O renascimento de Jon Snow escrita por Ana Carol Machado


Capítulo 13
Mulheres e seus segredos


Notas iniciais do capítulo

Antes do capítulo queria colocar deixar uma nota. Sei que tem gente que curte o Mindinho e a Sansa como um casal, mas nessa fanfic isso não vai ocorrer. Apesar de retratar os dois de uma forma diferente, digo que curto e respeito as fanfics que os retratam como um casal. Quanto ao Jon, a jornada amorosa dele será um pouco diferente... Enfim escrevi tudo isso só para dizer que eu aplaudo todos os casais e todas as formas de amor. Curto todos os casais possíveis(e os impossíveis) no mundo de Game of Thrones. Viva o amor



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Jon

O dia do banquete havia finalmente chegado e Jon não sentia alegria nenhuma por isso. Parecia que ele não era o único a se sentir a assim. Melisandre e Arya pareciam compartilhar desse sentimento também. As duas andavam muito estranhas, talvez não fosse só por causa do banquete.Talvez tivesse outro motivo que ele não conhecia.

Jon tentava entender as duas, mas não obtinha muito sucesso. Ele reparava que Arya a cada dia estava mais estranha, como se sofresse por algo ou escondesse algum segredo. Ficava muito tempo praticando com sua espada, sozinha ou quieta demais. Também reparou que a menina estava muito apegada a ele. Nos dias que antecederam o banquete, sempre ficava com ele e era constante lhe abraçar sem motivo aparente. Jon sempre retribuía os abraços e perguntava se ela estava bem. A resposta era sempre a mesma, mas ele sabia que Arya estava mentindo.

Talvez o comportamento da sua irmã de coração fosse justificado pelo sofrimento pelo qual passou, pela ausência dos irmãos, dos pais e das antigas pessoas de Winterfell. Mas além desses motivos, Jon sentia que havia algo a mais. Queria um dia poder consolar Arya e saber o que ela tanto esconde em seu coração. Jon sabia que a menina escondia algo.

Outra que Jon tinha certeza que escondia algo era Melisandre. Ele sempre soube que ela era cheia de mistérios e segredos, mas nos dias anteriores ao banquete ela estava ainda mais misteriosa. Ficava a maior parte do tempo vendo as chamas ou nas criptas. A mulher insistia para que Jon a acompanhasse até lá, porém ele não conseguia acompanhar, pois descer as criptas seria como viver seus pesadelos enquanto estava acordado e reviver lembranças doloridas.

Mesmo sem a presença dele, Melisandre ia cada vez com mais freqüência as criptas. Se alguma vez ela encontrou o que procurava, não comunicou a ele. Assim como naquela manhã não havia lhe comunicado o que viu nas chamas. Mas ele suspeitava que fosse algo sério. Se fechar os olhos ainda consegue ver a cara tensa que a mulher fez.

–Algum problema?- perguntou

–Nenhum...

–O que você viu nas chamas? Algo ruim? Tem a ver com a batalha?

A mulher respirou fundo e disse:

–Não, Vossa Graça. Sua vitória será certa.

Jon a estranhou, pois sempre quando estavam sozinhos ela o chamava pelo nome. A abraçou e perguntou novamente:

–O que foi então?

–Nada com que deva se preocupar. - dizendo isso encerrou o assunto e se retirou

Algumas horas antes do banquete, Jon a encontrou falando com Arya. Quando elas viram que ele se aproximava, aparentemente, cuidaram de encerrar o mais rápido possível a conversa. Arya pediu licença e se retirou. Deixando os dois sozinhos.

–Gostaria de lhe pedir uma coisa, Jon. – disse Melisandre após Arya se retirar

–Pode pedir.

Jon logo pensou que ela iria lhe pedir novamente para ele lhe acompanhar até as criptas, mas não era isso, para alívio dele.

–Gostaria de sua autorização para não comparecer ao banquete.

Jon autorizou e perguntou o motivo. A sacerdotisa disse que apenas não iria se sentir bem no ambiente e que precisava consultar as chamas, para confirmar algumas coisas. Ele estranhou, mas não quis entrar em detalhes.

Arya

No banquete, Arya sabia que não devia ter ido, pois isso apenas iria tornar mais difícil o momento da partida. Porém, por outro lado, se ela não aparecesse Jon logo iria notar e provavelmente mandaria soldados atrás dela.

A menina planejava ficar um tempo no banquete, o mínimo necessário, e depois, quando o irmão e os vassalos já estivessem nos quartos ir embora com outra identidade e seguir seu caminho.

O banquete se passou mais rápido do que Arya esperava. Antes que reparasse já estava no corredor na companhia de Jon e dos guardas, a caminho de seu quarto. Os guardas faziam comentários sobre as moças que estavam no banquete. Sorriam muito, mas Jon parecia não compartilhar a mesma alegria que eles.

Quando faltava pouco para chegar, o meistre foi ao encontro deles. Puxou Jon para um canto e falou algo baixo para que Arya não ouvisse. O jovem rei fez uma cara de espanto e disse algo também baixo. Deu alguma ordem para o meistre e apressou o passo.

Quando chegou no quarto, deu um abraço forte no irmão e derramou algumas lágrimas. Jon se espantou com o choro. Secou as lágrimas dela e perguntou:

–O que houve?

–Nada. Apenas estou feliz de estar perto de você. Boa noite...

Jon beijou a sua testa e a abraçou mais uma vez. Naquele momento ela teve certeza que depois de realizar a sua vingança tinha que voltar para perto de Jon.

–Durma bem, irmãzinha. Você sempre será a minha irmãzinha. Até amanhã...

Arya chorou mais uma vez quando a porta se fechou. Depois de se recuperar do choro, trocou as roupas chiques que usou no banquete por outras que estavam em suas coisas e colocou a máscara de Alyce.

A menina havia tido cuidado para que Jon nunca mexesse em suas coisas, nem ele nem ninguém. Com isso ele nunca soube quem ela realmente era, ou melhor, havia se tornado.

Quando Arya abriu a porta lentamente, percebeu que não havia guardas na frente de seu quarto, como era costume ficar. Os guardas tinham ido com Jon. Isso indicava que algo sério havia ocorrido.

Na ponta dos pés percorreu o caminho que a levaria para fora dali. Sempre tento o maior cuidado para ser silenciosa. Aproveitava as sombras para se ocultar. Para sua alegria, muitos soldados se encontravam bebendo na companhia de acompanhantes de acampamento, por isso foi fácil se misturar entre elas e se retirar junto também.

Jon

Jon foi ao encontro do meistre a passos rápidos. Seus soldados o seguiam. Ao encontrar com meistre Xhitos, foi logo indo direto ao assunto:

–O senhor tem certeza do que me disse?

–Certeza absoluta, Vossa Graça. Entre em minha sala e verá com seus próprios olhos.

Mesmo com o meistre confirmando novamente, Jon não conseguia acreditar que Melisandre estava tramando algo contra ele. Quando o meistre o puxou para longe de Arya e disse que tinha provas de que a mulher poderia está tramando contra a vida dele, Jon não acreditou. Mas como era uma acusação grave resolveu conferir.

–Pode está ocorrendo algum engano.

–Engano nenhum, Vossa Graça. Encontrei a senhora Melisandre mexendo em minhas coisas. Quando a peguei, ela já estava com algumas ervas recolhidas em um pano. Com toda certeza planejava envenenar Vossa Graça. Ela deve ter planejado tudo, por isso não foi ao banquete.

–Onde ela está?

–Logo que a encontrei aqui mandei que os guardas a levassem para seus aposentos. Para que Vossa Graça decidisse o que fazer com ela.

Jon não conseguia acreditar, pois Melisandre acreditava que ele era o Azor Ahai. Ela nunca faria mal a ele. Talvez ela estivesse pegando as ervas para outro fim ou talvez nem fosse veneno. Os soldados que ele havia trazido com ele começavam a se agitar, Jon queria acabar logo com aquele assunto:

–O senhor tem certeza de que as ervas eram venenosas?

O meistre parecia irritado com a insistência de Jon em acreditar na inocência da mulher.

–Ainda não conferi, Vossa Graça. Deixei as ervas embrulhada no tecido da mesma forma que ela deixou. Não as mexi. Para que Vossa Graça pudesse ver. Mas tenho certeza que eram venenosas. Por que ela se daria ao trabalho de pegar escondida ervas comuns?

–Vamos. Mostre-me as ervas.

O meistre logo obedeceu e abriu o tecido, mostrando as ervas. Para Jon que não conhecia de venenos eram apenas folhas e flores.

–São venenosas?

A pele do meistre ficou branca como leite e ele falou baixo, visivelmente assustado:

–Não, Vossa Graça... Não são venenosas. Essas ervas são poejo, menta, tanásia e losna. São os principais ingredientes do chá de lua.

Sansa

Uma vez Cersei havia lhe dito que a principal arma de uma mulher estava entre as suas pernas. Somente depois de um tempo Sansa foi entender o real significado dessa frase e somente quando precisou defender a sua família, ou o que sobrou dela, conseguiu a por em prática.

Bastou algumas noites juntos para que ela percebesse que Mindinho estava em suas mãos. Quem muito manipulou agora era manipulado sem perceber. Realizar a segunda parte do seu plano seria ainda mais simples. Mas ela estava esperando o momento certo.

Sansa se perguntava se Mindinho realmente acreditava que era amado por ela. Talvez o desejo o tivesse cegado de tal forma que não o fazia perceber o óbvio. A cada dia confiava mais em Sansa e falava de seus planos.

Naquela noite, antes de ir para o quarto com Mindinho, Sansa foi para o quarto ler para o primo, Robin Arryn. O menino quase toda noite tomava uma taça de sonodoce .Naquela noite não foi diferente. O meistre havia deixado a taça preparada perto da cama do menino.

Enquanto lia, Sansa olhava para a taça e lembrava que uma vez o meistre disse que esse sonodoce poderia acabar matando o menino, pois vai se acumulando aos poucos no organismo dele e um dia poderia fazer ele nunca mais acordar. Olhando para aquela taça novamente, a menina teve uma idéia diferente e lembrou que o meistre também havia dito que a única coisa que diferencia o remédio do veneno é a quantidade, pois uma pitada de sonodoce melhora a doença dos tremores, mas três pitadas podem fazer a pessoa nunca mais acordar.

“Ah, o amor. É um doce veneno que assim como o sonodoce vai matando aos poucos” pensou Sansa naquela noite ao bater na porta do Mindinho.

Melisandre

Sentada olhando as chamas, Melisandre amaldiçoava mentalmente o meistre. Com toda certeza ele contaria tudo para Jon. E isso poderia por tudo a perder. Se Jon soubesse que ela estava esperando um filho seu não ia querer que ela o acompanhasse para a próxima batalha. E com toda certeza ia propor o casamento novamente.

Jon precisava dela do lado dele, para lhe dizer o que as chamas dizem e lhe guiar e preparar para a batalha. Mas ele ia querer a deixar em Winterfell diante dos novos fatos.

Melisandre planejava preparar o chá de lua sem que ele soubesse, por isso teve o cuidado de buscar as ervas escondida, mas o meistre estragou tudo. Mas ela daria um jeito nisso. Sua maior preocupação era outra. Temia que Jon não estivesse pronto para a batalha final contra o Grande Outro, pois eles estavam perdendo tempo demais em Winterfell e ainda tinha um longo caminho a ser seguido. E mesmo todo esse tempo em Winterfell ele não havia ido até as criptas.

Olhando para as chamas ela viu que Arya se preparava para seguir seu caminho. Ainda estava olhando para as chamas quando inesperadamente as imagens mudaram. Passou a ver imagens de um passado há muito distante. Uma voz de mulher a chamando por seu antigo nome e um vendedor de escravos falando algo em uma língua das cidades livres. Não entendia porque essas imagens estavam aparecendo.

Acontecia algumas vezes de imagens de seu passado aparecer nas chamas. Toda vez que isso ocorria suas lágrimas, quentes como chamas, molhavam seu rosto. Só que dessa vez, as imagens estavam mais intensas, tão intensas que ele nem ouviu Jon chegando. Apenas reparou que ele estava lá, quando suas mãos frias tocaram seu rosto, enxugando as lágrimas.

Após isso ele a ajudou a se levantar. Os dois se sentaram na cama e ficaram um tempo em silêncio. Nenhum dos dois sabia o que dizer diante os fatos. Quem quebrou o silêncio foi Jon, dizendo exatamente o que Melisandre temia que ele dissesse:

–Acho melhor você ficar em Winterfell com a minha irmã.

Melisandre sentiu um arrepio ao ouvir Jon falar da irmã. Perguntou-se como ele reagiria ao saber que ela tinha ido embora.

–Sabia que você iria sugerir isso. Mas eu seria mais útil ao seu lado nas batalhas.

–Você já fez muito por mim. –Jon olhou para ela e disse- E um rei não deve levar a sua rainha e o seu herdeiro para o campo de batalha... Porque você não me contou?

A forma de Jon falar a deixou sem palavras. Não sabia o que responder. Não teve coragem de dizer que não aceitava ser sua rainha . Mas viu que podia tirar proveito da situação, por isso disse:

–Se eu aceitar ficar em Winterfell, você faz uma coisa por mim?

–Claro.- Jon sorriu achando que ela tinha aceitado fácil demais ficar em Winterfell-Qualquer coisa.

–Quero que você vá comigo até as criptas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem. Abraços. Até o próximo. Obrigado por ler. O próximo capítulo vai demorar um pouco.



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