Mr.Right, Ms.Smarty Pants escrita por Kika Honeycutt


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Fic de resposta do desafio 15/30 #9: Uma cena em que o protagonista faça algo que você sempre quis fazer.

Então, apresento a vocês mais um par de personagens originais de uma web novel que comecei lá pelo começo dos anos 2000, postei alguns capítulos num antigo site e tirei do ar para reformular (e ainda não voltou).

Conheçam: Irene, Diego e Artemis.



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Irene estava num humor que sucede o tédio.

Estava de férias no trabalho e depois de resolver tudo o que não conseguia fazer trabalhando, a rotina de fazer nada começava a bater. Por isso decidiu ficar longe da casa dos pais se enfurnando na casa do amigo e pseudo namorado. Na casa de Diego ficaria longe da necessidade do pai de controlar tudo que fazia, além de ter uma piscina, uma sala de jogos, uma academia que ela dificilmente frequentava e até uma biblioteca cuidadosamente organizada pelo cunhado, Artêmis.

Contava com os amigos para jogar, mas Diego e os outros rapazes, que frequentavam a casa, estavam trabalhando e o tempo que tinham para conversar se resumia entre a madrugada, quando chegavam do trabalho, e a madrugada quando acordavam para o trabalho. Eles eram segurança pessoal, um trabalho que nunca era levado na flauta mesmo que eles gostassem do oficio quase como se fosse um hobby.

Irene caminhava pela casa vazia como se fosse um zumbi buscando alguma coisa para fazer ou comer e se desesperou quando pensou na alternativa de voltar para a casa dos pais. Rapidamente pegou o celular e digitou:

Socorroooooooo! Tééééééééééédioooooooo!!!” -E enviou para Diego.

Permaneceu olhando a tela do aparelho esperando resposta antes de se tocar de que o namorado estava trabalhando e por isso, super atarefado com a segurança de algum cliente. Ele não poderia desviar sua atenção para o celular.

Com um suspiro resignado seguiu para a cozinha e pegou o primeiro pacote de batata chips que encontrou no armário, um copo de suco na geladeira e seguiu para a biblioteca. Artêmis teria um piripaque só de imaginar as digitais que poderia deixar pelo cômodo com aquele pacotinho de 250g.

Artêmis… gosto tanto de você cunhadinho…”, pensou ironicamente.

Não é que não gostasse do irmão de Diego, mas Irene poderia ser a virgem santa que Artêmis sempre veria chifres e um tridente em suas mãos por estar "bagunçando a cabeça" de seu irmão inocente. E não só do irmão, mas o rapaz poderia jurar que ela era capaz de destruir a vida de qualquer um que se aproximassem dela. Isso é o bastante para que eles não tivessem a melhor das relações. Se respeitavam, mas não passava disso.

—Fala sério… -Comentou e riu ligando o computador do cômodo.

Estava se distraindo navegando na internet, conferindo e-mails e procurando informações sobre como estavam os Fraiser. Fazia tempo que não ouvia lançamento deles apenas alguns boatos sobre carreira solo de um dos irmãos e um casamento à vista, que imaginava ser do William, o mais velho dos irmãos. Se pegou pensando que a noiva nesse caso poderia ter sida ela mesma se ele não tivesse sido um babaca-hipócrita-homofóbico, quando o celular notificou uma mensagem recebida.

“Porque não dá uma volta? ” -Dizia um resumo na tela. Irene abriu o conteúdo e viu o restante da resposta de Diego. –“Se precisar de dinheiro pega meu cartão no escritório. ”

Irene precisou reler mais de uma vez a sugestão antes de dar um sorrisinho de canto ligeiramente malicioso.

—Sério mesmo Diego? -Olhou para o monitor que exibia um e-mail daqueles sites de promoções coletivas.

Sério mesmo? Olha que eu sumo no mundo! ” -Riu digitando a nova mensagem e enviando.

Não demorou a receber resposta:

Não importa aonde. Eu te encontro ^_~

Irene riu alto e se levantou da cadeira decidida.

 

Artêmis estava com um humor ácido.

E Diego conhecia a causa daquele humor em especial: Irene. Não importava o que fizesse para tentar aliviar a impressão do irmão sobre a namorada, desde quando ela quase acabou com a carreira de um dos seus clientes e, por consequência, quase manchou a reputação de empresa de segurança, Artêmis se tornou mais intolerante à ela. Ter iniciado o namoro com Diego piorou toda a situação e ter vindo para a casa deles passar os dias de férias elevou o mau humor do irmão ao que Diego imaginava ser impossível alcançar. Não era raro ser questionado se a casa havia virado albergue e Diego fazia o possível para levar na esportiva dizendo que sempre foi albergue para os amigos.

Naquela noite, quando voltaram do trabalho, não encontrou Irene em lugar algum, e isso incluía sinal pelo celular. Eles haviam trocado SMS mais cedo enquanto a namorada se queixava de tédio. Bom, não poderia culpá-la, mas a última mensagem o deixou sem saber afinal o que ela havia decidido fazer.

Entrou na cozinha e encontrou o irmão preparando uma vitamina. Estava um clima muito pesado ao redor do rapaz. Se aproximou e viu que as sobrancelhas estavam contraídas. Então encostou-se na pia e sorriu de canto observando o irmão.

—Arty… Está tudo bem? -Passou o dedo indicador naquela área franzida. -A Irene saiu e mesmo assim você está com essa cara estranha. Congelou? Não consegue voltar ao normal?

O mais novo o encarou sem mudar a feição, apesar dela ter vacilado por um rápido momento.

—Não. -Voltou a ficar carrancudo. -Você ainda não sabe, não é?

O sorriso de Diego morreu e encarou o irmão curioso.

—...O que ela fez. -Artêmis adicionou.

—Ela saiu. -O mais velho informou tranquilamente.

—É… saiu. -Concordou com ironia encarando o irmão que pediu por mais explicações numa pergunta muda. Desligou o liquidificador e apoiou-se de lado na pia e cruzando os braços. -Aquela maluca que você insiste em querer casar, arrumou as malas e viajou! Usou o SEU cartão de crédito para pagar passagem e estadia em Santiago! E só pra te lembrar, geograficamente, Santiago fica no Chile, sabe? Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina, CHILE!

Diego permaneceu imóvel processando cada informação que o irmão dava.

—Ela não é confiável, estou te falado isso há tempos!

Diego pegou o celular e leu a última mensagem dela.

Então vem me encontrar. Kissu ;*

O segurança soltou uma gargalhada que provocou um sorriso involuntário na face do irmão carrancudo. Deu um beijo da bochecha do rapaz e seguiu para o quarto rindo.

 

Irene havia passado o dia visitando a Catedral Metropolitana, curtiu um tempo na Plaza de Armas fechando a tarde num café próximo e, quando sentiu que era hora de voltar, pegou um táxi até o hotel. Caminhava para a recepção quando a silhueta de um hospede ligeiramente debruçado sobre o balcão lhe chamou atenção. Reconheceria os cabelos longos e negros facilmente. E aquela postura perfeita mesmo quando estava relaxado enchendo as recepcionistas de galanteios. Diego era piegas e ela gostava disso nele. Aproximou-se com um sorriso.

—Eu falei que te encontrava. -Ele disse rodeando a cintura da namorada com os braços firmes e selando seus lábios num beijo.

Irene sorriu de canto e envolveu o pescoço do segurança com gestos delicados e sensuais. Seus olhos se encontraram cúmplices.

—Eu sabia que você viria.


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Notas finais do capítulo

...Gente, quem nunca quis jogar tudo pro alto e sumir?! Viajar! Nem que seja uma viagem até o município vizinho! HAHA!
Eu sempre quero!



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