Os Próximos Três Dias - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 14
Verdadeiro ou falso?


Notas iniciais do capítulo

CONSEGUI VOLTAR ANTES DO ANO NOVOOOOO o/

Bom mores, o capítulo ta curtinho, mas espero que gostem, porque ele ta bem fofo ♥

Como não acho que atualizarei até o ano novo, vou desejar a vocês FELIZ ANO NOVOOOO xD bebam bastante, porque eu vou. Mas provavelmente daqui pra lá to postando alguma one :D

Assim que der, to respondendo aos comentários, ta bom?

Boa leitura! ;)



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Recobro meus sentidos e abro os olhos devagar, tentando me acostumar com a claridade do local.

Quando finalmente consigo abrir os olhos totalmente, percebo que estou no colo de Haymitch, que está sentado no chão. Os demais estão ao nosso redor e há um cheiro de álcool por perto, o que me faz sentir uma tontura rápida.

Uma mão de Haymitch segura a minha e percebo um leve tremor vindo dele.

Após alguns instantes, decido me levantar. A tontura volta, mas consigo encontrar um equilíbrio e me sento. Haymitch larga a minha mão e eu apoio minha cabeça nas mãos, tentando me recordar de tudo que ouvi. Há uma grande confusão na minha cabeça agora, mas ainda estou bem ciente do que aconteceu.

– Effie, você está bem? - ouço Katniss perguntar e apenas aceno afirmativamente com a cabeça em resposta.

– Alguém pode me explicar o que aconteceu? - indago após alguns instantes em silêncio. Minha cabeça ainda está abaixada, apoiada nas mãos.

– Qual parte, exatamente? - ouço Plutarch perguntar.

– De preferência, tudo – respondo e penso melhor. Finalmente levanto a cabeça para fitar todos ao meu redor e vejo um Haymitch ainda assustado. - Na verdade... a parte da amnésia.

– Esse foi o seu resultado com o veneno das teleguiadas – Dr. Aurelius responde, encostado na grande mesa, com os braços cruzados. Ele leva uma mão até os óculos, arrumando-os no rosto. - Aparentemente não houve danos físicos. A anomalia que identificamos é quase imperceptível, porém foi uma região muito precisa. Quem fez aquilo sabia o que estava fazendo.

– A princípio, cogitamos que havia sido Snow, por conta do que houve com Peeta – Plutarch acrescenta. - Mas nunca vamos ter certeza disso.

– E o Haymitch não tem culpa, Effie - intervém Katniss, do outro lado. - Nenhum de nós podia falar nada até descobrirem o que realmente aconteceu com você.

– Demos duas opções para o Haymitch – Plutarch diz e olho dele para Haymitch, que até então ainda não abriu a boca. - Ele poderia voltar para casa e fingir que nada aconteceu, já que você não se lembrava de nada. A outra opção era começar do zero.

– Começar do zero? - repito.

– Tentar fazer você gostar de mim – Haymitch finalmente fala. - De novo.

– Mas eu sempre gostei de você - digo e um silêncio se segue.

Percebo Haymitch engolir em seco e minha face esquenta. Ninguém mais fala nada por um tempo.

– Acho melhor sairmos um pouco – diz Plutarch após um pigarreio. - Vocês precisam conversar.

Assinto com a cabeça e os aguardo saírem. Até que finalmente me levanto e, logo após, Haymitch faz o mesmo. Sinto um pouco de tontura novamente e me apoio em uma cadeira. Ele está um pouco mais distante agora.

– Quando você ia me contar?

– Quando me deixassem fazer isso – ele responde. Não mantemos o contato visual. No momento estou me concentrando na borda da mesa. - Ninguém fazia ideia de como você reagiria a isso.

– E então você sumiu por um ano.

– Tive que fazer isso – ele diz. - Eu não aguentaria.

– E o que fez você voltar?

– Estava cansado – responde. - Cansado de ter que só ouvir a sua voz, de ter que ficar ligando pra ter certeza de que você estava bem. De ligar para Plutarch para saber se você lembrou de alguma coisa. Até o dia que eu decidi te visitar.

Franzo o cenho e finalmente olho para ele, encontrando seu olhar carregado de tristeza.

– Plutarch estava com você quando eu liguei. Ele voltou a falar comigo quando chegou em casa e me contou que você lembrou de um beijo. Aquele quando você encheu a cara comigo depois dos jogos. Você voltou a falar nisso quando estávamos na minha casa.

Imediatamente as imagens voltam à minha cabeça. A única vez que eu lembro que tivemos algo antes de toda a confusão que começara na 74ª edição dos jogos. Mas logo após isso as imagens mudam e ficam confusas. Sinto uma dor enorme na cabeça e isso me faz precisar me apoiar mais ainda na cadeira. Vejo Haymitch me beijando novamente, mas não no mesmo lugar. Então fecho os olhos com força, tentando amenizar a dor.

– Effie? - ele me chama e ouço sua voz distante. Logo sinto-o me segurar pelo braço e a tontura vai sumindo aos poucos. Quando volto a abrir os olhos ele está bastante próximo, assustado.

– Acho melhor parar por aqui, antes que você fique pior.

– Não, não - protesto com a voz fraca. - Por favor. Continua. Eu quero saber.

Haymitch respira fundo e se afasta um pouco. Ele olha para cima, como se tentasse decidir por onde prosseguir.

– Quando fui te visitar, não sabia se deveria arriscar ou não. Então achei melhor tentar fazer você falar o que achava. Se havia gostado da minha visita. Se eu teria alguma chance – ele faz uma pausa e um sorriso surge em seus lábios. - Talvez tenha sido uma ideia ridícula, mas... quando eu te beijei lá, acreditei que você ia se lembrar. Como num conto de fadas – ele reprime uma breve risada e me pego sorrindo um pouco. - Eu sei, isso é ridículo.

– Talvez não seja – minha voz sai quase num sussurro e ele volta a olhar para mim. Ele dá um passo a frente e depois recua. Percebendo sua hesitação, desencosto da cadeira e me reaproximo dele, encostando nossos lábios, levemente, por um espaço de tempo não muito longo. E, ao nos afastarmos, sinto sua mão acariciar o meu rosto.

– Não quero que se desgaste mais com isso hoje, tudo bem?

Concordo com a cabeça e sorrio quando percebo uma nova imagem formando-se agora nítida na minha mente.

– O que foi? - Haymitch pergunta.

Pondero mais um pouco até ter total certeza do que me veio à cabeça até olhar para ele.

– Nada demais – respondo. - Agora vamos. Precisamos ir.

Encontramos todos no corredor a nossa espera. Plutarch me entrega os papéis com aquele seu típico sorriso simpático, o qual nunca abandona, e me pede para pensar direito sobre a proposta que, ao seu ver, mostrava-se irrecusável, obviamente se levar em consideração o fato de que eu viveria com eles pelo resto da vida, o que realmente é o que eu quero, por mais que eu ame o meu apartamento e a minha vida na Capital. Dr. Aurelius, por sua vez, pede para que fiquemos por mais uma semana para realizar os tais exames que ele solicitou, a fim de tentar encontrar a melhor forma de ajudar a amenizar nossa situação, o que acatamos sem problemas, já que ainda temos esperanças de que conseguiremos nos ver livres dos nossos pesadelos que tanto nos atormentam. Mesmo sabendo que eles nunca vão nos abandonar.

Aproveito e digo aos garotos para permanecerem no meu apartamento. Eles aceitam sem problemas, o que acaba sendo um alívio para mim. Apesar de saber o quão desconfortáveis eles se sentem na Capital, não quero que eles acabem querendo ir para outro lugar. Não enquanto estivermos aqui.

Quando chegamos, os garotos vão para o quarto. Me sento no sofá e Haymitch vai até a varanda. Me demoro um pouco, pensando em tudo que aconteceu hoje, até decidir ir até lá, onde ele se encontra debruçado no parapeito. Chego à porta e cruzo os braços, observando-o em silêncio por um determinado tempo. Avaliando o melhor a se fazer, se devo ou não falar o que havia desistido de dizer quando estávamos naquela sala de reunião mais cedo. E acabo optando por falar.

– Você me beijou no elevador, logo após o desfile dos últimos jogos – digo subitamente e Haymitch dá de ombros, com o olhar distante, enquanto me ouve. - Verdadeiro ou falso?

Quando se vira, Haymitch está misterioso. Ele desencosta do parapeito e vem até mim a passos lentos. Ele respira fundo antes de responder.

– Falso – ele diz e me sinto decepcionada comigo mesma. Havia criado uma falsa lembrança com toda a confusão que ocorrera hoje. Era tudo ilusão da minha cabeça.

No entanto, o que me intriga é que ele sorri logo após responder e se aproxima um pouco mais. Há algo diferente nele dessa vez. Algo que eu não faço a mínima ideia do que seja.

É quando ele completa sua resposta:

– Foi você que me beijou.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, amores fiuhweqofiuqhwfiu espero que tenham gostado!

Comentem e deixem a Lovett feliz :D