Mr. Darcy em minha vida escrita por hatake


Capítulo 3
O senhor não é real


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês...
Espero que gostem!



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Meu Deus, pensava a jovem, estou ficando louca. É a única explicação possível. Ou é brincadeira de alguém. É, deve ser isso.

Convencida dessa hipótese, sentiu vergonha de seu comportamento.

—Moço? - chamou - Desculpe-me por essa situação, tente entender, o senhor ficou tão parecido... Eu me assustei...

—Não estou entendendo senhorita... O que quer dizer exatamente? - o homem aparentava confusão e Hannah deduziu que ele continuaria o teatro.

—Admito que sua encenação foi excelente, mas podemos parar por aqui.

—Senhorita... - o homem estava pasmo - eu temo realmente não estar entendendo sua reação ou esta conversa. A senhorita poderia por favor ser mais clara?

Hannah já farta daquela história, perdeu a paciência.

—Olha aqui, em primeiro lugar o senhor entrou na minha casa sem ser convidado. Eu até entendo a brincadeira, mas já acabou. Obrigada pela excelente atuação de Sr. Darcy, mas agora pode ir embora.

—Atuação de Sr. Darcy? - além de pasmo o homem começava a dar sinais de irritação - Por que motivo eu deveria fazer uma atuação de mim mesmo? A senhorita há de convir que não faz o menor sentido.

A garota riu nervosa e passou a mão no rosto.

—Perdão, a senhorita está um pouco confusa. Se sente bem? Sofreu algum acidente recentemente? - ele parecia preocupado.

—Bem senhor sei lá qual é o nome, me ajudaria muito se o senhor não colocasse minha sanidade em xeque, afinal o louco aqui é o senhor ou é surdo, porque ainda não entendeu que já pode parar com esta história.

Assim que ouviu essas palavras Darcy desistiu de argumentar. Quanta grosseria em uma única frase, e ele ainda estava tentando ser educado.

—Senhorita, essa conversa já se tornou insustentável. Aconselho que procure ajuda médica tão logo possível. Quanto a mim, já desisti de encontrar Bingley em Hampshire. Estou voltando para Permberley. Deixo-lhe meus votos para que se recupere logo.

Hannah assistiu o homem nervoso se encaminhar para a porta. Ele parecia realmente ofendido. Mas não fazia sentido. Fazia? Cientificamente falando não podia ser real. Mas...

—Espere! Sr. Darcy! - disse de supetão.

—O que foi senhorita? Já não se cansou de dizer disparates? Eu não tenho tempo para essas sandices. Passar bem. - fez-lhe uma mesura e voltou a andar.

—Por favor! - a moça correu para a porta da sala - Eu não estou louca e bem... se o senhor... - respirou fundo - ...se o senhor é mesmo quem disse que é, bom, neste caso estamos enrolados.

—Continua não fazendo sentido algum senhorita, - Darcy havia parado - queira se explicar por gentileza. - completou olhando-a nos olhos.

Hannah o encarou de volta sem fôlego. Como um homem poderia ser tão másculo e ao mesmo tempo um ter olhar tão doce? Se antes ela suspeitava que tinha uma queda pelo Sr. Darcy, agora ela tinha certeza que era o Grand Canyon.

—Por favor, vamos no sentar.- corando, Hannah indicou o sofá tentando disfarçar seus pensamentos.

O Sr. Darcy até então confuso e irritado com a situação não prestara muita atenção a aparência daquela mulher. Não era nenhuma beldade. Ela era pequena, batia no seu peito no máximo. Possuía olhos castanhos e pele branca, um pouco mais bronzeada do que ditava a moda. O cabelo era estranho. Não era totalmente loiro como o de Georgiana mas também não era escuro como o de sua prima Anne. Era os dois, mais claro nas pontas. Um pouco bizarro para ele, mas combinava com ela. As roupas que trajava também eram estranhas, onde já se viu uma mulher usando calças? Era o fim dos bons costumes, pensava.

—Não acha melhor se trocar primeiro senhorita?- corou ao indicar-lhe a impropriedade de seus trajes - E também chamar alguém para nos fazer companhia?

Hannah deu uma olhada em sua roupa, estava de calça e camiseta de pijama. Não via necessidade de se trocar e considerando que fosse verdade aquela história maluca, não ia ter nada para vestir que o agradasse.

—Eu lhe asseguro Sr. Darcy que estou bem assim. E depois de lhe explicar toda a situação o senhor entenderá.

—Que situação fala senhorita...?

—Hannah, Hannah Montcliff.

—Srta. Montcliff, eu não entendo.

—Sr. Darcy, é difícil lhe explicar o que está acontecendo, quando nem mesmo eu entendo. Mas acho que de alguma forma o senhor viajou no tempo.

No primeiro momento, Darcy a olhou com incredulidade. Segundos depois desatou a rir. Não sorrisos contidos próprios ao Sr. Darcy, mas verdadeiras gargalhadas.

Como se já não estivesse maravilhada o suficiente com aquele homem, as risadas tiveram o efeito de deixá-lo mais encantador ainda. Era apaixonante.

—A senhorita espera que eu acredite nisso? Realmente? - as risadas se transformaram em um meio sorriso irônico.

Hannah já nem estava neste planeta. O Sr. Darcy sempre foi descrito como alguém reservado, tímido até, não aquele homem sarcástico e determinado a sua frente.

Vendo que ele lhe encarava esperando uma resposta, Hannah se obrigou a responder:

—Na verdade, Sr. Darcy, o senhor não viajou no tempo...

—Parece que estamos começando a chegar em um acordo...

—Não poderia ter viajado no tempo, - o interrompeu - pois não há um tempo em que exista. O senhor não é real.


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