Bellarke - The Wedding escrita por Commander


Capítulo 13
Homeless Girl




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Bellamy

Como se tudo já não fosse o suficiente, Octavia e Raven ainda enchiam seu saco para saber o que aconteceu. Os curativos que Clarke fez aliviaram um pouco a dor, mas ele ainda se sentia no Inferno (não que isso tivesse necessariamente a ver só com os machucados).

— Que fofo, ele acha que tem opção. – Octavia entrou no quarto, de braços cruzados. – Que porra é essa? Quem fez isso com você? Onde você estava? E o que você fez dessa vez?

— Não foi nada. – Bellamy respondeu, sem vontade nenhuma de entrar em mais uma discussão. Ele pegou seu celular e começou a mexer, desesperado para sair daquela conversa.

Já foi o suficiente ter falado com a Clarke antes, explicar para essas duas seria uma das piores coisas do mundo. Porque, na realidade, nem ele mesmo entendeu o que aconteceu. Em um minuto, estava voltando para casa e, no outro, foi vendado e toda aquela merda começou.

— Bellamy, ninguém fica desse jeito por "nada". Você sabe que pode falar sobre isso com a gente. – Raven falou, claramente mais calma. — Mas, você não quiser... Acho que não podemos te obrigar, não é?

Octavia balançou a cabeça, o olhando como se estivesse “avaliando” o irmão:

—É muita coincidência que isso aconteceu logo depois que a Clarke chegou. – assim que ela disse aquilo, Bellamy e Raven a encararam, perplexos. – Eu sei, eu sei. Ela é minha melhor amiga e eu a amo mais que qualquer coisa, mas... Toda vez que ela está por perto, Bellamy sempre sai prejudicado.

Ele bufou. Não podia acreditar que a irmã estivesse culpando a Clarke, ou qualquer coisa daquele tipo. De Lexa ele já não esperava muita coisa, mas da Clarke... Só uma suposição daquelas sobre ela já era ridícula.

— Eu acabei de falar isso pra Clarke. – ele revirou os olhos. – Eu não estou morto, ok? Isso devia ser o suficiente.

Octavia balançou a cabeça, dando um sorriso seco:

— É claro que você contou pra Clarke, claro que está mentindo sobre o que aconteceu. Você fala sobre a nossa mãe como se vocês fossem diferentes. Mas os dois são mentirosos.

— Eu não tenho nada parecido com aquela mulher. – B ellamy se levantou, com raiva, e segurou o braço dela. – E, se você disser isso mais uma vez, eu vou...

Ela puxou o braço de volta, furiosa:

— O que? Vai me bater? Ótimo, vá em frente!

Raven respirou fundo, parecendo cheia de toda aquela situação. Ela se pôs no meio dos dois irmãos, respirando fundo:

— Já chega! Vocês estão de cabeça quente e não vai ser nada bom para nenhum dos dois ficarem se atacando. Octavia, você precisa de um tempo, talvez espairecer um pouco. E, Bellamy, você precisa pensar melhor sobre isso. Só conversem de novo quando estiverem calmos. – como nenhum dos dois se moveu, Raven falou mais alto. – Agora!

Por mais puto que estivesse, nenhum dos dois iria questionar Raven. Octavia andou até a porta, fechando-a com força e saindo do quarto. Ela não iria voltar tão cedo, então Bellamy desabou na cama, exausto.

— Olha, não vou te dar razão por isso. Nem poderia, não faço ideia do que aconteceu. – Raven foi até a cama e se sentou, franzindo os lábios. Eles ficaram se olhando por um tempo, enquanto ela parecia procurar por palavras. – Mas eu te conheço, Bellamy. E você não é nem um pouco parecido com a sua mãe.

Bellamy deu de ombros:

— Queria poder dizer isso, mas não vejo mais uma grande diferença entre nós.

— Sério? Porque sua mãe abandonou seus dois filhos. E, cara, você salvou a vida de uma garota, sem nem saber quem ela era. – ela sorriu, olhando para baixo. – Ou já se esqueceu de como nos conhecemos?

Bellamy balançou a cabeça. Ele nunca esqueceria daquilo.

.

Havia feito apenas uma semana, desde que Clarke foi embora. E ele nunca achou que a garota dos olhos azuis fosse fazer tanta falta. Mas, naquele dia em especial, uma garota lhe chamou a atenção. E a garota estava morando na calçada da rua.

Ela era linda, porém estava machucada. Sua pele morena tinha arranhões e cortes, seus cabelos escuros estavam bagunçados e um de seus olhos castanhos estava rodeado por uma mancha roxa. A garota, que parecia ser apenas um pouco mais nova que ele, talvez dois ou três anos, possuía uma mala do seu lado.

— Qual é o seu nome? – Bellamy perguntou. Parecia loucura falar com alguém na rua, mas ele realmente tinha um pressentimento.

Ela limpava o sangue que escorria de um corte em seu rosto. Não era muito profundo, nem precisaria de pontos, então o Blake não se preocupou muito.

— Raven. – ela disse, de má vontade. – Por que?

Bellamy se sentou ao lado da garota, apenas porque a dor de cabeça, resultado da sua ressaca da noite anterior, estava tão forte que ele não se importava nem com isso.

— Quantos anos você tem?

—Dezessete. Você é detetive, por acaso?

Ele ignorou a pergunta dela e prosseguiu:

— E por que está na rua?

Raven deu de ombros:

—Finn está morto. Meu namorado está morto.

Bellamy se chocou com a naturalidade com a qual ela falou àquilo. Ficou curioso sobre o que teria acontecido com o namorado da garota, mas não tinha coragem o suficiente para perguntar. Ele apenas assentiu:

— E você morava com ele?

— Isso. Eu não tenho um lugar para ficar e... – ela apontou para um de seus machucados. – Parece que esses babacas daqui gostam disso.

A noite estava extremamente fria e Raven vestia apenas uma jaqueta vermelha e rasgada. Bellamy queria dar seu casaco para ela, mas ele não sabia como ela iria reagir a isso, então ignorou o pensamento.

Ele levantou a cabeça, pensando por um tempo. Não pensando em Raven, mas, como sempre, em Clarke. Ela só havia partido há uma semana e ele já estava prestes a ter um colapso, oque aconteceria se ela resolvesse ficar lá por muito mais tempo?

— Mas que cara... – Raven reparou, olhando para ele. – Aconteceu alguma coisa?

Ele franziu os lábios, sem vontade nenhuma de falar sobre aquilo:

— A minha amiga, Clarke, se mudou hoje. Sei lá... Eu só sinto falta dela. Sinto falta dela todos os dias.

Raven olhou para baixo. Ele imaginava que os dois estavam pensando a mesma coisa.

— Eu também sinto falta dele.

— Sinto muito pelo Finn. – Bellamy falou, porque realmente sentia. Percebeu que ele e a garota não eram muito diferentes.

— Sinto muito pela Clarke.

— Quer saber, Raven? Levanta e pega sua mala. – ele falou uma última coisa, começando a andar. Percebendo que a morena não o seguia, ele bufou. – Quer um lugar pra dormir hoje ou não?

Ela sorriu, descrente com a atitude do moreno:

— Mas eu nem te conheço! Pelo que eu sei, você pode ser um sequestrador.

— E você pode ser uma assassina. Nós dois temos riscos aqui. Vamos, antes que eu mude de ideia.

.

Bellamy voltou ao presente, encarando o rosto de Raven novamente, depois de seis anos. Era loucura que eles ainda fossem amigos até hoje, considerando o jeito mais louco ainda que se conheceram.

— Eu ainda lembro daquele dia, que você me achou na rua, passando pelo pior dia da minha vida à seis anos atrás. Como se fosse hoje.

— Por que está dizendo isso agora? – ele perguntou, confuso.

— Porque você nem me conhecia e nem fez questão de conhecer, apenas salvou a minha vida. Se você fez uma coisa desse tipo com alguém que nem conhecia... O que você é capaz de fazer pela sua irmã? — ela falou. Bellamy balançou a cabeça. Raven adorava falar essas frases, que a faziam parecer mais profeta. – Aliás, é por esse dia que eu apoio tanto você e a Clarke juntos.

Ele sorriu, empurrando o ombro da garota.

— Tá legal, isso não tem nada a ver. Você estragou o momento, Reyes, estragou o momento.


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