Além do seu Olhar escrita por Miimi Hye da Lua, Incrível


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Eu perguntava Do You Wanna Dance? E te abraçava Do You Wanna Dance?
ESSA MÚSICA... AMO.
Oieeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee humanas e humanos. Tudo certo? Espero que sim.
Eu só tenho a agradecer vocês por tudo, não tem noção de como fico feliz em ler cada comentário, ou ver cada favorito. VOCÊS ME FAZEM FELIZ. OBRIGADAAAAAAAA.
Hoje o capítulo é especial Leonetta ~ surpresinha no final ~



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— Hey, meu bem — León me chamou — ligue o rádio, por favor — pediu gentilmente.

Fiz o que ele me pediu. A primeira estação estava apenas na estática e com alguns ruídos irritantes, então, eu comecei a procurar uma estação de música. Encontrei uma que tocava Paradise e automaticamente sorrimos, lembrando do trabalho de Angie.

— Obrigado — agradeceu León.

— Não tem de quê — respondi —, meu bem — completei. — Gostei dessa junção de palavras, vou começar a usá-la.

— Mas apenas comigo, tá bom, meu bem?

— Tá bom, meu ciumento — ele riu.

Infelizmente, Paradise acabou, porém Blank Space começou em seu lugar. León Vargas fez uma participação especial e exclusiva pra mim, ao lado de Taylor Swift.

New money, suit and tie. I can read you like a magazine. Ain't it funny? Rumors fly. And I know you heard about me. So hey, let's be friends. I'm dying to see how this one ends. Grab your passport and my hand. I can make the bad guys good for a weekend — Cantou León.

— Ai, Senhor! Não acredito que você sabe cantar Taylor Swift — falei surpresa. Ele cantava perfeitamente.

— Pois é, eu sei — afirmou ele, sorrindo. E que sorriso... — E tenho certeza de que você sabe também, vamos.

— Ah, não — respondi. — Canta só você.

— Eu não acredito que ouvi isso, Violetta Castillo não quer cantar? Que mundo é esse? Quem és tu, ser desconhecido? Devolva minha garota já — brincou.

— Exagerado. Tudo bem, eu canto — cedi, revirando os olhos.

'Cause we're young and we're reckless. We'll take this way too far. It'll leave you breathless. Or with a nasty scar. Got a long list of ex-lovers. They'll tell you I'm insane. But I've got a blank space, baby. And I'll write your name — cantamos juntos bem alto, sorrindo um para o outro.

Uhuuuuuul — ele gritou no final. — Viu como é emocionante?

— Pois é... — concordei, rindo.

Xiiiiiu! Essa é minha parte preferida. — gritou. — Screaming, crying, perfect storms. I can make all the tables turn. Rose garden filled with thorns. Keep you second guessing like. "Oh, my God, who is she?". I get drunk on jealousy. But you'll come back each time you leave. 'Cause, darling, I'm a nightmare dressed like a daydream.

— Arrasou, Baker — bati palmas, enquanto ele fazia uma reverência.

León cantou o resto da música todinha, e no final deu uma piscadinha sexy que me fez cair na risada.

— Eu amo essa música! — gritamos juntos, assim que Glad You Came começou a tocar.

Resumindo, ficamos como dois malucos presos no trânsito, cantando muito alto, muito alto mesmo. León e eu dançávamos nos ritmos das músicas, e nos divertíamos demais. Ele me fazia rir das coisas mais babacas e idiotas, mas era algo maravilhoso o que ele me proporcionava.

Sem dúvidas eu amo León Vargas.

— Minha música está tocando! Ahhhhhhhh! Eu não acredito — disse ele, aliás, gritou super empolgado.

E começamos a gritar e a dançar novamente, ao som da música do León, só que com a voz do Bruno Mars.

+++

León parou o carro no meio do nada e saiu, sem dizer uma só palavra. Estranhei a atitude dele e quando o ia questionar, ele apareceu na minha janela.

— Vamos, meu bem — falou sorrindo.

— Vamos aonde, Vargas? — perguntei estranhando.

— Não gostaria de apreender a dirigir? — indagou de um modo fofo.

— É sério? — abri um sorriso. Ele assentiu.

— Pula pro banco do motorista, aí.

Eu parecia uma criança quando ganha um doce. Em menos de três segundos eu estava no outro banco. León entrou no meu antigo lugar e respirou.

— Meu Deus, que calor faz nesse lugar — reclamou, afagando a camisa que vestia. — Está com calor, Vilu?

— Um pouco — respondi, apertando os olhos. — Não vai tirar a camisa, vai?

— Quer que eu tire? — riu.

— Ah, não sei... Se quiser morrer hoje, tudo bem.

— Como assim?

— Você vai chamar minha atenção, oras... — falei sem graça e com certeza, corando.

— Ahh — ele riu sem graça. — Não quero morrer hoje, tenho planos pro futuro.

— Ter uma vida normal, se apaixonar, casar e ter filhos?

— Não, não é um futuro tão longe, meu bem — disse ele, misterioso. — Mas então, vamos começar?

— Espera! — pedi. — E se alguém ou algum policial aparecer aqui? — gesticulei. — Eu sou menor de idade, eles podem prender o carro e...

— Ei! Ei! — me interrompeu, colocando a mão por cima da minha. — Ninguém vem aqui, Baixinha.

León e seu maravilhoso jeito de me acalmar, aliás, exceto meu coração que não se acalmava, apenas acelerava em sua companhia.

Ele sorriu pra mim, mostrando suas covinhas. Sorri de volta.

— Tudo bem. Então... O que eu faço?

— Primeiro, respire e lembre que nossas vidas estão em jogo.

— Que ótimo jeito de começar, Vargas — disse eu irônica. — Deveria ensinar pessoas a dirigirem, você é ótimo nisso.

Aii nossa! Agora você exagerou na ironia, meu bem — falou León. — Além disso, eu sou Baker e não Vargas. E eu só queria te lembrar — piscou pra mim.

Mostrei a língua pra ele.

— Vamos lá. Coloque o cinto e ligue o carro — então eu coloquei o cinto, girei a chave e liguei o carro. — Isso! Agora sabe esses três pedais aí embaixo? O primeiro é a embreagem, o segundo o freio e o último o acelerador — indicou respectivamente cada um. — O carro está no ponto morto, então ele não vai andar — explicou.

— Okay, e agora?

— Agora puxe o freio de mão, pise bem fundo na embreagem e coloque o carro na primeira marcha — ele sorriu, quando fiz tudo certo. — Com muito cuidado, muito mesmo, acelere o carro. Bem devagar, pelo amor de Deus.

— Até parece que não confia em mim, John — aleguei.

— Eu confio eu você — beijou minha clavícula, me fazendo arrepiar. — Mas isso é coisa séria, entende? — completou preocupado.

— Entendo — concordei. — Mas relaxa um pouco, não vou facilitar o trabalho do seu papai — brinquei, fazendo-o rir.

— Uffa! — suspirou. — Coloque o pé do freio também.


+++

— Dirigir é muito legal, cara! — gritei animada, enquanto dirigia a 40 km/h. Esse era o meu limite.

— Sim, é muito legal.

León abriu um pacote de bolacha, e do jeito fofo dele, ele comia uma e me dava outra na boca.

Mantinha minhas duas mãos presas ao volante. Estava um pouquinho nervosa, era a primeira vez que dirigia. Óbvio. Mas ele me tranquilizava a todo o momento, ora fazia um carinho em minhas costas, ora em meu cabelo.

León não me deixou ligar o rádio, ele disse que isso tirava a atenção, etc... Então, eu dirigia no profundo silêncio, com o vento batendo em meu rosto.

Era algo maravilhoso dirigir com ele ao meu lado, me ensinando.

— Bom, entramos na rodovia principal OH-2 em 1 quilômetro. Sei que está gostando, mas eu vou ter que assumir o comando da nossa super nave espacial terrestre.

— Nossa? — repeti.

— Sim, agora é tudo nosso — acariciou minha bochecha, me fazendo sorrir.

Freei calmamente o carro. Tirei o cinto e saí do carro. Enquanto o contornava, deparei com León e quando nossos olhares se encontraram, nós sorrimos.

Eae? — falei, quando ficamos cara a cara.

Ele não disse nada, apenas me beijou. E eu, obviamente, retribuí.

— Precisamos... ir... — tentou dizer ele, com a respiração desregular.

— Okay... — concordei, também ofegante.

Não tinha muitos carros na rodovia, então León praticamente voava, estávamos a 140 km/h.

— Hey! Quando estávamos em Nova York, Diego me disse que seu sonho era ser livre, ter uma vida normal, se apaixonar, casar e ter filhos. É verdade? — perguntei, puxando algum assunto.

— Pra ser sincero, era verdade. Acho que esse não é mais o meu sonho, ou o meu desejo. O principal, eu digo — começou. — Andei pensando, e cheguei à conclusão de que minha vida não é ruim. Óbvio, eu não queria que estivéssemos correndo perigo. Mas olha pra isso, os momentos que passamos juntos. Sei que não é muito certo, mas eu estou amando essa fuga, amando ficar com você. Além disso, do que adiantaria eu reclamar e reclamar da minha vida? Nós só temos uma, temos que aproveitá-la ao máximo. — Sábias palavras, meu bem. Você é ótimo com elas.

— Obrigado, meu bem — respondeu, rindo fracamente.

+++

Eu havia entendido boa parte do que a recepcionista falou para León, e isso me deixou super feliz. E claro, deixou León também, que não parava de me parabenizar, ou de beijar minha bochecha.

O quarto do hotel Hilton Garden era o melhor que León e eu já havíamos passado. Era como um apartamento. Possuía uma suíte com cama de casal, um quarto com uma cama de solteiro, uma cozinha que fazia divisa com uma sala. Além de uma grande janela.

— Então, baby — disse León, saindo do quarto de solteiro —, quer almoçar fora ou vamos cozinhar?

Eu estava na sala, sentada na poltrona e olhando o centro de Detroit.

— Escolha você.

— Não, pode escolher.

— Escolhe você, León. — insisti.

— Tá — murmurou. — Vamos cozinhar agora, jantamos fora, depois.

— Certo, mas vamos cozinhar o que, John? Suas camisas?

— Claro que não, né, bobinha — falou. — Vamos ao mercado.

— Ótimo, estou mesmo precisando fazer algumas comprinhas.

— Você não vai fazer a mesma coisa que fez no shopping, Sarah Andersen.

Ahhh — murmurei triste. — Só porque ia torrar seu dinheiro.

Hahaha, mas dessa vez não vai.

— Nós já vamos?

— Está pronta? — assenti. — Então vamos.

Entramos no elevador do hotel e León entrelaçou nossos dedos. No andar de baixo uma senhora, que tinha aproximadamente uns 50 anos, entrou e ficou nos olhando de um jeito diferente. León sorriu pra ela e lhe deu boa tarde.

Saímos do estacionamento e em menos de 10 minutos, estávamos no centro de Detroit.

+++

Por incrível que pareça, o Wal-Mart não estava tão cheio. Pegamos um saco pequeno de arroz, León comprou meio kilo de carne e mais algumas outras coisas e eu lhe pedi pra não comprar feijão.

Não gosto de feijão, e como meu pai não está aqui para me obrigar, eu não preciso comer.

O braço direito de León estava sobre meus ombros, enquanto o meu esquerdo rodeava sua cintura e juntos empurrávamos o nosso carrinho.

— Ei, ruivinha, entra no carrinho.

— Já falei pra não me chamar de ruivinha, Robin.

— Ah, por que não posso? É legal.

— Ruivinha me lembra Viluzinha e quem me chamava assim é aquela sua amiguinha super nova.

— Ludmila?

— Ela mesma.

— Ela não é minha amiga.

— É, mas você já me enganou dizendo que gostava dela.

— Mas eu nunca gostei dela, e você sabe disso, meu bem — disse calmamente.

— Sei, porém eu fiquei muito triste naquela época quando você me disse isso.

— Eu fui um completo idiota naquela época. Peço desculpas por tudo, e principalmente por não te beijar aquele sábado que invadi a sua casa, ou em todas as vezes. Eu não sabia o que estava perdendo —brincou.

— Tudo bem — falei compreensiva. — Bom, na época não foi tudo bem, mas okay — rimos. — Hey, sabe como Fran se refere a nós?

— Não. Como?

Leonetta — respondi.

— Leonetta?

— Sim. León e Violetta.

— Cara, que daora! Adoro sua amiga italiana, Vilu.

— É, ela tem uma mente muito fértil.

— Que tal pensarmos em um pra ela e pro Diego? — ele sugeriu.

— Boa ideia.

— Hum... Fraego?

— Fraego, León? Sério? Esperava mais de você — brinquei, o empurrando de leve.

— Hey! — protestou. — Então, Diecesca?

— Desse eu gostei — sorri. — Então eu shippo Diecesca forever.

— Como funciona esse lance de shippar? — perguntou-me.

— Assim, por exemplo, tem um casal que você gosta muito, então, você passa a shippa-los, quer que eles fiquem juntos independente de tudo. Entendeu? — ele assentiu.

— Então, eu nos shippo — disse fofo, me dando um beijo na testa.

— Eu também, Lê — o abracei.

— Bem, agora entre no carrinho, princesa.

— O que está aprontando, cavaleiro charmoso? — perguntei receosa.

— Gostaria de viver uma grande aventura?

— Adoraria.

— Então, entre no carrinho.

— Tá bom — Revirei meus olhos.

Afastei algumas compras para poder sentar e apoiar minhas costas.

— Preparada? — indagou, quando já havia entrado.

— Preparada! — confirmei.

León empurrou o carrinho de compras na maior velocidade possível entre os corredores do Wal-Mart. Eu gritava freneticamente eufórica, aquilo era incrível.

— León! — gritei.

Droga, era John, pensei depois. Mas ele não pareceu se importar, pois sorria como nunca.

Passamos pela seção de esportes, depois de seção de eletrônicos, depois de roupas, seguida pela de ferramentas e quando íamos passar pela seção pessoal e higiene eu soltei um grito agudo que o fez parar.

— Está tudo bem, Vilu? — perguntou preocupado, já vindo até mim.

— Está sim, John. E é Sarah — pisquei.

— Aff — murmurou ele, rindo. — Então, por que soltou aquele grito escroto?

Saí do carrinho, e ele estranhou minha atitude.

— Porque... Bem, eu preciso de baby liss, um secador de cabelo e maquiagem.

— O que? Pra que você quer isso?

— Pra construir uma casa — respondi sarcástica. — Deeeeer. Para arrumar meu cabelo, e a maquiagem é pra ficar bonita.

— Hey, mas você já é linda e eu te acho linda. A não ser que você queira isso pra encantar outro homem que não seja eu.

— Mas eu quero encantar outros homens que não sejam você, oras.

— Você já é linda sendo você. Já atrai a atenção de todos os garotos sem nada. O que eu faço se você ainda se embelezar? Você não precisa de nada disso, já é maravilhosa sendo apenas você.

O encarei profundamente, sentindo minhas bochechas ficarem quentes. Apesar de toda hora León dizer que sou linda e blá blá blá, eu acho que nunca vou me acostumar com isso.

— Onde eu desligo sua fofura? — perguntei, medindo seu corpo de cima a baixo, enquanto eu me aproximava dele.

— Quer que eu pare de ser fofo?

— Não, isso nunca. Ah, e eu só quero que a use comigo, entendido?

— E por que eu usaria com outra pessoa que não fosse você?

— Eu não sei, estou somente te avisando.

Quando estávamos relativamente próximos, ele disse, ora olhando para meus lábios, ora olhando em meus olhos, e desconcentrado.

— Sabia que nos Estados Unidos não é legal beijar em público. As pessoas acham isso horrível e falta de respeito.

— Ah, é mesmo? — comecei. — Saiba que eu não ligo para o que as pessoas daqui pensam.

Ele sorriu, enquanto se aproximava, acabando com o espaço entre nossos lábios. Passei meus braços por seu pescoço e ele rodeou minha cintura, em um forte abraço.

+++

León me ensinou a fazer bife, mas curiosamente era a coisa mais simples que eu já havia aprendido, então, foi algo bem fácil.

Depois que almoçamos, passamos a tarde cantando e por fim, conseguimos usar o violão, coisa que foi complicada de fazer. Assistimos televisão, treinamos inglês e de resto, conversamos, ficamos abraçados no sofá (melhor parte).

— Vilu, quer ver a coreografia do Diego e da Fran?

—Eu já vi, e ao vivo.

— Ah... Só porque eu tinha hackeado o WiFi daqui.

— Mas é um prodígio esse boy — ele riu. — Podemos ver de novo, se quiser.

Ele sorriu, alegre.

León clicou em um link e Diego e Fran apareceram na tela, dançando.

— Nossa! Eles foram incríveis. Eu percebi isso no dia, mas a minha preocupação com você era grande que nem dei tanta importância.

— Awn... — ele brincou. — E concordo contigo, eles foram muito bem, tanto é que ganharam o nosso lugar.

— Qual era o nosso lugar? — perguntei.

— O primeiro, oras — disse convencido.

— Eu ia retrucar, mas você tem razão, meu bem.

— Sempre tenho — afirmou.

— Você é muito cheio de si, sabia?

— E você é muito linda — falou, beijando meu pescoço.

— Você diz isso toda hora.

— Eu vou dizer isso sempre que te ver, porque, acredite ou não, se eu te olhar cem vezes, em cada uma delas estarei me apaixonando um pouco mais, e você estará ainda mais bela.

— León, para — pedi rindo sem graça e me escondendo na curvatura do seu pescoço. — Mentira, continua.

— Tudo bem — ele disse. — Adoro quando eu te olho e você sorri pra mim, seu sorriso me deixa tão feliz, minha vida ganha sentido, meu coração acelera e eu penso: Uau, como eu amo essa garota.

— Eu também te amo, León. Te amo muito, muito mesmo — declarei, arrancando um sorriso bobo de seus lábios. — Ei, o que é isso?

A página do You Mix havia sido atualizada, porém não era algo comum, era algo que levava meu nome no título. Cliquei imediatamente.

Era uma notícia diferente falando sobre meu repentino sumiço da face da terra, e também falando sobre o meu contrato do You Mix que foi anulado. León parecia um tanto surpreso quanto eu. Algumas lágrimas escaparam involuntariamente, logo eu estava chorando.

— O que foi, Violetta? — León indagou preocupado, acariciando meu rosto e olhando em meus olhos. Ele começou a secar as lágrimas que escorriam.

— Eu não sei, Lê. Não sei. Mas a ideia de saber que eu perdi o meu contrato me assustou. Droga! Eu não acredito que perdi o contrato do You Mix — disse eu, desesperada.

— Calma. Não gosto quando você chora — me abraçou de lado. — Prefiro ver um sorriso nesse rostinho. Não precisa se preocupar com esse contrato. Tenho absoluta certeza de que conseguirá outros ainda melhores no futuro.

— Obrigada. — Ele sorriu, me fazendo um carinho e afagando meus cabelos.

— Vamos dormir, amanhã vamos acordar cedo — assenti.

León me pegou no colo e me levou até meu quarto, que era a suíte. Ele insistiu para que ficasse com esse quarto. Meu amigo colorido me deitou suavemente na cama e me deu um beijo na testa.

— Boa noite, meu bem — disse saindo.

— León, fica aqui — falei manhosa.

— Por que?

— Porque eu estou triste, e só você consegue me fazer sorrir quando estou triste.

— Tudo bem.

Ele deitou ao meu lado e me envolveu em seus braços, Deitei minha cabeça em seu peito, e ficamos lá, abraçados, enquanto León afagava meus cabelos.

Isso era maravilhoso.

+++

— Vamos acordar, bela adormecida — disse Vargas, espalhando beijinhos em meu rosto.

— Que horas são? — perguntei, me espreguiçando.

— 5 da manhã.

— O que? — gritei brava.

— Calma, é brincadeira — riu sozinho. — São 7h30 da manhã.

— Afinal, por que estamos acordando cedo?

— Vamos correr.

— Correr do tipo: fazer exercício?

— Exatamente.

— Aff — reclamei, enquanto ele ria.

Tomamos café da manhã e fomos.

Corremos por um parque famoso da região e correu tudo bem.

Só que não.

Em um determinado momento, León tirou a camisa e tipo assim... Todas as garotas daquele lugar não tiravam os olhos dele e isso despertou uma vontade louca de matar aquelas meninas. Mas eu tive de me controlar.

Depois que almoçamos no restaurante do hotel, voltamos para o nosso apartamento. Ficamos fazendo vários nadas, por exemplo, jogar joguinhos idiotas na Internet.

Quando era umas 14h30, León disse que ia sair e não ia voltar cedo. Eu insisti para que ele me levasse, mas ele negou. Até o chantageei, porém, de nada adiantou.

Eu queria ligar pra Fran, mas a beleza em pessoa (León) levou o celular.

No apartamento, fiquei junto dos meu amigos tédio e solidão. Deitei no sofá e fiquei assistindo um filme, cujo não entendia muito e acabei dormindo.

+++

— Eu realmente não acredito que eu saio por 3 horas e você dorme — León falou, me acordando.

— Que horas são? — perguntei me espreguiçando.

— Já vi essa cena antes — Ele riu. — São 17h45.

— Aonde você foi?

— Fui passear.

— E por que você não me levou? — gritei irritada.

— Calma, meu bem. Eu precisava fazer algumas coisas importantes.

— E não podia me levar?

— Muito bem, olha, vá tomar outro banho. Nós vamos sair, meu bem — revelou empolgado. León voltou de um jeito diferente, estava animado, contente e eu também pude distinguir um pouco de nervosismo.

— Han... Okay — concordei. — Eu vou lavar meu cabelo, tá? — León fez sim com a cabeça.

Entrei no box, tomei meu banho morno e cantei no chuveiro. Quando fui pegar minha toalha para me enxugar, me lembrei de que a deixei em cima da cama.

Merda, xinguei mentalmente.

— León! — gritei desesperada. — León!

Ouvi a porta do meu quarto se abrindo.

— Violetta! Violetta, você está bem? — ele perguntou muito mais que preocupado.

— Calma, estou bem, sim — falei. — É... Você poderia pegar minha toalha que eu esqueci na cama?

Han... Posso.

— Entra de olhos fechados, e se você ousar abri-los, eu mato você.

— Calma, eu... eu não vou fazer isso.

A porta se abriu e minhas pernas começaram a tremer. León estava andando de costas, ele quase acasalou com a privada, mas conseguiu me entregar a toalha.

— Valeu.

— De nada. — Ele saiu do banheiro e eu suspirei de alívio.

Não foi hoje que ele me viu nua.

Escolhi uma roupa bonitinha, fiz uma maquiagem simples (sim, León havia comprado ontem, eu disse que poderia ajudar nos disfarces, então ele comprou). Encontrei León no sofá, parecendo um vegetal.

— Até que fim — resmungou se levantando.

Aiii, nossa! Nem demorei — me defendi.

+++

León estava arrumado, aliás, muito bem arrumado. Ele continuava louro e com topete, vestia uma camisa jeans clara, uma jaqueta de couro por cima e uma calça preta (roupas que compramos no shopping).

Ele entrou no estacionamento de um restaurante bonito.

— Considere isso como um encontro, meu bem.

— Um encontro, Baker? Por quê? — indaguei curiosa.

— Nunca tivemos um encontro, acho que é o momento perfeito para um.

— Se você tivesse me falado isso uns trinta minutos atrás, eu teria escolhido uma roupa melhor.

— Ah, qual é? Você fica muito bem com essa roupa. Está linda, Vilu.

— Obrigada, mas eu discordo.

— Não deveria — piscou.

Do início ao fim do jantar, León foi realmente muito fofo e cavaleiro, puxou a cadeira para mim, acertou o prato que eu queria, fez os nossos pedidos, e óbvio, pagou a conta. E acredite ou não, ele já havia feito a nossa reserva, o que me impressionou de fato.

Depois do jantar, León estacionou o carro próximo ao parque que visitamos de manhã. Porém, de noite, ele ganhava um ar mais romântico. Tudo estava iluminado e era lindo.

León fez muita palhaçada e me fez rir demais. Demos infinitas voltas pelo parque, mas eu não me importei.

Eram 23h40 e estávamos sentados debaixo de uma linda árvore. Eu estava deitada no ombro de León, enquanto aproveitava o maravilhoso carinho que ele fazia ora em meu cabelo, ora no meu pescoço

— Está na hora! Vamos? — ele falou, olhando o relógio.

— Vamos voltar ao apartamento? — indaguei triste. Estava tão bom ficar fora daquele lugar.

— Ainda não, vamos a um lugar muito bacana.

León me levou até um beco próximo do parque, a única coisa que iluminava aquele lugar eram as luzes de um grande prédio. Eu confesso que senti um pouco de medo. Quando ia perguntar que merda estávamos fazendo naquele lugar, ele agarrou minha mão e saiu me puxando por uma rua pequena que se conectava com o beco.

Descobri que o beco era o fundo de um dos maiores edifícios de Detroit, o Renaissance Center.

— O que estamos fazendo? — sussurrei a ele.

— Estamos invadindo o maior edifício de Detroit.

— O que? Está louco? Esse lugar deve ser super protegido por seguranças enormes e brutos.

— Sim, e é — confirmou rindo fracamente. Ameacei voltar, mas ele me impediu. — Ah, qual é? Vamos lá, meu bem. Garanto que vai gostar.

Suspirei, o olhando profundamente nos olhos.

Seguimos o caminho, até que Vargas abriu uma porta que surgiu do nada e eu percebi que havíamos entrado no prédio. León escorou na parede e olhou o Hall do lugar, fiz o mesmo que ele. Vi um cara gritando algumas ordens em inglês e um grupo de homens o obedecendo. De repente, o lugar tornou-se vazio, onde apenas o silêncio habitava.

León segurou (novamente) minha mão e me levou para dentro do lugar. Me perguntei se ele não estava vendo o segurança no meio do Hall nos olhando.

Quando estávamos relativamente próximos do homem, León abriu um sorriso, seguido pelo cara.

— Até que fim, cara. Pensei que havia amarelado — o cara disse em espanhol.

Xiiiiiu! — Pediu León.

— Desculpa — ele falou. — Então, vocês têm duas horas.

— Okay, obrigado — agradeceu León.

— Olá, Violetta — falou o segurança me olhando. — Sou Paulo, mas aqui sou mais conhecido como Paul.

— Han... Oi — respondi, disfarçando a quão estranha era a situação pra mim.

— Está tudo pronto, cara. Boa sorte.

— Obrigado, de novo.

Vargas entrelaçou nossos braços e juntos caminhamos até o elevador.

— Então, meu bem — comecei —, como você conhece o segurança do Renaissance Center?

— Já te contei da vez que estive em Detroit, Vilu?

— É... Não. Já esteve em Detroit, Baker?

— Sim, uma vez... Com Federico.

— Legal — concluí. As portas do elevador se abriram, revelando um espaço espelhado e bonito. — Okay, mas como você conhece o segurança do Renaissance Center? — repeti.

— Paulo era um colega meu, do colégio, sétima série, na verdade — explicou, enquanto entrávamos no elevador. — Daí, o papai dele teve de se mudar por causa do trabalho e ele, para ajudar a família, arrumou um emprego aqui, e hoje ele é o segurança desse maravilhoso prédio.

— Interessante — conclui. — Ele também tem 19 anos?

— 20 anos. Ele entrou atrasado na escola.

Estávamos passando pelo sexto andar quando León me disse:

— Vou te contar algo engraçado e, ao mesmo, tempo muito estranho. Não me julgue, por favor.

— Vou tentar, mas conte-me.

— Bem... Eu sempre sonhei em beijar uma garota enquanto o elevador subia.

— Sério? — perguntei rindo.

— Sim — concordou.

— Talvez eu possa realizar seu sonho, sabia? — falei o provocando, mexendo no colarinho de sua camisa.

— Seria legal se o fizesse, e muito gentil da sua parte — sussurrou, também me provocando.

Colei nossos corpos e mirei seus lindos olhos verdes, ele sorriu de modo encantador. Suas mãos seguraram meu rosto, fazendo um carinho em minhas bochechas. León me puxou fracamente pela nuca, até nossos lábios se encontraram. Só paramos de nos beijar quando o elevador chegou ao último andar.

Uau! — ele disse acompanhado de um sorriso bobo. — Vem cá — completou, me puxando para fora do transporte metálico.

Eu não acreditava que estava no topo do Renaissance Center. Era uma coisa surpreendente e esquisita, e que me provocava um nervosismo no estômago.

Nunca imaginei que fosse um lugar tão lindo e enorme. Era o maior terraço que já havia visto na minha vida. León me guiou até a borda, onde o Lago Erie estava à frente, mais um conjunto de prédios iluminados.

León me abraçou por trás, tornando tudo muito aconchegante e gostoso.

— Está vendo aqueles prédios? — indagou. Assenti com a cabeça. — Pois então, você está olhando para o Canadá, cidade de Windsor.

— Nossa, León! — falei maravilhada. — A vista é incrivelmente linda.

Ele me virou, deixando de frente pra ele.

— Sim, ela é linda — concordou —, porém, não mais que você — sorriu tímido, me fazendo sorrir também.

Escondi meu rosto entre seu pescoço um pouco envergonhada, aproveitando para o abraçar.

— Por que você é tão fofo? Sempre me deixa sem graça e com uma cara de boba — brinquei.

— Eu adoro sua cara de boba. Mas seu sorriso bobo supera — e como vocês estão cansados de saber, eu sorri bobamente. — Isso, igual esse.

— Para, León — abracei-o novamente. Ouvi seu coração bater, e me assustei de tão rápido que estavam seus batimentos.

León estava nervoso?

— Tenho algo para te falar — anunciou misterioso, cortando nosso momento bobinho. Essa foi a minha vez de ficar nervosa. — Eu tinha planos de fazer isso em Chicago, porém eu não posso mais esperar.

— O que está fazendo, León? — perguntei, franzindo as sobrancelhas.

— Calma, só quero te dizer algo, Baixinha — respondeu, me acalmando. — Quando você ama alguém, seu coração bate tão forte dentro do seu peito; as estrelas se tornam mais brilhantes a cada noite; o pôr do sol se torna mais belo quando encontra o horizonte e você começa a sorrir para as paredes, para as portas. E tem sido assim comigo desde que te vi pela primeira vez. Naquele dia, naquela praça, eu senti algo estranho, como 'borboletas-no-estômago'. Era algo assustador, mas nunca imaginei que fosse uma sensação tão maravilhosa — León respirou fundo e sorriu. Senti seus braços me rodeando com mais força. — Eu amo você, Violetta Castillo. Eu amo você e alguma coisa em mim me diz que vou te amar para sempre, sabe por que? — Eu neguei com a cabeça, completamente extasiada com suas palavras. E sorrindo. — Porque quando eu acordo, você é o meu primeiro pensamento. Eu quero poder te ver, te abraçar e te beijar todos os dias, quero estar com você nos momentos mais difíceis e também nos melhores momentos, quero dividir fotografias, memórias e lembranças com você, Vilu. Quero que o mundo saiba que eu te amo e que vou te amar pra sempre. Mas, para isso se tornar a nossa realidade, só preciso saber de uma coisa: Violetta Castillo, você aceita seu cavaleiro charmoso e bonitão como seu namorado?

Não conseguia dizer uma só coisa. Estava entorpecida por aquelas maravilhosas palavras.

Ele estava me pedido em namoro!

Eu não conseguia distinguir o que senti naquela hora. Porém, era uma sensação muito gostosa. Apenas conseguia sorrir.

— Eu... — comecei. — León...

— Só não me diga não, Violetta— pediu, ficando preocupado.

— Calma — ri. — Ei, sabia que seus lábios ainda estão sujos do chocolate que comeu mais cedo?

— O que? É ser...

— Eu limpo.

Então, eu o beijei, mais uma vez. Foi um beijo rápido, porém, como todos os nossos beijos, muito bom.

— Sim — falei. — Sim, eu aceito meu cavaleiro charmoso e bonitão como meu namorado — sorri.

León me abraçou e saiu me girando pelo enorme terraço.

— Sonhei diversas vezes com esse dia — disse ele, radiante. — Mas sempre soube que um dia ele chegaria — Ele me colocou no chão, mas ainda me abraçando. — Eu sabia o que sentia, quando estávamos em Buenos Aires, mas fingia que não sentia nada, para tentar não sentir. Mas é impossível, Vilu. Eu amo você mais que tudo.

— Também sempre sonhei com esse dia, meu bem — comecei, mexendo em seus cabelos. — Quando você disse que éramos amigos coloridos, eu perdi a esperança dele acontecer.

— Ahaaaaaa! Eu sabia que era por isso que você ficou daquele jeito no carro. Me desculpa, meu bem. Eu... Eu não sabia que ia te magoar.

— Esquece isso. O importante é que estamos juntos agora — ele começou a distribuir beijinhos por minha bochecha, enquanto eu ainda afagava seus cabelos.

— Me concederia uma dança, Violetta Castillo?

— Por que não? Mas e a música?

— Isso não é problema — meu NAMORADO se afastou de mim, indo até a área coberta, nisso, eu vi uma mesa com várias almofadas em volta.

— Ei, o que é aquilo? — perguntei, me referindo à mesa.

— Sua futura surpresa — respondeu, se aproximando de mim.


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Notas finais do capítulo

GOSTARAM? GOSTARAM? GOSTARAM?
FINALMENTE LEON E VIOLETTA SÃO NAMORADOS HEHEHEHE
Gente, se vocês tiverem sugestões, podem deixar aqui, certo?
Meu coração tá doendo, só faltam um ou dois shows para o fim de Violetta Live ;----; #SofrendoMUITO. E pensar que a Tini e Jorge não vão mais se beijar (isso pesa meu coração).
Ah, obrigada pelos 30 favoritos. Amo vocês demais!
E se vocês tiverem dicas de músicas românticas internacionais, deixem nos comentários... Por favor????
Bom, até mais
#Miimi e um beijo pra vocês e pra suas famílias.