Nyah! City escrita por Bill Cipher


Capítulo 4
Um portal.


Notas iniciais do capítulo

Oi! Esse capítulo eu irei mostrar como Lucas chegou a cidade primeiramente.
Queria agradecer ao Peixe por recomendar a história :3
E qualquer semelhança com Gravity Falls é mera coincidência huehue



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Hiroshi tinha acabado de voltar para a portaria quando tudo aconteceu. Shini estava sentado na pedra da qual Maemi tinha lhe falado tentando descobrir como o livro chegou lá. Sem achar nada ele resolver ler um dos contos enquanto Choco corria atrás de alguns pássaros que cantarolavam em cima de uma árvore na margem do rio.

Shini abre o livro em seu índice. Ele começa a procurar alguma história de seu interesse e acha uma que chama sua atenção: “O Mágico de Oz”. Ela contava a história de uma garota chamada Dorothy que após a passagem de um ciclone na fazenda onde morava ela e seu cachorro Totó são levados para uma terra mágica chamada Oz. A história era para o menino até que interessante, mas por algum motivo Choco não parava de latir, e isso atrapalhava sua leitura.

De repente ele sente algo mexendo em seu bolso. Seu celular estava tocando. Kori tinha lhe mandado uma mensagem. Ele ignora e guarda o celular no bolso. Choco continuava latindo.

— O que foi, Choco?! – ela não estava mais ao lado da árvore.

— Choco? – ele ouve mais um latidos ao longe. Shini começa a correr atrás do som e encontra Choco cheirando algo no chão.

— Não some mais desse jeito!!! E o que você achou?

Tinha um ponto preto no chão do tamanho de uma moeda. O garoto não fazia ideia do que aquilo seria.

O seu celular começa a tocar de novo. Era Kori outra vez, mas agora ela estava ligando para ele. O menino ignora novamente. Ele olha de novo para o ponto que agora estava maior.

— O quê?! – Choco dá um passo para trás. Shini faz o mesmo. O que era antes um ponto agora era um buraco no chão. Mas não um buraco comum, era como se uma foto do espaço estivesse colada no chão. E o buraco só aumentava, até ficar com dois metros de diâmetro mais ou menos.

Choco se afasta mais e Shini a segue. Alguns raios começam a sair do buraco. Um brilho forte saindo do buraco ofusca a visão dos dois. Shini tenta dar um grito mas nenhum som sai de sua garganta. Em seguida o brilho começa a diminuir rapidamente. Quando já era possível de se abrir os olhos Shini percebe o que o buraco havia sumido, no local agora havia um garoto um pouco maior que Shini.

Ele estava de barriga para baixo e parecia estar desacordado. Seus cabelos de cor preta eram mais escuros que os de Shini e pareciam ter algo da mesma cor entre eles, mas o garoto não sabia descrever o que era. Sua pele era branca, porém um pouquinho mais escura que a dele. Ele vestia uma calça preta de moletom e uma camiseta de manga comprida azul escuro. Parecia ser um pijama. Em seus pés meias brancas.

Ele começa a acordar, Shini e Choco chegam mais perto, mas parece que ele nem percebe. Ele abre os olhos lentamente e em seguida vira a cabeça para o outro lado sem os ver. Até que finalmente ele nota a presença dos dois, que o observava como se tivessem visto um fantasma.

O menino deitado na grama tenta se afastar ao ver a pitbull ao seu lado mas antes Shini tenta abrir sua boca e dizer alguma coisa. Nenhum som sai novamente.

— Onde... eu estou?

— Nyah... Nyah! City.

O coração do garoto começa a bater forte, ele no mínimo deveria estar sonhando. Ele se levanta e corre em direção ao rio.

— Ei!! Espera! – Shini vai atrás dele segurando a cachorra pela coleira. O garoto jogava água em seu rosto achando que assim ele acordaria.

— Ahn, olá? – Shini tentava falar com o menino de olhos castanhos.

— Eu estou sonhando ou algo do gênero?

Choco olha para Shini de um modo como se dissesse “Ele é louco”. Bem, isso se ela fosse um ser humano.

— Que eu saiba este lugar é totalmente real.

O menino põe a mão na cabeça.

— A estrela! Eu... não pode ser.

— Alguém me explica o que está acontecendo?

— O desejo... o desejo que eu fiz ontem a noite... – o garoto falava sozinho sem olhar para o garoto – Se realizou!

— Olá, Nyah chamando... qual é seu nome? – o garoto sentado nas margens do rio olha para o menino de cabelos azulados em pé a sua frente.

— Lucas...

— Ahn... olá. Lucas.

— E você?

— Eu me chamo Shini e essa é minha cadela, a Choco.

— Oi... – Lucas olha para trás e vê um grande abismo. Ele tenta ir até lá para ver o que era, mas Shini segura seu braço.

— Você está indo para onde?

— Aquele abismo... acaba aonde?

— Ahn... não acaba, você está numa ilha voadora.

O garoto joga mais água na própria cara.

— Ei, para com isso. Você não está sonhando.

— Então... o Nyah é uma ilha?

— Eu não sei o que você quer dizer como o Nyah, mas sim, é uma ilha.

Lucas fica sem falar nada por um tempo.

— Você não é daqui não é?

— Não... eu sou do Brasil.

— Bra... o quê?

— Brasil. América do Sul, planeta Terra, sabe?

— Ahn... não.

O silêncio retorna mais uma vez.

— Ahn... Lucas. – pergunta Shini coçando a cabeça – Todos da Te... isso que você falou têm essas orelhas na cabeça?

— Que orelhas?! – ele olha seu reflexo no água. Tinha duas orelhas pretas aparentemente de gato em sua cabeça – Uououou... isso não estava aí não!!!

Eles ouvem um barulho de um sino, bem na verdade não era um sino. O som vinha de um alto falante no topo da torre da prefeitura, e como um sino de uma igreja ele anunciava as horas. No caso já eram duas da tardes.

— Essa não! Eu tenho que voltar para casa logo! – dizia Shini correndo em direção a entrada do parque.

— Espere! E eu vou ficar aqui?!

— Bem... eu... – Shini não sabia o que deveria fazer. Ele não poderia levar o garoto para a casa, ele o conheceu apenas 3 minutos atrás. Por outro lado ele não podia deixar o menino largado no parque. E se alguém o achasse? Algo poderia dar de errado, ele poderia parar num laboratório ou num circo quem sabe? Shini tinha que levar Lucas para o seu apartamento. Mas como? Não se vê uma pessoa com orelhas de gatinho atravessando a rua todo dia. Vão perceber a presença dele. Ele tinha que esconder as orelhas dele – Está bem. Eu te ajudo. Siga-me.

Lucas acompanha o garoto até a entrada do parque onde um rapaz de cabelos verdes e que usava roupas de segurança o aguardava em frente a um grande portão de metal.

— Quem é esse garoto? – o rapaz disse surpreso.

— Eu me chamo Lucas...

— Hiroshi, você tem que nos ajudar, você tem um boné sobrando aí?

— O que vocês pretendem fazer? De onde esse garoto...

— Lucas.

— Lucas veio? E por que ele tem orelhas de gato?!

Lucas fica com uma expressão de bravo.

“Fala o cara que tem cabelo cor de grama.” – pensou consigo mesmo.

— Eu não sei como te explicar, mas você tem que nos ajudar, por favor!

— Ai... – Hiroshi põe a mão na testa – Não quero me meter em encrenca.

— É só um boné, você não precisa fazer mais nada!

— Ahn... está bem, acho que tenho um ali. – ele entra na cabine de segurança e mexe em algumas caixas – Achei! Aqui. – ele põe o boné na cabeça de Lucas que fica um pouco grande para ele.

— Obrigado!

— Está bem, agora vocês tem que ir! Se descobrirem que eu deixei você, ou vocês, sei lá, entrarem no parque eu perco meu emprego!

— Obrigado! Vamos, Choco! – Shini puxa sua cadela em sua direção e eles junto a Lucas vão em direção a rua.

— Shini... onde você exatamente mora?

— Naquele prédio mais alto.

Lucas quase cai para trás tentando olhar para cima. Até então ele não perceberá o tamanho dos prédios daquela cidade.

— SHINI! – o Shini estava parado no meio da avenida quando um carro passa por cima dele.

Lucas fica parado por um milésimo de segundo quando percebe que após o carro passar Shini ainda estava lá de pé.

— CO... CO... CO... COMO?!

— Como o quê? – pergunta Shini.

— O carro não te atropelou?!!!

Shini dá uma leve risada.

— Os carros são fabricados com uma proteção que ao perceber a presença de um pedestre ou algo do gênero a sua frente ele o atravessa literalmente sem causar danos aos dois. Não é assim onde você mora?

— Não... – o garoto ainda estava assustado.

— Ok, mas vamos antes que Kori nos ache.

— Quem?

— Depois te explico, vamos logo.

Sem perceberem uma moça ruiva de roupas branca e chapéu cinza passa por trás deles, sem vê-los, indo em direção ao parque.

Ela vai até a portaria do local onde encontra um segurança fechando o portão.

— Com licença, você viu um garoto com uma pitbull por aqui perto.

O rapaz vira o rosto em direção a ela.

— Oi, Kori.

— Ah é você Hiroshi. Enfim você viu ele ou não?

Hiroshi olha ao longe os dois garotos indo em direção a prefeitura. Ele engole seco e responde:

— Não, não vi o Shini.

— Espera, você conhece o Shini?! – ela lança um olhar de raiva para ele.

— Sim! – ele estava nervoso – Minha prima estuda da mesma classe que ele.

Kori continua o encarando. Em seguida ela dá um leve suspiro. Ela se vira de costa com a cabeça baixa.

— Ok, então. Mas se eu souber que você está mentindo! – ela o levanta pelo colarinho.

— Calma aí! Isso não tem nada a ver com nosso término, não tem porque brigar.

— Está bem. – ela o solta – Mas se você o ver me avise. – Kori continuou seu caminho de volta. Hiroshi ajeita a gravata e volta a seu trabalho.

Kori pega seu celular e faz uma ligação.

— Ainda não o encontrei.

Ninguém responde.

— Então volte ao apartamento. Talvez ele tenha voltado. – disse a voz masculina num tom e preocupação.

— Ok, Seiji, já estou voltando.

No caminho de volta para o apartamento...

— Então quer dizer quer onde você vive não existe água ilimitada? – pergunta Shini para Lucas.

— Não. Na verdade ela está até acabando lá.

— Que louco!

Shini e Lucas já conversavam a mais de dez minutos sobre como era o mundo um do outro. Lucas ficava pasmo com a evolução da tecnologia em Nyah! City enquanto Shini se impressionava com o tamanho da Terra, do universo... Isso sem parar nenhuma vez de andar em direção ao apartamento do garoto. Bem, a não ser algumas vezes que Choco parava para fazer suas... necessidades.

— O Shini... quem é aquela mulher ali atrás gritando o seu nome?

— Ahn?! – Shini olha para trás e vê sua babá uns 30 metros atrás deles – Essa não, é a Kori!

— E o que fazemos?!

— Apenas corra!

Eles começam a correr em direção a torre que estava uns 100 metros a frente deles. Ao chegarem na avenida em frente a praça do prédio centenas carros passavam por ali em alta velocidade.

Lucas trava.

— Vem!! Nós temos que atravessar!!

— Mas os carros!!!

— Já te falei que os carros não nos atingem! Vem logo!! – Kori se aproximava e Lucas suava frio. Ela já estava uns 20 metros de distância deles quando Shini amarra a coleira de Choco no braço do garoto – Desculpa. – Shini assobia – Vai Choco!

— O QUÊ?! – Choco sai em disparada em direção a avenida arrastando Lucas junto.

— SHINI! – Kori estava uns 5 metros de distância dele. A mulher quase o alcançava quando Shini pula entre os carros.

Demora uns 30 segundos para Shini atravessar a rua e encontrar Choco sentada na calçada de língua de fora, enquanto Lucas se levantava um pouco ralado do chão.

— Ter sido atropelado acho que doeria menos. – disse o garoto.

— Desculpa, mas vamos logo!!! – eles correm em direção a entrada mas parada ali estavam duas mulheres que vestiam as mesmas roupas de Kori – Se esconde! – Shini puxa Lucas e Choco para trás da estátua dos Nyahs. De repente Lucas se desequilibra e encosta na estátua e os três desaparecem na frente de Kori.

Kori pega seu celular e liga para Seiji.

— Ele está com um garoto da Terra! – Kori vá em direção a estátua e ao encostar nela também desaparece, mas ela corre tão rápido que seu chapéu cai no chão antes de ela desaparecer. Por sorte ninguém percebe ela sumindo.

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— Onde estamos? – disse Shini se levantando do piso de azulejos brancos. Ele olha em volta e vê atrás dele uma pequena janela que tinha a vista de toda a cidade. Ele estavam acima da sala de seu pai, ou seja, no topo da torre. O lugar era uma sala do tamanho do apartamento do garoto. Não havia nada lá dentro a não ser no centro uma mesa com um botão vermelho em cima. As paredes eram brancas e com exceção da que estava atrás deles em nenhuma havia janelas. A parede a sua frente tinha algo preto a envolvendo como um portal ou algo do gênero. Eles se aproximam do botão.

— O que será que é isso?

— A gente aperta ou não?

— NÃO! – dizia a ruiva que tinha acabado de chegar na sala – Não encostem nesse botão, por favor!

Todos olham para ela assustados.

— Kori... na sua cabeça... – ela passa a mão em seus cabelos e percebe que seu chapéu não estava mais sobre eles, deixando amostra orelhas iguais as de Lucas.

Choco ao perceber a presença da moça corre alegre em sua direção passando por baixo das pernas de Shini e a derruba no chão enquanto lambe seu rosto. Porém quando passou por baixo do garoto ele tropeçou e numa tentativa de se apoiar ele aperta o botão.

— Essa não. – dizia Kori tentando se levantar, mas a cadela não saía de cima dela.

A parede fica com a mesma aparência do buraco do qual Lucas surgiu. Raios saem daquele portal e um vento forte vindo dele joga o boné de Lucas para trás.

— SHINI! – dizia Kori tentando se aproximar dele quando finalmente tirou a cadela de cima dela.

— O que a gente faz agora?!

— Ahn... – Shini não sabia o que fazer. De repente mais alguém surge na sala. Era Seiji. Shini olha para ele com um olhar bravo – Já sei. – ele agarra o braço de Lucas.

— SHINI! – dizia seu pai.

Shini olha mais uma vez para ele. Em seguida fecha os olhos deixando uma lágrima cair e pula no portal puxando Lucas com ele.

Um brilho forte cega a visão de todos da sala enquanto os dois garotos desapareciam do local e o portal se fecha.


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Notas finais do capítulo

Só agora você se preocupa com o filho, né Seiji? XD
#Shipps
O conto de Mágico de Oz é só para deixá-los confusos mesmo XD não é crossover.
E aí? O que acharam? Se gostaram comentem. Bem, até o capítulo que vem com mais um de onde vem!