Os Jogos Dos Deuses escrita por Tsumikisan


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS Q.



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Ray acordou com a sensação que tinha sido pisoteada por mil touros mecânicos. Tentou se mover, mas algo muito pesado a impedia de sair do lugar e respirar normalmente. O chão era duro, feito de metal, muito diferente da cama do chalé um onde ela havia adormecido na noite anterior. A sua frente estava Bella, do chalé dez, deitada em cima das mãos em forma de conchinha, e um pouco a sua direita ela notou Wlad de Poseidon se levantando. Confusa, ela virou um pouco a cabeça para trás tentando entender por que não conseguia se erguer. A resposta fez com que ela bufasse. Leandro, um de seus meio irmãos de Zeus, parecia ter adormecido em cima dela, roncando a sono solto. Ray fechou os olhos e respirou fundo (ou o mais fundo que podia) e fez com que uma pequena corrente elétrica passasse por seu corpo.

— Faz cócegas. – Leo resmungou, sonolento.

— Sai... De... CIMA! – Ray gritou, tentando se soltar.

O rapaz girou para o lado, deixando a irmã livre. Agora mais gente estava se levantando e olhava confusa para o local. De pé, Ray podia ver melhor quem estava ali. Três meninas de Afrodite, suas amigas Nat, Quéz e Mands de Ares, cinco pessoas de Poseidon, quatro romanos, um filho de Hades, três de Atena, um de Hefesto e mais dois dos chalés dos Deuses Menores. Ah, e também tinham seus irmãos, Leo, Maro e Michel que agora se agrupavam num canto, aos sussurros, olhando desconfiados para o local.

E afinal, onde diabos eles estavam? Não haviam janelas ou portas visíveis e tudo era de metal escuro. Fazia frio ali, mas nada que incomodasse muito. Com toda a certeza do mundo não estavam no acampamento meio sangue. Um garoto de Hades, Rubens, verbalizou seus pensamentos:

— Onde nós estamos? Cadê os outros?

—Isso é alguma pegadinha? – Mands perguntou, cruzando os braços e olhando acusatoriamente para Frost, um dos filhos de Hermes.

— Nossa, que pegadinha engraçada seria. – Frost revirou os olhos ironicamente.

— Calma gente, deve ter uma explicação boa pra isso tudo. – Brant, filho de Poseidon, disse, erguendo as mãos num gesto de paz.

Nesse momento uma parte da parede lisa se abriu, revelando um corredor branco e bem iluminado. Todos se afastaram um passo, nervosos. Leo instintivamente levou as mãos para onde deveria estar a bainha de sua espada, mas esta já não se encontrava lá. E então, uma voz calma e tranquila parecendo vir de lugar nenhum disse:

—Por favor, sigam o corredor.

— Me obriga! – Dohan, o filho de Atena, disse em tom de brincadeira.

Várias partes da parede se abriram de uma vez, pequenos quadrados em cada canto da sala e deles saiam canos com pequenas miras a laser vermelhas.

— Por favor, sigam o corredor OU MORRAM.

— Boa Dohan. – Frost resmungou em voz alta.

Bella olhou para o namorado, Gabriel e assentiu. Os dois seguiram juntos pelo corredor, sendo acompanhados por Iolanda e Rayssa. Leo e Wlad se entreolharam e foram atrás deles. Logo todos seguiam pelo corredor, olhando apreensivos para as paredes que pareciam esconder armadilhas mortíferas em cada canto. Algumas pessoas olhavam feio para Dohan, como se fosse culpa dele que eles tivessem que seguir o caminho.

Chegaram à uma sala menor que a anterior que lembrava muito o campo de treinamento do acampamento. Havia um lugar especifico para cada tipo de arma, posicionados aleatoriamente pela sala. Também havia mini espaços que pareciam workshops de sobrevivência, com placas escritas coisas como “Como fazer Fogo” e “Arranjando comida na floresta”. No centro da sala havia um espaço acolchoado que parecia próprio para uma luta. Uma mulher os aguardava ali, os encarando sem piscar. Quando todos se aproximaram cautelosos, alguns a encarando com certa curiosidade, ela indicou algo aos seus pés. Roupas idênticas mas de tamanhos diferentes estavam espalhadas ali, cada uma com um número e um nome no peito.

— Peguem a roupa certa e vistam-se. O banheiro feminino é a direita e o masculino a esquerda. Quando terminarem, sigam-me.

— Epa, espera, não vamos ficar seguindo ordens de uma estranha. – Brant contestou. – Quem é você? Onde estamos?

A mulher os ignorou completamente, olhando para um ponto além deles fixamente, os olhos vagos e sem vida. Sara, uma garota filha de Marte, se aproximou timidamente das roupas e começou a procurar seu nome. Logo todos fizeram o mesmo, resmungando entre si.

— Isso ta muito estranho. – Rubens sussurrou para seu namorado, Maro.

— Pelo menos estamos aqui juntos. – ele respondeu.

Quez enfim achou sua roupa, que a identificava como 5-5-Quézia. Ela pegou e se apressou para acompanhar Ray até o banheiro feminino. Franziu o cenho para a inscrição na roupa da amiga, 1-1-Rayane.

— Talvez seja o numero dos nossos chalés? – perguntou.

—Ou não. – Nat apareceu à esquerda de Ray, segurando a própria roupa com um 5-13-Natália.

Do outro lado, no banheiro masculino, Aron analisava as paredes, buscando os mecanismos que faziam com que elas se abrissem a qualquer momento, mas não havia nada para se encontrar ali, nem mesmo com Frost e GV o ajudando. Dando-se por vencido, ele se virou para Wlad.

— Deve ter um jeito de sair daqui. Você acha que consegue usar seus poderes?

— Não sei se um terremoto aqui seria uma boa escolha. – Wlad ponderou.

— Realmente, não tem janelas. – Rubs disse, fechando o zíper de sua blusa. Era um conjunto de vestes macias de algodão pretas. – Sinto que estamos no subterrâneo. Quem nos trouxe aqui e por quê?

— O primeiro número é nosso chalé, aliás. – Frost indicou a própria blusa, com um 11-11-Pedro. – Mas e o outro? – ele apontou para a blusa de Michael, que tinha um 1-8-Michael.

— Acho que apenas voltando para aquela sala pra descobrir. – Luke, filho de atena murmurou, sério.

Os outros concordaram e o seguiram. Quase todas as garotas já estavam ali e eles tiveram que esperar só mais um pouco até Ias e Trindade aparecerem correndo para se juntar a eles. A mulher olhou como se estivesse contabilizando quem estava ali e depois deu-lhes as costas, seguindo por um novo corredor. Os semideuses se entreolharam e a seguiram em uma distancia segura. Parecia que o corredor era íngreme, mas como era tudo branco e sem janelas não tinha como ter certeza.

A terceira sala tinha um chão preto coberto por um tapete de veludo vermelho e as paredes eram metálicas. De cada extremidade saia uma câmera bem posicionada, que registrava todos os seus movimentos. Do lado oposto ao que entraram havia uma porta, a primeira visível, e um painel com uma contagem regressiva que chegava ao 4.

— Você pode nos responder agora onde nós estamos? – Adrila perguntou, nervosa, mas ficou confusa. A mulher que os acompanhava não estava mais ali.

3.

— Isso não está me cheirando nada bem. – Arthur sussurrou.

2.

—Preparem-se. – Leo estreitou os olhos para o painel, erguendo as mãos que já soltavam fagulhas perigosas.

1.

— Bem vindos Semideuses a 76ª Edição dos Jogos Vorazes!

Uma fumaça roxa ocupou a sala, cegando e fazendo com que a garganta de todos se irritasse. Quando ela finalmente se dissipou, uma mulher em vestes horríveis estava parada na frente deles, segurando uma balança pendendo para a direita. Ela sorriu para eles, deu uma voltinha brega e se curvou.

— Meu nome é Nêmesis e eu serei sua apresentadora. Patrocínio especial da TV Hefesto e Mensagens de Íris INC. Compre as comidas veganas na loja de Lady Íris, é barato e saudável!

— O que diabos está acontecendo aqui? – Brant esbravejou, tossindo mais um pouco. – Onde nós estamos?

— Num futuro não muito distante, mas não se preocupe com isso agora querido. – A Deusa da Vingança riu, o que não era muito reconfortante. – O importante aqui são vocês! Vinte e seis jovens honrosos foram escolhidos para serem prestigiados em um jogo incrível!

— Jogos Vorazes não é? – Iolanda perguntou, com as mãos na cintura. – Que droga é essa?

— Ah, vocês são muito nervosos! Gosto disso. Vou explicar então. – Nêmesis estalou os dedos e uma poltrona roxa apareceu. Ela se sentou, cruzando as pernas, mas sem soltar a balança. – Bem, os Deuses estavam entediados. É muuuuito entediante lá no Olimpo, entendem? Então eu tive essa idéia incrível! Cada um dos doze Olimpianos e Hades é claro, eu não podia deixa-lo de fora, escolheu um garoto e uma garota de qualquer chalé para representa-los em um jogo mortal!

— Mortal? – GG repetiu, arregalando os olhos.

— Isso! Então, alguns deles, os mais orgulhosos como Zeus por exemplo, escolheram seus próprios filhos para representa-los. – ela indicou Ray e Leo como exemplo. – E outros acharam que havia guerreiros superiores no acampamento que poderiam vencer o jogo por eles. – Ela piscou para Nat e Brant.

— Então o segundo número em nossas roupas é o chalé do Deus que nos escolheu? – Dohan perguntou, olhando sua etiqueta 6-4-Raphael. – Deméter?! Fala sério.

— Esperto, filho de Atena, sua mãe se orgulharia. E cada um também representa um distrito, mas com isso vocês não precisam se preocupar, está muito a frente do presente de vocês! E também...

— Espera, você disse jogo mortal? – Mands interrompeu, franzindo o cenho.

— Impacientes. Bem, já que querem tanto saber... Os Jogos Vorazes é uma tradição desse país onde estamos, Panem, ah e não adianta tentarem descobrir onde, por que no presente de vocês isso ainda nem existe! – ela deu outra risadinha que fez os semideuses se arrepiarem. – Nele, uma garota e um garoto de cada distrito, no caso escolhidos por cada Deus Olimpiano, são levados para uma arena para lutarem até a morte. O vencedor é o ultimo que sobreviver!

— Isso é horrível! – Ias exclamou, tampando a boca horrorizada.

— Você disse arena? – Leo perguntou, levando logo uma cotovelada de Ray.

— Não podem nos obrigar a fazer isso. – Maro cruzou os braços.

— Ah, é ai que você se engana! Por que a muito mais que seus amigos, ou eu deveria dizer inimigos, na arena. Armadilhas mortais, animais perigosos, monstros temíveis, a fome, a chuva, a doença... Tudo pela diversão do Olimpo!

— Nossos pais não fariam isso conosco. – Bella afirmou.

— Acredite nisso cria de Afrodite e será uma das primeiras a morrer! Bem, vocês terão uma semana de treinamento na sala anterior, a com as armas. Podem treinar o que quiserem que achem que vá afirmar sua sobrevivência na arena. Tenho instrutores ao dispor de vocês. Ao final dessa semana, teremos as entrevistas, onde vocês vão nos dizer por que acham que vão ganhar os jogos! E uma dica, se esforcem, por que os Deuses podem ser misericordiosos e mandar presentinhos que ajudem durante a batalha para aqueles que se saírem bem nessas entrevistas. Ah, e seus amigos no acampamento também podem mandar algo para ajudar, mas somente uma coisa por dia e para uma pessoa! Então essa é uma fase importante dos jogos.

— E se nos recursarmos a nos matarmos? Apenas sentarmos e esperarmos? – Rayssa perguntou, nervosa.

— Como eu já disse, temos planejamentos caso isso aconteça. Não se preocupe queridinha, vinte e cinco de vocês vão morrer de qualquer forma! Mas será com honra ou de um jeito bobo? E é claro, ninguém recusaria o prêmio final...

— Eu não mataria meus amigos por nenhum prêmio. – Wlad rosnou.

—Você acha filho de Poseidon? – Os olhos de Nêmesis brilharam e a balança pareceu pender ainda mais para a direita. – Nem mesmo pela chance de se tornar um Deus?


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Notas finais do capítulo

Oi gente q. Seguinte, vou dizer como vão funcionar as mortes no jogo.

Eu usei um sistema de rolagens de dados online para sortear quem vai morrer. Então, tudo depende da sua sorte q Eu já tenho aqui uma lista com a ordem das mortes, então não me culpem se você foi o primeiro



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