Além do seu Olhar escrita por Miimi Hye da Lua, Incrível


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Uaaaaaaau!
29 acompanhamentos e 4 favoritamentos? É isso mesmo?
Cara, vcs são 10! Talvez 100! Acho que 1000! Ta bom, parei kkkkk

#Incrível



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Enquanto caminhava pelos corredores do Studio, tentei reorganizar meus pensamentos e acalmar minha respiração, mas sem muito sucesso.

— Você está bem, Vilu? — perguntou Fran pela segunda vez.

— Estou, foi só um susto — disse.

— Pois é, você ia se machucar feio, amiga — me abraçou de lado. — Ainda bem que um anjo em forma de gente te segurou. E que anjo! — enfatizou a última parte com um sorriso torto no rosto.

— Pára Francesca! — dsse me sentando no banco já fora do Studio.

— Ah Vilu, qual é? Vai me dizer que não achou ele bonito? Você não conseguia tirar os olhos de cima dele — provocou se sentando ao meu lado e me entregando o copo d'água.

— Nada a ver, Fran! Eu fiz isso porque... Porque... — tentei me lembrar. — Ah, porque foi com ele que eu esbarrei antes de ontem.

— Nossa, que coincidencia vocês se encontrarem de novo.

Concordo com a cabeça enquanto bebia a água calmamente. Agora minha respiração e meus batimentos cardiacos haviam se reestabilizado e eu podia pensar mais coerentemente.

— Se sente melhor? — perguntou Fran após alguns segundos em silêncio.

— Sim.

— Ótimo, acho que vamos voltar a tempo — sorriu.

— A tempo de que? — indaguei confusa.

— Quero ver a apresentação de um garoto lindo que eu vi hoje.

— Hum... Agora o Studio vai ficar interessante, neh Fran? — sorri maliciosa.

— Isso se ele passar. Mas ele é lindo, então passa.

— E o que isso tem a ver com cantar? — perguntei.

— Simples: Com aquele rosto, ninguém vai dar atenção à outra coisa que não seja sua perfeição.

— Só tem um problema, Fran. A única mulher é a Angie, então duvido que os outros professores vão dar atenção à beleza de Diego — ri.

— Verdade! Melhor irmos — respondeu se levantando. — Vamos Vilu! — me puxa pelo braço.

— Calma, Fran! — disse entre risadas enquanto era literalmente arrastada pro Studio.

Chegando ao Zoom as portas estavam quase fechadas, com um espaço mínimo para uma pessoa passar. Como não podiamos entrar, Fran espreitou a cabeça dentro do Zoom.

— Han... Vilu? — sussurrou.

— O que foi? — disse no mesmo tom.

— Você devia ver isso.

Consegui me ajeitar em cima de Fran e enfiar a cabeça pela porta. No palco, estavam um garoto de cabelos negros mexendo na guitarra e... "meu heroi" se posicionando atrás do teclado.

— Muito bem, León e Diego — disse Pablo sentado atrás da mesa junto com os outros professores. — O que vão cantar?

— Dile que sí — respondeu o garoto de cabelos negros, enquanto meu heroi (e eu precisava saber seu nome para parar de chama-lo assim) olhou pra mim, mas não demonstrou qualquer tipo de reação.

Talvez eu conseguisse distinguir um pouco de repulsa em seu olhar, nada comparado a seu lindo sorriso. Não entendia porque ele me olhava assim.

— Tudo bem, vamos ouvi-los! — diz Pablo simpaticamente.

Eles sorriram e concordaram, começando a tocar.

Si te preguntas porque
Esta vez no tienes respuesta
Y no entiendes que pasa

Si te enamoras pero
No encuentras bien la manera
De decirle que pasa

Una sensacion
El momento
Tan esperado

Dile que si
Es lo que importa
Es un temblor, miedo y euforia
Mira que nadie te diga que nose puede
Corre anda y buscalo

Dile que si
Es lo que importa
Es un temblor, miedo y euforia
Mira que nadie te diga que nose puede
Corre anda y buscalo

Dile que si...

Cuando te acercas
No puedes contener tu cabeza
Y no entiendes que pasa

Seus olhos se encontraram com os meus por frações de segundo, mas logo ele desviou. Inclinei a cabeça levemente em tom interrogativo. O que ele estava fazendo?

Y las palabras
Se te enriedan y no vez la manera
De decirle que pasa

Una sensacion
El momento tan esperado

Dile que si
Es lo que importa
Es un temblor, miedo y euforia
Mira que nadie te diga que nose puede
Corre anda y buscalo

Dile que si
Es lo que importa
Es un temblor, miedo y euforia
Mira que nadie te diga que nose puede
Corre anda y buscalo

Dile que si...

Ya son nueve
Lo que sigue
Estoy pensando que hacer

El tiempo se acabó
No lo dudes gritacelo

Dile que si
Es lo que importa
Es un temblor, miedo y euforia
Mira que nadie te diga que nose puede
Corre anda y buscalo

Mais uma vez nossos olhos se encontraram mas dessa vez por muito mais tempo, me fazendo megulhar novamente na imensidão verde. Não pude evitar sorrir. De perto, seus olhos eram lindos, mas enquanto ele cantava e me encarava, seu olhar adquiriu um brilho diferente, como se ele atravessasse minha alma por meus olhos.

Dile que si
Es lo que importa
Es un temblor, miedo y euforia
Mira que nadie te diga que nose puede
Corre anda y buscalo

Dile que si... Dile que si...

Assim que a música terminou, retornei à realidade com a voz de Pablo.

— Obrigado, meninos... — ele dizia, mas não escutei o resto já que me afastei com Fran.

Assim que já estávamos longe o suficiente, Fran agarrou meu braço.

— Como ele é lindo! Você viu? — disse Fran, parecendo aquelas garotas de 11 anos de idade com a primeira paquera.

— Vi, Fran — disse, revirando os olhos.

— Viu nada! Ficou prestando atenção no seu anjo da guarda — disse, sorrindo maliciosamente.

— Pare de inventar coisas, Francesca! — falei irritada, fazendo-a rir.

Fiquei pacientemente esperando ela terminar de rir, e quando isso aconteceu ela tirou o celular do bolso e olhou o visor arregalando os olhos.

— Vilu, tenho que ir, minha consulta é hoje e eu estou atrasada!

— Ok, amiga. Que consulta você tem, mesmo? — perguntei, já imaginando que ela estava doente.

— Só de rotina mesmo. Como meus pais dizem: "melhor prevenir do que remediar, Francesca!" — afinou a voz, fazendo uma careta e me fazendo rir.

— Pára de reclamar, pelo menos eles se importam com você — falei assim que minha risada cessou.

— Não é isso... — dizia.

— Não estava atrasada? — a interrompi erguendo uma sobrancelha.

— Verdade! E a culpa é sua, você ficou aqui me enrolando! Tchau, amiga! — me deu um beijo no rosto e começou a andar a passos largos.

Ri, me perguntando onde eu havia encontrado uma amiga assim. Segui meu rumo em direção à sala de Angie (próxima aula que teríamos).

Lembrei-me de que teríamos que usar o caderno hoje e eu o havia deixado em meu armário. Corri até onde os armários se encontravam e peguei o meu caderno após alguns segundos tentando destrancar o cadeado.

Voltando à sala, me deparo com Leon e Diego saindo do Studio. Fiquei parada, vendo as duas figuras caminharem para a saída e se afastando cada vez mais. Não sei o que deu em mim mas comecei a segui-los.

Eles conversavam animadamente entre risadas e empurrões, algo comum para garotos. Como eu estava muito longe, teria de correr para alcançá-los, mas isso estava fora de cogitação por conta de eu estar usando salto e, a imagem de eu correndo não era nada agradável, além de que seria capaz de eles me acharem uma louca que os estava perseguindo, e como a namorada do meu pai diz "damas não correm". Então gritei.

— Diego, Leon! — gritei, mas eles continuam andando. — Diego, Leon! — tentei mais uma vez e o garoto de cabelos negros parou e se virou pra mim, enquanto seu amigo (e meu herói) seguiu caminhando, distraído.

— Leon! — ele chamou com olhos arregalados e fixados em mim.

Meu herói, que finalmente eu sabia que se chamava Leon, se virou confuso mas ao me ver teve a mesma reação que Diego. Me perguntei o que havia de errado comigo para eles me olharem desse jeito.

Afastei esse pensamento e continuei andando até estar perto deles.

— É Leon, certo? — perguntei com um sorriso.

— Sim — respondeu secamente.

— Sou Violetta — disse enquanto os dois me olhavam como se essa informação não mudasse em nada a vida deles. — Queria agradecer por ter me salvado hoje e pedir desculpas pela minha grosseria no dia em que nos encontramos.

— Sem problemas.

Um silêncio desconfortável se forma enquanto Leon me encara.

— Então — falou Diego. — Sou Diego, prazer em conhece-la — estendeu a mão.

— Muito prazer! — digo apertando sua mão.

— Desculpe, mas temos que ir. Nos vemos amanhã — disse simpaticamente.

— Amanhã?

— Sim, vamos voltar para o teste de dança — respondeu.

— Ah, claro. Tudo bem. Tchau! — disse com um sorriso para os dois.

Diego retribuiu o sorriso mas Leon simplesmente me encarava com olhos frios. Não entendia o que se passava na cabeça dele. Quando cantou ou quando me salvou, tinha um olhar doce, puro. Mas quando eu falava com ele, o mesmo me olhava como se eu fosse a pessoa mais horrível e detestável do mundo.

Me virei e caminhei em direção ao Studio.Cheguei atrasada para a aula de Angie, mas ela não me repreendeu. Essa era uma das vantagens de sua professora ser sua tia.

–--

Um barulho incessante não me deixava dormir. Me remexi na cama esperando que ele parasse mas nada acontecia. Então abri os olhos mas rapidamente os fechei por conta claridade em que o quarto se encontrava.

Abri os olhos vagarosamente, e assim que me acostumei com os rais de sol invadindo meu quarto, olhei para o despertador e o desliguei. Eram 7:50 da manhã de uma quarta-feira. Foi só então que eu percebi que estava atrasada.

Me levantei num pulo, já procurando minhas roupas e indo para o banheiro. Após fazer minha higiene matinal, passar maquiagem, trocar de roupa e descer as escadas correndo, encontrei papai indo em direção à cozinha.

— Oi, pai — falei rapidamente, lhe dando um beijo na bochecha. — tchau, pai!

— Oi, han... tchau! — disse confuso, enquanto observava eu me afastar. — Jovens — o ouvi dizer atrás de mim e, pelo seu tom, sabia que ele estava sorrindo.

Andei apressadamente pelas ruas de Buenos Aires. Apesar de já serem quase 8 horas, a cidade estava relativamente calma. As lojas já haviam aberto.

Quando cheguei à Gardenlife Padaria & Confeitaria, senti o cheiro irreconhecível de café. Olhando ao meu redor, sorri involuntariamente. Amava aquele lugar retrô.

As mesas redondas que estavam espalhadas, tinham toalhas xadrez em vermelho e branco; as mesas encostadas às paredes eram retangulares, com bancos de madeira acolchoados; as paredes eram preenchidas por azulejos brancos e tinham vários posteres espalhados por elas. Noto que o lugar já acumulava algumas pessoas, e praticamente todas eu conhecia. Sorri para elas e caminhei em direção à vitrine.

Aproximei meu rosto do vidro e observei as guloseimas com os olhos brilhantes e um sorriso no rosto.

— Quantas vezes eu disse pra você parar de encostar o nariz na vitrine? — falou Julie saindo da porta da padaria.

Julie, tinha cabelos negros e cacheados além de olhos verdes. Sempre mostrava um sorriso encantador e era dona de uma simpatia que só ela tinha.

— Acho que umas 40 vezes, desde os meus 5 anos de idade — ri, me afastando. — Eu sai de casa voando pra não chegar atrasada aqui, e é assim que você me recebe, Julie? — disse, fingindo estar chateada.

— Você é impossível, Violetta — ri.u — Raniero, Violetta chegou!

— Oi, pequena! — disse Raniero, abrindo a porta.

Raniero tinha os cabelos bagunçados e presos pela touca higiênica. Seus olhos eram castanhos assim como os cabelos, e seu rosto estava sujo de farinha, assim como seu avental.

— Querido, ela não tem mais 5 anos, você tem que parar chama-la de pequena! — repreendeu Julie com um sorriso apaixonado para o marido.

— Tudo bem, pode continuar, Seu Raniero.

— Viu? — mostrou a língua para a esposa como se fosse uma criança. — Desculpe mas tenho que voltar lá pra trás, o pão já está pronto.

— Sem problemas! — respondi e ele se afastou com um sorriso.

— Então... Vai querer o de sempre? — perguntou Julie.

— Sim! — disse me sentando no banco alto da bancada.

Logo, Julie colocou sobre a bancada um pão de queijo e um donuts num prato de porcelana, e uma xícara com cappuccino ao lado. Aquela era minha rotina de toda quarta-feira.

— Obrigada — agradeci, começando a comer.

— E seu pai? Como está? — perguntou.

— Ele está bem, mas anda bem ocupado com o trabalho e a namorada.

— É Jade, certo? — pergunta.

— Sim.

— Com todo respeito, não sei o que ele vê nela — falou como se fosse uma adolescente e eu ri. — Ela não tem nada a ver com sua mãe.

— Verdade — suspirei. — E a adoção?

Julie e Raniero não podiam ter filhos. Bem... antes eles podiam mas depois de alguns acontecimentos ela ficou estéril. Ela levou um certo tempo para superar isso, e a 3 anos tentava adotar uma garotinha chamada Heloísa, que hoje tinha 5 anos.

— O processo está bem difícil... Eles querem pais mais jovens, mas eu não acho que sejamos tão velhos — falou tristemente.

Eu ia responder mas um freguês chamou Julie pois queria fazer o pedido.

Comi rapidamente, pois 8:30 tinha de estar no Studio. Assim que terminei eu coloquei o dinheiro sobre a bancada e caminhei para o Studio.

Chegando ao Studio, fui direto para a sala de dança. Foi então que me lembrei que hoje não haveria aula com o Gregório, pois aconteciam as audições de dança para entrar para o Studio.

Parei na porta com esse pensamento. Me virei para ir embora e encontrei Tomás a alguns passos de mim com uma expressão séria.

— Procura alguma coisa?


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Notas finais do capítulo

Hiiiiii, ciúmes no ar!
Só pra esclarecer, os caps ímpares são da Miimi e os caps pares são meus. Leon e Violetta narram de dois em dois capítulos (não me perguntem o por que, é frescura nossa mesmo kkkkk).
Bom, é isso pessoal. Logo a Miimi volta com o cap 5 pra vcs ;)