. – Você falou que eu sou parecida com ela? Ela quem?

– Que bom que gosta de ir direto ao assunto. – ele se recostou na cadeira. – Ela se chama Lucy Sampaio, acho que a senhorita deve conhecer. – os lábios dele se repuxaram em um leve sorriso de escarnio.

Lillian arregalou os olhos a simples menção do nome. Fazia quanto tempo que ela não o ouvia? Que ela sequer o mencionava? Sua família nunca havia sido o seu assunto favorito e a sua irmã se encaixava perfeitamente nisso. Ambas nunca havia se dado bem e Lilly poderia pensar que elas poderiam ser tudo, exceto... parecidas.

– Como você sabe da Lucy? – ela perguntou nem se preocupando em soar ríspida. – O que quer comigo? Porque eu não sou nem remotamente parecida com ela.

– Ela é sua irmã não é? – ele questionou e Lillian assentiu rigidamente quando percebeu que aquela não era uma pergunta totalmente retorica. – E, por favor, as semelhanças físicas ente vocês duas são surpreendentes. Não era de se esperar outra coisa, também.

Lucy era sua irmã gêmea.

Não que Lilly se orgulhasse muito desse fato. Não bastava a sua nem tão adorável irmã ter o mesmo sangue que ela, elas ainda tiveram que dividir a mesma placenta. Eramgêmeas idênticas.

Mas as semelhanças acabavam aí. Eram puramente físicas, porque não havia duas personalidades que se parecessem menos do que a de ambas. E Lillian tinha que admitir que a irmã havia sido um dos principais motivos dela ter parado de falar completamente com a família.

Enquanto Lillian sempre havia sido a ovelha negra, Lucy sempre havia sido a menina perfeita. Quando a mãe de ambas colocou Lillian no internato, a irmã continuou em casa. Fora que Lilly achava a irmã mesquinha, interesseira e detestável. E olhe que ela só tinha 12 anos quando a viu e teve contato com ela pela ultima vez.

– Não vejo como isso possa ser sua conta ou que quer que esteja envolvendo a Lucy tem haver comigo. – ela se dirigiu a Simon com uma calma forçada.

– Na verdade isso tem muito haver com você. – ele retrucou. – Me responda uma coisa Lillian... quando foi a ultima vez que você teve contato com a sua irmã?

– Eu não falo com ninguém da minha família desde que eu tinha 12 anos. – ela sorriu com certo deboche quando viu o olhar meio chocado no rosto dele. – E tem estado ótimo assim.

– Bom, então você talvez não sabia o que a sua querida irmã fez. – Simon não parecia gostar muito de Lucy. – Mas acho que você gostaria de ver como ela está agora. – ele deslizou pela mesa, um envelope pardo na direção de Lillian que ergueu as sobrancelhas.

Hesitantemente ela pegou o mesmo, puxando uma foto em seguida e teve que controlar o ofego.

A Lucy daquela foto não parecia nem um pouco com Lillian. A baixinha sempre havia notado que a irmã não gostava nada de ter uma irmã gêmea – ela sempre havia gostado de ser única. E quando Lilly foi embora parece que ela finalmente havia conseguido, já que antigamente ambas se olharem, pareciam que estavam olhando para um espelho.

Lucy agora tinha o cabelo mais curto que o de Lillian. E ele estava tingido de loiro. Em seus lábios tinha um batom vermelho, e ela trajava um vestido preto enquanto pousava sensualmente para a foto. Mas, por mais que ela tivesse tentado ocultar, os traços idênticos de ambas ainda estavam ali, Lilly percebeu. O mesmo formato do rosto. Os mesmos olhos. O mesmo formato da boca, nariz e queixo. O corpo idêntico, exceto que Lillian parecia ter mais “lombares superiores” que a irmã, mas em compensação Lucy tinha curvas na cintura onde Lillian não tinha.

Era uma Lillian Sampaio de cabelo loiro e fatal.

– Ela virou modelo? – ela podia sentir sua voz incrédula, enquanto não desviava o olhar da foto.

– Sim, ela é uma modelo de uma agencia britânica. – Simon enfatizou.

Então ela havia se mudado dos Estados Unidos para a Inglaterra? Se forçando a recuperar o raciocino, Lillian deslizou a foto pela mesa em direção ao Cowell novamente, antes de cruzar os braços o olhando com os olhos estreitos.

– Creio que o senhor não veio aqui apenas para me mostrar uma foto da irmã que eu não suporto e me dizer que ela virou uma modelo famosa. Porque na verdade eu não estou nem um pouco interessada no que se diz respeito a Lucy. – Lilly se inclinou levemente para frente. – O que você quer comigo Simon Cowell?

– Que bom que perguntou, mas a sua irmãzinha tem tudo haver com você Lillian Sampaio. – Simon falou curtamente. –Ela mexeu com quem não devia. E pode ser a sua chance de concertar toda a burrada por ela.

– Como é?

Lilly não podia acreditar no que estava ouvindo e se importar menos. Desde quando ela ligava para o que a sua irmã fazia? Ela não tinha mais contato com a outra e não queria qualquer ligação com Lucy.

– Ela assinou um contrato comigo. – o homem a encarou serio. – Comigo e com a ModestMagment na verdade e ela o quebrou.

– E que contrato era esse? – ela ergueu uma sobrancelha em certo desdém.

– Um contrato em que ela seria namorada de um dos meus clientes, por assim dizer, por exatos três anos. Ela receberia por isso, claro... – ele acrescentou enquanto a boca dela se entreabria com choque e algo mais. – E ela o cumpriu bem por exatos 2 anos e meio, e então quando recebeu o pagamento pelos últimos seis meses que restavam e que entrariam em vigor agora em janeiro ela simplesmente sumiu no mundo com o dinheiro e com um espanhol estupido.

Nojo. Era esse o outro sentimento que Lilly logo soube identificar. Ela estava com repulsa.

Sempre havia percebido o desvio de caráter da irmã. Não era novidade para ela, nem nunca foi. Mas ela nunca havia acreditado que Lucy seria capaz de algo como aquilo e Lillian não se referia apenas a fugir com o dinheiro como uma criminosa.

Mas sim o fato de ter assinado um contrato para ser namorada de um cara em troca de dinheiro. Quase como uma... prostituta.

Lillian nesse momento tinha vergonha daquele ser ter o seu sangue.

– Bom, eu obviamente não posso processa-la. – Simon parecia enraivecido com isso. – Eu que ficaria encrencado depois, pois namoro midiático não é a coisa mais correta do mundo. E principalmente porque meu cliente não podia sequer sonhar nisso.

– Espera um pouco... – a voz de Lilly cresceu em choque. – Ele não sabia que a Lucy não era sua namorada de verdade e sim alguém contratada por você?!

– Isso fazia parte do contrato. – o Cowell não parecia afetado com o horror da mulher em sua frente. – Ele não podia nem sonhar em saber disso. Ela tinha apenas que conquista-lo e namorar com ele por um tempo e bom... ela cumpriu apenas uma parte disso.

– Por que... – não consegui completar a pergunta, mas ele pareceu entender.

– Porque ela a melhor opção e a mais obvia. – Simon ergueu de leve uma sobrancelha. – Meu cliente não é a melhor pessoa do mundo para escolher namoradas e precisava sair do status de solteiro por um tempo, ele precisava da imagem de estar amadurecendo. Mas o tipo de garotas que ele escolhe nunca passariam essa imagem e ele jamais concordaria com um namoro midiático. Essa foi a solução que eu encontrei. As melhores amigas da sua irmã namoram os dois melhores amigos do meu cliente a um tempo, e que a proposito são meus clientes também. Eles fazem parte da mesma banda. Lucy era vista com as meninas e com eles muito frequentemente e as fãs pareciam gostar dela e do fato dela ser uma modelo bem talentosa e famosa. Pena que com um pequeno desvio de caráter que ela sabia muito bem cobrir. Então eu lancei a proposta e ela aceitou. Não acho que tenha sido difícil para ela.

– E o que isso tem haver comigo? – Lillian balançou a cabeça incrédula, para se livrar do choque.

– Sua irmã foi meio que esperta. – o homem fez uma careta. – Antes dela sumir com o dinheiro ecom o espanhol fajuto para um lugar que sabe Deus onde... ela havia informado ao meu cliente, com muito amor... – frisou as palavras com ironia. – Que iria fazer uma viagem para passar o natal com a família dela, mas que “voltaria”... – ele realmente fez aspas com os dedos. – Para passar o ano novo com ele. Por isso que ele nem sequer desconfia que a “namorada” sumiu no mundo. Para ele, ela está em Seattle passando o Natal em família.

– Pule para a parte onde eu entro nisso porque eu realmente ainda não entendi. – Lilly falou com o maxilar cerrado.

– A parte que você entra nisso é que você pode ainda salvar o pescoço da sua irmã. – o sorriso dele era meio cruel. – Porque eu não posso processa-la, mas eu tenho contatos suficientes para mandarem ir atrás dela e com certeza não seria um encontro agradável.

O modo como ele falou isso fez Lillian engolir discretamente em seco. Não queria nem imaginar o que aconteceria se Lucy fosse pega por quem quer que Simon mandasse. Pessoas como ele não gostavam de serem feitas de boba.

– E quem disse que eu me importo? – ela tentou manter o tom de voz firme.

– Sua irmã sabe que você se importa. – ele falou falsamente carinhoso, ou assim lhe pareceu. – Porque no contrato que ela assinou comigo ela mencionou claramente que tinha uma irmã gêmea e que você cumpriria a parte dela no acordo caso ela fizesse uma besteira. Como eu não podia ir a justiça, essa foi a garantia.

– ELA FEZ O QUE? – Lillian tinha certeza que seu grito podia ser ouvido por todo o corredor lá fora.

– Isso mesmo que você ouviu. – Simon parecia se divertir. – Ela não só fez isso, como deu o endereço desse lugar para caso precisasse entrar em contato com você. Estava tudo no contrato. Para ser sincero eu fiquei meio surpreso. – ele foi obrigado a acrescentar enquanto Lilly ainda lhe olhava em choque. – Quando ela falou de você, mesmo nunca a tendo mencionado para mais ninguém, eu achava que vocês eram próximas, mas vocês não se falam desde os doze anos então eu sou obrigado a crer que ela te colocou no centro do problema dela sem nem você saber.

– Eu nunca... nunca– ela frisou a palavra com ódio. – Concordaria com isso. Então se a razão e você ter vindo aqui foi me convencer a tomar o lugar da estupida da minha irmã gêmea nessa farsa e enganar um homem que sequer imagina que isso está acontecendo, você pode ir embora. Eu nunca seria tão baixa. – cuspiu as ultimas palavras.

– E quem disse que você tem outras opções? – a voz dele era levemente ameaçadora. – Você estava no contrato...

– Eu não sabia de porra de contrato nenhum! – Lillian o interrompeu gritando. – Eu sequer conversava com a minha irmã!

– Isso não é um problema meu é? – ele ergueu uma sobrancelha enquanto ela ofegava de ódio. – Você irá sim cumprir a parte da sua irmã e ficar com o meu cliente por mais seis meses. Depois você pode terminar com ele do jeito que preferir.

– Você é doente. – ela se ergueu o olhando. – Vocês todos são. Quem vocês pensam que são para manipular pessoas como fazem...

– O tipo que a sua irmã é. – ele retrucou. – Que aliais, é o tipo que tem o seu tipo de sangue.

– Não é como se eu me orgulhasse disso. – Lillian revidou.

– Não me importo se você se orgulha. – Simon estava perdendo claramente a paciência. – Eu só vim aqui para informa-la, confesso não ter achado que seria desse modo, mas mesmo assim, está feito.

– Ninguém seria tão estupido a acreditar que eu e a minha irmã somos a mesma pessoa. – Lilly mudou de foco soando agora desesperada. – Não temos nada em comum tanto na personalidade e agora na aparência. Não poderíamos ser mais diferentes.

– Vocês tem os mesmos traços... – ele acenou em desdém. – E enquanto ao cabelo e o resto da aparência, tenho pessoas que vão cuidar disso. Já ouviu aquele ditado que ninguém procura onde sabe que não vai achar? Pois é. Meu cliente não repararia que você é outra pessoa porque obviamente não vai passar pela cabeça dele que isso é possível, porque ele sequer sonha que Lucy tem uma irmã gêmea, ou que o namoro deles é tudo um contrato... ninguém sabe disso. Então isso não é um problema. E enquanto a personalidade... – Simon a encarou. – Você irá dar um jeito nisso.

– Isso é pode ser uma brincadeira!

– Você não é nada como a sua irmã, admito... – ele continuou como se não a tivesse ouvindo. – Então é bom trabalhar a sua personalidade. Claramente sua irmã não teria a menor vocação para medica de um internato. – ele acrescentou olhando para ela. – Você terá cinco dias para trabalhar nisso, porque dia 27 você irá pegar um carro até Seattle e um avião de volta para Londres, avião esse que era para a Lucy estar, e irá encontrar o meu cliente como se tivesse acabado de voltar de um ótimo Natal em família e continuar com a farsa de onde a sua irmã parou. Irei mandar alguém de minha confiança vir lhe buscar aqui. Um dia antes disso irei mandar alguém para cuidar do quesito aparência. – ele pausou enquanto Lillian parecia a beira da histeria. – Espero que você saiba que não está se metendo em uma brincadeira Lillian Sampaio, e que nada de bom vai acontecer se você não fingir direito. Se o meu cliente sequer desconfiar, ou qualquer outra pessoa ou a mídia, você estará em uma baita encrenca, estou sendo claro?

– Como agua. – ela cuspiu afundando novamente na cadeira com a cabeça em mãos, enquanto seus pensamentos trabalhavam desesperados e a única coisa que ela sentia era um ódio descomunal da irmã. – Eu não posso sair do internato...

Isso, eu irei cuidar. – ele olhou para ela com alguma simpatia. – Eu sinceramente não esperava que a irmã de Lucy Sampaio fosse alguém como você, mas eu suponho que alguém deveria herdar as partes boas sendo que sua irmã só herdou as ruins. Talvez você não mereça o que ela fez com você, mas negócios são negócios. E é melhor você aprender a ser uma modelo mesquinha e não a medica altruísta, ou você estará em uma séria encrenca.

Nojo. Repulsa. Ódio. Medo. Lillian sentia um turbilhão de emoções e achava que poderia desmaiar.

Sempre havia detestado a sua irmã, mas isso... issoera um novo tipo de ódio. Era um ódio mortal. Ela sentia nojo, nojo de ter o mesmo sangue que a vadia, que aquela família suja que sempre havia botado a mesma em um pedestal enquanto Lilly sempre seria a filha que nunca deveria ter nascido. Repulsa pelo que teria que fazer. Medo pelo o que aconteceria se não fizesse.

E esse tal cliente que estava sendo enganado a 2 anos e seis meses e nem sequer suspeitava disso? Que achava que tinha uma namorada que era apaixonada por ele, mas na verdade tudo era um contrato e a mesma era apenas uma vadia interesseira que não via a hora de dar o prazo de três anos antes de dar um pé na bunda dele?

Era tudo demais para ela digerir. Lillian queria vomitar. Até meia hora atrás, antes de ela cruzar aquela porta, ela ainda era apenas a medica do instituto. E agora ela seria obrigada a ser outra pessoa e ainda por cima uma pessoa que ela detestava. E que tinha uma personalidade que a fazia querer vomitar.

– No dia que eu mandarei a pessoa para cuidar da sua aparência e te transformar em Lucy, eu também mandarei por ela as informações básicas sobre as pessoas que a sua irmã convivia diariamente, porque você tem que, pelo menos, gravar o nome delas. – Simon voltou a falar, as palavras entrando como lixas no ouvido da baixinha. – Estou crendo que você vai saber interpretar a sua irmã muito bem Lillian Sampaio. Por hoje, creio que seja apenas isso.

Ela estava sendo claramente liberada, mas não achava que pudesse se levantar sem que desmaiasse ou vomitasse.

– Quem é ele? – ela perguntou com a voz fraca. Não suportava crer que teria que enganar uma pessoa. Que teria que manipular uma pessoa e fingir ser outra. – Quem é o homem que está sendo enganado por vocês? Quem é o homem que está sendo enganado por pessoas tão baixas?

Simon não pareceu se ofender.

– Caso não se lembre, você também irá engana-lo. – a resposta do homem só fez o estomago de Lilly se revirar alarmantemente em repulsa. – E o nome dele é Niall Horan.


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