Now What? escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 3
Capitulo 2 - Organização


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores,
Demorei muito, eu sei, espero que me perdoem, pela demora e por não ter respondido os comentários, mas foi por causa da falta de tempo. Assim que minhas ferias começarem, responderei a todos. I Promise! Obrigada a todos, todos vocês por comentarem. Vocês são incríveis!
Bem, ele não está muito grande, mas é um inicio. Como o próprio nome diz, é a organização.
Espero que gostem.
Beijos,
Manu Schreave



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— Que bagunça. — Katniss resmunga assim que abro a porta. Observo ao redor, ela só pode estar louca, hoje mesmo, antes de busca-la, arrumei tudo.

— Quer me entregar o Arthur? — questiono olhando para o pequenino de bochechas rosadas no colo da morena.

— Não é necessário, ele é levinho. — Acomoda-o melhor em seu colo, o olha por um tempo e se vira para mim novamente. — Ele vai ficar desconfortável no meu colo, então é o melhor. — responde entregando-me meu bebê dorminhoco, e sem conseguir evitar, observo a barriga dela.

Não tenho conseguido evitar, toda vez que estou perto dela observo suas ações, seu corpo, até mesmo seu apetite. Me sinto curioso em excesso. Será que ela está gravida? Aquele Gale é o pai? E, se por algum acaso, ele é namorado dela, ele realmente permitiu que ela more na minha casa por algum tempo? Tento limpar minhas mentes desses pensamentos, após deixar Arthie em seu berço, que eu trouxe para cá esses dias, e ligar a babá eletrônica, volto para a sala. Percebo que Kat já colocou suas coisas no quarto que eu havia indicado.

— Eu diria ‘Fique à vontade’, mas aparentemente, você já está. — brinco ao vê-la revistar a geladeira.

Foi realmente uma luta convence-la à vir para cá. Ela aceitou me ajudar com Arthie, mas não queria vir, dessa forma, como ela me ajudaria? Foi necessária muita luta e argumentos para convence-la.

— Tudo bem, Mellark, foi quase engraçado, agora vamos nos sentar porque temos muito a discutir. — Revira os olhos, sentando-se em uma cadeira, sento-me de frente à ela.

— Certo, e sobre o que seria? — questiono.

— Acredito que de falta de assunto não morreremos. Vamos começar com o lindo garotinho dormindo no fim do corredor. — Assinto, esperando que ela prossiga. — Estou disposta a ajudar com ele por um tempo, mas você não pode esquecer que eu também trabalho.

— Não pretendo esquecer.

— Precisamos estabelecer uma rotina. Quem fica com ele e quando, quem arruma o que na casa, quem faz as compras semanais...

— Temos tempo para isso.

— Você tá falando sério? — Ela me fuzila com o olhar como se eu tivesse falado algo absurdo. — Como você acha que as coisas funcionam, acha que vamos acordar na segunda de manhã sorteando quem vai cuidar dele? Precisamos de uma rotina, tabelas... Qualquer coisa. — Assinto apenas, temendo que ela se irrite. — Falando nisso, precisamos dar uma limpeza nessa casa, está uma sujeira.

— Mas, eu limpei ela hoje. — retruco.

— Serio? — questiona deslizando o dedo sobre o balcão e mostrando-o para mim. Observo seu dedo fino sujo de poeira. — Bem, agora imagine a língua de Arthur passando por algum lugar assim, imagine como ele fica. Aliás, preciso saber, ele tem alergia a que?

— Bem... Hum... — Coço a nuca nervoso. — Ele meio que... Hum... Eu meio que não sei.

— Você pelo menos já foi ao pediatra com ele? — Nego com a cabeça, de repente, me sinto envergonhado como criança sendo vista praticando algo que não deveria. Ela puxa o celular do bolso e começa a digitar.

— O que você está escrevendo?

— Coisas que devemos fazer. — responde sem sequer levantar o olhar em minha direção. — Devemos leva-lo ao pediatra, limpar a casa, tirar objetos que possam ferir o pequeno e, sem dúvidas, comprar algumas coisas, ou melhor, muitas coisas. Ninguém sobrevive à base de bebida e comida congelada, precisamos de frutas e vegetais. Já está na época do Arthie se alimentar de algo além de leite.

Concordo sem saber o que realmente fazer ou falar, me sentindo perdido. Eu sou o pai da criança, deveria saber de tudo, deveria estar liderando a situação. Ela está aqui para me ajudar, não o contrário, tenho de tomar alguma atitude válida.

— Podemos programar segundo nossos horários de trabalho. — começo. — Você ainda está na pediatria, certo? — Ela assente. — Quais são seus horários?

— Bem... Nas segundas, quartas e sextas trabalho das 12h às 17h, e nas terças e quintas das 9h às 16h.

— Então, você não trabalha nos fins de semana, e tem uma jornada de trabalho de cinco horas diárias? — questiono boquiaberto.

— É um dos privilégios de se escolher a profissão certa. — retruca observando as unhas divertidamente.

— Pelo menos algum lucro pelo fato de ter passado uns sete anos na faculdade. — Sorrio, mas paro para refletir algo. — Tenho de rir. — comento, fazendo-a me olhar confusa. — Você é pediatra e falando que precisamos levar Arthie ao pediatra.

— Ah, isso... Bem, não gosto de consultar pessoas que sou próxima, a não ser que seja super necessário.

— Pensei que houvesse superado isso. — respondo, me lembrando de algo.

— E eu superei, em partes. Sei que não tenho culpa por aquela vez, e em caso de necessidade extrema atendo pessoas próximas a mim, porém ainda evito. — Assinto sabendo que nada que eu fale mudará os acontecimentos ou as opiniões. Bem, essa é a vida, nunca podemos mudar o passado.

— Como sua mãe está? — questiono do nada. Nem lembro a última vez que vi a Tia Clara.

— Ah, está melhorando aos poucos... Você sabe, depois da morte do meu pai tanta coisa aconteceu, mas ela está melhor que ontem e pior que amanhã, é assim, cada dia melhor. — responde a cada segundo abaixando mais a voz. — Mas, já que estamos falando de mães... Como está a sua?

— A dona Effie está bipolar como sempre, tenho até medo de qual e a reação dela quando me vê. Às vezes, sorri e começa dengar o neto, ou então, ela o pega brinca com ele, fala o quanto ele e incrível e eu sou um babaca. — respondo fazendo-a gargalhar. — Mas, é minha vez de fazer uma pergunta, seu namorado realmente deixou você vir para cá, ajudar com Arthie?

— Ham? Namorado? — Sua face estava cheia de confusão. — Ah... Gale? Ele não tem nada a ver com minhas decisões, faço o que quero, afinal, a vida é minha, não? — Que estranho ela ficar confusa com essa coisa de namorado, mas pode ser que ela não está acostumada a chama-lo assim. — Poxa, nós começamos em um assunto e já nos perdemos dela. — comenta de repente com falso desanimo, mas um pequeno sorriso no rosto.

— É verdade, aonde paramos mesmo?

— Eu falei dos meus horários de trabalho, então começamos a ir por outro caminho e... Nos perdemos.

— Certo. Hum... Eu tenho um horário fixo. Trabalho das 8h às 17h, segunda a sexta.

— Isso quer dizer que, independente do dia, meus olhares são melhores pro Arthie. E, você sabe, no hospital temos uma creche no terceiro andar, posso pega-lo no meu horário de almoço, ele ficará lá por pouco tempo, e eu garanto que é confiável.

— E, as vezes, posso pega-lo no meu horário de almoço, também. Estou apenas inseguro com essa coisa de creche, ele é tão pequeno, estão acontecendo tantos casos de agressões indefesos. Eu tenho medo.

— Compreendo, mas é o melhor que podemos conseguir, além de que são bons horários, e a creche é realmente boa, tenho amigas com filhos lá e é bom, seguro. Não sei mais o que podemos fazer em relação a isso. — encolhe os ombros.

— Tudo bem, você está certa, é o melhor. O que mais devemos organizar?

— Bem... Poderíamos fazer um quadro, sabe?

— Tipo aquele de ‘Vovó Zona 2’? — questiono brincalhão.

— Um semelhante, mas sim, tipo aquele. Podemos colocar quando cada um olha o pequeno, o que cada um faz em casa e tudo mais.

— Como assim o que cada um faz em casa?

— Você sabe, não podemos viver em um chiqueiro, alguém tem de limpar a casa, outro alguém tem de arrumar cozinha, temos de lavar banheiro.... Ou você acha que a casa se arruma sozinha? — pergunta retoricamente, mas eu nego com a cabeça. — Ah, você acha, afinal, se não achasse tenho certeza que limparia a casa. — retruca me fazendo revirar os olhos. — Também temos de fazer compras. Deus Meu! Temos de fazer tantas coisas, é quase um reset da vida, hein?

— O melhor seria começarmos pelo tal quadro. — indico.

— Certo, você tem post-its?

— Quem nesse mundo não tem post-its em casa, Kat?

— Do jeito que você é não duvido de nada. — Reviro os olhos me levantando e pego alguns post-its e duas canetas. — Muito bem, podemos começar pensando nos horários do Arthie.

— Como assim?

— Que horas ele acorda? Quando dorme? Em que momento costuma sentir fome?

— Ah, isso... Bem, não sei muito bem os horários. Nos últimos dois dias pude perceber que ele acorda apenas uma vez durante a noite com fome, lá para as 5h toma uma mamadeira e volta a dormir com facilidade. Quanto aos outros horários estou completamente perdido, acho que ele dorme bastante, pelo que percebi.

— Então, não temos horários de base, mas podemos dividir os trabalhos. Vamos fazer uma escala e.... — ela é interrompida pelo chorinho vindo da babá eletrônica. — Mas, teremos de fazer depois, alguém acordou.

Ela se levantou rapidamente e saltitou em direção ao quarto no fim do corredor, fui atrás da mesma, chegando na porta do quarto a tempo de vê-la se abaixar diante do berço com um sorriso enorme no rosto e falar levemente com Arthie.

— Olá, meu amor. Dormiu bem, querido? — questiona e o garotinho emite alguns sons com a garganta, como em resposta. — Oh, eu sabia que dormiu bem, meu pequeno dorminhoco. Tao lindo, meu amor, vamos tomar uma dedeira?

Ela é tão doce, tem tanto jeito com criança, tão materna. Se ela realmente estiver gravida, seu filho será uma das crianças mais sortudas e amadas desse mundo. Sinto-me feliz e grato por tê-la me ajudando com Arthie.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Botam fé nessa futura organização? Gostaram? Espero vossas opiniões.
Até a proxima, queridos.
Beijos,
Manu Schreave