E la estava a pequena garotinha outra vez,chorando em cima da sua cama.Ela não podia pedir ajuda,estava sozinha.

Seu padrasto bêbado no andar de baixo,gritando coisas que nenhuma garota de seis anos deveria ouvir,sua mãe de Platão no hospital não ia voltar nem tão cedo.

Ela poderia recorrer a algum vizinho.Mas quem iria acreditar em uma ingênua criancinha? Sendo que aos olhos dos outras seu “pai” parecia um homem tão bom.

–Para de chorar peste

Disse o homem entrando no quarto da menor infestando o ar com o cheiro de bebidas impreguinados em seu corpo.

–Por favor,por favor vai embora

Dizia enquanto chorava.Ela queria fechar os olhos e pensar que tudo aquilo era um pesadelo,que quando acordar ela estaria em sua verdadeira casa,com sua mãe,com seu verdadeiro pai,com seus amigos.

Ela era tão inocente.Ate o momento que ele a tocou...

Dias Atuais

P.o.v Ally

–Vai pegar mais uma cerveja pra mim

Aquele porco fala enquanto estava todo estirado no sofa.Eu estava no outro lado da sala,lendo um livro,mas é obvio que isso não importa pra ele.

–Eu não,vai você que ta mais perto

Disse voltando a prestar atenção no livro.Mas senti um puxão no meu cabelo.

–O que eu disse pra você?Que é pra você me respeitar,fazer tudo que eu mando.Agora vai pegar a porcaria da cerveja

Ele disse e por fim soltou meu cabelo.Levantei da poltrona e fui ate a cozinha pegar a cerveja praquele verme.

–Ate que enfim

Ele disse quando lhe dei a cerveja,revirei os olhos,peguei os meu livros e subi pra o meu quarto

e me joguei na cama.

Nós não éramos aquilo que se pode se chamar de família perfeita,nem ao menos somos uma família,pelo menos não pra mim.Minha mãe trabalha das 13:00 ás 16:00 e depois volta pra trabalho de 20:30 e só volta no outro dia.

Aquele homem que eu me recuso a chamar de padrasto trabalha só pela parte da manhã.O que me faz ter que atura-lo ate minha mãe chegar.

***

Escuto batidas na minha porta e logo vejo minha mãe colocando a cabeça pra dentro do quarto.

–Oi querida,posso entrar?

–Claro

Ela sorriu e entrou no quarto,fechando a porta atrás de si e vindo em minha direção,beijando minha testa.Minha mãe,mesmo estando bastante tempo no hospital ela nunca me deixou de lado,sempre tentado passar o maior tempo possível comigo,conversando.

–Ansiosa pra amanhã?

Ela se referia a uma nova escola que ela me matriculou.Eu com certeza não estava,mas pelo menos tinha fingir que estava,ela trabalhou tanto pra me colocar numa escola melhor.

Não que nós sejamos pobres,mas também nós não somos tãoo ricos assim.

–Sim,não vejo a hora

Eu disse dando um sorriso forçado,torcendo pra que minha mãe não percebesse.Ela sorriu como resposta e saiu do quarto dizendo que o jantar daqui a pouco o jantar iria ficar pronto.

Otimo,mais uma vez eu tinha que fingir pra minha mãe que estava tudo bem,que aquele traste era um amor comigo.

***

Minha mãe já tinha ido trabalhar de novo,era tarde e eu estava deitada na minha cama,assistindo um programa qualquer que passava na TV,quando escuto batidas brutas na porta do meu quarto e a fechadura tentando ser aberta.

–Allycia abre a porta

Escutar essa voz me fez ter calafrios.Me encolhi na cama e apertei os olhos,aquela cena se repetia a muito tempo.Eu estava assustada.Eu só queria que isso não passasse de um pesadelo.