A festa estava, de fato, muito boa. Já havia ido há algumas festas do Stark quando estava tentando vigiá-lo para a SHIELD, tomou suas próprias conclusões sobre elas: eram fantásticas, caras e geralmente promiscuas. Nada fora do que ela já estava acostumada. Essa, porém, não se parecia com as outras, supunha que os convidados influenciavam bastante nessa questão.

Um pouco distante de onde Natasha e Maria estavam, havia dois homens desconhecidos, provavelmente convidados do Stark que as encaravam descaradamente. A ruiva não conteve o sorriso sacana, achava engraçado como as tentativas da maioria de não ir para casa sozinhos eram banais. Às vezes ela se perguntava se eles estavam mesmo tentando.

Virou-se para Maria, que estava apoiada na mesa de sinuca e fez um aceno de cabeça na direção dos dois homens e ela riu, abaixando a cabeça.

- Ah, Natasha, não são tão ruins.

A espiã revirou os olhos, entediada.

- Acho que sou um pouco mais exigente que isso, especialmente o flerte barato os fez perderem o pouco crédito. – disse dando de ombros e procurando sua bebida, que estava ali mesmo há poucos segundos.

Natasha foi em direção ao bar, estava realmente com vontade de beber alguma coisa. Procurou por um barman, mas não havia ninguém. Bufou.

- Eu mesma faço.

Foi para trás do balcão do bar e pegou uma taça, vodca, o suco de cranberry, o suco de limão e o licor de laranja para preparar seu cosmopolitan, não era seu drinque preferido mas era o que estava mais fácil de preparar.

Levantou a cabeça e reparou na festa, quando viu certo loiro parado conversando com Thor e alguns senhores não tão distante de onde estava, resolveu dobrar as medidas e fazer um drinque para ele também, contando com a sorte de que ele apareceria ali.

Não era algo difícil de fazer, mas tinha que sacudir, e isso Natasha odiava.

- Como uma mulher bonita como você veio para em uma espelunca como essa? – ouviu uma voz meio risonha e logo a reconheceu.

Então o destino estava a seu favor.

Levantou a cabeça e respirou fundo quase que teatralmente.

- Sabe, Rogers, estou determinada a conseguir o que quero.

O loiro franziu o cenho em confusão, ela era tão enigmática e sexy. Definitivamente sexy. E Steve tinha reparado como ela ficou deslumbrante com aquele vestido branco e preto meio retrô, estava encantado.

- Como assim? – perguntou alheio das intenções da parceira.

Natasha sorriu de canto, e pôs a bebida, já pronta, nas duas taças de Martini. A inocência de Steve às vezes a incomodava como também era uma tecla perfeita para bater repetidamente.

- Um homem me tratou mal.

O soldado passou de confuso para chocado, como qualquer homem em juízo perfeito ou não trataria Natasha Romanoff mal? Ele gostaria de ser tal homem para o qual ela deu uma chance, para mostrar-lhe que com ele seria diferente. Todavia, preferiu calar-se quanto a seu pensamento intimo.

- Então você tem um péssimo gosto para homens. – ele tentou trazer um pouco de humor à conversa, em sua inocência novamente.

O sorriso da ruiva que antes era discreto, se alastrou quase formando um sorriso completo, assim ele diria. Mas ela se conteve.

- Ele não é tão ruim, – disse empurrando a taça para as mãos do homem a sua frente – é um pouco teimoso às vezes e bem mandão, mas no fundo ele é uma graça. – Steve notou que ela mudou um pouco seu tom ao dizer mandão – Na verdade, ele não é como ninguém que eu tenha conhecido. É diferente de todos os homens que já conheci, e fora que ele não é mesquinho e egoísta, pelo contrário.

Steve engoliu em seco, o cara tinha uma ficha boa até então. Não que ele alimentasse algum tipo de esperança que algum dia ele e Natasha fossem ter alguma coisa, mas ele preferia não ouvir certos comentários.

- Ele parece incrível. – disse simplesmente, mas sem muita naturalidade.

Natasha aproximou-se mais dele e disse baixo:

- Ele é também um idiota. – Steve voltou ao status de confusão, o indivíduo era tão perfeito minutos atrás! Ela percebeu, e continuou: – Garotas adoram isso.

A espiã encarou-o longamente, mantendo o contato visual, percebendo a batalha interna que ele travava consigo mesmo, talvez tentando se controlar, talvez tentando entender. Jamais saberia.

Com seu sorriso de canto novamente pairando em seus lábios perguntou com a voz aveludada:

- Então... O que você acha? Devo esquecer isso ou investir?

Steve precisou de alguns segundos para entender, analisar a pergunta e buscar uma resposta. E nesse meio tempo, percebeu. Ela estava flertando com ele, novamente. Não se cansava daquela sensação de ter Natasha Romanoff flertando com ele. Embora não quisesse, sentia-se o máximo. Permitiu-se uma pontada de esperança.

- Investir, certo? – perguntou vacilante – Ou ele... Hã... Ele... – gaguejou como um garotinho. Irritado com sua timidez, respirou fundo e disse: – O que ele fez que foi tão errado para você?

Natasha arqueou uma sobrancelha e sorriu maliciosamente, dizendo:

- Ele não fez nada. – e se afastando do balcão concluiu confiante – Mas nunca diga nunca.

Steve respirou fundo abobado, não conseguia acreditar no que tinha acontecido entre eles dois. Aquilo foi diferente de todas as vezes que ela havia flertado com ele antes, por pouco ele não sai voado atrás dela e diz como realmente se sente, mas achou inapropriado, e se ela estava interessada também, iria acontecer naturalmente.