The price of evil escrita por yourbestnightmare


Capítulo 3
3


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei que demorei e demorei muito. Perdoem-me por isso, estava sem internet. Fiz um capitulo mais longo dessa vez para tentar compensar a demora. Por favor comentem, isso me incentiva muito. Obrigada desde já!
PS: o capítulo está meio parado mesmo, eu precisava desenvolver a história e para isso eu teria que fazer algo um pouco mais calmo.



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Já havia perdido a conta de quantas vezes me forcei a respirar fundo, só sabia que sempre que o fazia a vontade de gritar ficava mais e mais forte. Puxei fortemente o ar uma última vez pelas minha narinas e, ainda trêmula, me levantei da cama em que havia me jogado de qualquer jeito após o susto e fui em direção ao guarda-roupas.

Abri as portas do mesmo lentamente, com receio do que veria ali, afinal estava tudo tão estranho que nada mais me surpreenderia. Nada. Suspirei de alívio ao ver que só estavam ali as minhas roupas, do jeito que havia deixado quando arrumei esse cômodo. Mordi o lábio inferior e logo repreendi a mim mesma por ainda não ter acabado com essa estranha mania que muitas vezes resultava em uma ardência incomoda sempre que tentava me alimentar.

Peguei uma calça jeans e uma blusa xadrez vermelha com preto larga, que na verdade era masculina, mas não me importava com isso. Me vesti puxando a manga longa da camisa até as palmas de minhas mãos, na tentativa de me manter minimamente aquecida, já que minha temperatura corporal parecia ter passado de 36°C para – 36°C. Calcei um tênis preto e suspirei me olhando em um grande espelho que havia trazido de minha casa e colocado na parede em frente a cama. Meu rosto estava horrível, quase tão mal quanto eu me sentia por dentro. Pelo espelho pude ver a porta entreaberta do banheiro e um arrepio passou por minha espinha. Calma Lua, está tudo bem. Tudo bem.

Senti um sorriso seco brotando em meus lábios. A quem estava tentando enganar? Estava apavorada. Cada centímetro do meu corpo se arrepiava apenas em pensar na possibilidade de algo parecido vir a acontecer novamente. Sem perceber comecei a respirar fundo e lutei por alguns segundos contra isso até conseguir tomar o controle sobre meu corpo.

Passei as mãos pelos cabelos tentando inutilmente ajeita-lo e suspirei antes de me dirigir até a saída do quarto. Fechei a porta atrás de mim e observei mais detalhadamente o corredor, das paredes velhas e rachadas até o chão de madeira lisa. Desci as escadas que conseguiam ranger ainda mais que as da minha antiga casa e cheguei a sala de estar em apenas alguns segundos. Meus pais estavam lá, sentados no sofá. Ele com um braço ao redor dela e ela com os dois abraçando ele. Ambos pareciam dormir tranquilamente nos braços um do outro.

Nunca acreditei em almas gêmeas, ou que você nasce destinado a algo ou a alguém, mas quanto aos meus pais... Eu não poderia imagina-los de outro modo, e acho que eles também não. Eram tão perfeitos um para o outro... Não porque combinavam, mas sim porque se complementavam. Ela preocupada, ele calmo, ela sentimento, ele razão, ela extremamente meiga e ele beirando o antissocial, ela... Bom, poderia ficar horas citando suas características mas parei de pensar nisso e saí de casa afim de explorar a rua até então desconhecida para mim.

Coloquei as mãos nos bolsos da calça e xinguei a mim e a todos os meus antepassados por não ter a ideia de comprar luvas, luvas grossas. Andei distraída por mais alguns metros quando esbarrei em alguém e me desequilibrei. Iria diretamente de encontro ao chão caso não houvesse sido agarrada por dois braços fortes e tatuados que me deram de volta o equilíbrio, bom, ao menos por alguns segundos, mas este sumiu assim que olhei em seus olhos castanhos. Algo ali fez as minha pernas fraquejarem e se ele ainda não estivesse com as mãos envolta de minha cintura tenho certeza que iria cair.

Fiquei por alguns segundos perdida naquele mar de mistério e... malícia? Só então me dei conta de que estava a centímetros de seu rosto. Já podia até sentir sua respiração se mesclando a minha. Meu rosto esquentou e tive a certeza de que estava vermelha quando um sorriso provocante passou a enfeitar sua bela face branca.

Me afastei abruptamente tentando criar uma certa distância entre nós, enquanto seu sorriso aumentar.

– S-sinto muito. – Por que gaguejei? Me xinguei imediatamente por isso.

– Mais cuidado da próxima vez, docinho. – Piscou para mim e saiu andando em direção contrária a minha me dando uma bela visão de suas costas largas encobertas pela jaqueta de couro negro e seu caminhar imponente e majestoso como o de um lorde. Um lindo lorde.

Passei o resto da minha caminhada me lembrando daqueles cabelos negros e curtos, levemente espetados, da pele branca e lisa e de todos os seus músculos bem distribuídos por no mínimo 1,80 de altura e aquela voz grossa e levemente rouca que parecia derramar segundas intenções em cada simples palavra dita, mas o que mais me marcou foram os olhos. Castanhos... Uma cor tão comum, mas que naquele ser parecia esconder milhares de mistérios, dos quais eu tinha uma vontade curiosa e irracional de desvendar.

Deve ser um idiota como todos os outros. Pensei me lembrando de seu sorriso claramente arrogante e divertido. Bufei irritada e tentei chuta-lo para fora dos meus pensamentos. Como se fosse tão fácil...

Parei em uma praça cheia de crianças correndo para todos os lados enquanto suas mães gritavam que iria chover e precisavam ir para casa. Sorri me lembrando de que um dia minha vida já foi assim, cheia de uma alegria inocente e estupida, tão inocente...

Me sentei em um dos bancos de madeira branca mais afastados de todas aquelas pessoas. Alguns minutos depois comecei a sentir alguns pingos de água em meu rosto. Deixei a água encharcar meus cabelos de bom grado, mesmo sabendo que provavelmente ficaria doente e morreria de frio em apenas alguns minutos, mas não me importei. A chuva me trazia um certo conforto nostálgico, me fazia lembrar dos tempos de criança, quando eu tinha ele... aquele que eu amei e tenho certeza de que sempre amaria, mas ele foi embora, me deixou para trás, e a única coisa que me fazia ter certeza de que aquilo era verdade, de que ele tinha existido e da nossa história juntos, era um coração em pedaços que nunca conseguiu se curar. Fui trazida de volta de meus pensamentos quando notei um pequeno movimento ao meu lado. Era ele... O mesmo homem de antes.

– Olá de novo, docinho. – Cumprimentou com aquela voz rouca e sorriso convencido. Revirei os olhos e dei de ombros tentando parecer indiferente a sua forte e marcante presença. – Sabe... Beleza é uma coisa muito boa, mas educação também é necessária. – Corei, metade por vergonha, metade por estar com raiva.

– Tanto faz. – Disse com meu maior tom de tédio e ouvi um sorriso divertido vindo dele.

– Vamos começar de novo certo? Meu nome é Brian, e o seu?

– Lua.

– Lua? O que significa? – Suspirei pesadamente. Sempre me perguntavam isso. Aqui, nos Estados Unidos, Lua era um nome bastante incomum, o que era bom. Me fazia lembrar de minhas raízes brasileiras. Brasil... foi lá que o conheci... lindo com aqueles olhos azuis que transbordavam alegria e bondade.

– Moon, em português. – Ele me olhou incrédulo.

– Seu nome é Moon? – Acenei positivamente e ele balançou a cabeça, fazendo a água de seus cabelos se juntar aos pingos de chuva em minha roupa. – É, acho que vou chamar você de docinho pelo resto da minha vida. – O olhei visivelmente ofendida e ele apenas riu. Um sorriso que me fez tremer.

Acho que Brian pensou que era por causa do frio, então o mesmo tirou sua jaqueta e colocou sobre meus ombros, já que ela era impermeável, estava seca e quente por dentro.

– Não quero isso. – Comecei a tira-la de cima de mim mas Brian me impediu colocando um braço ao redor de meus ombros, deixando a jaqueta bem firme ali e me fazendo sentir seu corpo bem junto ao meu, era frio e quente ao mesmo tempo, seu toque – mesmo que um tão simples – era forte e cheio de atitude, que enviava faíscas por todo o meu corpo. Só que ele estava frio, assim como eu provavelmente deveria estar por ficar tanto tempo exposta a uma chuva de inverno. Aquilo me lembrou a cena dos meus pais hoje mais cedo. Exceto pelo fato de que eu não iria abraça-lo carinhosamente.

Bufei irritada e ele apenas sorriu vitorioso. E só então notei seus caninos um pouco mais afiados que o normal, e automaticamente me lembrei do ser que me assombrava durante os últimos dias. Levantei bruscamente, jurando ter visto seus olhos castanhos ficarem levemente amarelados.

Recuei ainda o encarando assustada e ele parecia divertido com isso. Dei as costas e corri o mais rápido que pude sem olhar pra trás em momento algum. Poucos minutos depois já estava na porta de minha casa. Levei minhas mãos trêmulas até a maçaneta e abri a mesma, dando de cara com meus pais me olhando assustados, provavelmente pelo meu estado.

– Filha o quê... – Minha mãe começou mas eu a interrompi com um aceno.

– Apenas fui dar uma volta e não esperava essa chuva. – Não era exatamente mentira, isso realmente aconteceu, só que não foi por causa disso que vim correndo. Ela me olhou compreensiva e gentil como sempre.

– Claro, vá tomar um banho quente, irá se sentir melhor.

– Tudo bem. – Acenei sorrindo falsamente. – Mãe...? – Ela me olhou já esperando para saber o que eu iria pedir. Quase sorri com isso. – Posso tomar banho no seu banheiro? A água do meu não é exatamente quente... – É, agora eu havia mentido.

– Claro, querida. – Fui em direção as escadas agradecida e parei quando ela me chamou. – Que jaqueta é essa? Não vi quando você comprou? – Minha respiração travou automaticamente e, ainda de costas para ela, abri e fechei a boca várias vezes em busca de uma boa resposta. – Que seja, ela é linda. – Ouvi sinceridade em sua voz e meu corpo relaxou automaticamente.

– Sério? O vendedor me empurrou ela, acho que foi um erro ter aceitado. – Falei de maneira fria e continuei meu caminho até o quarto de meus pais, passando pelo meu apenas para pegar uma toalha, roupas secas e tirar a jaqueta como se ela fosse algum animal contaminado na parede do meu quarto, com toda a força que pude.

Tomei um banho relaxante e me vesti sem maiores incidentes, por um momento quase me esqueci de que meu dia havia sido uma completa tragédia. Fui até o meu quarto e franzi o cenho ao ver a tal peça de roupa jogada em cima da minha cama.

Isso não estava aí... Estava? Dei de ombros e fui fechar a janela. Olhei para o céu sentindo a brisa gélida da noite tocar meu rosto de maneira suave. Por alguma razão meus olhos se voltaram para baixo bem a tempo de ver uma silhueta escondida nas sombras se afastar e ir pra trás de uma arvore.

Tranquei a janela de toda as maneiras possíveis e fechei as cortinas escuras tampando qualquer visão que alguém poderia ter do meu quarto. Quando finalmente me virei afim de voltar para cama não consegui conter um grito agudo.

– C-como você...? – Olhei incrédula para Brian, que estava parado ao lado da cama, com aquele mesmo sorriso arrogante brincando em seus lábios finos. Os caninos ainda levemente afiados, mas os olhos estavam castanhos como antes. Normais.

– Seus pais são bem simpáticos. – Falou de maneira distraída, como se estivesse comentando algum jogo desinteressante.

Poucos segundos depois meu pai apareceu com um taco de baseball bem seguro na mão direita e olhos arregalados. Brian o olhou com uma mistura de confusão e curiosidade.

– O que houve? Por que gritou? Está tudo bem? Ele tentou machucar você? Eu sabia que não deveríamos tê-lo deixado entrar. Céus, olhe todas essas tatuagens e... – Meu pai disparou a falar mal do estilo de Brian enquanto o mesmo claramente reprimia a vontade de sorrir. Foi então que Antony soltou algo parecido com um grito de guerra e atingiu Brian no braço com o taco de madeira.

– PAI, NÃO! – Gritei vendo ele levantar aquele taco de novo para acertar em Brian. Meu pai me olhou confuso. – Ele não fez nada comigo. Eu só estava distraída e não notei quando ele entrou aqui. Me assustei, apenas. – Antony me olhou com as orbes azuis arregaladas e depois para Brian com um sorrisinho sem graça, como se pedisse desculpas. Jogou a “arma” no chão e saiu murmurando algo sobre pegar um kit de primeiro socorros.

Assim que ele saiu Brian fez uma careta de dor e não pude conter a gargalhada ao analisar toda a situação.

– Seu pai me bate com um pedaço de madeira e você sorri? – Ele me olhou indignado e eu apenas dei de ombros.

– Não era um pedaço de madeira. Era um taco de baseball. – Retruquei.

– E era de ferro por acaso? – Arqueou uma sobrancelha e abri a boca mas nenhuma resposta saiu. Foi a vez dele gargalhar alto.

– Deveria ter sido. – Murmurei com raiva. Cheguei perto dele e observei seu braço. Não estava ferido, na verdade nem estava vermelho. – Dói? – Perguntei enquanto tocava levemente os dedos ali.

– Um pouco. – Um pouco? Meu pai te acertou com um taco de baseball e está doendo apenas um pouco? Sorri falsamente para ele e apertei com mais força. Sua expressão calma não mudou. Sentir a textura de sua pele tatuada fez meus dedos formigarem ansiando mais contato, retirei minha mão rapidamente dali antes que algo em meu rosto denunciasse meu estranho desejo de desvendar não só aqueles olhos, mas todo ele. Cada pedaço... Torci para que não houvesse corado com aqueles pensamentos.

– O que veio fazer aqui? – Perguntei tentando mudar de assunto de maneira leve, não sei se funcionou muito bem.

– É a minha jaqueta preferida. – Apontou para a jaqueta em cima da cama. Fui até ela e joguei-a em cima de seu dono, sem muita delicadeza, não iria correr o risco de entregar em suas mãos e sentir sua pele contra a minha novamente. – Sua brutalidade me encanta. – Falou de modo irônico e reprimi a vontade de manda-lo para onde ele deveria ir: Pro inferno.

Meu pai abriu a porta novamente, dessa vez acompanhado da minha mãe, e ambos olharam para Brian confusos, já que ele vestia o que deveria ser a minha jaqueta.

– Bom, já que ela é masculina e eu não gostei nem um pouco, resolvi dar para ele. Está muito frio lá fora e ele quase foi morto aqui em casa. Acho que devo isso a ele. – Inventei uma mentira rapidamente e Brian apenas me olhou com os olhos serrados.

– Você está sentindo dor? Podemos ajudar você... – Minha mãe ofereceu prestativa levantando um kit de primeiros socorros, mas Brian negou com a cabeça.

– Não precisa. Só vim aqui para falar com a Lua mesmo. Já estou de saída. – Minha mãe acenou com a cabeça me olhando sugestiva e puxou meu pai escada a baixo, ainda muito arrependido do que tinha feito. – Sabe, docinho... Eu pensei que você fosse a filhinha correta que não mente pros pais. – Se aproximou de mim a passos lentos e firmes, mas eu não recuei, não era assim tão fraca. Tudo bem, eu era sim, só que ele não precisava saber disso. – Bom saber que estava enganado. – Sorriu sacana e levou seus lábios até minha bochecha, depositando um levo beijo ali. – E aliás, você ficou bem com minha jaqueta. E sei que gostou dela. – Falou convencido ainda sem sair de perto de mim. A proximidade me fez sentir o cheiro de seu perfume levemente amadeirado com um toque cítrico.

E então, como fez mais cedo, ele se afastou e deu as costas para ir embora. Pude ouvir meus pais pedindo desculpas para ele no andar de baixo e imaginei ele com um sorriso convencido e orgulhoso, dizendo que não havia se ferido. Suspirei cansada e só então meus olhos passaram pelo taco de baseball de meu pai que estava jogado no chão. Se eu não me engano era o preferido dele.

Peguei-o afim de descer e devolve-lo ao seu dono, mas parei quando notei a extensa e irregular rachadura que havia em sua superfície, rachadura essa que não estava ali antes. É, meu pai havia batido em Brian com mais força do que deveria, aquele taco iria quebrar ao meio no primeiro toque um pouco menos delicado.

E ele nem sequer conseguiu arranha-lo. Pensei e automaticamente senti um calafrio percorrer meu corpo, coisa que havia se tornado muito comum ultimamente. Como ele não tinha se ferido? Meu pai não era um homem fraco e tenho certeza que a madeira do taco não estava podre. Ele mal pareceu sentir dor... Lembrei-me de seu braço totalmente imaculado quando fui analisa-lo, as únicas marcas que haviam ali eram as tatuagens, nada mais.

Decidi que o taco não seria mais útil nem como lenha então joguei-o no chão novamente, ouvindo um leve “crack” da madeira. Fui em direção da cama e me deitei ali, tentando me forçar a dormir. Coisa que não aconteceu, pois passei toda a noite em claro, ouvindo todo tipo de barulho que vinha da rua. Até as conversas das pessoas.

Bufei irritada colocando o travesseiro sobre a minha cabeça. Quando virei-me na direção da janela quase entrei em desespero por notar uma claridade tímida passar através do pano escuro da cortina. Passei as mãos pelos cabelos e me levantei com raiva, já aceitando o fato de que eu realmente não dormiria. Fui em direção ao banheiro e lavei meu rosto na pequena pia. Olhei no espelho e vi olheiras profundas e escuras enfeitando uma cara de poucos amigos.

Continuei analisando o desastre ambulante que eu era até que meus cabelos negros começaram a ficar mais claros, quase um loiro escuro, enquanto as olheiras pareceram sumir completamente. Aquela não era eu, disso eu tinha certeza, embora se parecesse muito comigo, os mesmos olhos, o nariz afilado, a boca pequena, – embora a dela fosse levemente mais arredondada que a minha que formava uma espécie de M, ou um coração como minha mãe costumava dizer – os ossos das bochechas levemente proeminentes, e a mesma pele branca. A garota do espelho era linda, muito mais bonita que eu, e me encarava com uma espécie de... pena? Ou talvez fosse desespero?

Fiquei perdida naquele olhar, tentando decifra-lo, mas de repente as olheiras apareceram novamente, maiores e mais fortes, quase negras. Sua pele adquiriu um tom meio cinza e algumas partes do seu rosto estavam em carne viva, uma de suas orelhas havia sumido, deixando apenas sangue seco onde deveriam estar. Levei minha mão ao espelho por reflexo, tentando alcança-la, e ela repetiu o gesto, só que ela não tinha realmente uma mão, apenas metade dela, parece que alguém havia cortado a parte a partir do dedo anelar, deixando apenas do dedo do meio ao polegar. Tinha muito sangue ali, mas não estava derramando, estava seco, assim como o da orelha.

– Quem é você? – Perguntei na esperança de que o espelho pudesse falar. Ela apenas balançou a cabeça, como se achasse a pergunta desnecessária.

“Ache-a.” Uma voz sussurrou na minha cabeça, era fina e delicada, logo percebi ser a da menina que me encarava angustiada. “Ache-a a pessoa que me matou e se vingue por mim. Me liberte, mas tome cuidado, ela já sabe que você existe, e irá procura-la.” Sua voz ficava cada vez mais urgente. “Não deixe essa pessoa fazer com você o mesmo que fez comigo, não morra Lua, não morra!”

Espera. Quem? – A imagem dela estava ficando cada vez mais fraca, como um borrão sinistro.

Não se deixe enganar Lua, essa pessoa vai tentar. Ela me enganou. Eu a amava... tanto... tanto...” Ela começou a virar aquela garota bonita novamente, e eu não consegui deixar de admira-la. “ Liberte-me”


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Notas finais do capítulo

Então... é isso. Espero que tenham gostado.



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