As crianças gritaram de felicidade

As gaivotas voaram para o leste

As nuvens deram uma brecha para o Sol

O amanhecer chegara

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Como se a escuridão tivesse acabado

Que coisa mais tosca!

A Scarlet correu para um beco nas ruas antigas de Praga, encapuzada para nenhum dos cidadãos reconhecerem seu rosto. Se agachou ao lado de uma lata de lixo e se colocou a comer o pão em sua mão que roubara do padeiro da região.

Erza Scarlet.

Esse era seu nome, nome que muito amaldiçoaram. Uma das crianças que corria atrás da bola pisou em umas das poças de água suja fazendo respingar em Erza e a fazendo gunhir.

—Tem alguém ai? – perguntou a menina de seis anos, Erza se encolheu não queria que fosse descoberta, talvez outro dia sim, não hoje. Rezou para os deuses que um dia acreditava, porém nesses dias não era assim.

—Wendy vamos – uma loira por volta de vinte anos ou mais se aproximou da baixinha de cabelo azul escuro.

—Mas…

Ao ver que as duas haviam saído a ruiva suspirou de alívio, se lembrando perfeitamente de como sua vida se tornara isso. Um lixo. Se lembrava dos gritos das pintavoulas, dos guardas entrando em seu reino e destruindo tudo que era seu, de quando decapitaram seu melhor amigo e conselheiro: Gray Fullbuster e sua segunda esposa: Ultear Milkovich.

A luz existe na escuridão

Assim como a escuridão existe na luz

Isso é o significado do Ying e Yang

Luz e Trevas

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Porém…

Essa não é a minha realidade

—E assim a Rainha Vermelha – ouviu uma das crianças do parque contar a história de Alice no País das Maravilhas

—Que doce ilusão – murmurou para si após seu sorriso fraco brincar-lhe a face — O nome da loira era Layla, não Alice – logo após só ouviu as reclamações dos cidadãos ao ouvir trovões anunciando uma tempestade enquanto suas lágrimas rolavam em seu rosto.

Explosões foram ouvidas do salão principal, o que foi o suficiente para Erza desviar o olhar por segundos para ver seu amigo.

Tempo suficiente para o vê-lo morrer.

Perplexa Erza não ia notar que estava a ponto de ser morta mesmo que seu instinto intraterrêno gritava em sua mente para que ela se virasse novamente. E logo o grito de Levy fora ouvido e a ruiva se virou vendo a irmã de seu marido aos prantos no corpo de seu irmão.

— Gajeel — sussurrou o nome de seu irmão permitindo mais lágrimas em seu rosto

— Preste atenção, Erza — repreendeu o azulado erguendo suas asas — Não quero ver minha esposa morta— vou deixando o cadáver de um dos guardas que invadiram o catelo das fadas…

Guardas humanos pronto a destruir qualquer coisa do mundo conhecido como País das Maravilhas.

—§

E meio as ruínas que os dragões fizeram aos humanos por proteção, Erza perambulava sem rumo com seu vestido cinza rasgado, a expressão vazia e completamente sem rumo. Para onde iria? Não tem nem sequer seus pais presentes.

Como se eles não tivessem morrido há milhares de anos atrás.

O fogo se fez presente ao seu redor, porém isso não a assustou, não se queimava com o fogo. Se permitiu sorrir com aquilo.

— Jellal…? — chamou meio incerta

— Aceita dançar comigo entre as chamas novamente? — perguntou Jellal voando entre a fumaça cinza com a mão estendida. Erza sorriu de volta e se permitiu mostrar suas asas tranparentes que tinha os traços de delicados desenhos em vermelho, pegou na mão do azulado e dançaram em meio as chamas de novo como muitas vezes fizeram, tentando recordar de qualquer traço de bom que havia ali. Porém sabia que teria que fugir dali enquanto os humanos estiverem em seu auge, pois como única herdeira dos Scarlet não poderia ficar ali.

Pois quando fecho os olhos, lá está

Meu paraíso negro

em que eu danço no reino em ruínas nas chamas

—Sabe que terar que fugir, não sabe? — perguntou Jellal tendo a cabeça de Erza apoiada em seu ombro

— Sei…

— Espere por mim então — finalizou a dança e sem nem mesmo se despedir mandou Erza para o mundo dos mortais.

Não há luz na escuridão

Se houvesse…

Bom eu não estaria lamentando as ruínas do mundo intraterreno

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As pintavoulas não teriam gritado de pavor

A lagarta estaria fumando seu charuto

Os dragões… Ainda ensinariam Natsu a controlar seu interior demoníaco

As histórias sobre o Jaguadarte ainda seriam contadas e ouvidas

Erza desmaiou com a cabeça encostada na lata de lixo, seu pão roubado caiu no chão devido a moleza de seu movimento quando desmaiou. Suas lembraças se tornaram um borão assim como sua visão que logo ficou negra, porém seu sorriso de canto se fez presente

Tudo que era bom e durou o bastante

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O bastante para mim perceber que

o seres mais ilógicos serão minha paixão e ruína

E os seres mais lógicos serão o meu desgosto

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Pois essa é a beleza do mundo subterrâneo

Esse é o motivo de ser chamado País das Maravilhas

Por que Erza Scarlet era amaldiçoada por todos? Pois essa é a desgraça dos mortais, acreditarem que a rainha Vermelha era que nem os livros de Alice, acreditarem que os intraterrenos iriam mata-lo. Se fosse isso eles já não o teriam feito? Pobre tolos, Erza Scarlet é rainha das fadas não das cartas.

E em meio a minha escuridão eu o encontrei novamente

O azulado encapuzado se aproximou da ruiva desmaiada no chão, a pegando no estilo noiva já que a posição da mesma facilitava isso.

— Sou eu Erza – disse o azulado – Seu marido – as asas negras de Jellal se mostraram na escuridão do beco estreito e fedorento – Iremos para onde é nosso lar, Titânia – disse o título que os abitantes do mundo subterrâneo que eram fadas e dragões a chamavam e beijou delicadamente o lábios da fada a sua frente voando em meio a escuridão que se formou devido a tempestade para o tão conhecido País das Maravilhas pelos ouvidos dos mortais, a levando para a mesma ter força para reconstruir seu reino.

Pois não há união mais perfeita em meus anos sem idade

Obrigada por me tirar de minha escuridão,

Jellal