Cinco Maneiras de Te Encontrar no Clichê escrita por Mrs Days


Capítulo 4
O Nerd


Notas iniciais do capítulo

Para quem chutou que o clichê da vez seria o nerd, acertou. Vamos ver o que Izzy vai aprontar dessa vez?

Ah, quase esqueço. Fiz um grupo no fb para todas as minhas fics. Vão ter fotos dos personagens, spoleirs e afins. Link: https://www.facebook.com/groups/875072755907024/



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— Não vou poder sentar com você na aula de álgebra hoje, Mike — Informei enquanto catava o restante dos meus livros dentro do armário — Você pode sentar com a Nanda.

Ele ergueu uma sobrancelha escura.

— O que você está planejando, Izzy?

Sorri.

— Nada. Só estou seguindo minha lista.

Sua expressão ficou rígida e ele virou o rosto.

— Faça o que quiser.

Fiquei um pouco surpresa com o seu tom de voz e nem tive chance de reclamar antes dele pegar as suas coisas e ir para a sala. Entrei na sala e vi que ele tinha seguido o meu conselho sentando-se ao lado de Nanda. A mesma me encarou com o cenho franzido enquanto acompanhava os meus movimentos até a mesa de Henry Thomas.

Ele ergueu os olhos castanhos para mim e ajeitou os óculos na ponte do nariz.

— Tem algum problema se eu me sentar aqui hoje? — Questionei e forcei o meu sorriso mais gracioso.

Ele piscou por alguns segundos antes de balançar a cabeça.

— Não, esse lugar sempre está vago.

Sentei-me ainda sorrindo.

— Não entendo o porquê — Respondi tentando ser sedutora e retendo a vontade de bater minha cabeça contra a mesa. — Então, você gosta de fazer dever de casa?

Ele parou de escrever e me encarou sério.

— Izzy, você quer alguma coisa?

Olá, senhor direto.

— Na verdade, sim — Respondi e senti minhas bochechas esquentando. Maldita hora em que não deixei Mike fazer isso por mim. Franzi o cenho, confusa, quando Henry empurrando o caderno na minha direção. — O que é isso?

— O que você quer. O dever de casa.

Cruzei os braços, ofendida.

— Eu não quero copiar o seu dever de casa. Eu fiz o meu — Menti. Suspirei e engoli a seco. Seria como um band-aid. — Queria te chamar para sair. — Dei de ombros como se aquilo não significasse nada.

Foi a vez de Henry corar e ele ficava fofo assim. Ele passou as mãos por seus cabelos curtos e ajeitou os óculos novamente. Mantive minha expressão em branco enquanto esperava a resposta. Por fim ele sorriu.

— Curte jogos?

**********************

— Izzy, isso está ficando cada vez mais estranho — Minha mãe disse parada na porta do meu quarto enquanto eu ajeitava minha calça jeans escura e minha blusa branca de alcinha — Três encontros em uma semana?

Revirei os olhos.

— Mãe, pensei que você queria que eu fosse feliz.

Ela entrou e me ajudou a abaixar a mecha rebelde de meu cabelo.

— Eu quero, querida, mas isso está ficando absurdo — Ela suspirou e me estendeu um colar — Você já pensou em... não sei... olhar para algo que está mais perto de você?

Encarei-a.

— Mãe, estou procurando na minha escola que fica a pouco quilômetros daqui — Ergui uma sobrancelha — Quer algo mais perto?

Ela abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompida pela campainha.

— Opa! Estou atrasada. — Beijei sua bochecha — Volto antes das oito.

*****************************

Henry me surpreendeu ao me levar para a sua casa, que era consideravelmente perto da minha. Nós não falamos nada no caminho, o que me frustrou um pouco. Não que eu gostasse de falar pelos cotovelos, porém pelo menos uma frase, tínhamos que trocar.

— Que tipo de jogo você está pensando? — Perguntei.

Ele abriu a porta de sua casa e entramos. Fiquei um pouco hesitante ao perceber que estava tudo silencioso e escuro. Entrei devagar e o escutei fechando a porta. Dei um salto no lugar já pensando que tinha parado na casa de um serial killer. Que morte horrível e eu nem arrumei o meu clichê.

Senti seus dedos envolvendo meu antebraço e sua respiração no meu pescoço segundos antes de me virar. Meus olhos se arregalaram.

— Esse é o nosso jogo.

Ele me beijou e com força. Henry parecia saber exatamente o que fazer quando me pôs na parede e aprofundou o beijo. Era bom. Só que ele parecia muito urgente, principalmente quando senti uma de suas mãos apertando minha bunda. Só que a gota d’água foi quando seus dedos roçaram em meu seio.

Afastei-me ofegando, pondo a mão em seu peito.

— Acho que estamos indo rápido demais.

Ele voltou a se aproximar e beijou meu pescoço.

— Estamos indo na velocidade perfeita, Izzy.

Afastei-o novamente.

— Pensei que você fosse o nerd que não ficasse com ninguém.

Ele parou de me beijar e senti seus olhos fixos em meu rosto. Não demorei nem um segundo para me arrepender de minhas palavras. Só que me sentia traída por não ter o meu clichê realizado.

— Só porque eu sou um nerd, quer dizer que eu tenho que ser virgem? — Ele disse auditivamente ofendido — Não sabia que você usa esses estereótipos para definir com quem vai sair.

Passei a mão por minha roupa.

— Se está incomodado, posso ir para casa — Tateei a parede até achar o interruptor e liguei a luz. Reclamei com a claridade e seus olhos castanhos estavam fixados na minha direção — Na verdade, eu quero ir para casa. Eu não sou o que você achava e tenho certeza que tem um pensamento recíproco.

Abri a porta e comecei a me direcionar para a minha casa. Ele me seguiu imediatamente.

— Izzy, não disse que você precisava ir embora. — Ele começou a andar do meu lado, gesticulando e dando aquele sorriso irritante — Posso ser o seu nerd hoje e você pode ser a minha safadinha amanhã. É assim que funciona o jogo.

Fechei os olhos com força retendo a vontade de bater com a minha bolsa na cara dele. Henry e Alex estavam praticamente no mesmo patamar. Parei de andar e me virei na sua direção.

— Eu não quero que você finja, Henry — Disse exasperada — Eu só quero o meu maldito clichê.

Seus olhos se arregalaram e ele ergueu as mãos.

— Desculpe-me, mas esse é o máximo que posso te dar.

Virei-me com a intenção de continuar o meu caminho.

— Tudo bem. — Menos um na lista.

Tinha que começar a ouvir a minha mãe.

********************

No dia seguinte sentei entre Mike e Nanda, assustando-os e antes que pudessem perguntar qualquer coisa sobre o desastroso encontro de ontem, peguei a lista em meu bolso e apontei para o quarto item.

— Quero acabar logo com isso.

Eles trocaram olhares e Mike levantou indo cumprir a sua última função como cupido. Nanda aproveitou para tocar no assunto que eu mais estava tentando evitar.

— Foi tão desastroso assim?

Passei as mãos por meus cabelos.

— Você não sabe da metade — Suspirei vendo Mike sumindo por entre os alunos — Mas é melhor eu te contar agora, porque se Mike souber... — Balancei a cabeça — É capaz de ter um aluno a menos na escola.


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Notas finais do capítulo

E quem chuta qual vai ser o próximo clichê?

Link do grupo do fb: https://www.facebook.com/groups/875072755907024/