O renascimento de Jon Snow escrita por Ana Carol Machado


Capítulo 58
O jogo dos tronos nunca termina...


Notas iniciais do capítulo

Oiii. Esse é o penúltimo capítulo. Fico muito grata a todos os que acompanharam e comentaram até aqui. Desejo uma boa leitura e leiam as notas finais que tem informações importantes que não posso falar aqui porque seriam consideradas spoiler. Abraços e nos vemos nos comentários.
Obs: Esse capítulo tem uma foto do trono de ferro de acordo com o livro, para melhor entendimento do que ocorrerá nesse capítulo e de como o trono pode ser perigoso.



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Margaery

Margaery havia se casado quatro vezes. Com quatro reis e havia ficado viúva de todos. De todos o único que havia lhe deixado com algum herdeiro foi Aegon. Sua amada filha Rhaenys nasceu da união deles.

Se Margaery pudesse escolher teria colocado outro nome na filha. Ela achava que o nome Rhaenys não dava muita sorte, pois a primeira Rhaenys morreu nas areias de Dorne junto com seu dragão, teve outra Rhaenys que morreu durante a dança dos dragões e ainda teve a filha do príncipe Rhaegar que morreu durante o saque de Porto Real. Margaery sabia que as mulheres que se chamaram Rhaenys foram boas mulheres, mas todas morreram de formas trágicas. Durante toda a revolta do povo Margaery somente conseguia torcer para que a filha não tivesse o mesmo fim das pessoas que tiveram o mesmo nome que ela.

A revolta do povo havia sido terrível. Ela havia aconselhado o marido a pedir ajuda enquanto ela ainda não era tão grave, porém ele não a ouviu. Pediu ajuda a tia somente quando não havia muito que fazer. Quando o povo já estava descontrolado demais para que algo pudesse ser feito ou então para que a ajuda chegasse a tempo.

Margaery sabia que revoltas populares poderiam ser muito perigosas. Sabia que elas já haviam derrubado muitos governos. Por isso sempre tentou ser amada pelos plebeus. Desde o seu casamento com Joffrey. Tentava ser amável com o povo e até tentava está presente no meio deles. Em algumas ocasiões até encomendou vestidos em costureiras que moravam em lugares humildes. Alguns vestidos não saíram como ela gostaria, mas ela sempre fingia que tinha gostado. Fingir fazia parte de ser rainha.

A outra esposa de seu marido, Arianne, havia ido para Dorne dizendo que tinha questões a resolver com seu pai que se encontrava muito doente. Somente depois da saída da mulher que eles repararam que ela havia levado suas duas primas Nymeria e Tyene e as lanças de Dorne com ela.

Havia um tempo que Margaery suspeitava que Arianne não estava satisfeita com a vida que levava em Porto Real. O casamento e a aliança não saíram como o esperado. Claro que com a morte de Tommen, de Cersei e Myrcella haviam concedido a vingança que os dorneses tanto queriam. Mesmo sabendo de tudo isso, Margaery acha que havia outro motivo também para Arianne ter feito o que fez. Ela achava que Arianne achava que Aegon não era o verdadeiro Aegon. Que ele não era o verdadeiro filho de Elia. Uma das primas dela, a que se chamava Tyene, devia ter plantado essa duvida na mente dela motivada por algo que ela pensou ter ouvido. Mas Margaery nunca terá certeza absoluta disso. O que ela sabe é que Arianne foi embora.

Sem Arianne e os dorneses as defesas da cidade ficaram piores e a  cada dia parecia mais perto o momento em que o povo derrubaria os portões e invadiriam a fortaleza. Mas nem foi preciso o povo invadir a fortaleza para que Aegon morresse. O rei morreu no trono que tanto amava. As laminas afiadas do trono o mataram de alguma forma que Margaery nunca entenderia completamente. Foi como se as laminas tivessem ouvido o clamor do povo e tivesse atendido sua vontade. Ela estava com a filha no colo quando viu o corpo de Aegon no trono de ferro.

O povo começou a invadir a fortaleza no momento exato em que Daenerys chegou. Ela chegou a tempo para salvar o reino e seu trono, mas não para salvar o rei. Margaery no começo suspeitou que talvez essa fosse a intenção de Daenerys, mas depois tirou essa idéia da cabeça, pois se o trono de ferro não tivesse matado Aegon ela poderia ter o salvo do povo.

O povo encarou a chegada dela como um sinal sobrenatural. O povo que nunca havia visto um dragão, que conhecia somente as histórias, viu Daenerys como uma espécie de deusa. A revolta foi facilmente controlada.

Daenerys acreditava, assim como ela achava que Arianne acreditava, que Aegon não era quem dizia ser. Dizia ter até provas disso, apesar de nada disso importar mais, visto que ele estava morto. Margaery acreditava no que lhe era mais conveniente. A verdade para ela era o que lhe trazia benefícios, por isso acreditava que Aegon era realmente quem dizia ser.

Ela sabia que o povo era facilmente manipulável e tinha a memória curta. Se Daenerys governasse mal ela poderia ter o mesmo fim de Aegon. Da mesma forma que o povo se revoltou contra Aegon poderia se revoltar contra ela.  Margaery com o passar dos anos poderia plantar algumas sementes, poderia usar seus métodos para fazer com que a filha fosse amada pelo povo, de forma discreta é claro. Depois de passar por tanta coisa Margaery aprendeu que o jogo dos tronos nunca termina, apenas mudam os jogadores. Um dia sua Rhaenys o jogaria também e quem sabe ela seja a que vai mudar a sorte do nome.

Roslin

Edmure pensou em declarar as terras fluviais independentes, mas mudou de idéia ao ver as conseqüências que isso poderia causar e ao ver que o auxilio da rainha seriam necessário para reconstruir algumas coisas. Seu marido se contentava em ser o lorde protetor. Na verdade ele estava muito feliz com isso e Roslin também.

Sair de Winterfell com seu filho Hoster foi um grande alivio para ela. Depois de tanto tempo passando de um lugar ao outro, ela foi para Rochedo Casterly e Winterfell,  era bom ter um lugar para se fixar e chamar de lar. Apesar de se sentir muito feliz ela se sentiria ainda mais feliz se tivesse conseguido trazer sua irmã Bassie, mas infelizmente ocorreu o que ocorreu. Roslin não gostava de pensar no ocorrido. Até porque mesmo algum tempo depois ela não entendia completamente o que havia ocorrido.

Depois de um tempo em Correrrio Roslin reparou as coisas mudarem, para melhor, entre ela e o marido. Desde o casamento vermelho Edmure raramente a procurava, por isso na noite em que ele foi aos seus aposentos Roslin se surpreendeu. E se surpreendeu mais ainda quando Edmure lhe confessou que queria ter outro filho. Uma menina para receber o nome que foi da sua irmã Catelyn. Roslin reparou lágrimas nos olhos do marido quando ele falou da irmã e o abraçou e disse que sentia muito por tudo. Naquela noite os dois dormiram junto e quando semanas depois Roslin descobriu a gravidez a expectativa foi conjunta para que fosse uma menina.

Jaime

Jaime tem certeza que caso Brienne não tivesse chegado naquele dia ele teria se jogado do rochedo para a morte. A culpa por ter matado Cersei o dominava. Assim como a dor por ter perdido seus três filhos e por tudo que ocorreu.

Alguns dias depois da morte de Cersei ele tinha a sensação que o fantasma de Cersei o chamava para a acompanhar para a morte. Enquanto ela estava viva, por vezes, os dois eram como uma só alma que habitava dois corpos. Eram um só. Certa vez sua irmã até havia dito que os dois deixariam o mundo juntos. Que um não poderia viver sem o outro.  A voz dela vivia repetindo isso na mente dele. E o que Cersei desejava teria ocorrido caso Brienne não tivesse chegado naquele dia.

Ele já estava no ponto mais alto de Rochedo Casterly, olhando para baixo com atenção, mal notou ela se aproximando. Apenas a notou quando ela lhe pegou pelo braço e o afastou da beirada.

—Sei de tudo que ocorreu.- foi apenas o que Brienne disse, mas com uma voz cheia de compaixão. A voz de Cersei que o atormentava em seu mente se calou por um momento. Foi o suficiente para Jaime perceber que precisava de Brienne na sua vida. Na verdade ele sempre sentiu algo pela mulher, mas esse sentimento era ofuscado pelo que sentia por Cersei.

Jaime ficaria com Brienne, mesmo sabendo que o fantasma de sua irmã nunca o deixaria em paz completamente enquanto ele vivesse. Mas a presença de Brienne poderia amenizar as vozes desse fantasma.

Daenerys

Ela deixou Margaery retornar para a Campina com a filha. Ela não era os Lannisters para fazer mal a uma criança tão pequena. Todavia ficaria de olho na menina, pois sabia que talvez no futuro ela representasse algum perigo, só talvez. Daenerys duvidava que Margaery tentasse algo contra ela.

Uma parte de Daenerys lamenta não ter conseguido salvar Aegon, mesmo sabendo que ele não era o verdadeiro Aegon. Mas mesmo assim...

Daenerys se sentia muito só, pois não tinha ninguém do seu sangue ao seu lado. Ela desejava que tudo tivesse sido diferente, que Viserys tivesse se mostrado um irmão melhor e que os dois tivessem chegado juntos a Westeros. Tivessem governado juntos como era para ser. Ou então que o Aegon fosse realmente o Aegon. Desejava que sua mãe tivesse sobrevivido e estivesse com ela naquele momento, assim como seu irmão Rhaegar. A única pessoa de seu sangue que restava era Jon, mas ele preferia o Norte e o fato dele ter sangue Targaryen ainda era um segredo.

Devido a séculos de casamentos entre parentes as relações entre os de sangue Targaryen eram estreitas. Era como se uma pessoa desse sangue chamasse por outra. Como se a união fosse mais forte que apenas sangue. Fosse a união de almas. Nunca um Targaryen havia ficado tão sozinho como ela estava... Pelo menos ela tinha Tyrion ao seu lado e seus amados dragões...

Os conselhos de Tyrion a ajudariam muito a governar e a tentar concertar tudo que estava quebrado. Ele era a sua Mão. Tyrion podia não ter sangue Targaryen, mas era como se de alguma forma tivesse.  Tanto pela relação amistosa que tinham como pelos dragões. Os dragões gostavam dele e ele conseguiu montar em um deles mais de uma vez, até montou durante a batalha pela Alvorada.

Tyrion

Ser o senhor de Rochedo casterly sempre foi o seu sonho, mas ele sabia que ele seria mais útil ao lado da rainha Daenerys. Seus conselhos a ajudariam muito e além disso, com o tempo ele descobriu que se sentia mais realizado sendo Mão da Rainha do que sendo lorde. Foi como se todos os anos lendo e estudando fossem um preparo para a posição em que ele se encontrava.

Com o tempo ele havia mudado. Sua mente não era mais aquela vingativa que queria se tornar senhor de Rochedo casterly somente para se vingar do pai. Ele entendeu que havia se vingando do pai no momento em que recuperou Tysha e que alcançou uma posição de honra. Mas apesar da sua mente ter mudado um pouco ele continuava odiando o pai e Cersei, apesar de ambos estarem mortos. Com Jaime foi diferente, ele encontrou forças para o perdoar. Até porque o motivo para ele odiar o irmão foi o que houve com Tysha e agora que eles estavam bem não haviam mais motivos para ódio. Além de tudo Jaime era o único irmão que lhe restava. Ele iria interceder pelo irmão diante da rainha. Sabia que Jaime não poderia ficar com Rochedo Casterly por causa dos seus crimes, mas ele convenceria Dany a o deixar ficar vivo pelo menos e a o deixar seguir com sua vida em outro lugar.

Ele conseguiu isso e segundo as últimas notícias que recebeu seu irmão estava saindo de Rochedo Casterly e indo para a ilha Tarth na companhia da senhora do local.

Quando voltou para Pedra do Dragão para buscar Tysha ela já havia tido a criança que não era dele. Era uma menina que mais tarde ele chamou de Tyara e por amor a mulher assumiu como dele. Mas ele não amava a menina. Esperava, sinceramente, que um dia aprendesse a amá-la. Pois ele sabia o quando o desprezo de um pai era ruim.

Ele não via a hora de ter um filho de seu sangue com Tysha. Quando ela finalmente engravidou dele foi motivo de grande alegria. Quando se completou o tempo da gravidez veio ao mundo uma linda menina. Com os seus cabelos loiros e os olhos da mãe. A criança não era anã.  Isso foi motivo de alivio, pois ele não queria que sua filha sofresse o que ele sofreu.

Ao carregar a filha que ele chamaria de Tyna, Tyrion pensou que parecia que os deuses estavam decididos a concederem somente filhas, pois Tysha havia tido duas meninas, a única cria que o rei Aegon havia tido enquanto era vivo foi menina, Jaime e sua esposa haviam tido uma menina, a esposa do lorde Edmure das terras fluviais havia tido uma menina também. O único lugar onde as coisas foram diferentes foi no Norte. Jon havia sido pai de um menino. Mas como dizia um ditado popular por todos os reinos: As coisas sempre eram diferentes no Norte.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Me digam. Não se esqueçam de comentar, principalmente os que nunca comentaram.
Alguns esclarecimentos:
Nesse universo aquela teoria do Tyrion ser Targaryen é verdadeira, mesmo que ele não saiba. Pra quem não conhece a teoria diz que o rei louco abusou da mãe do Tyrion e gerou ele.
Nesse universo aquela teoria de que Aegon não é o Aegon é verdadeira também.
A história terá uma segunda temporada, ainda sem data de lançamento. Tenho tantas ideias pra esse universo que resolvi fazer uma segunda temporada.
Capítulo que vem será o último e nele terá um ponto de vista surpresa que nunca apareceu na história antes. Serão três pontos de vista, um do Bran, outro do Sam(não me esqueci dele. Tenho algo especial para ele) e o surpresa, mas talvez tenham mais, mas esses são confirmados. Também terá outra surpresa capítulo que vem além do ponto de vista. Abraços e vejo vcs no último capítulo.



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