Lembranças - Dramione escrita por Licia


Capítulo 12
Enganada


Notas iniciais do capítulo

Resolvi postar mais cedo..
Primeiro quero agradecer a minha beta que me ajuda demais, e a todos que estão lendo!!!
Espero que apreciem!!!!



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Hogwarts, 1996

Sim! Hermione não tirara o beijo de sua cabeça desde que ele acontecera, porém buscava de todas as formas possíveis ignorar a existência de Malfoy, o que não parecia ter dado muito certo já que Harry tinha total certeza que o loiro era um comensal e falava dele o tempo todo especulando sobre o que estaria tramando. Ela não prestava atenção em nada que o amigo vinha lhe dizer por que quando o nome do loiro saia da boca de seu amigo uma confusão tomava conta de seu ser que se enchia de coisas que ela não queria denominar. Parecia mais fácil quando ela só fingia que tudo estava na normalidade de sempre.

Mas ali naquele escuro corredor que ela encontrara Malfoy há meses atrás, se permitira pensar naquele beijo com calma e clareza, sem tentar fugir do que realmente sentia. Sim, do que sentia e ela ficava um pouco horrorizada quando chegava a essa conclusão. A verdade era que se perguntava enquanto fazia aquela ronda pelo castelo o porquê abominara tanto o fato de estar criando sentimentos pelo loiro. Sim, ela tinha medo e sim estava assustada porque o que a envolvia quando via ou pensava no enigma que Draco Malfoy se tornara para ela, era diferente e novo, louco e desesperador, torrencial e perturbador. Algo que ela nunca sentira antes. Tudo sobre Draco era uma bagunça enorme e fazia-a ser impulsiva e não pensar em nada direito. Não era nada parecido com que sentia ou sentiu por Ronald. Com o ruivo era doce, equilibrado, era natural e também extremamente confortável e cômodo. Suspirou pensando que qualquer hora explodiria por estar cheia de todo esse turbilhão de emoções. Se antes Malfoy era um total ignorante que não perdia tempo em debocha-la e azucriná-la, agora o garoto parecia fechado e distante, fingia que a castanha não existia e por mais que lá no fundo isso a incomodasse, sua lógica dizia que assim era melhor, que tudo aquilo não passara de um equívoco. Um grande equívoco.

Virou o corredor escuro da sala precisa e se lembrou do sonserino mais uma vez e aquilo fez um arrepio perpassar por todo seu corpo. Maldito garoto que bagunçara tudo dentro de si. Sim! Tinha que ser sincera consigo mesma. Ela queria a convivência escassa novamente, as conversas debochadas e até o toque íntimo do loiro. A quem ela queria enganar, podia mentir para todos, mas para si mesma era burrice, tinha desenvolvido sentimentos por ele e pronto, não era tão difícil assim aceitar que aquela era a verdade que tentava fugir a dias e aquilo a deixou extremamente triste porque gostar de alguém como Draco Malfoy era quase como cair num abismo sem fim e sem volta. Distraída demais com todos aqueles pensamentos, tropeçou em algo e caiu no chão em um baque surdo.

– Cuidado Granger ou seu rosto vai ficar pior do que já é. – A castanha reconhecera a voz no mesmo instante. Ele parecia estar sentado no escuro corredor e Hermione estava tão absorta em seus devaneios que não fora capaz de observar que Malfoy estava ali sentado, mesmo que a varinha dela, com um fraco lumus, estivesse iluminando o caminho. Meu Deus! Como ela estava distraída! Levantou-se sentindo a ardência nas mãos provavelmente por estarem arranhadas e olhou para o loiro que a analisava meticulosamente ainda sentado no chão com uma perna dobrada e outra esticada a qual provavelmente ela tinha esbarrado. Suspirou cansada e nervosa, definitivamente encontra-lo era muito assustador porque tudo em seu corpo gritava que era verdade, ela gostava dele. O coração acelerado, o frio na barriga a urgência em ficar e ao mesmo tempo querer fugir, estava definitivamente perdida por se sentir assim algo assim por alguém como Draco Malfoy. Retirou tais pensamentos da cabeça e se voltou para o loiro, afinal tinha que fazer seu papel de monitora mesmo que quisesse sair correndo.

– Malfoy você esta fora da cama depois do toque de recolher. – ela constatou burramente, porque falara aquilo? Era óbvio que ele estava fazendo o que estava fazendo.

– É mesmo Granger, achei que estivesse na minha cama nas masmorras... – ele disse debochando da constatação dela. Levantou-se e ficou lá a encarando estranhamente, aquela com certeza era uma expressão nova para Hermione no rosto de Malfoy, parecia algo como cansaço, desgosto, curiosidade... Desejo?!Ela não sabia e tão pouco quebraria o silêncio que os envolvia. Podia sim indagar a ele porque a havia beijado, mas sabia que se o fizesse também teria que constatar porque correspondera e porque deixara se envolver e porque ainda estava aqui parada o encarando com curiosidade enquanto devia estar tirando pontos e aplicando detenções. Preferiu ficar calada era mais seguro e menos revelador. Draco dera alguns passos em sua direção e à medida que ele dava Hermione se afastava com passos para trás até que suas costas estancaram na parede. Ela quis dizer algo ou sair correndo, mas o garoto já colocara as mãos em cada lado de seu corpo a prendendo ali.
Não houve momento que seus olhos desviaram um do outro enquanto estavam naquela dança de quem seria o mais corajoso para transpor a barreira que os rodeava ou ser covarde para fugir e Hermione pensou por um instante que o sonserino daria as costas e fugiria ou mesmo ela, mas não. O olhar foi quebrado e ele voltou-se para a boca dela que estava ofegante e apertava forte sua saia querendo de alguma forma se livrar da tensão que tomava conta de seu corpo. Sentiu Draco abaixar sua cabeça e beijar a base do seu pescoço e aquilo a fez estremecer e morder o lábio inferior fortemente. Ele subiu os beijos pelo seu pescoço até a sua orelha.

– O que você fez comigo?! – o sussurro forte e rouco do loiro chegou à base do seu ouvido e ela mais uma vez estremeceu. O loiro continuou seus beijos até a base do seu queixo e logo capturou os seus lábios perpassando a língua por eles e os sugando lentamente como se pedisse passagem para Hermione. Podia estar doida ou louca, porém deixou com que o sonserino aprofundasse mais o beijo entreabrindo os lábios, sentindo assim o contato quente de sua língua sobre a dela. Estava embriagada naquele estado de torpor e magia que a envolvia quando o sonserino a beijava. Ficaram ali o que pareceu serem horas e Hermione que antes segurava fortemente a saia tinha as mãos soltas ao lado, Draco segurava fortemente sua cintura a trazendo-a para mais perto de si e alternando os beijos entre seus pescoço e boca fazendo uma sensação de prazer apoderar-se da castanha. Algo na mente da grifinória dizia que aquilo era errado e que precisava se afastar, mas era algo tão fraco que mais parecia um sussurro longínquo, afinal porque seria já que ela amava a sensação de estar ali totalmente entregue e inebriada por aquele sentimento que só crescia mais em seu interior. Assim em um último sinal de rendição total ela colocou suas mãos ao redor do pescoço do sonserino afinal Hermione já estava ali não estava?! Embriagada por aquele momento e não querendo acabar com aquele contato gostoso de modo algum.

Os toques e o modo como Draco a beijava fazia com que tímidos e manhosos gemidos saíssem de sua boca e ele a respondia grudando mais seus corpos e a abraçando mais forte como se quisesse se fundir a castanha. Porém aqueles gestos fez com que Hermione sentisse a ereção do loiro a assustando em demasiado e ela quis quebrar o contato e fugir, no entanto Draco a apertara mais contra si e sussurrara em seu ouvido.

– Você não vai fugir! – Não é como se ela realmente quisesse. Ela estava totalmente envolvida naquele momento gostoso e amava o jeito como o loiro se mostrava totalmente interessado em estar ali a acariciando, beijando e tocando nela, é como se ali ele se permitisse despojar de tudo àquilo que foi ensinado e desse lugar a outra coisa que a castanha não sabia o que. Draco era um enorme enigma e ela nunca tinha certeza do que ele realmente era ou realmente sentia e aquilo a fascinava por querer que com ela fosse diferente e ele se permitisse ser ele, seja lá quem o sonserino fosse. O loiro a tirara dos seus devaneios quando a pegou no colo e Hermione pode escutar uma porta se materializando na parede o que era com certeza a sala precisa. Pareceu-lhe estranho em um primeiro momento estar assim nos braços do loiro e seu primeiro instinto foram tentar se livrar daquela posição, porém ele não a deixou em paz um segundo sempre a beijando e acariciando fazendo com que de algum modo ela relaxasse e estivesse entregue novamente naquele momento. Hermione pode ver uma expressão diferente no rosto dele algo quase como carinho o que era também sentido em seus toques suaves e calmos. Ao mesmo tempo em que algo quente e que a deixava eufórica a preencheu quando constatou aquilo, ela não pode deixar de pensar no por que o loiro estar agindo assim com ela. Tirou tais pensamentos da cabeça logo que se sentiu ser deitada na cama e Draco passar a beijar todas as regiões expostas de seu corpo. Permitiu-se mergulhar naquele mar de prazer que lhe proporcionava aquele contato. Draco parecia concentrado demais em sua pele, tendo uma avidez por estar mais próximos e juntos do que um dia Hermione sonhara que poderia estar do sonserino. Ele desabotoara cada parte de sua blusa com calma, concentrado demais nos botões para que a castanha pudesse ver seus olhos. Quando a retirara completamente e a castanha ficara só de sutiã Draco finalmente focalizou os olhos ambares dela, parando por um momento e retirando as mãos do corpo dela. Hermione pareceu cair em si e perceber que estava ali daquela maneira com Draco Malfoy e que por mais que quisesse fazer parte da vida do loiro e querer que ele confiasse nela e gostar de verdade dele aquilo era pesado demais, íntimo demais. Arrastou suas pernas pela cama com o intuito de sair dali, porém o sonserino segurou em seu braço em um aperto fraco.
–Disse que não ia fugir! – Ele dissera em um sorriso diferente, que parecia verdadeiro para Hermione.
– Por quê? – a voz da castanha saíra baixa, rouca e arranhando sua garganta. Draco chegou mais perto abaixando a alça de seu sutiã e beijando seu ombro.
– Não faça perguntas que também não quer responder, Hermione! – Seu nome saíra forte e poderoso na voz de Draco e ela só pode concordar não com o que ele falara, mas com o fato de que lá no fundo ela não queria saber o porquê Malfoy estava ali se permitindo com ela, talvez e só talvez tivesse medo da resposta. Mas aquilo não fora concluído em sua cabeça, pois Draco soltara o feixe de seu sutiã e a passara a acariciar seus seios, os segurando e acalentando em suas mãos fazendo com que Hermione soltasse um forte gemido e deixasse a razão de lado. Ele fazia tudo com uma calma quase gostosa como se não houvesse pressa para estar ali para fazer com que ela fosse dele. E Meu Deus ela estava mesmo se entregando ao loiro! Sua linha de raciocínio fora cortada novamente, quando ele beijara toda a região da barriga até a base do seu ventre fazendo suspiros saírem da boca já vermelha de Hermione e todo seu corpo estremecer. Estava tão entregue e envolvida naquele momento e aquilo a fazia sentir uma felicidade boba que subia todo seu corpo e um nervosismo enorme por estar naquele estado com ele que duvidava que fosse mesmo ela, Hermione Granger. Percebeu Draco retirando sua camisa e calça ficando somente de cueca e quando ele fora tirar a saia da garota Hermione parecera sair do estado de torpor que estava e segurou a mão direita do garoto. Ele a olhou firme e forte e ela encarou de volta pensando se faria mesmo aquilo e se entregaria ao loiro a sua frente, ao homem que causara um turbilhão de emoções em si. Ela queria sim mais tinha medo, do amanhã e do depois. Voltou seus olhos para o garoto em sua frente que humedecia os lábios, ele tinha uma expressão diferente parecia um pouco desanuviado mais havia um carinho ali. E talvez aquele ato fizesse com que ele enxergasse o quanto o seu preconceito era infundado. Mas quem Hermione queria enganar ela queria ser dele, queria poder carregar um pedacinho dele com ela. Não, não poderia ter deixado se envolver naquilo e desenvolver sentimentos, mas acontecera e agora ela esta ali quase nua na frente do garoto que tinha sentimentos torrenciais. Então vagarosamente retirou sua mão da dele como se desce permissão para que ele continuasse. Ele a olhou curioso.

– Você tem certeza? – ele perguntou em um sussurro baixo. Ela não tinha certeza nenhuma, mas assentiu porque algo a dizia que ela estava fazendo algo que faria olhar as coisas um pouco diferentes e então se entregou sendo preenchida por Draco que fora paciente e carinhoso. Doera sim e ela estava tão cansada e esgotada que se aconchegou no corpo do sonserino e ficou lá aproveitando os braços quentes e aconchegantes do loiro se aninhando mais a ele. Draco beijava o topo de sua testa e fazia leves carinhos perpassando sua mão pelas suas curvas.

– Durma Hermione, amanha será um longo dia. - ele sussurrara em seu ouvido e ela não pode deixar de sorrir por ouvir seu primeiro nome sair da voz forte e grossa e logo fechara os olhos e adormecera.

Quando a castanha acordou, sentou-se bruscamente olhando em volta do quarto. A razão, como um rompante, voltara para o seu corpo e ela só pode pensar em como tinha deixado que aquele ato se concretizasse. Fora louca, impulsiva e irracional. Adjetivos que ela nunca achou que a descreveriam. Draco bagunçava toda sua vida e lógica, não pode conter um tímido sorriso quando se lembrara do loiro, mas se repudiou por isso, não podia ficar agindo como uma boba apaixonada e cega. Apertou o lençol fortemente contra a base do seu pescoço para tampar a sua nudez exposta. Olhou em volta, percebendo ser, ainda, muito cedo pela pouca luz no ambiente, talvez fossem cinco da manhã. Dessa pouca iluminação que adentrava o cômodo pode ver também duas camas em madeira negra com colchas verdes, um pequeno armário do lado de cada cama e uma grande estante com duas poltronas em cor também verde. Aquilo não era a sala precisa com toda certeza. Quando olhou com atenção melhor para a região da estante com as poltronas percebeu que Draco estava lá todo de preto com uma postura elegante e altiva, rodando sua varinha nas mãos e com a dela na outra. Quis sorrir para ele, porém a pose do garoto era endurecida e a expressão fria e impenetrável. Ela não soube por quanto tempo ficara lá o olhando talvez segundos ou minutos? Mas ele logo quebrou o contato abaixou a cabeça e a sacudiu rindo baixo e cínico. Hermione começara a ter medo daquele comportamento e não hesitara mais em quebrar o silêncio.
– Porque está com minha varinha? – a voz dela saíra rouca, arranhando a garganta. Malfoy levantara a cabeça bruscamente a olhando com um olhar muito habitual a ela que fizera parte do loiro por muitos anos. Era cínico e superior.
– Como você é inocente Granger. – Ele respondeu olhando para ela com um sorriso de escarnio e uma face divertida. Hermione não pode conter o arregalar de seus olhos e a linha fina que formara no lugar de sua boca. Aquele tom, aquele olhar, aquela posse eram totalmente maldosas. Teve medo de que suas suspeitas mais íntimas e profundas se concretizassem ali.
– Você achou mesmo que alguém como eu, da minha posição olharia de um modo diferente para uma sangue-ruim imunda como você? – As mãos de Hermione tremeram e ela apertara ainda mais o lençol contra si. Não, não e não! Era tudo que a mente da castanha gritava com aquelas palavras, mas ela não se mexera nem um milímetro e não verbalizara nada estava estática e horrorizada demais para tal. Draco levantara chegando mais perto e a olhando de cima com aquela expressão de nojo e superioridade.

– Responda! – Ele falara alto, fazendo a garota estremecer. Mas Hermione era orgulhosa demais para dar qualquer gostinho aquele maldito e permanecera totalmente muda e quieta. Por mais que quisesse se derramar em lágrimas e por mais que seu coração estivesse tão despedaçado que o sentia como um pó em meio a uma ventania se desfazendo aos poucos não desmoronaria, podia não entender ao certo porque ele falara aquilo e porque estava agindo daquela maneira, talvez ela não quisesse acreditar que ele era o monstro que Harry sempre pintara.

– Nunca houve colar Granger, eu o tirei de você com um feitiço muito simples e como a boa grifinória que você é. Acertei pensando que se eu por acaso devolvesse algo tão valiosa para você certamente confiaria em mim. Eu acertei não? – Ele perguntara cinicamente e rindo posteriormente. Inocente! Burra! Por que ela não ouvira Harry! Monstro! Sua mente gritava dentro de si, mas ela não iria desmoronar na frente dele, não iria desmoronar. Engula o choro Hermione a castanha repetia mentalmente, não deixaria que ele visse que ela estava despedaçada por dentro e se sentindo a pessoa mais traída do mundo.

– E como você pode ser tão burra ao ponto de acreditar que meu interesse por armários sumidouros era somente curiosidade?! - ele soltara uma risada maldosa. – Eu o filho de um comensal! – ele dera uma pausa tirando o blazer e levantando a manga de sua camisa negra. Então Hermione não pode mais se conter estava lá estampado na cara dela a marca negra. Ela não pode impedir que uma única lágrima caísse de seus olhos. Porque não acreditara em Harry e porque confiara naquele maldito? Draco olhava a marca fixamente e depois a olhou de novo com um olhar neutro e frio.

– Sabe Granger o mestre me deu uma importante missão. Eu vou te contar porque afinal você foi crucial no meu plano para completa-la, é mais que justo você saber!- Hermione arregalara os olhos novamente e apertara o lençol mais ainda, em que mais Draco a enganara? -Preciso matar Dumbledore e colocar alguns comensais aqui dentro de Hogwarts. Uma missão que ele confiou a mim. - ele fez uma pausa olhando para o chão e voltando-se rapidamente para ela - Se eu tive participação no incidente de Katia?- ele riu balançando a cabeça – Claro que sim! Foi muito fácil te enganar e agora eu só posso agradecer por ter-me trago a solução para trazer comensais da morte para dentro dessa escola! Obrigada Granger, eu não conseguiria sozinho arrumar o armário sumidouro que está na sala precisa – Meu Deus! Então foi por isso que ele estava tão interessado naquele assunto e ela ajudara um comensal, mesmo que inconscientemente e isso a fez se encher de culpa. Ela queria dizer algo, mas nesse momento ela só pensava em como Draco era um monstro por arrasta-la para seu plano sujo e nojento. Queria poder gritar e mata-lo, porém sentia que se mexesse um centímetro todas as lágrimas seguradas iriam sair em uma explosão e ela não daria o gostinho aquele doente de vê-la chorando e sofrendo por ele.

– A conversa está ótima Granger e gostaria de contar todos os nuances do meu plano, mas agora preciso terminar minha tarefa e matar aquele velho! – Draco se levantou e Hermione ficou lá estática o olhando com todo seu corpo tremendo e fazendo uma força sobre-humana para que as lágrimas não alcançassem seu rosto. Mas ela não deixaria que ele saísse assim, por mais desarmada, machucada, dilacerada que estivesse ela ainda tinha seu orgulho e ia usa-lo a seu favor.

–Boa sorte para tentar sair daqui e não ouse estragar nada do meu dormitório. – Mas Draco estancou com a mão na maçaneta da porta ouvindo o barulho de palmas vindo de Hermione. Quando se virou ela estava de pé e nua o olhando com uma expressão de completo nojo e desgosto, as palmas ritmadas ecoaram pelo quarto e ela disse às palavras que ficariam gravadas nela e nele.

– Parabéns Malfoy! Agiu como um verdadeiro monstro, você e Voldemort formam uma bela dupla, talvez a dupla perfeita. – embora ela tivesse medo que a voz saísse chorosa, acabara saindo cínica e forte, e aquilo deu forças para Hermione encara-lo. Não iria deixar que ele visse o sofrimento que sentia moer todo seu corpo. Mas as lágrimas se fizeram presentes em seu rosto, a castanha não pode conter. Pode ver a postura de Malfoy vacilar por alguns segundos e seu olhar arregalar. E então se virou bruscamente e bateu a porta com força a trancando por fora. É claro que ele não deixaria Hermione livre, mas ela não pensara nisso, pois seu corpo se encolhera em uma posição sôfrega e a castanha começara a chorar alto o bastante para que toda sonserina ouvisse. Fora, porém um choro silencioso para o resto do mundo, porque Draco jamais seria burro de não colocar um abbafiato ali e dificultar de todas as formas a fuga de Hermione. Mas a castanha não prestara a mínima atenção em nada daquilo e tão pouco queria sair dali, se sentia destruída de forma que ela nunca imaginou se sentir.

Hermione sempre fora forte e racional. Sempre! Mas ali tudo aquilo se esvaiu e pareceu serem características que não lhe pertenciam mais. Meras palavras bobas jogadas ao vento, pois ela sofria, mais sofria tanto que era doloroso estar dentro de si. Como fora burra de acreditar nele. Por que ele fizera isso com ela? A castanha só acreditara nele e dera a ele um voto de confiança. Ela sentia como se fosse se esvair e morrer a qualquer momento. Por quê? Ela se indagava. Por que ela se entregara e se deixara envolver? Fingir para Malfoy com certeza era muito fácil mais para ela não. Ela acreditara sim nele e que havia algo que podia ser salvo ali e aquilo a destruía. O choro alto e sôfrego preenchia o quarto e ela não queria levantar-se e nem arranjar um jeito de sair dali porque tudo em si doía porque tinha vergonha de sua fraqueza, de sua inocência e de seus sentimentos pelo loiro. Compactuara com ele e se Malfoy fosse bem sucedido em matar Dumbledore ela também seria cumplice do assassinato do maior bruxo da história. Deus! Como ela queria somente poder desaparecer naquele momento e nunca mais lembrar daquilo. AH que maravilha que seria se ela pudesse ter seu vira-tempo e voltar para quando ela começara tudo aquilo. Mas será que ela mudaria, será que deixaria de acreditar que Malfoy tinha algo de bom dentro dele. Eram com certeza pensamentos inúteis. Levantou a cabeça passando os olhos pelo quarto e com a visão embaçada pode enxergar um frasco de vidro adornado com um liquido azul dentro. Pareceu-lhe poção do sono e sem pensar duas vezes ela abrira o recipiente e ingerira todo conteúdo. Estava sendo fraca, covarde, e nada racional, mas nada na vida havia a preparado para aquela dor. Uma dor que lhe corroía tanto que não se importava em dormir. E aconchegando-se na cama que acordara e cobrindo sua nudez caíra em um sono profundo, sem Draco, traições ou enganações porque ela só queria esquecer tudo aquilo.

Hermione acordara com algo mexendo freneticamente na porta. Estava tudo escuro e frio fazendo com que a castanha ponderasse que provavelmente já era noite. A poção com certeza fizera com que ela dormisse o dia todo e sem interrupções algumas, suspirou vendo que a porta fora aberta e a luz acendida, ela por um minuto pensou ser Draco, mas quando sua visão embasada a permitiu focalizar quem estava na sua frente pode ver Blaise Zabine. Assustara-se prendendo o cobertor perto de seu pescoço para cobrir a sua nudez e se sentara na cama.
– Hey Granger se acalme, não vou te fazer mal. Só estou fazendo um favor ao Draco – ele disse olhando firme e forte para ela. Tinha em suas mãos o que lhe pareceu serem roupas e uma varinha por cima delas. Mas Hermione aprendera a pouco que não deveria confiar em sonserino nenhum, aquela lembrança fez seu coração doer. O garoto chegou mais perto e a castanha fez menção de levantar para se afastar do moreno.

– Não chegue perto de mim! Não quero nada relacionado aquele Maldito! – Hermione disse ríspida e forte. Blaise dera os ombros.

– Olha Granger, não estou nem ai para o que aconteceu entre você e Draco. Estou aqui fazendo um favor que o próprio me pediu. Como ele já está sabe-se Deus onde, depois de todo alvoroço nesse castelo, o feitiço que ele colocou envolta do nosso quarto e que te prendia se desfez e eu vim entregar suas roupas e varinha. – Ele colocara o que estava em sua mão em cima da cama, Hermione ao analisa-las contatou que realmente era sua varinha e suas roupas. Olhou estranho para o moreno na sua frente que devolvia o olhar com amenidade como se aquilo que ele estava fazendo fosse extremamente casual e corriqueiro. Meu Deus! A cabeça de Hermione estava uma bagunça tão grande. O que ele estava fazendo ali? E por que raios Draco pediria para ele devolver suas roupas e varinha?

– Por que esta me ajudando? – A castanha perguntou amenizando sua postura defensiva. O garoto rodara os olhos como se a grifinória fosse realmente idiota.

– Não estou te ajudando. Estou fazendo um favor para um aliado...

– Draco pediu para que fizesse isso? – ela indagou confusa já se arrependendo por ter dito o primeiro nome. Deus! Ela não entendia nada daquele homem! Blaise assentiu a olhando estranho. Mas ele logo voltara à pose casual e a face amena e calma.

– Olha se quiser tomar banho fique a vontade, pegue a toalha de Draco que está ai do lado. – ele riu debochado como se estivesse fazendo uma enorme piada. – Acho melhor você se apressar, seus amigos grifinórios podem precisar de você...

– O que aconteceu? Dumbledore foi mesmo morto? – ela já emendara aflita para o garoto que parecia estar sendo gentil com ela. Hermione não queria cair naquela de irmandade, já aprendera com Draco uma vez e não seria boba novamente, pois certamente Zabine tinha algum jogo por trás daquilo tudo, mas ela ainda era Hermione Granger e o modo como Blaise estava a tratando a desarmara um pouco.

– Sim ele foi. - ele disse já com as costas viradas se encaminhando para a porta a fim de sair. Porém ele parou olhando-a pelo ombro. – Posso ser bom em fazer favores Granger, mas sou melhor ainda em cobra-los! E eu irei cobrar o seu alguma hora.

Hermione ao ouvir a porta sendo fechada se sentou novamente na cama desnorteada. Draco havia matado Dumbledore e ela o ajudara indiretamente. Deus! Queria muito voltar a chorar e dormir por toda a eternidade, mas tirou aquele pensamento logo da sua cabeça, não podia ser fraca porque seus amigos precisavam dela. Sim fora enganada e ajudara Draco, porém não é como se ela realmente fosse culpada de algo. Com aquele pensamento rumara para o banheiro e tomara um banho rápido, em seguida colocara a roupa, pegara a varinha e finalmente pode deixar aquele quarto sombrio para trás. Ela podia não entender o que Blaise Zabine fora fazer ali e porque entregara suas roupas e sua varinha e tão pouco queria parar para pensar naquilo. Precisava achar Harry e Ronald e tomar uma poção anticoncepcional urgente. Rumou, assim, direto para o salão principal. Provavelmente os alunos estariam lá.

À Medida que Hermione avançava ela pode ver o caos pelo castelo. Pessoas corriam por todos os lados, outras choravam muito sendo amparados pelos amigos. Hermione quis chorar também, mas julgara já ter feito isso demais para um dia inteiro, porém isso não impediu que uma enorme tristeza se instalasse em seu peito afinal o maior bruxo de todos os tempos estava morto, o homem sorridente que lutara sempre pelo lado da luz. Era quase que inacreditável que houvesse acontecido. Perguntava-se enquanto seguia seu caminho como Draco havia conseguido derrota-lo sendo ele quem era, todavia podia ter essas respostas mais tarde, precisava mesmo era achar os amigos e ter a certeza de que estavam bem.

Quando ela entrara no salão principal pode ver corpos inertes deitados no chão e aquilo fez um bolo subir sua garganta e ela quis realmente chorar. Decidira ali olhando para aquelas pessoas que perderam suas vidas que nunca diria nada sobre ela e Draco e que a partir dali faria o possível e impossível para ganhar aquela maldita guerra não importasse o que tivesse que fazer. Aquilo aliviaria um pouco a culpa por ter acreditado no loiro e ter sido inocente por não perceber o que ele planejara. Deus! Draco era realmente um monstro! Como ele podia viver carregando os pesos daquelas mortes? Aquilo era tudo que ela não queria que ele se tornasse um verdadeiro assassino mesmo que indiretamente. Apertou os olhos fortemente querendo tirar aqueles pensamentos de sua cabeça e impedir que recomeçasse a chora e assim olhou em volta analítica procurando os amigos, mas nem sinal de nenhum deles, suspirando rumou para enfermaria. Pedia a Deus que nada de ruim acontecesse com eles porque se não ela jamais se perdoaria. Não demorou que chegasse ao local abarrotado de gente e ao adentrar mais pode ver Lupin sentado em uma cadeira, Harry ao lado de Gina, Rony e mais algumas pessoas rodeando o leito de alguém. O ruivo a avistara de longe e veio correndo ao seu encontro.

– Hermione! Por onde você esteve? Sumiu o dia todo achei, achei que você estivesse... – Ele não concluirá a frase, pois Gina dera um forte abraço nela já um pouco chorosa. Como amava a amiga!
– Eu achei que algo horrível havia acontecido com você Mione. Meu Deus! Que bom que está bem! – Hermione não pode mais conter as lágrimas que caíram de seus olhos. Pode ver Harry atrás com uma expressão de mínima felicidade olhando para ela. No entanto sabia que o amigo devia estar sofrendo mais que todos ali.

– Eu tomei uma poção do sono e apaguei o dia todo sinto muito. Não havia dormido nada a noite. – Ela disse quando Gina a soltara do abraço. Lupin nem se dignara a olhar, parecia atordoado e sem vida. Ela não o culpava afinal o homem que lhe dera uma chance de ser professor e ter uma vida normal sem carregar o peso de ser um lobisomem estava morto. Aquilo fez Hermione entristecer ainda mais afinal era tão injusto que um homem como Dumblodore morresse daquela maneira.

– Então o que ocorreu, parece tudo uma bagunça aqui nos castelo. Ouvi rumores de comensais aqui dentro. Isso é verdade? – indagou Hermione se fazendo de desentendida. Harry se adiantara.

– Dumbledore está morto e havia sim comensais aqui dentro Malfoy os trouxe. Ele era realmente um comensal como havia previsto. – a voz do amigo saíra cansada e sem vida alguma. Harry não merecia nada das coisas que ocorriam com ele. Já perdera tantas pessoas preciosas que ela se perguntava como ele ainda estava ali de pé firme e forte.

– Então Malfoy Matou Dumbledore! – Hermione disse como se quisesse confirmar o que já sabia.

– Não. Era a missão de Malfoy, mas ele não conseguiu concretiza-la. Snape o matou! – A castanha arregalara os olhos para Harry. Ela não acreditava nisso Severo Snape a quem ela tinha sérias suspeitas de ser o príncipe mestiço traiu Dumbledore o único homem na Ordem que confiava plenamente nele. Deus que horror! Mas Draco não matara o ex-diretor e aquilo fez que um peso fosse tirado de seu coração. Afinal talvez Malfoy não fosse o monstro que pensava que fosse embora ainda odioso. Mas aquilo não importava mais. Precisava deixar aquilo para trás.

– Como sabe disso? - Ela indagara o amigo não entendendo. Harry franziu o cenho para ela.

– Onde você estava Hermione? Pensei ter deixado claro o que cada um estava incumbido de fazer. – Aquilo fez se sentir a pior pessoa do mundo. Se Harry soubesse onde ela esteve tinha certeza que a odiaria por muito tempo. -Eu fui com Dumbledore em busca da horcruxe não se lembra de que lhe falei! Quando voltamos eu estava lá com ele o tempo todo. - Ela assentira se lembrando daquilo vagamente. A castanha suspirou e voltou seus olhos para o leito vendo Gui weasley com ferimentos horríveis em seu rosto. Hermione não pode conter a exclamação de horror.

– Quem fez isso com Gui? - Lupin que ainda parecia ter o olhar distante e machucado respondera automaticamente.

– Greyback!

– Deus! Malfoy é um monstro como ele pode trazer essas pessoas nojentas para cá.

–Ele não sabia quem entraria aqui no castelo – emendou Harry mais uma vez ainda com aquele olhar apático.

– Você estava lá Harry? Viu tudo?- Quem indagara isso fora a professora Mcgonagall que parecia estar ali já fazia algum tempo.

– Sim! Malfoy contou a Dumbledore como arquitetara tudo para trazer os comensais para dentro do castelo e como tivera a ver com o incidente de Katia e Rony. Eu não pude fazer nada, Dumbledore me imobilizou. Acho que sabia que seria emboscado. – A amargura na voz de Harry era tanta que Hermione queria abraçar o amigo e tirar toda dor dele. Pensava se podia ter feito algo se ao menos houvesse dado ouvidos ao amigo. Mas aqueles eram pensamentos inúteis, o que já ocorrera simplesmente ocorrera e pronto.

A conversa protelara-se por mais alguns instantes com a chegada Fleur, senhora Weasley e tonks. As duas primeiras começaram uma pequena briga com a senhora Weasley insinuando que Fleur largaria Gui por ele não estar mais tão inteiro, mas elas se reconciliaram rápido. Depois a discussão voltara-se para Lupin e Tonks que a castanha ficara impressionada pela insistência de Ninfadora em ficar com Remus. Era bonito ver como Tonks lutava para Lupin aceitar seu amor, ela não tivera essa sorte. Acabara se apaixonando por um idiota, maldoso e inalcançável! Mas aquilo não podia mais preocupa-la afinal tinha uma guerra para vencer e amigos para ajudar! Era somente isso que importava para ela naquele momento.

Quando a morte de Dumbledore se espalhou pelo castelo e o ministério veio fazer os devidos procedimentos, todas as aulas foram suspensas. O velório do ex-diretor aconteceria ali mesmo e Hermione ouvira falar que Hogsmead já estava amarrotada de gente que viera dar adeus ao diretor. Logo que foram para o jardim se despedir e ouvir a cerimônia ela chorou muito. Chorou pela morte de um grande bruxo, chorou por Draco, pelas mortes que ocorreram e que ocorreriam e pela guerra que estava por vir, pois não importava o que acontecera ou não com ela e o sonserino e se ela o amava ou não. Precisava ajudar Harry, descobrir quem era R.B.A e achar as demais horcruxes para então derrotar Voldemort. Sim! Ela achara uma poção anticoncepcional no estoque empoeirado de Madema pronfrey quando entrara escondida na enfermaria naquela manhã porque agora suas preocupações eram outras e ela iria fazer de tudo para ver Voldemort morto, em Draco ela pensaria depois ou não pensaria mais. Não era como se aquilo importasse agora. Ela pelo menos tentava se convencer disso a todo minuto.


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Notas finais do capítulo

Eu sei gente. Bombástica a revelação, mas eu como leitora e escritora de Dramione detesto um Draco meloso e idiota que leio em algumas fics, e aqui nesta fic ele é bem Malfoy mesmo sabe.. mas com o tempo tudo se resolvera, vocês verão...
Comentem, favoritem.. Até domingo que vem!!