Chegamos ao clube e depois de algumas horas já estava tudo como sempre. Bem, Henry estava se pegando com Anne em algum canto do clube, Mel e Soph estavam dançando perto do bar onde estavam alguns caras, eu costumo sobrar sempre. Por opção, é claro. O que elas mais fazem é insistir para que fique com alguém mas simplesmente não cola. O amigo de Henry, Lucca se não me engano.. ah! que seje, não sou boa com nomes mesmo. Também pouco me importo com esse tal de Lucca, ele é bem bonito e eu poderia tentar alguma coisa mas me pego pensando no Brian, mais uma vez.

- Está gostando de seu drink? - Era o terceiro que Lucca me pagava e também a terceira vez que ele perguntava isto. Mudar a fita é bom as vezes.

- Estou adorando, obrigada. - Falei sem olhar para ele, procurando alguém no meio da multidão, alguém anônimo mas que meu subconsciente sabia muito bem quem era. - Sabe, não precisa ficar aqui comigo e me pagando drinks, Lucca. Você é um cara legal e tem a noite toda pela frente, vá se divertir.

Não costumo ser tão legal assim, mas era meu terceiro drink e pretendia tomar mais uns quinze pelo menos, não quero que ele pense que sou uma bêbada.

- Eu gosto de sua companhia. - Ele sorriu, nojento.

- Hum, ok. - Revirei o olhar sem que ele visse. - Vou ao banheiro.

Eu não ia ao banheiro, eu ia pedir um táxi e dar o fora dali antes que ele colasse mais ainda no meu pé. Mas por azar o meu ele não é tão bobinho quanto eu pensava que fosse, ele tinha mais do que dinheiro para drinks. Odeio caras inteligentes, o Brian é uma porta. A porta mais linda do mundo, por sinal.

- Lizzie, o banheiro é para o outro lado. - Ele me chamou quando eu já estava de costas e pronta para completar meu plano não maléfico, mas eficiente.

- Ah, eu sabia. - Dei um sorriso falso e fui para a outra direção, onde ficavam os banheiros. - Talvez seja melhor eu dar uma passada lá antes de ir. - Falei para mim mesma.

- Você gosta mesmo de banheiros, não? - Fui surpreendida por uma voz quando estava prestes a entrar.

- E eu digo o mesmo pra você, está sozinho? - Perguntei, me encostando na parede que ficava entre as portas do masculino e feminino, ele se encostou ao meu lado e repetiu aquele gesto comum de coçar suas partes na maior cara dura.

- Não, os outros estão no bar.

- E você está fazendo o que sozinho aqui?

- Lizzie, Lizzie.. - Ele riu. - Vocês chamam suas amigas para ir ao banheiro, nós não. E me surpreendo que esteja sozinha por esse mesmo motivo.

- Na verdade eu já vou embora, só estou despistando um babaca que conheci.

- Traindo seu namorado? - Ele me perguntou surpreso, cruzando os braços. - Então não vai se importar de trair comigo, lindinha. - Ele mexeu em seu piercing com a lingua, confesso que antes eu costumava ficar arrepiada mas isto se tornou tão normal quanto se coçar.

- Como você é engraçado, Kaulitz. - Irônia era uma de minhas melhores amigas. - Volte para o bar, volte para sua banda que não tenho mais nada para fazer aqui.

- Você vem comigo. - Ele segurou em meu braço como já soubesse que eu poderia estar ali, como um sequestro planejado.

- E por que eu deveria, Tom?

- E por que você não deveria, Lizzie? - Ele me respondeu com outra pergunta, uma pergunta que me pegou de jeito por sinal. Antes que eu pudesse responder, ele já havia me puxado até o bar com ele. - Olhem só quem eu encontrei aqui, Bill.

E realmente eu não teria motivos para ir embora se eles estivessem ali, pelo menos não fico ao lado de um babaca e nem de vela no meio das ficadas de minhas amigas.

- Lizzie! - Fui surpreendida com um abraço apertado de Bill.

- Me larga, se tiver algum fotográfo aqui eu te caço até o inferno. - Ele me soltou, rindo como se fosse exatamente o que ele queria.

- Cadê os outros? - Perguntei, só por via das dúvidas.

- Gustav está com Lucca, um amigo dele.. e Georg se agarrando com uma menina qualquer.

- Lucca? - Engoli seco. Realmente eu tenho uma sorte muito grande, eu ia no banheiro e não me encontrar com alguns aliens. Se Gustav chegar com o Lucca aqui, juro que direi que sou minha irmã gêmea.

- Ih, é com ele que você traiu seu namorado, é? - Tom ria e Bill estava sem entender.

- Não, idiota. - Revirei meu olhar. - Não fiquei com ninguém e nem vou ficar.

- Bom, eu vou. - Tom puxou as calças largas e saiu em busca de suas aventuras, me deixando sozinha com o porco-espinho.

Bill me pagou um drink e ficamos em silêncio por quase uma hora, acredite se quiser, eu não tinha o que dizer e ele parecia estar sem graça. Percebi que as vezes ele tentava falar algo mas se confundia com suas próprias palavras ou pensamentos e por fim, não falava. E eu odiava esse silêncio, pela primeira vez eu odiava em ficar em silêncio com o Kaulitz, pela primeira vez eu gostaria que Tom voltasse, ou até mesmo os outros. Pelo menos eles se preocupavam tanto em me irritar, fazer piadinhas idiotas que faziam eu ter uma certa dependência e fugir da realidade, da minha realidade.

- Bill, posso te pedir uma coisa? - Falei de cabeça baixa, para não ter que encarar a realidade denovo.

- Pode. - Senti que ele ficou surpreso com minha reação, e preocupado também.

- Me tira daqui, vamos pra cobertura.. vamos pra qualquer lugar, me tira. - Implorei.

- O que aconteceu? - Ele se aproximou de mim, o que me confortou de uma maneira estranha. Talvez porque ele não me deixava enxergar.

- Me tira daqui, e mais um drink.