Capítulo dezoito – La tortura

“Às vezes Deus coloca pessoas erradas em nossas vidas, para que quando encontrar-nos a pessoa certa saibamos valorizá-la.”

(Artista anônimo)

3 Semanas depois...

[Pov Bella]

As semanas passaram rapidamente. Eu consegui um emprego em uma livraria em Sealtte e trabalho três vezes por semana, meio expediente.

Minha situação com Edward continuava a mesma, uma amizade estritamente colorida, eu não podia negar estar apaixonada e ele sempre dizia que também estava, mas eu temia que algo de ruim acontecesse. Ele tinha namorada e as aulas nem se quer tinham começado e eu já estava com os nervos a flor da pele. Isso por dois motivos: primeiro eu teria que encarar a ex-namorada do Edward - e isso porque ele só esperava as aulas iniciarem para terminar com ela - e segundo; por eu não ter noção de como me socializar com pessoas desconhecidas, em uma escola desconhecida na qual eu começaria a estudar no segundo semestre letivo.

Hoje, uma terça-feira, eu não trabalhava. Então resolvi descansar. A rotina na minha vida estava conturbada, trabalhar na The Sealte Library era puxado, os três dias que eu me dedicava a isso era desgastante. Minha mãe achou o cúmulo, ela achava que eu não tinha qualquer necessidade em trabalhar já que tinha de tudo. Mas eu não queria ficar o tempo todo dependendo dela ou da mesada que ela me dava. Eu tinha as minhas necessidades e queria mais responsabilidades, se é que vocês me entendem?

Olhei o relógio na mesinha de cabeceira e vi que marcava 11 da manhã, rumei para o banheiro fazendo minha higiene pessoal e desci para comer algo.

Minha mãe já não estava mais em casa e deixou o café da manhã pronto pra mim dentro do microondas. Ela só não adivinharia que eu acordaria na hora do almoço. Comi e subi novamente para o meu quarto, o dia estava chuvoso e a minha cama estava quentinha, então... Já sabem. Dormiria de novo!

Estava difícil pegar no sonho, ainda mais com um barulho infernal vindo da janela. Imaginei carneirinhos e comecei a contar, mas o barulho continuava ali.

- Oh, inferno! – murmurei e cobri a cabeça com um dos travesseiros.

Estava quase pegando no sono. É eu disse quase. Quando um barulho maior veio da minha janela. Levantei espantada e vi Edward pendurado nela, batendo fortemente no vidro com aqueles cabelos irritantemente desgrenhados e com aquele sorriso que eu tanto odiava.

- Não posso dormir mais?! – disse abrindo a janela para ele entrar, ao fazer isso senti um frio surreal, fechando-a rapidamente.

- Vim ver o que você estava fazendo, não atende ao telefone de casa e celular – comunicou ele rindo.

Oh, desgraça eu já tinha me untado toda só com aquele sorriso.

- Meu celular está desligado e o de casa está lá em baixo na cozinha e não dá para escutar daqui – respondi me jogando na cama.

- Você vai dormir Bells? – perguntou ele sentando na cama.

- O que você acha Ed? – revirei os olhos.

- Eu acho que você devia me dar um pouco de atenção – ele me fitou intensamente.

Ninguém nunca disse a ele que fazer chantagem era feio?

- Que tipo de atenção? – fingi dar de ombros. - Hum já sei! Eu durmo; você me olha e pronto – comentei rindo. - Está dada a atenção – disse deitando na cama e me cobrindo.

- Nossa você hoje está...

- Cansada – o interrompi.

- É isso que eu ia falar – informou ele deitando ao meu lado.

- Espero mesmo que seja isso que você ia falar – disse me aninhando nos braços dele.

- Estava pensando em fazer algo mais divertido, sabe?

- Como o quê, por exemplo?

- Sair para almoçar fora, ir ao shopping ou pegar um cineminha – ele acariciava meus cabelos.

- Nada me fará sair dessa cama – fui direta.

- Nada?! – ele me fitou com uma cara interrogativa.

- Nada...

- Então vamos ver se isso não te faz sair da cama – ele levantou ficando de frente pra mim.

- O que você vai fazer? – indaguei curiosa.

- Calma você vai ver – me respondeu se afastando mais. - Se quiser é claro – disse fazendo uma cara safada. – Sua mãe está em casa? – perguntou e neguei com a cabeça. Ele foi até a porta trancando-a e ligou o rádio numa emissora teen.

- Edward, eu não estou entendendo? – sentei na cama para vê-lo melhor.

- Você entenderá – ao som da música Edward começou a dançar.

Oh Meu Deus! Morri e ressuscitei! Ele dançava e tirava a jaqueta e... não acredito? Ele estava fazendo um strip-tease pra mim ao som de Shakira e Alejando Sanz – La Tortura?! É isso mesmo?! Isso é real?!

Confesso que levei um susto com aquilo, ele dançava ao som da música, uma música que não combinava muito com o momento, mas eu não consegui tirar os olhos dele rebolando aquela bunda pra mim.

- Edward você é louco?! – taquei um travesseiro nele.

- Sim, por você – ele disse passando a mão naqueles cabelos desgrenhados e eu arfei. Como ele pode fazer isso comigo?

- Isso tudo para eu almoçar com você e pegar um cinema?

- Também para desfrutar da minha companhia, ou você não quer? – ele rodou a jaqueta e tacou longe.

Oh Meu Deus! Ele não está brincando? Ele vai fazer mesmo um strip-tease? Oh, claro que eu queria desfrutar da companhia dele, que pergunta era aquela? Também do corpo dele, dos beijos dele e... Isabella você está ficando muito pervertida! E o quê que tem? Deixa ele só tirar a blusa que eu o mando parar ou não!

- Edward pára com isso – disse antes dele tirar a blusa.

- Você quer que eu pare? – como ele fazia isso comigo? Ele sabia que eu não queria e ficava me atiçando.

- Edwarddd – gritei mais foi tarde demais, ele tirou a blusa tacando em cima de mim, com certeza eu babei.

- Bells eu não te falei que depois que eu acabar com todas as peças que eu vou ficar nu e dormir com você – me informou arrancando os sapatos. – Acho que eu omiti essa parte! – ele riu debochadamente.

- Isso é...isso é injusto – gaguejei.

- E quem disse que no jogo do amor alguma coisa é justa?! – ele desatava o cinto da calça.

- Edward, por favor – implorei.

- Amo quando você implora, sabia? – ele abaixava lentamente a calça deixando já a mostra sua cueca Boxer cinza. Untei de novo! – Isso me excita – disse Edward e eu estaquei. Oh Meu Deus! Ele está com...com o Jr. duro.

- Eu aceito almoçar com você – disse num fio de voz.

- Hum...pensei que ia terminar o strip-tease particular para a minha namorada – quando ele disse isso eu fechei a cara e segui para o banheiro – O que houve Bells? Falei algo de errado? – ele segurava a porta para eu não bater na cara dele.

- Essa história de novo de namorada Edward?! – ralhei.

- Você sabe que é minha namorada – ele empurrou a porta colando o seu corpo no meu.

- Não... eu não sei – fui sincera.

- Você sabe que não é minha namorada porque não me deixou... – eu o calei com o dedo.

- Você terminar com a Jessica pelo telefone – completei a sua frase.

- Isso! – ele disse beijando meu pescoço.

- Não se termina com uma pessoa pelo telefone Edward – eu o empurrei.

- Mas eu não consigo esperar até as aulas começarem – alegou fazendo biquinho.

- Mas se você me quiser como sua namorada – apontei o dedo indicador pra ele. – Você tem que fazer tudo certo!

- Mas eu não consigo ficar longe de você, e ainda mais você anda me evitando – ele me imprensou novamente na parede.

- Também não é pra menos Edward – eu revirei os olhos. – Eu não quero ser vista como a amante da história.

- Bobeira Bella! – reclamou. - Você sabe que eu te amo e que farei de tudo para ficar com você – alegou me beijando a testa.

- Edward as coisas não são simples – informei o afastando de mim.

- É sim, a gente que as complica – eu bati a porta na cara dele. – Malvada você Bells – ele gritou do outro lado. – Quer ajuda para se ensaboar? – perguntou e eu ri.

- Cai fora Edward! – ordenei irritada.

Liguei o chuveiro na água gelada para acalmar os ânimos, dei uns pulinhos e uns gritinhos e logo, logo o meu corpo se acostumou com a mesma. Ensaboei-me lentamente me lembrando do quanto eu fui burra em não deixar Edward terminar o seu strip-tease. Taquei o sabonete no lugar dele e peguei o Shampoo com raiva de mim e comecei a passar nos cabelos.

- Burra! – murmurei. – Você é imbecil e burra!

Tirei o Shampoo e comecei a passar o condicionador massageando todo o meu couro cabeludo, me enxagüei tirando o excesso e peguei a toalha para me secar. Enrolei o cabelo na toalha e vesti o meu roupão.

- Hum...espero que não tenha roupa por debaixo desse roupão – comentou Edward me fintado maliciosamente.

- Pára Edward! – pedi sentindo meu rosto queimar.

- Sabia que você fica linda corada? – perguntou enlaçando seu braço na minha cintura.

- Não... – respondi quase sem ar com a sua repentina aproximação.

- Mas você fica, você é linda de todas as formas Isabella Swan – passou seus lábios de leve no meu pescoço me deixando arrepiada. – Sabe o que eu queria agora? – fitava-me intensamente, seus olhos cor de esmeralda chegavam a titilar nas orbitas.

Eu o olhei por um breve tempo sem responder.

- Eu queria um beijo – quebrou o silêncio. – Tem dois dias que não beijo essa sua boca maravilhosa! – sussurrou no meu ouvido me fazendo arquear.

Edward apertava a minha cintura e passava lentamente os lábios no meu rosto sem tocar a minha boca. Aquilo estava me ensandecendo aonde ele queria chegar com aquele joguete?

- Mee beijaa Edwardd – minha voz soou trêmula.

- Só estava esperando você pedir – comunicou soltando um sorriso maldito de canto e me beijando.

Ele tocou sua boca na minha, pedindo docemente passagem com a sua língua que eu prontamente cedi, o beijo era calmo e repleto de ternura. Nossas línguas se entendiam perfeitamente, enlaçando-se e se desenlaçando, o movimento das nossas cabeças era sincronizado, a minha mão estava na cintura de Edward e a dele maldosamente passeava por cima do meu roupão, descendo e subindo até minhas pernas já levantando este.

- Vamos parar por aqui – disse Edward entre beijos me afastando.

- Vamos – eu arfava sem ar. – Vou me arrumar – informei entrando no Closet.

- Vou te esperar lá fora, vou pegar o carro e estacionar aqui na frente – ele rumou para a janela e sumiu de vista.

[Pov Jessica]

Cheguei uma semana mais cedo de viagem. Graças aos céus! Eu não agüentava mais a minha mãe falando no meu ouvido, querendo atenção o tempo todo e eu não conseguia falar com ninguém pelo celular, porque ela me tomava todo o tempo. Uma viagem que era para se divertida nas Ilhas Gregas, passou a ser um presente grego, literalmente.

O avião aterrissou em Forks. Agradeci mentalmente por isso, nada como voltar à terra natal. Por mais que aqui não tivesse nada de bom, mas era um alívio estar em terra firme. Ficar longe dos meus pais, rever as pessoas conhecidas e meu lindo namorado Edward.

Ah, Edward! Onde ele estaria agora? Ele quase não me ligou nessas férias, mas também pudera com minha mãe a tira colo, não dá nem para respirar.

Peguei o celular, este já tinha área já que na Grécia ele vivia fora de área de cobertura. Comecei a discar um número já conhecido por mim, mas parei no meio do caminho.

Faria uma surpresa, assim ia causar mais impacto.

Cheguei em casa rumando direto para o meu quarto, tomei um bom banho, coloquei uma roupa sexy (N/a: Ignorem os balões de aniversário) e peguei meu carro para ver Edward.

Dirigia vagarosamente pelas ruas de Forks até a casa dele, estava chovendo. Que saco essa cidade! E fazia frio, mas dentro do carro estava quente por causa do meu aquecedor. Já virando a esquina da rua eu visualizo o carro de Edward na frente de outra casa. Mas que porra era aquela?! Fui parando lentamente com cuidado para que ninguém me visse, estacionei e fiquei a observar.

Edward estava na porta da casa esperando alguém e ria o tempo todo, esfregou as mãos para espantar o frio e pegou uma touca verde pondo na cabeça. Alguns minutos depois sai de lá de dentro uma menina, com uma roupa brega, ela trazia consigo um casaco que Edward fez questão de vesti-la. Quem era aquela vadia? O que estava fazendo com o meu namorado?!

Depois a abraçou por trás dando-lhe um beijo no pescoço, ela fugiu, mas ele continuava insistindo.

Ah, eu mato aquela mocréia!

Ele a segurou pela mão correndo rapidamente até o carro abrindo a porta do carona pra ela e depois entrando no seu lado, saindo logo em seguida.

Eu estava perplexa com aquilo, bufava de ódio e queria matar um.

Peguei meu telefone e disquei, chamou três vezes e atenderam.

- Que demora Clair para atender ao telefone! – disse puta.

- Jess! Como foi a viagem? Chegou há muito tempo? Aii, eu tenho tantas coisas para te contar - Clair tagarelava do outro lado da linha.

- Cala a boca Clair! – bufei. – Preciso de um favor! - informei.

- Eu vou bem obrigada, Jessica – disparou ríspida. – E minhas férias também foram ótimas – concluiu com sarcasmo.

- Que seja! – dei de ombros. – Quero que você procure informações sobre quem alugou ou comprou a casa que fica na Rua do Edward de número 1.152 – comuniquei.

- Mas essa casa não era da Eliza que morreu a pouco de câncer? – interpelou-me Clair confusa.

- Sim era! Mas tem outras pessoas morando lá.

- E pra que tanto interesse nessa casa agora Jessica?

- Isso não é da sua conta, só faça o que eu te mandei - bati o telefone na cara dela, puxando rapidamente outro número na lista de contatos.

- Leah! – disse ao ouvir que atenderam ao telefone.

- Sim Jess, sou eu – Leah estava tão eufórica quanto Clair ao telefone. - Ahhhh amiga que saudades! – berrava do outro lado da linha.

- Leah essa sua berradeira já está me dando dor de cabeça, dá para parar? – fui grossa.

- Tudo bem Jess.

- Quero que você procure saber por onde Edward andou essas férias. Quero saber tudo e todos os detalhes – fui ríspida.

- Mas por que isso? Se você que é namorada dele e tinha que saber o que ele anda fazendo – eu virei os olhos ao ouvir isso.

- Eu não estou te pedindo para fazer perguntas, estou? –ralhei – Só faça o que estou mandando – desliguei o telefone discando outro número.

- Oi minha princesa! – atendeu Mike Newton no primeiro toque.

- Sem gracinhas Newton – ordenei.

- Já a essa hora do dia nervosa minha gostosa? – perguntou fazendo uma voz melosa.

- Newton mais uma gracinha dessas e eu arranco suas bolas! – fui direta.

- Ok, o que você quer?

- Simples, o mesmo de sempre! – respondi. - Te espero no mesmo hotel barato em meia hora – informei. - E não se atrase Newton, caso contrário nunca mais tocará nesse corpinho aqui – bati o telefone.

Edward me paga! Ah se paga!

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