O renascimento de Jon Snow escrita por Ana Carol Machado


Capítulo 49
Fogo atrai fogo


Notas iniciais do capítulo

Oiii. Desculpe pela demora. Sinto muito por ter demorado, mas realmente não deu pra publicar antes, até mandei mensagens pra alguns explicando a demora. Esse capítulo é muito importante. Nele tem pontos que são muito importantes, mesmo que não fiquem muito claros nesse momento. De alguma forma ele é tipo um divisor de águas. Espero que gostem. Abraços e vejo vocês nos comentários!



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Jon

A batalha havia acabado há algum tempo já, mas as conseqüências dela ainda se mostravam presente no local. Haviam tido algumas mortes e destruição. No meio da batalha Jon havia cortado o braço. O corte foi meio profundo. As laminas dos Outros eram muito afiadas e sobrenaturais, mas sobrenatural mesmo foi o que ocorreu quando a lamina se molhou no sangue de Jon. De alguma forma seu sangue fez a ponta da lamina derreter.

As laminas dos Outros, em sua maioria, eram feitas de gelo engrossado e reforçado com algum feitiço das trevas e da morte. Elas eram transparentes e mais afiadas do que muitas espadas. As criaturas avançavam com elas prontas para matar.

As conseqüências também se mostravam na muralha. Algumas partes haviam desabado, principalmente as que ficavam mais distantes, as que ficavam mais próximas de Atalaialeste e dos castelos que estavam sem ninguém. Esse fato era muito perigoso, por isso Jon iria tratar de reparar essas partes o mais rápido possível. Ele torcia para que desse tempo. Seriam necessários muitos construtores para reparar as falhas na Muralha antes do próximo ataque e da batalha final. Mesmo sabendo que um dia a Muralha ruiria, Jon planejava tardar esse dia o máximo possível, pois sabia que quando a muralha caísse o maior mal que existe no mundo marcharia para lá.

O Grande Outro, o rei da Noite e do Frio, sabia que enquanto a Muralha estivesse erguida não poderia atravessar. Os feitiços antigos que estavam na Muralha não permitiam isso. Os feitiços que foram feitos a séculos atrás, por Brandon o Construtor, impediam da essência do mal e do frio atravessassem a Muralha. As criaturas lendárias que eram pura morte e gelo não poderiam atravessar e enfrentar os feitiços que tinham como base a vida, mas as criaturas que um dia já foram humanas poderiam atravessar e até danificar a Muralha. Por isso ele mandaria quantas criaturas fossem necessárias para que a Muralha caísse.

Os Outros não eram um bloco homogêneo. Não eram todos iguais. Segundo alguns livros antigos que Jon leu, alguns até chegavam a lembrar o que foram antes de morrer. E o líder supremo dos mortos-vivos parecia ser estrategista e muito poderoso. Jon lembra que certa vez Melisandre lhe disse que o nome desse ser não devia nem ser pronunciado, pois somente a pronuncia do nome já poderia atrair frio e morte.

Esse grupo de Outros causou um forte dano na Muralha e deu muito trabalho para eles. Sua espada tomada de chamas e os vidros de dragão mataram de vez as criaturas sobrenaturais de olhos azuis. O dragão de Dany e ela também foi de grande ajuda.

Jon sabia que um dia teria que enfrentar o Grande Outro.Não sabia como, mas uma voz dentro dele dizia isso. A espada em chamas poderia facilitar muito o combate as criaturas, mas ela era principalmente para o duelo final que ocorreria entre ele e o Grande Outro. Seria o fogo contra o gelo. Seria a vida contra a morte. Jon sabia que se ele falhasse todo o mundo seria tomado por uma noite eterna e cheia de terrores. Ele não iria permitir isso.

Havia um forte poder na espada. Não apenas poder, mas conhecimentos e forças ocultas também. Enquanto ele lutava contra as criaturas empulhando a espada, sentia como se de alguma forma tivesse uma força dentro dele, talvez a mesma força e vigor que habitou no primeiro guerreiro lendário. A força da luz e do fogo.

Depois daquele ritual que acendeu a espada Jon não sentiu mais frio. Andava pela Muralha, para espanto dos demais, sem os agasalhos e capas próprias para o frio intenso. Nem os ventos frios do inverno pareciam o afetar. Muitos perguntavam se ele não sentia frio. Ele sempre respondia a mesma coisa. Dizia que sempre sentia calor. O ritual pareceu afetar até a capacidade de cicatrização do seu corpo, pois o corte profundo não lhe causou muitos danos e estava sarando muito rápido.

Melisandre por outro lado parecia prestes a congelar a todo momento. Ela vivia embrulhada com muitas peles e tremia com freqüência. Em alguns momentos até parecia que o fogo não a aquecia. Isso o preocupava. Ele até pensou em a mandar de volta para Winterfell. Lá ela estaria mais segura e aquecida, porém Jon não fez isso. Temia que ela não sobrevivesse ao caminho da Muralha até Winterfell. Ficou preocupado, pois os ventos estavam cada vez mais fortes. O caminho estava muito frio.

Jon havia notado até que ela parecia não ter mais interesse em ver o futuro nas chamas. Pelo menos fazia um bom tempo que ela não fazia isso. Os dois também pareciam ter perdido um pouco a conexão que tinham. Pareciam distantes... Talvez Jon sentisse isso porque sabia que a mulher lhe escondia algo. Melisandre não era mais a mesma desde o ritual... A bem da verdade Jon também não.

—Jon?-Dany lhe chamou o tirando de seus pensamentos. Ele estava tão distante que nem prestou atenção no que ela falava. Depois do ritual era comum sua mente se distanciar da realidade por alguns momentos.

Depois que essa guerra contra os Outros estivesse ganha ele iria ajudar Dany a conquistar o trono que pertencia a ela. Depois da batalha pela Alvorada seria até mais fácil ter o apoio do povo e dos vassalos que se mostravam neutros. Depois da batalha todos se sentiriam gratos por ter sido salvo de um mal tão grande e talvez depois da batalha nem fosse preciso ter guerra para tirar o trono do falso Aegon.

Jon se sentia meio mal por Dany ter que ficar muito tempo na Muralha, mas ela por outro lado parecia gostar, não de está na Muralha, mas de está perto de Jon. Ele notava como ela olhava para ele e de alguma forma depois do ritual essa aproximação pareceu crescer ainda mais. “ Fogo atrai fogo”- pensou Jon sem saber o exatamente o porque.

—Sim?- respondeu Jon se afastando de vez de seus pensamentos

—Não ouviste nenhuma palavra do que disse.- falou Dany sem demonstrar raiva na voz, apenas uma leve repreensão.- Andas distante. Preocupações?

—Desculpe. Estava preocupado. São muitas preocupações. Com a Muralha, com o Norte, com a Melisandre, com os que ficaram em Winterfell, com a guerra de agora e a do por vim. Do que falava?

—Falava da carta que recebi dos que deixei governando Meereen. De como fiquei tranqüila de saber que tudo está em paz por lá. Estou aqui, mas me preocupo com meu povo que deixei lá. Meus filhos.

—Em tempos de paz, depois que tiver o trono garantido, poderá os visitar. Mas seu lugar é aqui. Em Westeros. Será uma boa rainha para o povo.

—Pretendo ser, além de rainha, uma mãe para o povo. Sarar as feridas dessa guerra sem fim.- ela fez uma pausa antes de continuar com uma voz diferente- Com você ao meu lado seria mais fácil.

Dany havia falado isso algumas vezes. Ela queria que Jon reinasse com ela. Algumas vezes até falava que haveria lugar para Melisandre na nova vida que eles teriam. Jon sempre respondia as mesmas respostas vagas, mas dessa vez, por algum motivo resolveu ser direto, talvez por causa da nova força que habitava dentro dele:

—Será muito difícil provar que sou Targaryen. Palavras são como vento... A harpa de meu pai não provaria muita coisa.- falou ele, mas sabia que esses argumentos seriam logo rebatidos por Dany, por isso completou - Além de tudo meu lugar é aqui. No Norte. Aqui sempre foi meu lar. Tenho que reinar no lugar em que cresci e sempre vivi. Meu povo e os que sempre chamei de irmãos estão aqui. Assim como meu coração...

—Nunca tive um lugar para chamar de lar.

Depois que Dany falou isso um clima de tristeza tomou conta do local.

 -Mas, não vamos falar do futuro. Vamos primeiro vencer essa guerra para depois pensar na próxima e no que virar depois dela.- disse Jon abraçando Dany de forma carinhosa. Ele a abraçou de forma tão espontânea que ele mesmo se espantou com a sua atitude. Isso não era normal vindo dele.

“Fogo atrai fogo. O fogo do dragão que queima na rainha Daenerys atrai o novo fogo que queima em mim”- pensou ele com um sentimento estranho no coração. Uma mistura de culpa, por causa de Melisandre, e atração, por causa de Dany.

Sansa

Ela estava satisfeita.Os primeiros legumes que foram plantados no novo jardim de vidro de Winterfell já estavam prontos para serem colhidos. Os vidros que vieram de Myr serviram muito bem para construir o novo jardim de vidro. Aos poucos Winterfell estava voltando a ser o que era antes. Sansa estava tratando pessoalmente de vistoriar as reformas. De tentar tornar o local o mais próximo possível do que era antes de tudo.

Ela ainda estava admirando os legumes recém maduros quando ouviu o barulho dos portões se abrindo. Pensou que poderia ser seu irmão Jon voltando. Sansa sentia falta dele. Mas ao chegar ao local constatou que não era seu irmão. Eram soldados vindos da Muralha. Eles traziam o corpo de Fantasma.

Sansa sentiu uma tristeza imensa ao saber que o lobo do irmão havia morrido. Se lembrou da dor que sentiu quando sua loba Lady morreu. Naquele momento ela lembrou de como há uns dias atrás os lobos haviam uivado de forma triste. Nymeria e Cão Felpudo choravam por Fantasma.

Se lembrar da noite em que os lobos uivaram de forma triste e profunda a fez automaticamente se lembrar da morte da pequena Bassie no incêndio no quarto das bebês. Por sorte a princesa Lyanna não havia morrido e estava bem. Já que Lyanna não havia se machucado, Sansa achou melhor não avisar Jon sobre o incêndio e morte de Bassie.Ela não queria deixar o irmão preocupado.

Sansa ficou olhando para o corpo embrulhado de Fantasma por algum tempo. Pensando em um lugar para o enterrar. Ficou assim até que um vento frio veio e de alguma forma trouxe com ele a resposta. Depois daquele momento ela já sabia onde Fantasma seria enterrado. Tinha um lugar especial para isso.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Me digam! Comentários são muito importantes. Abraços e até o próximo!



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