Coração de Porcelana escrita por Monique Góes


Capítulo 23
Capítulo 22 - Santuário




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Capítulo 22 - Santuário

Claire não ficou muito calma depois que Vincent a beijou. Na verdade, jogou a toalha manchada de sangue na cara dele quando percebeu que ele estava tentando distraí-la – e conseguira muito bem -, e terminou ainda mais nervosa quando Marc entrou no quarto, parando um momento para entender porque Vincent estava com uma toalha na cara e Claire estava brava com ele.

— Ok... Não vou nem tentar entender o que está acontecendo aqui. – Disse por fim enquanto a garota ficava cada vez mais vermelha.

Ele acabou explicando melhor sobre o santuário de Alim, o que não melhorou muito os nervos de Claire. Criaturas encantadas, bichinhos violentos, penalidades caso mexessem no que não lhes convinham, mais gente lá dentro. Ele passara tanto tempo falando com a Dona Múmia – que não havia visto até então – pois eles precisariam de cavalos para conseguirem se locomover melhor e mais rápido lá dentro.

E ela nunca tinha montado num cavalo na vida.

Vincent comentou sobre saber como por ter feito aulas de hipismo com o irmão mais novo, mas não parecia muito feliz em ter de ir lá. Marc também falou que quando Rosa comentara o fato, Near também dissera saber montar.

E Marc adicionou também que não era louco de deixar Luiza entrar lá.

Ele também continuou que a melhor forma de se encontrar informações lá não era agindo como um imã gigante – embora fosse possível -, mas sim, encontrando e conseguindo os serviços de um anão.

— E como fazer isso? – Claire questionou.

— Há uma montanha no santuário. – ambos franziram o cenho para Marc. – Chegando lá, vocês verão. Dentro desta montanha, há a principal cidade anã, Dhor Faldor, que se liga a todas as outras, portanto, é a maneira mais fácil de encontrar um anão. Ela também se liga a Kailion, a principal cidade elfa. Lá, provavelmente haverá uma audiência com Dhonugret Hugechest, a xamã anã, e Nambra Faedove, uma espécie de sacerdotisa elfa. Mas tem outra coisa também.

— Que seria? – Vincent questionou.

— Digamos que um anão tem uma dívida comigo. O nome dele é Gitmak Oakforge. Ele me deu um chifre para chama-lo quando eu precisasse de sua ajuda, mas vocês poderiam usá-lo. E eu tenho algo que poderia servir de tributo para os seus serviços. Ele não iria recusar.

— Se você diz... Mas você não vem conosco?

— Vou. – respondeu. – Eu me mantive em bons termos com eles há centenas de anos, talvez influencie em alguma coisa.

— Por quê? – Claire questionou.

— Eu levei a Profetisa atual até eles.

— Profetisa? – Vincent questionou.

— Sim, o nome dela é Kisaiya. – Ele hesitou, o que fez Claire perceber que estavam entrando num assunto complicado. – Ela vê o futuro e faz adivinhações com resultados verdadeiros, o que é raro até para um bruxo. E falando nisso... – Ele olhou para a garota. – Até lá, devemos ensinar-lhe magia.

Sentiu-se nervosa. O santuário era grande o suficiente para caber uma montanha com cidades de anões dentro. Teria que montar um cavalo e agora a aprender controlar a magia que de algum modo conseguira. Parecia que sua vida havia se tornado uma montanha russa que só ia para cima.

— Acho que é isso. Amanhã nós vemos melhor isso. Podem voltar a brigar ou sei lá o que vocês dois estavam fazendo.

Ele foi embora antes de ver Claire voltando a virar um tomate, e o silêncio que ficou entre ela e Vincent foi constrangedor, pois durou uns bons cinco minutos.

—... Desculpe, então.

— De novo desculpas? O que foi dessa vez?

Vincent a olhou. A coroa dourada em seus olhos era quase hipnotizante.

— Você ficou brava comigo por causa do beijo.

— Oh. – desviou o olhar, sentindo o rosto esquentar um pouco mais. Talvez àquela altura já estivesse roxa. – Na verdade... Hã, não foi do beijo em si. Foi você ter usado isso pra me distrair.

Fez questão de não olhar diretamente para o rosto dele, mas sabia que ele estava com pelo menos uma sobrancelha levantada.

— Que foi? – perguntou emburrada, ouvindo-o prender o riso. – Pareci ridícula falando isso?

— Não, você é só adorável. Ao extremo.

— Eu vou jogar essa toalha na sua cara de novo. – murmurou. Dessa vez ele riu mais abertamente. – Eu te odeio.

— Claro. – ele tocou a sua mão, seu toque havia parado de dar choques. Acabou olhando-o por reflexo, acabando por fechar os olhos quando ele a beijou novamente. Ficou tentando se lembrar que deveria respirar, mas não obteve muito sucesso. – Dessa vez não foi para lhe distrair.

—... É. – tentou impedir o suspiro, mas não conseguiu. – Hã... Mas mudando de assunto um instante, o que você acha quanto a essa história do santuário?

— Ele é um mundo à parte, por assim dizer. Muitos seres mágicos e mitológicos assumiram aquele lugar como casa quando passaram a não serem mais aceitos em nossa realidade. Dá até para viver lá, mas a maioria é uma população “nativa” por assim dizer. Ainda vivem mais ou menos como na Idade Média.

— Então vamos passar alguns dias lá?

— Acho que muito provavelmente.

— Ótimo. – murmurou.

Os próximos dois dias foram cheios. Pelo menos para si.

Pelo que entendera, bruxos com habilidade mental tinham uma extrema dificuldade no uso de telecinésia no começo. Levantar um copo era demais para a maioria. No caso de Claire, era exatamente o contrário.

Marc pusera um copo na mesa da TV. Quando tentara levantá-lo, levou tudo junto, e como seu controle não era muito bom, tudo saiu voando pelos ares e foi parar no outro lado da casa. Outra vez, o sofá voara pela janela de vidro. E em outra, conseguira trincar Near de maneira relativamente feia com um exército de pratos voando nele. No seu caso, tinha a força, mas era sem muita mira ou coisas do tipo.

Quanto a parte de virar um animal, conseguira perfeitamente, mas fora frustrante.

Primeiro, porque virara uma coruja-buraqueira sem saber voar, o que a faria tomar uma bela queda caso Marc não houvesse a pego antes de cair no chão. Segundo, porque descobrira logo que por algum motivo irritante, só virava bichinhos fofos.

Quando tentara virar um cachorro, virara um Lulu da Pomerânia com o pelo tosado que a fazia parecer um bichinho de pelúcia. Num roedor qualquer, virara um coelho do tamanho de uma espiga de milho. Fora tentar virar um gato, e ao invés de ser um apresentável, como Vincent, virara um Scottish Fold minúsculo com o pelo cinza claro de listras mais escuras, com a barriga, o focinho e as patas brancos. Pensara num rato e virara um hamster. Um hamster!

A gota da água foi quando pensara num urso e virara um bebê panda. Sentia-se ligeiramente humilhada porque Vincent ia tentar lhe mostrar o que virar, e ele sempre virava algo imponente: Um águia, um cachorro semelhante a um lobo, o gato já conhecido, um urso negro e coisas do tipo. Marc só demonstrara uma vez, virando uma coruja Tito alba, mas já fora o suficiente. No fim das contas, Near tivera um ataque de riso, Vincent estava tentando não rir, e Claire era uma raposinha branca emburrada no chão.

— Poderia ser pior. – Marc tentou animá-la. – Você poderia não conseguir se transformar em nada.

Claire regougou em resposta, irritada. Ela não precisava parecer um bichinho de pelúcia.

Quando finalmente chegou o dia de irem para o santuário, Marc aconselhou-a a levar todas as suas roupas, e para tal, ele encantou sua mala para que parecesse uma bolsa relativamente pequena, mas ainda tinha acesso a tudo. Levara Near lá dentro, pois só iria ativá-lo quando estivessem para entrar.

Para a sua surpresa, foram para um ponto turístico da cidade, o Marco Zero do Equador, onde passava – em teoria – a Linha. Conseguiram entrar sem muitos problemas, o que também a surpreendeu.

Madame Rosa estava lá, com três cavalos, e uma garota negra montada em uma mula, que deu um sorrisinho para eles. Ela estava com o rosto repleto de lenços que lhe valiam o apelido de Dona Múmia. A mulher não falou muita coisa, apenas entregou os cavalos e disse que esperava que Marc a pagasse como prometera, o que o fez revirar os olhos.

Quando a lua ficara no buraco do imenso obelisco, a mulher estendeu a mão e acabou por entoar uma espécie de prece num tom tão baixo que Claire não o ouviu direito, pegando apenas algumas partes para entender que era uma prece a Alim.

A linha que dividia os hemisférios no chão abriu-se num movimento semicircular, o que a fez pular para trás. Uma longa e larga escadaria revelou-se, e antes que pudesse ir para perto dos cavalos, a garota montada na mula entrou.

 Vincent a olhou enquanto ativava Near – ao mesmo tempo em que Marc falava algo para Rosa -, e enquanto fechava a bolsa, deu a chave ao boneco, e então o bruxo lhe estendeu a mão. Como nunca havia montado, ficara combinado que ela iria com um deles, mas mesmo assim ficou nervosa quando ele lhe ajudou a montar, subindo logo em seguida. O cavalo balançou a cabeça, e se agarrou ao rapaz quando começaram a descer. Ouviu Rosa gritando algo numa língua esquisita, algo que nem mesmo seu colar conseguiu traduzir.

O chegarem ao final, pensou que iriam dar em alguma construção ou algo do tipo, mas desceram numa floresta. Olhou em volta, surpresa, e quando o cavalo de Marc, que vinha atrás, desceu o último degrau, o “teto” – que era o céu, fechou-se com as escadas, deixando-os presos dentro do santuário.

Mesmo sendo enorme, Claire sentiu-se quase claustrofóbica lá dentro.

— E agora? – Vincent questionou.

— Vamos até um dos sete rios. – Marc respondeu. – Eu conheço este lugar, então há um aqui por perto, a oeste. Lá, nós desmontamos e eu chamo Gitmak. Ele tem um dom de aparecer quase imediatamente.

Marc começou a ir à direção onde dissera, e os rapazes o seguiram. Claire, mesmo estando literalmente agarrada em Vincent, só conseguia pensar em tentar não cair, além da menção do rio a deixar nervosa. Torcia para não ser fundo, pois, para variar, não sabia nadar. Mesmo sem precisarem fazer nada, já se sentia inútil. O que estava fazendo ali mesmo...?

Ah sim, se recordara.

Sentia os olhos de Near sobre si enquanto usava as costas do moreno para abafar um resmungo que saíra involuntariamente. Sentia-se constrangida sob os olhos castanhos, pois sabia que ele tinha um talento especial em detectar mentiras e parecia saber o que ela sentia, as perguntas que fazia – como perguntar o porquê ela estava fazendo aquilo por ele – eram apenas retóricas. Era até irritante.

Foram uns dez minutos até chegarem ao rio mais azul que Claire vira na vida. Ele era largo – e aparentemente muito fundo, o que a fez engolir o seco. -, tão límpido que as vitórias régias sobre ele pareciam flutuar no nada. Via os peixes nadando e... Umas criaturinhas que passavam rápido demais para poder visualizá-las claramente. Havia também as árvores envolta, e jurou ver uns homenzinhos de quinze centímetros e chapéus vermelhos pontudos correrem assustados dos cascos dos cavalos.

Desmontaram a alguns metros do rio, e mesmo tendo passado tão pouco tempo, já se sentia totalmente rija por estar tão tensa. Questionou-se se Vincent não se incomodava de estar o apertando tão fortemente, mesmo que ele não reclamasse, ajudando-a a descer.

Marc mexeu numa bolsa, tirando o chifre que mencionara antes, que era diferente de como imaginara. Era de ferro, com as pontas douradas e repletas de entalhes em baixo relevo, e parecia que seu interior era repleto de engrenagens. Ele a soprou, e ao invés de sair o som característico, o som que emitiu foi semelhante a um tintilar de sinos. Franziu o cenho.

— Vai funcionar? – questionou enquanto Vincent se afastava.

— Isso foi... Diferente. – Near admitiu quando o som pareceu parar de ressoar.

— Espero que sim. Mas normalmente as coisas que Gitmak faz funcionam.

— Normalmente?

Um estrondo alto que fez os três pularem e os cavalos se assustarem, como se um raio houvesse acertado a uma árvore. Girou os calcanhares a tempo de ver Vincent numa posição como se houvesse socado a árvore, enquanto a mesma caía – e não era uma árvore fina, era grossa, o que tornava o fato mais aterrador. -, e uma pessoa inacreditavelmente branca que parecia ter se desviado por pouco. Uma coruja branca guinchava como se fosse morrer enquanto voava em círculos ao redor dos dois.

— Mas o q... – Near começou.

— Markus?! – Vincent exclamou.

— Isso, mate o meu namorado, eu não preciso dele. Deixe a sua prima viúva. – Uma mulher ruiva saiu da parte mais densa da floresta. Seu cabelo estava preso num rabo de cavalo, ela era alta, com roupas de cores escuras, e um cinto demarcava a sua cintura bizarramente fina.

— Lilith?

— E o seu primo James. – Ela apontou para um loiro mal encarado atrás de si. Ele não parecia muito feliz.

— Certo, pessoas vão começar a brotar. – ouviu Marc resmungar atrás de si.

O albino se distanciou ligeiramente, parecendo sem graça. Ou como se quisesse dar uma notícia ruim, e não soubesse como. A coruja pousou em seu ombro.

Ele usava roupas em tons pastéis, uma camisa azul claríssimo, de mangas compridas e calças cinza, que o fazia parecer ainda mais branco. A pele era nívea, com um rosa extremamente pálido na região das faces e do nariz, e o cabelo era quase da mesma cor que sua tez, salvo alguns reflexos loiros claros. Não conseguia ver seus olhos, pois usava óculos escuros, e ele se abaixou, pegando um chapéu no chão, que aparentemente caíra quando Vincent tentara lhe dar aquele soco destruidor. Fazia sentido, pois a falta de melanina o obrigava a ter mais cuidados para se prevenir do sol.

— James? O que vocês pagaram pra ele... – Vincent sacudiu a cabeça. – O que vocês estavam fazendo aqui?

—... Atrás de você. – Markus murmurou, tirando a terra de seu chapéu.

— Markus sentiu quando seu retensor quebrou. – Lilith fez uma careta. – Ele surtou e disse que você vinha para cá.

— Obrigado por este relato totalmente favorável.

Vincent abriu a boca para dizer mais outra coisa, mas o loiro, James, o interrompeu.

— Tem outra coisa também. – A voz dele era relativamente grave. Era meio enrouquecida também, como um animal. – Mas acho melhor o Markus explicar.

Claire olhou com o cenho franzido para o outro. Ele era alto. Ainda mais alto que Vincent, Near, Markus ou Marc. Seu cabelo era ondulado, caindo quase até seus ombros, com vários fios caindo sobre seus olhos, que eram cinzentos e afiados. Ele era de certa forma parecido com Vincent, com o nariz reto, rosto anguloso, embora mais largo e maxilar forte, mas ao mesmo tempo... Ele era parecido com Near? Os olhos... Mesmo que de outra cor, pareciam quase do mesmo formato, e o fato dele ser loiro ajudava muito, mas ao mesmo tempo, seu visual no geral não ajudava em nada. Ele também era cheio de piercings. Havia duas argolas em cada uma de suas sobrancelhas, um que atravessava a ponte de seu nariz, dois que se sobressaíam da parte de baixo de seu lábio inferior. Via que suas orelhas, as duas, eram cheias de brincos também.

Acabou passando inconscientemente por sua mente, como seria sua reação caso o encontrasse um beco à noite. Ele não parecia muito simpático.

— Ahn, ok, esses são o Marc L’Argent, – percebeu que perdera uma parte do assunto enquanto analisava o primo gigante de Vincent. O tom de voz do moreno era tenso, mas não sabia muito bem o motivo. Dava a impressão de serem várias coisas ao mesmo tempo. -, Claire Hayles e... Near Toy.

Os olhos tanto de James quanto de Lilith foram até o boneco. Ele franziu o cenho, percebendo tanto o tom de voz quanto o olhar dos dois. Havia algo errado, e Claire sabia disso.

— E esses daqui são Markus Durant, Lilith King e... James. Só James.

— Valeu pela parte em que me toca.

— Tudo bem, se quiser eu digo que seu nome é N... – James ergueu a mão e uma rajada de vento atingiu Vincent, fazendo-o calar a boca. E cair na água no processo. Ouviu Near prendendo o riso ao seu lado.

— Prazer em conhecê-los. – A voz de Marc estava estranha também. Na defensiva, somada a mais outra coisa.

— Er... Oi. – Claire não sabia o que dizer.

— Reunião familiar, que bonito! – Claire saltou de novo quando uma voz rouca exclamou. Olhou envolta rapidamente, vendo então um barco de ferro comprido na margem do rio. Quando chegara ali? Havia um homenzinho descendo de uma rampa, e Claire teve certeza que aquele era Gitmak.

Ele estava num corpo autômato de bronze, que o fazia ficar quase da altura de Marc. O anão estava sentado, enquanto mexia num painel com botões e alavancas eu se assemelhavam a controles de videogames antigos. Ele estava com uma touca de couro na cabeça, uns óculos com correias de mesmo material. Os bigodes estavam trançados, e se uniam à barba presa à um anel de ferro.

— Gwenael! – Ele mexeu um dos braços mecânicos numa saudação, e Claire viu o francês fechando a cara. – Quanto tempo! Quer dizer, não tanto... Uns cinco anos?

— Gwenael? – Near questionou.

— Pare de me chamar assim... – Marc começou.

— Mas é o seu nome, oras! Continuando, finalmente cê usou esse chifre né? E nossa, quanta gente! Acho que a última vez que te vi com mais de uma pessoa foi na época do coven e isso já faz uns setecentos...

— Certo, Gitmak, estamos precisando de ajuda. – Marc o interrompeu. - Pode nos levar à Dhor Faldor, por favor?

— Ora, mas é claro. – O anão deu uma risada bem humorada e deu uma olhada em todos. – Ora, Rockstones! Faz eras que não vejo um! E... – seu olhar parou em Markus, e Gitmak se calou.

Um silêncio desconfortável tomou conta de todos. Claire e Near se entreolharam, sem saberem o que se passava.

— Certo... – Ele continuou. – Tem um rapazinho que eu achei, parece que ele quer achar umas coisas dos pais dele. Já estava voltando para lá.

— Isso não vai lhe atrapalhar?

— Não! Qualquer coisa eu passo ele para um dos meus primos. – deu de ombros.

— E quem é? – O tom de voz de Marc era cauteloso.

— Eu falei que é um jovenzinho. Acho que é da idade deles. – ele apontou com um dedo de ferro num arco entre Vincent, James e Near. Como a idade variava entre, aparentemente, dezessete e dezenove, então era realmente novo. – Parece que o nome dele é Joshua Hayles.

Claire se enrijeceu, e Marc quase deu um giro para olhá-la.

— Como... Como ele é? – Perguntou.

— Ora mocinha, você já vai entrar. Vai vê-lo logo logo! – o anão começou a voltar para dentro da embarcação. – Tragam os cavalos, há espaço para todo mundo!

Subiu quase correndo quando percebeu que já poderia fazê-lo, por um momento se esquecendo de seu medo do rio.  O navio era mais comprido do que fundo, e não havia exatamente muita coisa, então, logo o avistou.

Cabelo castanho quase ruivo, olhos verdes. Meio musculoso e alto. Aquele era realmente o seu irmão, que congelou a avistou.

Sentiu uma vontade absurda de jogar um sapato nele enquanto os amigos de Vincent o levavam para os fundos a fim de contar-lhe algo.


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