Capítulo 3

A casa que eu havia comprado era bem grande, confortável e acima de tudo discreta. Ela ficava longe da parte movimentada da cidade, era praticamente isolada, com muitas arvores em volta, os nossos vizinhos mais próximos moravam a pelo menos uns 4km de distancia.
Depois de nos instalarmos resolvemos ir até a escola de Forks.
Edward aparentava uma criança de 6 anos e eu a mãe de 38 anos, logo que chegamos senti o cheiro de vampiros, era meio familiar, fiquei bem apreensiva, pensei em ir embora, mas algo me impediu, estava com uma intuição estranha de que deveria ficar.
Fomos até a secretaria. Nós já tínhamos decidido que dessa vez eu seria só a mãe, mas devido as circunstancias, não poderíamos nos arriscar mais do que já estávamos Fui tirada dos meus pensamentos pela diretora.

- Então sra...
- Masen - ainda usava o sobrenome do meu marido.
- ..nós já conversamos pelo telefone sobre a matrícula do seu filho Edward de 6 anos, no elementar, certo?
-senti os olhos de Edward em mim.
- Certo, mas eu também vou matricular a minha filha Isabella de 17 no secundário, ela vai chegar em Forks hoje. - menti - E em vez de chamar meu filho de Edward, pode chama-lo de Anthony, ele prefere, é por causa
do pai que morreu a pouco tempo - ela o olhou com pena, e assentiu.

A diretora começou a falar sobre a escola, fazer pergunta e preencher fichas. A essa altura eu só assenti, pois meus pensamentos estavam pensando no cheiro familiar de minutos atrás.
Após um longo tempo sainos da secretaria com tudo acertado. Nós iriamos começar amanhã mesmo, Edward já havia entendido a situação, mas não parecia se preocupar, ele ainda mantinha aquela inocência infantil, apesar dos anos ele não desenvolveu a malicia de um adulto, ele seria meu eterno bebê.

Depois que chegamos em casa, Edward sentiu sede e foi caçar, cada vez que ele aparentava uns 17 anos me lembrava do meu Edward e me dava um aperto no peito.
Mesmo ele já caçando sozinho a algum tempo, nunca deixava de me sentir apreensiva, até ele voltar para casa.
Não fazia nem uma hora que ele tinha saído, e eu resolvi ir atrás dele, estava com um pressentimento ruim.
Quando abri a porta para sair, me deparei com o Edward meio tenso. Ele me segurou pela mão e me puxou para dentro de casa.

- O que aconteceu meu bem? - ele ficou me olhando e começou a respirar meio devagar como se estivesse se acalmando.
- Eu vi um vampiro na floresta mamãe, e... - ele voltou a respirar e me olhar apreensivo.
- ..ele me viu, e eu acho que me conhecia, pois me chamou pelo nome, ai eu fiquei com medo e sai correndo. - enquanto ele me contava tudo ia voltando a ter os seus quatro anos.
Esperei um pouco, e por fim perguntei:

- E como é que era esse vampiro, pois se ele te reconheceu talvez seja alguem que nos conhecemos. - fiquei olhando para ele.
- Como ele é? - perguntei novamente.
- Ele era bem grande e forte, tinha o cabelo preto bem curto, e.. - disse ele pensando em mais alguma coisa.
- E o que meu amor?
- eee..e uma cara de bobão. - disse ele sorrindo no final.
- Edward!!! - disse o repreendendo.

Ele ficou envergonhado e foi para o quarto, me deixando pensar sobre o ocorrido.
Se a situação se complicasse nós teríamos sérios problemas com a lei.
Só de pensar no meu filho perto de outro vampiro já me sentia com medo, apesar do dom dele.
Antes de tomar alguma atitude, teria que sondar sobre esses vampiros, que pelo cheiro que eu senti na escola deveriam ser mais de cinco.
O mais estranho é que apesar de tudo eu não me sentia preparada para ir embora de Forks. Eu tinha que ficar.
Só não sabia o por que.
Resolvi sair para "respirar" melhor e pensar sobre tudo o que estava acontecendo.
Entrei na floresta e comecei a correr. Corri o mais rápido que pude.
Meio de longe comecei a ver uma clareira, resolvi me aproximar, quando estava chegando perto ouvi o barulho de algo se afastando, assim que pus os pés na clareira aquele cheiro familiar me atingiu. Era impossível. Era
exatamente igual, ou pelo menos o que eu me lembrava do meu Edward.
Mas era impossível afinal ele estava morto a 90 anos.
Lembrar dele me trouxe uma grande dor no peito, só de pensar que ele nem chegou a conhecer o nosso filho me deixava triste, se eu pudesse chorar com certeza choraria.