Do seu quarto Adam ouvia as risadas vindas da sala, onde a sua “família” estava, era a noite de natal e ele não tinha a menor vontade de descer e ficar vendo a sua mãe elogiar James, dizendo o quanto as notas dela eram boas na escola, ou como ele jogava basquete bem. Era típico dos natais na sua casa.

Ele não gostava do natal. Pra ele aquilo era só uma idiotice.

Famílias fingindo que se amavam, trocando presentes, competindo pra ver quem daria ou ganharia o melhor presente.

Terminou de bagunçar seus cabelos ruivos e se dirigiu as escadas, seria obrigado a aguentar toda aquela baboseira por pelo menos três horas, tinha sido esse o trato que tinha feito com sua mãe, depois poderia sair. Chegando à sala, ele colocou o sorriso mais falso que possuía, teria que aguentar algumas horas daquilo e depois daria um jeito de sair daquela casa.

Jogou-se na poltrona que havia no canto da sala, ninguém tinha percebido sua presença ainda. Viu seus primos correndo pela casa, enquanto suas mães gritavam mandando que parassem de correr.

Olhou no relógio. Uma hora já tinha se passado.

Sua mãe chamou todos para a sala de jantar, para que dessem inicio a ceia de natal. Todos rezaram, e depois começaram a se servir, ele comeu tudo que podia. Aquela era a única parte do natal que gostava, a hora da ceia. Depois de satisfeito todos voltaram a sala, para conversar. Se jogou novamente na poltrona que estava anteriormente.

Pela segunda vez na noite, olhou para o relógio. Duas horas tinha passado. Mais uma hora e ele poderia sair.

Observou sua mãe falando que James já tinha decidido para que faculdade iria, era pra Yale. A tão sonhada e renomada Yale. Uma de suas tias, falou que Adam jamais iria pra Yale. Ele não se importou, não desejava ir para Yale. Na verdade não desejava ir pra faculdade nenhuma. Pelo menos por enquanto.

Desviou sua atenção para o relógio. As três horas finalmente haviam passado, ele poderia sair dali.

Enquanto todos estavam preocupados em abrir seus presentes, ele saiu da casa indo em direção á garagem para pegar sua moto. Colocou o capacete, subiu na moto e foi até um galpão distante da cidade, era lá que ele ia quando queria ficar sozinho.

Estacionou a moto em canto e entrou no galpão, e se jogou no colchão velho que tinha ali, enfiou a mão no bolso da jaqueta de couro que usava, tirando um cigarro e um isqueiro. Era assim que iria passar sua noite de natal, longe de toda aquela falsa alegria e de todos os elogios para James.

***

Angel ajeitou a saia do vestido, colocou a sua jaqueta de couro e calçou suas botas pretas. Olhou-se no espelho, estava bonita, a maquiagem bem feita, os cabelos soltos com cachos volumosos, o vestido ficava bem no corpo dela. O único motivo de estar usando vestido era o trato que tinha feito com sua avó. Ela só poderia usar suas botas e sua jaqueta se vestisse o vestido que a avó tinha comprado e usasse uma maquiagem que não fosse preta, só não recusou o acordo porque se não aceitasse teria que usar rosa e um salto altíssimo. Duas coisas que ela odiava.

Ela não odiava o natal, na verdade, ela achava o natal mágico, só odiava as festas de natal que eram dadas pela sua avó. Eram festas chatas, com música chata e pessoas esnobes e mesquinhas. Além do falso amor que sua avó demostrava sentir por ela. A velha a odiava, mas era uma boa atriz, anos de pratica.

Saiu dos seus devaneios com alguém batendo na porta, era Rosie, a governanta da casa. Teria que descer e recepcionar os convidados, distribuindo sorrisos falsos.

Já na recepção da festa, recebeu vários elogios. Depois que todos os convidados tinham chegado, ela foi para um canto e ficou lá, só observando as pessoas bem vestidas que estavam na sala da mansão de sua avó.

Garçons passavam a todo o momento, com bandejas com diversos petiscos e taças de champanhe e vinho. Ela já tinha bebido duas taças de champanhe, cansada de beber champanhe, se dirigiu até o armário de bebidas e encheu a taça que antes tinha champanhe de vodca.

Uma hora já tinha se passado e ela já tinha bebido uns quatro copos de vodca. A ceia já tinha sido servida, então aproveitou enquanto todos estavam distraídos comendo e conversando, pegou a garrafa de vodca e foi até o jardim, sentou em um banco qualquer e começou a beber pela garrafa, deixando a taça jogada na grama.

Sentiu alguém sentando do seu lado no banco, olhou para o lado, era um garoto com os cabelos castanhos e pele bronzeada. Vestia calça preta e blusa social branca, porém ao invés de usar o paletó, usava uma jaqueta de couro preta, e tinha trocado os sapatos sociais por um coturno. Ele estendeu a mão e arqueou uma sobrancelha, Angel logo entendeu o que ele queria. Entregou a garrafa a ele e o observou tomar um gole. Ele devolveu á garrafa enquanto falava seu nome. Daniel Markfinder. Um nome bonito para um garoto bonito. Ela também se apresentou. Eles começaram uma conversa enquanto dividiam a garrafa de vodca.

Quando o conteúdo da garrafa já tinha chegado ao fim, ele a chamou para darem uma volta. Se dirigiram até o estacionamento e entraram no carro dele, uma BMW conversível. Foram até o píer de uma praia, sentaram com os pés na água. Em um momento da conversa ele se inclinou até ela, levando uma mão ao seu rosto e depositando um beijo em seus lábios. Levantaram-se e entraram no carro, indo até o apartamento dele. Aquela foi uma noite de natal mágica.

***

James tinha acabado de descer as escadas quando os seus parentes começaram a chegar. Todos começaram a conversar coisas banais. Ele sentou-se no sofá ao lado do seus tios que falavam sobre futebol. Parou de prestar atenção, afinal aquele esporte não lhe interessava nem um pouco.

O natal definitivamente era um dos feriados preferidos de James. Ele gostava de rever seus parentes distantes, ver toda a sua família unida era bom. Os seus pensamentos se desviaram para a Sophie, imaginava o que ela estava fazendo, se estava comemorando com sua mãe e o resto da sua família. Imaginou se ela estava feliz. Tudo que ele desejava era que ela fosse feliz. Ela merecia ser feliz. Depois de tudo o que tinha passado, James mataria a pessoa que a magoasse. Resolveu mandar uma mensagem para ela.

Mensagem On:

21h12

James: Como você está? Espero que esteja feliz e curtindo.

Feliz Natal, James.

Mensagem Off.

Não esperava que ela respondesse agora. Saiu de seus pensamentos ao ouvir passos na escada, com certeza era o Adam. O viu se jogar na poltrona que tinha no canto. Ouviu seu nome ser chamado e se virou na direção, era seu primo, Nick, ele era só dois anos mais novo que James.

Foi até o garoto, o cumprimentando, logo eles iniciaram uma conversa sobre basquete, passaram um bom tempo conversando, só pararam quando a mãe de James chamou todos pra comer. Antes de ir até a sala de jantar, ele olhou o celular. Nenhuma mensagem. Sophie não tinha lhe respondido ainda. Imaginou que ela estivesse com a família.

Depois de jantar, todos voltaram à sala, Adam foi para o mesmo lugar de antes. James se sentou ao lado de sua mãe, que logo contou a suas tias que ele tinha decidido que iria para Yale. Ele não sabia se iria conseguir entrar para Yale, afinal era uma universidade difícil de entrar. Uma de suas tias falou que o Adam jamais entraria em uma faculdade assim, James o viu serrar os punhos e respirar fundo.

Desviou sua atenção para a sua mãe que gritava para as crianças que estava na hora de abrir seus presentes, viu o Adam sair da sala e logo ouviu a zoada de sua moto. Ignorou, começando a abrir os presentes que havia ganhado, depois de abrir todo, iniciou uma conversa com Nick e seus tios. E assim continuou sua noite de natal, com muita conversa e varias risadas.

***

Ao passar mais uma página do livro de Harry Potter, Sophie desistiu de concluir a leitura, pois não tinha lido prestado nenhuma atenção nas palavras. Colocando o livro de lado, levantou calçando suas sandálias e se dirigiu até a janela da sala, olhando para baixo na esperança de ver sua mãe entrando no prédio para que pudessem comemorar o natal. Mas suas esperanças acabaram quando a única coisa que viu foi uns gatos de rua.

Se jogou novamente no sofá, olhando para o teto. Memorias do ultimo natal que havia passado com seu pai e sua mãe juntos começaram a surgir.

Flashback On:

–Vamos jantar!- Gritou seu pai aparecendo na porta entre a cozinha e a sala com um peru na mão.

Ela e sua mãe se levantaram sorridentes do sofá. Os três formaram um circulo e rezaram, agradeceram a Deus pela comida e por todas as coisas boas que aconteceram no ano. Depois de rezar, se sentaram a mesa e desfrutaram da comida feita pelo seu pai.

Depois que todos já tinham comido, ela poderia, finalmente, abrir os presentes que havia ganhado. Sentou-se ao lado da enorme árvore de natal e começou a procurar seu nome nos presentes. Ganhou o notebook que tinha pedido, algumas roupas, livros e etc.

Depois de abrir todos os presentes, todos se sentaram no sofá para assistir um filme qualquer. Quando o filme acabou, todos foram dormir.

Na manhã seguinte, quando acordou e foi até a cozinha para tomar um copo de leite, Sophie viu a pior cena da sua vida, seu pai estava caído no chão, tinha uma poça de sangue ao redor de sua cabeça, e uma arma jazia ao lado de sua mão direita. Seu pai estava morto. Seu pai tinha matado a si próprio.

As lágrimas molharam o rosto de Sophie que até aquele momento estava em choque. Ela se jogou do lado do corpo e começou a gritar. Sua mãe apareceu desesperada, parando abruptamente na porta da cozinha.

Para Sophie desde aquele dia o natal não era mais mágico. Era trágico. Trágico e doloroso.

Flashback Off.

Sophie enxugou as lágrimas com a manga do seu moletom rosa que tinha um Mickey no meio. Aquele tinha sido o pior dia da sua vida. Depois daquele dia sua mãe virou uma alcoólatra e ela teve que começara trabalhar para sustentar a si mesma e a sua mãe.

Foi tirada dos seus pensamentos pelo som da campainha, ao abrir a porta se deparou com uma garota de cabelos longos e pretos. Usava uma calça jeans e uma blusa azul, por cima usava um casaco preto que estava aberto, uma bota de salto cobria seus pés. A maquiagem clara destacava seus olhos azuis e seu típico batom vermelho desenhava sua boca. Lilly Johnson, sua melhor amiga estava parada em sua porta em plena noite de natal.

Vendo o olhar confuso de Sophie, Lilly logo tratou de esclarecer o motivo de estar ali, alegava que não conseguia deixar sua melhor amiga sozinha em pleno natal. Sophie a abraçou com força dizendo que a amava. Ambas entraram e enquanto Lilly tirava as botas e o casaco, Sophie foi para a cozinha fazer chocolate quente. Sentaram no sofá e terminaram a noite de natal, tomando chocolate quente e rindo de histórias malucas. Ela pode finalmente esquecer os acontecimentos ruins desses últimos dois anos.

Em dois anos, aquela foi a melhor noite. Porém Sophie sabia que na manhã seguinte tudo voltaria ao normal. Ela teria que lidar com seus demônios.

{As notas vão ser aqui, porque o Nyah é um chato e não quer botar as notas completas.}

Heeyyy de novooo!
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Enfim, Feliz Natalll!!!!! Tenham um otimo Ano Novo, que o ano de vocês seja cheio de coisas boas!!!
Até ano que vem! ♥

XOXO M.S.B. ♥ ♥ ♥