Bellarke - The Wedding escrita por Commander


Capítulo 15
Banned From the Wedding


Notas iniciais do capítulo

Primeiro gente obrigada pelas recomendações :3
Sério, adorei e fiquei muito feliz com elas u.u



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Clarke e Lexa

Clarke subiu até seu apartamento, exausta.

Por que aquilo teve que acontecer? Aquele breve momento no elevador foi tão grave quanto seria se ela e Bellamy tivessem se beijado. Só pensar nisso já era loucura, eles sempre foram amigos, nunca sequer tiveram alguma coisa parecida com aquela antes.

Tudo que ela queria era uma bebida e sua cama.

Assim que abriu a porta, percebeu que todas as luzes da casa estavam apagadas. Era como se não tivesse ninguém em casa, o que era estranho, pois Lexa já deveria ter chegado do trabalho.

— Clarke. – ouviu a voz rouca da noiva vir da cozinha e sentiu arrepios subirem pela sua coluna. Lexa acendeu as luzes da sala, andando lentamente até a loira.

Ela tinha os olhos vermelhos, como se estivesse chorando e a maquiagem borrada. Nem deu tempo de perguntar, Lexa apenas se aproximou da noiva e a envolveu em um abraço apertado.

— Aconteceu alguma coisa? – Clarke franziu a testa, enquanto acolhia a mais velha em seus braços.

Quando elas se afastaram, Lexa respirou fundo e falou:

— Clarke, eu tenho que te contar uma coisa.

Clarke se arrepiou novamente, por achar que Bellamy tinha alguma coisa a ver com o que ela queria contar. Ignorando o pensamento, seguiu Lexa até o quarto.

A morena se sentou na cama, envolvendo as mãos em seu cordão de ouro. Clarke sempre a via usando a jóia, mas nunca achou que fosse uma coisa que valesse a pergunta.

— Abra. – Lexa mandou, entregando o cordão em formato de coração para ela, e Clarke o fez. A loira achou uma pequena foto de uma garota. – O nome dela era Costia.

A garota da foto tinha os cabelos brancos, o que era estranho, já que ela parecia muito nova. Porém, o que realmente chamava atenção nela eram os olhos, que eram quase da mesma cor que os de Lexa.

Clarke franziu o lábio:

— Era?

— É uma longa história. – Lexa disse, parecendo fria. – Ela era minha namorada, antes de eu ir pra faculdade e para o exército, antes de conhecer você. Foi... Foi a primeira vez que eu me apaixonei por uma garota e a maior burrice que eu fiz. – a morena fez uma pausa. – E você sabe como era a a minha família, na época. Minha mãe saiu de casa depois que meu pai morreu e meu padrasto... Ele me mataria se soubesse que eu estava namorando uma garota.

Clarke não sabia direito o que dizer, já que também não entendia o motivo daquela confissão. Apenas deixou a noiva continuar, com os olhos fixos nela.

— E, quando as coisas entre Costia e eu ficaram sérias... Bem, meu padastro já começava a suspeitar da nossa "amizade". Então, numa noite, ele me viu com ela. Não estávamos fazendo nada demais, mas claro que isso não era desculpa para ele.

A Griffin reparou que lágrimas deixavam o rosto de Lexa encharcado, mas ela não parecia ligar. Conforme contava a história, parecia que a morena voltava ao passado junto com ela...

Lexa colocou a mão no rosto, que ainda ardia pelo tapa que levou de seu padastro, David. Aquele desgraçado estava tão bêbado e ela nunca o viu tão agressivo e fora de controle, apenas deu tempo de ela entrar na frente de Costia e levar o tapa por ela.

E, depois daquilo, fugir com o carro de David, óbvio.

— Aquele filho da puta vai pagar por isso. – Lexa mantinha os olhos fixos na estrada, enquanto tentava fazer suas maos pararem de tremer.

Pelo menos, assim como ela achava, elas estavam livres. Livres para sair daquela porra de cidade e viver uma vida de verdade. Livres para ficarem juntas para sempre, sem se importar em se esconder de nada nem ninguém.

Costia, que parecia sem saber o que dizer, mordeu o lábio:

— Amor, nós... Isso é loucura. Nós não temos para onde ir.

— Podemos arrumar um lugar, isso não é um problema. – a morena falou. Ela colocou o cinto, por mais que não achasse realmente importante, e pisou mais fundo no acelerador. – Eu vou voltar aqui, à noite. E aí meu padastro vai conhecer o verdadeiro problema.

— Lexa, não, você não pode. Não lembra do que ele disse? Vai acabar morta. – Costia estava quase implorando. Ela desviava seus olhos da estrada molhada para os olhos tempestuosos de Lexa. Não parecia uma boa transição. – Para o carro agora!

Lexa encostou o carro por um minuto, na estrada completamente deserta, quase na ponte que fazia a saída cidade. Ela colocou a mão debaixo do banco e tateou o tecido até achar uma pistola. Não era dela, a morena havia roubado da garagem do seu padastro.

— Não, eu não vou morrer. Ele vai.

Costia colocou as mãos no rosto dela, obrigando-a a olhar em seus olhos:

— Eu te amo, Lexa. Mas, se você voltar naquela casa hoje, você não vai ser mais nada pra mim, além de uma assassina. – ela fez uma pausa, vendo que nada daquilo pareceu ter efeito em Lexa. – Não precisa fazer isso. Nós podemos voltar lá e conversar com ele, podemos tentar, nós...

Lexa balançou a cabeça, ligando o carro novamente e voltando para a estrada:

— Ele nunca vai parar. A menos que eu faça isso por ele.

— Você... Você fez? Você matou David? – Clarke perguntou, com os olhos arregalados.

Lexa balançou a cabeça lentamente, com o olhar distante:

— Nunca tive coragem. Ele nunca ia parar, mas eu também não parei. Apenas continuei acelerando e correndo mais... – Lexa desabou nos braços de Clarke, aos prantos, e a loira a abraçou com força. – Costia não colocou o cinto, Clarke... Nós batemos na mureta da ponte e eu levei segundos até perceber que fiquei presa ao carro pelo cinto. Se eu tivesse... Se eu não tivesse acelerado, talvez ela ainda estaria viva. Mas eu a matei... Eu matei ela, Clarke...

Clarke a abraçava apertado, mantendo sua cabeça em seu colo. Lexa se abraçava à ela como se fosse uma criança, enquanto falava coisas incompreensíveis.

— Lexa, eu sinto muito... Mas nada disso foi culpa sua. – Clarke falou, percorrendo a mão pelos cabelos da morena. – Apenas teve que acontecer e você não podia impedir.

Lexa se levantou do colo de Clarke repentinamente, se virando. Ela juntou seus cabelos em um coque e enxugou os olhos.

— Você deveria comer. Eu fiz o jantar. – a morena sorriu, se levantando da cama. – E eu não sou um desastre completo na cozinha, acho que consegui o seu favorito.

O que? Como ela mudou de humor tão rapidamente?

— Tudo bem, eu quero muito ver isso. – a loira deu um sorriso, se aproximando. – Só que... Acho que eu preciso tomar um pouco de ar, talvez absolver essa coisa toda.

— M-Mas você vai sair agora? – Lexa falou, perdendo um pouco da animação de antes. E, de uma hora pra outra, sua expressão se fechou. – Aposto que a Raven tem muito pra te contar.

Clarke franziu o lábio:

— Raven? Não, eu não ia na casa da Raven... E o que ela iria me contar?

— Não, não, eu sou uma idiota. – ela percorreu as mãos pelo rosto, balançando a cabeça. – Olha, foi só uma briga, não precisa trazer isso à tona agora. Eu até já esqueci.

(X)

Clarke entrou na casa dos Blake, tão furiosa quanto um furacão. Ela nunca havia estado realmente furiosa com a Raven, porém a morena nunca deu motivos.

Mas, agora, a Griffin estava pronta para derrubar a casa, se quisesse.

Bateu na porta até que alguém atendesse e, obviamente, era Octavia. Ela estava tão puta que nem parou para falar com a amiga, apenas foi em direção ao quarto de Raven e fechou a porta com o calcanhar, quando entrou.

— Qual é o seu problema?! – Clarke perguntou, encarando a morena, que se encontrava deitada, assistindo algum programa de televisão. – Sério, o que a Lexa fez pra você? Por que você odeia tanto a minha noiva?

Raven franziu a testa. Ela parou o que quer que estivesse passando na televisão e se levantou bem devagar.

— Não tenho problema nenhum com a sua noiva perfeita, Clarke. Eu só não suporto a ideia de ver você se casando com ela e preferia que você ficasse com um peixe morto.

— Você não tem que preferir nada. É a minha vida, faço com ela o que eu quiser.

Raven assentiu, desviando o olhar:

— Ok... Vamos ver se continua pensando assim depois do primeiro mês casada com ela. Vamos ver se vai continuar fingindo que semana passada nunca aconteceu.

— Quer saber? – a loira fechou os olhos, sentindo seu coração pesar. Ela não imaginava passar pelo momento mais importante da sua vida sem a sua melhor amiga. – Talvez você não devesse ir no meu casamento.

— Talvez. – Raven disse, soando fria. Mas seus olhos castanhos nunca enganaram ninguém; ela se sentia tão ruim quanto Clarke. – Só que você quebrou sua promessa.

Há alguns anos, Octavia, Raven e Clarke decidiram fazer um juramento. Não era nada muito complicado, era mais uma coisa simbólica: Elas nunca deixariam nenhum namorado, ou namorada, ficar no caminho da amizade delas.

E, por um momento assustador, Clarke não sabia se cuidou tanto de sua promessa quanto deveria.

— Eu não namoro com a Lexa, Raven, eu sou a noiva dela. – a loira voltou ao assunto. – Existe uma diferença e eu preciso que você respeite isso.

— Eu respeito, é só que...

— É mentira! Desde que nós duas chegamos aqui, tudo que você fez foi falar o quanto odiava cada parte disso tudo. Imagina se eu fizesse isso com com você e com o Wick, huh?

— Eles são totalmente diferentes!

— Será? Não sei, e se o Wick for um assassino, sequestrador de criancinhas? Acho que eu vou investigar isso, talvez dar uns tapas nele também. – ela falou, se sentindo furiosa. Clarke percorreu as mãos pelo cabelo, tentando se acalmar. – Olha, eu sei que você quer que eu fique com o Bellamy e que você torce por isso mais que qualquer coisa. Não sei, talvez ele poderia ser uma segunda opção, mas.... Não dá, ok?

— Antes de você ir embora, se achando a dona da razão, como sempre, me responde uma coisa. – ela franziu os lábios. – Se a Lexa é a sua primeira opção e ele é a segunda, como você disse, por que acha que a primeira é a certa?

Clarke revirou os olhos:

— Porque eu amo minha mulher.

— Então não deveria existir uma segunda opção, não é? – ela sorriu, parecendo orgulhosa em mostrar seu "argumento". – Se você amasse mesmo a primeira, por quê ia precisar de uma segunda?

— Olha... Talvez, em outra época, com outras pessoas e outros objetivos, pudesse acontecer alguma entre o Bellamy e eu. – ela falou. – Mas, nessa época, com essas pessoas e esses objetivos, eu estou com a Lexa. Essa é a minha vida, aquela mulher me faz feliz e, se você não a aceitar isso, vamos ter problemas.

Naquele momento, a porta se abriu bruscamente e Octavia praticamente caiu para dentro do quarto. A mais nova deu um sorriso nervoso para as duas, encolhendo os ombros.

— Sério? – Raven bufou. – Você tava ouvindo tudo?

— Claro que não! Eu estava... Olhando... Apreciando a porta. – a Blake negou, se apoiando no batente da porta, fazendo as outras duas revirarem os olhos. – Clarke, você não tava falando sério, não é? Sobre a Raven não ir no casamento?

Clarke abaixou a cabeça. Era orgulhosa demais para dizer que falou aquilo da boca pra fora e que foi tudo no calor do momento. Para ela, era muito mais fácil dizer que estava falando sério, sim, e que realmente não queria Raven lá, por mais que fosse a maior mentira do mundo.

Ela caminhou até a porta, sem conseguir olhar nos olhos de nenhuma das duas:

— A decisão está tomada. Enquanto vocês não se desculparem com a Lexa, nenhuma das duas vai ao casamento.


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