20 de Dezembro escrita por oiwatsons


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Coloquei a imagem como capa porque minha inspiração começou a partir dela. Inclusive, agradeço desde já a pessoa (que provavelmente deve ser de outro país e não vai ver isso, enfim) mas os créditos vão pra ela. É pequena mas espero que gostem. Beijos



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O dia amanheceu frio, e para o desgosto de Harry, hoje era a festa de Natal do professor Slughorn. Rony estava radiante, e não parou de dizer o quanto o céu estava lindo, embora não parecesse. Durante a tarde, aproveitaram o tempo para relaxar no pátio. Harry não parava de pensar no sonho que tivera em que o amigo enfeitiçava um balaço para persegui-lo porque tinha segurado a mão de Gina para um passeio à beira do lago. Mesmo assim, era impossível leva-la a festa, provavelmente iria com Dino. Pensou em alguém que realmente valesse a pena levar como par.

— Me diz de novo como foi que você convidou a Luna pra festa? — disse Rony — Com tanta menina pra convidar...

— Luna é legal — respondeu Harry apenas, não importando com o comentário inconveniente do amigo.

— Ora, com quem queria que ele fosse? Pelo menos ela não está tentando dar uma poção do amor pro Harry. — disse Hermione, agora abrindo um livro para o aborrecimento de Rony.

— Não acredito! Você trouxe isso pra cá? — disse ele balançando os cabelos e observando Hermione atentamente — Você tem que relaxar Mione. Daqui a pouco vai ter a festa do Slughorn e...

— A festa é à noite. Não agora! — respondeu ela com azedume, fitando-o por cima do livro. Rony não falou, mas Harry sabia perfeitamente que ele não queria ser trocado por Tradução avançada das runas.

Mais tarde, Harry e Rony já estavam prontos e desceram de seus dormitórios para a sala comunal à espera da amiga, que havia os deixado duas horas antes para se arrumar. Rony estava sentado na poltrona, olhando nervoso a cada dez segundos à escadaria, murmurando algo como “mulheres” e parecia estar forçando muito a mente como se estivesse escolhendo elogios. Mas quando Hermione desceu ao encontro dos dois, quinze minutos depois, ele só conseguiu dizer: “Uau!”

A garota corou de leve, segurou na mão de ambos e os puxou pra fora — Vamos logo! Harry tem que encontrar com a Luna.

Quando chegaram na ala oeste do castelo, se depararam com Luna Lovegood ao lado da aldabra em forma de águia, usando vestes prateada com estrelas e estava bem bonita. Ela cumprimentou os três, que retribuíram. Seguiram pela escadaria de mármore para a sala do professor Slughorn. Mal tinham acabado de entrar quando uma voz trovejou:

— Harry, meu rapaz! — Slughorn agarrou o braço do garoto e o arrastou para a festa. Luna os acompanhou um tanto interessada na decoração, que agora esvoaçava fadinhas de verdade no teto.

A sala parecia mais uma tenda com panos esmeralda, carmim e dourado. As mesas estavam cheias de comida, para a alegria de Rony. Tinha torta de frutas secas e nozes, pudim caramelado, costeletas de carneiro, bolos de caldeirão e coisas que Harry nunca tinha visto. As bebidas se enchiam sozinhas nas taças, havia suco de abóbora, o preferido dos alunos, mas também tinha hidromel, rum de groselha vermelha, uísque de fogo e o que não podia faltar, cerveja amanteigada.

O professor estava conduzindo Harry a todo lugar para conhecer amigos como Eldred Worple, um ex-aluno que ele deduziu ter sido parte do Clube do Slugue. O cara parecia legal, mas quando começou a dizer que o garoto poderia lhe dar uma entrevista para “a biografia tão esperada de Harry Potter”, ele puxou Luna pela multidão, acompanhado de olhares curiosos de garotas que estavam por perto. Sentou a um canto onde ninguém poderia incomodar, ao lado agora, de Rony e Hermione, que escolheram um lugar apropriado.

— Você vai passar o Natal com a gente não vai Mione? — perguntou Rony, engolindo um pedaço da tortinha de abóbora — Se não for, te sequestro!

— Ah, claro — respondeu ela um pouco sem jeito.

— Ora, e eu? — disse Harry dando um sorriso maldoso ao amigo — Não vai me sequestrar também?

— Cale a boca Harry! Você já teve sua vez. — respondeu Rony em tom de riso — Além disso, você iria mesmo que eu não quisesse.

O que era verdade, ele sempre passava o Natal com os Weasley e mesmo se ele quisesse ficar em Hogwarts, outro motivo o levaria para A’Toca desta vez. Alguém que ele estava evitando pensar.

Harry observava os dois amigos conversarem com muita animação, nem pareciam o Rony e a Hermione de anos, meses ou dias atrás, antes da festa ser mencionada. Luna estava se deliciando com um belo pudim caramelado e alertava Harry sobre sair debaixo de um visgo.

— Muitas vezes está infestado de Naguilês — disse ela muito séria.

Harry riu. A festa não poderia estar melhor, ainda mais com a professora Trelawney se aproximando muito tonta para conversar com Luna e fazendo furiosas críticas sobre Firenze: “Dividimos as turmas... é um insulto, francamente, um insulto.”

À meia noite, o professor Slughorn praticamente já estava expulsando os alunos de sua sala e todos saíram para seus dormitórios. Alguns, Harry percebeu, pareciam sonâmbulos.

— Até amanhã pessoal — falou Luna sorridente acenando para o trio — e muito obrigada Harry, me diverti bastante! E saiu andando, como se flutuasse em direção à torre da Corvinal.

Harry, Rony e Hermione seguiram para a sala comunal da Grifinória, agora vazia e muito calma. Até mesmo Neville, que também estava servindo os convidados, já tinha subido para o quarto e Gina, Harry observou, havia se retirado mais cedo da festa. Provavelmente tivera outra briga com Dino Thomas, o que fez com que ficasse ligeiramente satisfeito.

Os dois amigos haviam sentado na poltrona, Hermione um tanto alegre demais, devido as doses de Uísque de fogo. Harry os observava de pé ao lado do buraco do retrato.

— Você não diz que eu preciso relaxar? — disse ela, olhando para Rony com sorriso no rosto — Então, eu estou relaxando!

— Não está nada bem não é? Achei que nunca iria viver pra ver você assim. — respondeu Rony sorrindo. Harry também achava que não fosse ver esse fato histórico, mas também não pôde deixar de pensar que fora o próprio Rony que o tivesse provocado.

— Mas você precisa subir e descansar Mione — completou ele, agora com um ar mais sério, embora Harry achasse que não era isso que realmente queria.

Ela lhe lançou um olhar ameaçador como se fosse lhe dar um soco, mas disse uma coisa que fez Rony começar um conflito dentro de si: — Se você não quer me fazer companhia, vou ficar aqui sozinha — Com ênfase na palavra “sozinha”, pegou um exemplar de Quintessência: uma busca e começou a olhá-lo de cabeça para baixo.

Harry queria sair correndo dali o mais depressa possível, mas não podia deixar o amigo sozinho para o caso de uma notável briga.

— Vamos fazer um experimento social! Você realmente precisa de livros para sua sobrevivência, ou você pode sobreviver sem eles? — Disse Rony com um sorriso travesso.

Hermione fez uma cara de “até parece” mas achou muita graça ao ouvir aquelas palavras, o que deixou Harry um tanto aliviado. Pensara que a brincadeira de Rony ia fazer a amiga ficar ofendidíssima e os dois não conversariam por um bom tempo. Não queria passar por aquilo de novo como no terceiro ano, em que tentara durante semanas, fazer os dois voltarem a se falar. Mas dessa vez, eles pareciam estar se divertindo:

— Ah, sai dessa! — exclamou Rony — Você nem está lendo isso. Está de cabeça para baixo se quer saber! — Ele arrancou o livro abruptamente das mãos de Hermione, que fez cara feia, mas o garoto nem ligou. Encostou o corpo no sofá esticando-se o máximo possível e levantou o braço o mais alto que pôde, com o livro firme em uma das mãos.

— Ronald! Devolva isso, devolva-o agora, ou eu vou... — mas Hermione se calou quando a perna que apoiava no sofá, ao levantar violentamente para desfazer o crime de Rony, escorregou, fazendo ela cair justamente onde não queria. Ou talvez quisesse.

— Você está fazendo o que exatamente? Caindo em cima de mim? — falou Rony meio desconcertado e ao mesmo tempo timidamente animado. Harry não sabia quem estava mais vermelho: Rony, Hermione ou ele mesmo que presenciava a cena constrangido.

— Ah! Fica quieto um pouco — disse Hermione tentando se levantar, mas Rony a segurou num impulso e disse algo que provavelmente não diria se não estivesse sob a influência de hidromel.

— Você pode cair em cima de mim quando quiser!

Nesse momento, a boca de Rony e Hermione estavam muito próximas uma da outra. Tão próximas que fez Harry subir tão rápido a escadaria para o dormitório, que poderia até pensar que estava voando na sua Firebolt para alcançar o pomo de ouro. Com certeza nem perceberam a saída dele, deviam estar num mundo totalmente distante. Os Comensais da Morte poderiam ter invadido Hogwarts e começado uma guerra que extinguiriam toda a vida, que eles nem notariam sua presença ou ausência.

Harry estremeceu por um instante, nem queria pensar nessa possibilidade. Ficou deitado durante um tempo olhando para o dossel da cama, absorto em seus pensamentos esperando o amigo voltar, o que não ocorreu. Ficou imaginando o que teria acontecido para demorar tanto, mas nem se atreveria ir até lá pra saber. Harry virou-se de lado e dormiu. Teve um sonho maravilhoso com Gina e agradeceu por Rony não estar nele.


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