Citrus: もう 一人 じゃ ない よ! Não é outra pessoa! escrita por Lucy Vchan
Notas iniciais do capítulo
Aspas correspondem a pensamentos ou lembranças.
VOCABULÁRIO: kaichou = presidente / seitokaichou = presidente do conselho estudantil / onee = irmã mais velha / imouto = irmã mais nova
Cinco dias se passaram desde que Yuzu voltou para a escola, depois de estar doente. Era horário de almoço. Harumi e Yuzu estavam sentadas no refeitório comendo e olhando umas revistas de moda, quando Himeko se aproximou das duas.
– Aihara-san, posso falar com você um momento?
Harumi a olhou com uma expressão de poucos amigos:
– Veio aqui pra arrumar briga, como naquele dia, Momokino-san?
– Não, Taniguchi-san. Eu realmente preciso perguntar algo pra Aihara Yuzu. – Olhou para a loura. – Então?
Yuzu se levantou olhando para Harumi:
– Eu já volto.
Harumi fez cara de desinteresse e continuou comendo sua comida. Yuzu seguiu Himeko alguns metros para o lado da mesa e elas pararam perto da parede.
– Diga, Momokino-san. O que quer me perguntar?
– Estou preocupada com a kaichou.
Yuzu estranhou a afirmação de Himeko.
– Por que você me chamou pra dizer isso?
– Você é parente dela, oras…
– Eu sei mas…
– Estamos no meio dos preparativos para a reunião do conselho estudantil que vai acontecer na próxima semana. E ela anda muito pra baixo… está distante… fisicamente presente, mas sua cabeça não está lá. E geralmente ela, nessas ocasiões, toma conta de tudo. Só que dessa vez, não. Ela está muito estranha e eu queria saber se você tem parte nisso, Aihara-san. Porque ao que tudo indica, você deve estar armando alguma coisa pra cima dela!
– Eu? Mas como eu poderia ter alguma parte nisso, Momokino-san? Se eu e a Mei mal temos nos falado ultimamente? Você está louca?
Harumi estava sentada na mesa, mas a voz das duas era de certa forma audível para ela:
“Então eu estava certa… a kaichou anda numa bad mesmo… desde aquele dia que discutimos que eu venho reparando isso…”
– Não sei, Aihara-san… você costuma ser do tipo aprontão! Tem certeza que não sabe de nada?
– Não sei de nada, Momokino-san…
– Himeko! – Uma voz a chamou. As duas olharam na direção do som.
– Kaichou! – Himeko voltou seu olhar para a loura rapidamente. – Não sei porque eu ainda perco meu tempo com você, Aihara Yuzu… – Saiu andando.
Yuzu ficou plantada onde estava, olhando para sua meia-irmã, que a olhava de volta.
– Meimei! – Envolveu os braços em torno da cintura da seitokaichou. A menina mais alta retribuiu o abraço, mas com o olhar fixo em Yuzu, por cima da cabeça de Himeko. E assim, elas ficaram a vários metros de distância, se olhando.
“A Mei… ela gosta de outra pessoa… eu preciso parar de pensar nela. Isso está me fazendo mal. Talvez essa pessoa seja a Momokino-san… olha como elas estão abraçadas…”
“A Yuzu não volta mais pra casa e está me evitando até hoje… já faz mais de uma semana desde que fomos ao templo Yazaka…”
– O que está olhando, Aihara-san? Nossa conversa já terminou, agora estou num momento privado com a kaichou. Vamos, Meimei. – Arrastou Mei pelo braço, levando-a embora.
– Argh! Insuportável! – Yuzu bufou, voltando para a mesa e sentando-se.
“Então a Yuzucchi e a kaichou não estão se falando? Mas que coisa chata…”
– O que foi? Problemas com sua imouto? – Harumi levantou uma sobrancelha enquanto tomava seu suco de caixinha, depois de ter assistido a tudo de um ângulo privilegiado.
– N-não, Harumin! Eu falo da Momokino-san. Ela só quer arrumar confusão…
– É… ela é fogo, mesmo! – Resolveu ignorar que a amiga não elaborou mais comentários sobre o assunto e levantou-se. – Então, vamos voltar pra sala?
– É… tá quase na hora da aula começar mesmo…
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Por obra de Himeko, Harumi e Yuzu acabaram por ficar até mais tarde limpando a sala e teriam que fazer o mesmo no dia seguinte. Pensaram que esse seria dos males, o menor. Afinal, uma anotação por falta é bem pior do que limpar a sala de aula por dois dias.
– Nossa… até que hoje foi melhor que da última vez! O tempo está mais frio. – Comentou Harumi.
– Hoje foi mais tranquilo… – Falou Yuzu, em um tom desanimado.
– O que foi Yuzucchi?
– Nada… vamos? Quero ir embora…
Harumi reparou que a amiga estava chateada, desde a conversa com Himeko.
“Além desse tal amor impossível, a Yuzucchi também está tendo problemas familiares…”
As duas caminhavam pela escola quase vazia quando, perto do portão de saída, a morena reparou que estava andando sozinha. Ela olhou para trás para ver Yuzu chorando.
– Oh… Yuzucchi… – Harumi voltou alguns passos e segurou as mãos de Yuzu.
Da janela da sala do conselho estudantil, Mei observava a cena com atenção.
Yuzu encostou a testa no ombro de Harumi, enquanto soluçava.
– Eu acho que… quem eu gosto, ama outra pessoa, Harumin…
– Shhh… Yuzucchi… calma… – Harumi abraçou a amiga e usou uma das mãos para acariciar os fios dourados que repousavam contra a lateral de seu rosto. – Vai ficar tudo bem, tá? Eu tô aqui pra te ajudar. – Falou em seu ouvido.
“O que está acontecendo ali?” – A irmã mais nova testemunhou a situação com certo desconforto.
Harumi continuava a alisar os cabelos louros, ao mesmo tempo em que envolvia Yuzu em um abraço protetor, falando-lhe ao ouvido.
– O que a Taniguchi-san pensa que está fazendo? Ainda mais aqui dentro da escola!
– Essas duas… vão acabar juntas, não acha Meimei?
A voz assustou a presidente do conselho, que virou para trás.
– Err… você estava aí? Elas… são só amigas, Himeko-chan. – Olhou de volta pela janela.
– Não sei não, hein? Olha só o carinho! Elas sabem que não tem ninguém na escola a essa hora. Só falta o beijo! Aposto que vai rolar, vamos ver…
– Mas isso não pode! Aqui dentro da escola eu não vou permitir esse tipo de coisa! – Mei já ia saindo, quando Himeko segurou sua mão.
– Espere, Meimei. Quem sabe elas não se acertam? A Taniguchi-san pode ser um saco, mas ela é atraente… a Aihara Yuzu sabe escolher as amigas muito bem! – Deu um sorriso malicioso.
Mei engoliu aquele comentário como se farpas descessem por sua garganta.
– De toda forma, eu tenho que zelar pelo bom comportamento aqui dentro. Os alunos não podem se comportar do jeito que bem entendem. Eu sempre falo isso! – Disse com um tom de amargura na voz.
Himeko soltou a mão de Mei e olhou novamente pela janela.
– Ah! Olha! Elas já foram… será que teve beijo? – Colocou uma mão no queixo. – Elas não estão morando juntas? Ahhh! Aihara Yuzu não perde tempo, hein? Aquela peste é danada! – Riu maldosamente.
Mei sentiu uma segunda leva de farpas descer a garganta.
– Não me interessa o que elas fazem da vida delas, o que eu não quero é esse tipo de comportamento inadequado dentro da escola!
– Dê uma chance ao amor, Meimei! Sua irmã pode ser feliz com a Taniguchi-san, elas parecem se dar muito bem. Você tem tanta dificuldade com esse sentimento… eu posso te ensinar uma coisa ou outra sobre isso qualquer dia desses. – Piscou o olho.
A presidente do conselho ignorou o comentário da vice. Estava muito incomodada com toda aquela situação para formular qualquer tipo de resposta adequada.
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Mais um dia inteiro havia passado, porém Mei ainda sentia-se cansada. A noite anterior fora de insônia, já que na hora de dormir sua cabeça ficou processando questões relacionadas a uma certa loura de olhos verdes e sua amiga. Tudo graças às ponderações inoportunas de Himeko. O término da semana foi para ela, um alívio. Agora estava na sala do conselho sozinha, na mesa da seitokaichou, com a cabeça deitada e a bochecha esquerda sobre a madeira.
“Eu preciso falar com a Yuzu… especialmente depois do que aconteceu ontem…”
A situação mal resolvida com a irmã estava começando a tomar o devido peso na consciência de Mei.
“Por que eu não consigo tirar ela da minha cabeça? E daí o que eu vi ontem? Ah! Dane-se! O que, que eu tenho com isso? Se ela quer ficar com a Taniguchi-san, que fique! Mas… por que isso me incomoda?” – Suspirou esgotada, fechando os olhos sem notar e deixando-se levar diretamente aos braços de Morfeu.
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A escola estava iluminada pelo sol da tarde. A beleza da luz amarelada, que tomava o pátio, chamou a atenção da presidente do conselho estudantil. Passava pela varanda interna a caminho das salas de aula, quando parou. Ficou por alguns minutos observando a bela luz cruzando algumas folhas de árvore que balançavam com a brisa. As aulas já haviam terminado e a escola estava vazia, entretanto, ela notou a movimentação de duas figuras esgueirando-se pelo pátio.
“O que alunas ainda fazem por aqui, a essa hora?”
O vento passou com força, levantando ligeiramente a saia e os cabelos compridos da seitokaichou, no momento em que seus pés tocaram o chão do pátio. Resolvera descer e conferir quem eram as alunas que ainda permaneciam no colégio. Ao se aproximar, Mei reconheceu as vozes.
– Nossa, que ventania! – Colocou uma bala na boca.
– Yuzucchi, me dá uma bala, vai.
– Dou, aqui. – Estendeu a mão para Harumi, entregando-lhe a caixa de balas e olhando novamente na direção das folhas sendo levadas pelo vento.
A morena pegou Yuzu distraída pela mão e a puxou para si, agarrando-a pela cintura.
– Não, não. Daqui, não. – Apontou para a caixa. – Daqui, ó… – Segurou-a pela nuca e beijou-lhe os lábios.
Yuzu, pega de surpresa, permaneceu de olhos abertos no início do beijo mas depois deixou-se levar pela mistura de sensações. Harumi aproveitou o choque de Yuzu com sua atitude repentina, dentro da escola, e roubou-lhe a bala da boca.
– Humm… Yuzucchi… essa bala… é ótima! – Piscou o olho e acariciou o rosto da loura.
– Er… assim você me deixa envergonhada Harumin… – Falou Yuzu com o rosto vermelho.
– Vem aqui, quero te mostrar uma coisa. – Sorriu.
Mei ficou atônita com o episódio que presenciou. Quando finalmente resolveu intervir, as duas garotas saíram andando. Harumi conduziu Yuzu pela mão e caminharam até uma parte isolada do pátio, por trás do refeitório. Desviaram de alguns móveis empilhados e ficaram paradas diante de um pequeno jardim.
“Mas… o que está acontecendo entre elas? Por que a Taniguchi-san levou a Yuzu pra lá?” – Mei foi atrás das duas e, devagar, se posicionou entre algumas cadeiras de plástico.
– Olha que flores lindas, Yuzucchi! Acho que algum funcionário cuida delas… fiquei completamente encantada quando as descobri e lembrei de você, porque você tem o mesmo efeito em mim…
– Harumin, que lindo!! – Yuzu abraçou-a. – Eu também me sinto assim quando estou com você! – Beijou-lhe o rosto e deitou a cabeça no ombro da morena.
Com o choque da declaração ouvida, Mei deu para trás. Apoiou-se instintivamente em uma das cadeiras, que se desequilibrou da pilha e foi ao chão. O barulho revelou a presença de uma terceira pessoa na cena.
– Mei?? – Olhos verdes, surpresos, fitavam a mais jovem Aihara.
– Yuzu, nós… mas… você disse que me amava…
– Eu… agora estou com a Harumin. Estamos na casa dela morando juntas e nos tornamos um casal. Estamos muito felizes, ela me trata com muito carinho. Eu não vou voltar. Desculpe, Mei.
A loura correu para longe de sua irmã, de mãos dadas com Harumi. Mei ficou ali, sem acreditar. Sentiu um aperto no peito e do fundo de seus pulmões, gritou:
– Yuzuuu, nãooo!!!!
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– Yuzu…
Olhos azuis fitaram o relógio à frente. Ainda um pouco confusa, ergueu a cabeça e esfregou as pálpebras.
“Eu… tenho que ir…”
Sabia o que precisava fazer. Levantou-se e foi em direção à porta.
“Talvez… ela ainda esteja aqui.”
Mei saiu apressada da sala do conselho estudantil e, mesmo sabendo que não poderia correr, andou com rapidez pelos corredores da escola que levava seu sobrenome.
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Yuzu e Harumi terminavam seu segundo dia de limpeza e estavam prestes a se arrumar para ir embora.
– Ah! Finalmente estamos acabando, ufa! Ninguém merece… além de tudo, hoje é dia dos namorados e a gente aqui, limpando a sala até essa hora…
– Nem me fale em dia dos namorados… argh!
– Teremos mais sorte ano que vem, tenho certeza, Yuzucchi!
– Assim espero… porque esse ano, vou te falar viu? Tá muito complicado…
– Heh… não tá fácil pra ninguém…
– Não mesmo… bom, eu vou até o banheiro. Peguei naquele pano sujo ali e quero lavar as mãos. Eu já volto.
– Tá bom, vai lá!
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Yuzu saiu do banheiro e foi caminhando calmamente de volta para a sala onde Harumi a esperava, quando ouviu uma voz vinda de trás de si.
– Espere, precisamos conversar.
– Eu não tenho nada pra conversar com você, Mei. – Respondeu sem se virar.
– Quando você vai voltar pra casa?
– Quando a mãe e o pai tiverem voltado de viagem, talvez?
– Você não pode ficar com a Taniguchi-san por todo esse tempo.
– Ela me recebeu muito bem, com todo o carinho. Cuidou de mim quando eu estava doente e gosta que fiquemos juntas lá, eu faço companhia pra ela, já que ela tá sozinha em casa e…
Foi a gota d'água. O comentário somou-se ao sonho e a todas as considerações feitas por Himeko no dia anterior. Mei foi subitamente tomada pela hostilidade. Agarrou o braço de Yuzu e foi arrastando-a até o final do corredor para um recuo praticamente fechado, que não era monitorado pelas câmeras. Naquela hora, a escola estava vazia e sabia que ali não era caminho para nenhuma das poucas pessoas que ainda se encontravam lá.
– Que, que você tá fazendo, Mei?? Solta meu braço!!
– Yuzu, o que está acontecendo entre vocês? – Perguntou, ainda segurando com força o braço de sua meia-irmã.
– C-como assim?? Você está perguntando se a Harumin e eu…?
– Sim.
– Não!!! De onde você tirou essa idéia??
– Eu vi vocês duas ontem, na saída.
Yuzu lembrou do dia anterior. As memórias tristes ligadas ao momento em que se abriu para Mei no templo Yazaka voltaram à tona. Sua expressão mudou, refletindo tal tristeza.
– E você achou que sabia de tudo, só porque viu a Harumin me tratando com carinho? Coisa que você não é capaz de entender o que significa! Ela se importa comigo, Mei. Eu cansei de dar murro em ponta de faca! Talvez eu devesse mesmo dar uma chance a ela…
– Não me interessa o que vocês fazem da vida de vocês… só não quero esse tipo de comportamento aqui dentro da escola!
Yuzu sentiu uma pontada no coração com as palavras ouvidas. A melancolia ficou nítida em seu olhar desapontado, lançado na direção dos olhos azuis.
Uma forte ansiedade tomou conta do peito de Mei. Ela fechou os olhos e respirou fundo, tentando manter sua postura coerente. Então, algumas lembranças povoaram-lhe a mente:
“Se você se preocupa assim com ela, kaichou, deveria demonstrar mais!”
“Dê uma chance ao amor, Meimei! Você tem tanta dificuldade com esse sentimento…”
– Yuzu… – Suspirou. – eu não quis…
– Eu não esperava nada além disso mesmo de você, Mei. – Olhos verdes marejados de lágrimas a encaravam. – Aquele beijo no templo não significou muito, não é mesmo? As coisas que eu te disse, os meus sentimentos… eu me abri pra você… nada parece ter tido muita importância.
– Não é iss… – A loura interrompeu-a.
– Eu te pedi para que me beijasse, caso se sentisse como eu, e você não me beijou. Mas retribuiu o meu beijo. Eu acho que já está muito clara a sua posição. O que você quer comigo é apenas físico, era o que você tinha com o sensei. Isso não é amor. O que você sente, pelo menos por mim, não é amor. E o que eu quero, não é isso. Eu não sei lidar com você por perto, portanto, não me pergunte quando eu vou voltar pra casa. Eu fui honesta com você e no fim, de nada adiantou… eu não sou a sua pessoa, não dá pra gente, não dá pra continuar assim…
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Harumi terminou o que faltava da limpeza da sala e arrumou as suas coisas para ir embora. Estava apenas aguardando a volta de Yuzu para irem para casa.
– Ahhh a Yuzucchi é tão bagunceira… olha as coisas dela todas espalhadas aqui! Vou arrumar pra ganharmos tempo.
Após organizar todas as coisas da amiga e guardá-las na bolsa. Harumi sentou-se para esperá-la voltar.
“Ela tá demorando… será que morreu no banheiro? Vou sair pra procurar ela. Eu quero ir pra casa logo. Ainda bem que hoje é sexta!”
Saiu da sala e foi andando pelo corredor até escutar vozes. Aproximou-se mais para ouvir uma discussão.
“Nossa!! Quem serão essas pessoas?? Cadê a Yuzucchi nessas horas? Tá perdendo!”
Chegou mais perto, esgueirando-se pelo canto de fininho e, sem que nenhuma das duas figuras notasse, escondeu-se para espreitá-las por uma pequena fresta.
“Mas são a…”
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– Yuzu… ontem fez dez dias que estivemos no templo e você me falou aquelas coisas todas. Depois disso, você ficou me evitando. Eu não tive chance de me aproximar de você. Você se afastou o tempo todo…
– Eu não consegui te encarar mais, depois que notei que você…
– Que eu, o quê? – Fez uma expressão confusa.
Yuzu calou-se.
– Fala… que eu, o quê?
– Que você ama outra pessoa, Mei!! – Disse alto, exasperada.
– O quê???
– É… eu já entendi… – Murmurou cabisbaixa, com lágrimas nos olhos.
– Não é outra pessoa!! Será que não vê?? É o tempo todo você! Que me faz ficar assim, sentir assim! – Gritou.
Mei olhou pela pequena janela, dando as costas para sua meia-irmã. Respirou fundo e continuou em um tom baixo:
– Eu nunca… me senti desse jeito… então, não pense que só porque você me falou aquelas coisas e eu não falei nada em troca, que eu não penso nelas… ou que eu não penso… – Fez uma pausa e virou-se para ver os olhos verdes à frente. – em você. – Sua voz mansa. – Eu… só penso em você, Yuzu.”
Petrificada, a loura arregalou os olhos, completamente chocada com as palavras que ouvira.
“Então… a Mei… me ama???”
Yuzu se recompôs antes de dar alguns passos à frente. Podia ouvir sua própria pulsação, tamanha era a força com que tal som reverberava em seus ouvidos. Colocou a mão direita sobre o coração da menina de cabelos negros e sentiu que ele batia muito rápido, ao mesmo tempo que observava os olhos azuis, em silêncio.
“Ela… está com o coração muito acelerado, não sou só eu…”
– Sinta como o meu coração está batendo tão depressa quanto o seu. – Pegou a mão de Mei e a levou até seu próprio peito.
Yuzu inclinou-se para frente, encurtando a distância entre seus rostos, quase tocando os lábios da morena com os seus.
– Estamos na escola… não devemos… – Murmurou Mei, tentando resistir. Respirava pesado, suas bochechas coradas.
– Não estamos fazendo nada… – Yuzu respondeu vermelha, ligeiramente nervosa.
As duas ficaram ali paradas, hipnotizadas, apenas sentindo a força dos batimentos de seus corações, ainda fitando uma os olhos da outra. Naquele instante, uma única lembrança de onze dias antes cruzou a mente de ambas, ao mesmo tempo, como uma bala de canhão.
“Eu te amo, Mei… então… se você se sente da mesma maneira, me beije…”
– Eu… estou em dívida com você…
Yuzu sentiu seu coração quase pular do peito, com o toque dos lábios de Mei. Começou suave e foi ganhando porções de tempero com o passar dos segundos. Devagar, Yuzu abriu os lábios, convidativamente, e Mei não perdeu a oportunidade de aprofundar o beijo. Segurou o rosto da loura com as duas mãos na ânsia por mais contato, sendo bem sucedida. Yuzu abraçou-a pela cintura, puxando seu corpo para perto e assim ficaram, mergulhadas naquele momento singular. Uma experiência que preencheu o coração de ambas com uma sensação sublime.
Depois de longos minutos, Mei terminou o beijo na tentativa de recuperar o fôlego. Se olharam atônitas ao compreenderem o verdadeiro significado do que havia se passado. Elas se observaram ligeiramente assustadas, enquanto pensamentos semelhantes tomaram suas mentes.
“Eu… a amo…” – Yuzu pensou.
“Isso é… amor…” – Mei pensou.
A loura sorriu para a meia-irmã e segurou sua mão. Com a outra, Yuzu acariciou a bochecha de Mei e lhe deu um beijo no rosto. A presidente do conselho sorriu de volta, quando de repente, lembrou-se de algo.
– Ah! É… isso é pra você… – Mei, enrubescida, puxou do bolso do blazer um pequeno objeto e abriu a mão de Yuzu, colocando-o sobre sua palma. – é uma jóia da nossa família, pertenceu à minha avó.
– Nossa, Mei… – Yuzu olhou para a sua mão e viu um belíssimo anel prateado. – ele é lindo!!!
– É… pelo dia dos namorados… – Falou, ainda mais vermelha.
– Ahh!! – Yuzu pulou nos braços de Mei, agarrando-a com força.
A seitokaichou apenas esboçou um sorriso com a animação de Yuzu pelo presente e a abraçou de volta.
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“O QUÊÊÊ??? NÃÃOOO!!! Então… o amor impossível da Yuzucchi era A KAICHOU??? GEEEENNNNTEEE!!! Por ISSO que ela não quis contar nada!!!” – Harumi começou a quase pular e sacudir os braços andando de um lado para o outro, em choque.
“Eu não posso fazer barulho! Eu não posso fazer barulho! Eu tenho que sair daqui! Elas não podem me ver!!” – Afastou-se do lugar por onde observou tudo.
“Meu Deus,Yuzucchi!!! Mas que merda é essa em que você foi se meter, amiga???” – Coçou a cabeça e caminhou devagar, voltando para a sala onde estavam seus pertences.
“Se a onee-san descobre que a seitokaichou atual está envolvida logo com a Yuzucchi, é o fim delas, ainda mais sendo irmãs… ai céus!”
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Essa é a minha primeira fic publicada. Fiz na correria, em menos de uma semana e sem pre-reader. Acabou mais longa que o planejado, mas espero que tenham gostado. E, por favor, comentem! :)