Um Belo Errado escrita por Mila Karenina


Capítulo 22
Independência Precoce


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo tão aguardado! Espero que gostem e não me xinguem por favor, peguem leve.



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"I'm breaking down, gonna start from scratch
Shake it off like an Etch A Sketch
My lips are saying goodbye
My eyes are finally dry
I'm not the way that I used to be
I took the record off repeat
You killed me but I survived
And now I'm coming alive
I'll never be that girl again
No oh oh
I'll never be that girl again
No oh oh
My innocence is wearing thin
But my heart is growing strong
So call me, call me, call me
Miss Movin' On
Oh oh oh oh oh oh
Miss Movin' On
Oh oh oh
I broke the glass that surrounded me
I ain't the way you remember me
I was such a good girl
So fragile, but no more." Fifth Harmony - Miss Movin'on.

Ainda estava chocada demais com as coisas que minha havia dito e não havia me mexido, só parei pra perceber que eu deveria sair de casa quando vi minha mãe me olhando com raiva, eu sei que aquilo tudo havia sido minha culpa, mas acho que ela deveria me apoiar, não me jogar pedras daquele jeito.

— Filha? — Meu pai me chamou e eu o olhei ainda muito triste pelo acontecido.

— O que foi? Veio me expulsar também? — Perguntei já na defensiva e ele parecia sem expressão.

— Não querida... — Ele falou se sentando do meu lado na escada.

— Você também vai me expulsar por eu não fazer um aborto!? — Perguntei novamente na defensiva e ele pareceu se divertir com a situação.

— Eu acho que te expulsaria se você fizesse! — Ele me respondeu baixo para que mamãe não escutasse e eu sorri pela primeira vez depois de horas.

— Então quer que eu fique? — Perguntei confusa e ele balançou a cabeça em negação.

— Sua mãe precisa esfriar a cabeça, acho melhor passar um tempo fora... — Ele falou e eu pude entender, meu pai é sem dúvidas o melhor do mundo.

Levantei-me e subi as escadas correndo até chegar ao meu quarto, ou ao meu ex quarto, procurei minha bolsa de viagem e peguei as minhas roupas preferidas, meti tudo lá dentro e fechei, em seguida saí do quarto deixando cair apenas uma última lágrima, daqui pra frente eu não vou chorar mais.

Desci as escadas do que costumava ser a minha casa fazia alguns meses, e eu estava decidida de que nunca mais voltaria ali, a partir do momento que eu saísse daquela casa, eu seria outra garota, com outros sonhos e claro, outras responsabilidades.

— Adeus! — Falei enquanto abria a porta com a minha bolsa na mão.

Meu pai veio até mim e me abraçou forte, a minha mãe nem se deu ao trabalho de me olhar, a minha tia já cheia de lágrimas nos olho, me beijou com seu melado batom roxo e eu sorri pelo seu gesto de carinho, olhei para a minha mãe por uma última vez e saí pela porta rumo a minha independência precoce.

Saí sem direção caminhando rapidamente para o meio da rua, ouvi um grande barulho e gritos de minha mãe dizendo algo como "Volte" mas a última coisa que me lembro é de ter levado uma pancada muito forte e em seguida eu desmaiei.

Não sei por quanto tempo fiquei desacordada, mas quando acordei estava rodeada de pessoas, ali estavam umas dez pessoas, entre elas, minha mãe, minha tia, meu pai, Peter, e inclusive Maria e Jeremy, mas a minha maior surpresa foi ver Lauren ali, eu não sabia se aquilo era o meu funeral, mas deveria ser, pela quantidade de pessoas ali.

— Oi? — Falei ainda tonta e todos esboçaram diferentes reações, minha mãe suspirou aliviada, Peter pareceu ficar muito feliz e Lauren revirou os olhos, eu acho que ela queria mesmo que isso fosse o meu funeral, mas parece não ter dado muito certo.

— Obrigada senhor! — Minha mãe agradeceu e eu revirei os olhos, eu ainda sentia remorso dela por ter me expulsado de casa.

— Ei você! — Eu falei com Peter que virou e me olhou, hoje ele vestia uma blusa branca e um casaco de couro preto, ele estava gatissímo não pude deixar de notar.

— Oi meu amor... — Ele falou carinhoso e eu estranhei a melação.

— Vem cá. — O chamei e ele se abaixou até mim.

— Dá um jeito de tirar todo mundo daqui... — Pedi e ele assentiu.

— A Jade precisa falar comigo, em particular. — Ele falou dando ênfase no particular e todos saíram, Maria antes me deu um sorrizinho que me desmontou inteira.

— Me explica exatamente o que aconteceu! Porque todos estão com cara de enterro? — Perguntei exigindo explicações.

Peter começou a caminhar de um lado para o outro mexendo em seus cabelos castanhos, aquilo era sinal de que havia sido algo grave.

— Você sofreu um acidente... — Ele começou e eu não fiquei chocada, pelo meu estado eu deveria mesmo ter sofrido algum acidente.

Eu vestia uma daquelas camisolas azuis de hospital, minha perna estava enfaixada e minha cabeça também, eu mal conseguia me mover na cama.

— E? — Perguntei e ele parecia não saber o que me dizer, droga! Escolhi a pessoa errada para perguntar.

— E... bem, você está bem, sem muitas fraturas e graças a Deus não quebrou nada e nem sofreu nada grave... — Ele começou e eu entendi no momento, eu estava bem, mas e o meu bebê?

— Eu estou bem... mas e o nosso filho!? — Perguntei tentando me levantar, mas foi em vão, eu não conseguia me mover.

— O feto ainda estava muito novo e não resistiu a batida. — Ele respondeu cabisbaixo e eu senti que um balde de água fria havia sido despejado em mim.

Eu perdi o meu filho, o meu bebê, e aquilo era claramente tudo culpa da minha mãe, que agora deve estar feliz já que não vai ser avó!

Entrei em desespero e comecei a espernear e gritar.

— Meu filho! — Eu gritava sem parar e me mexia na cama.

— Se acalme Jade... — Peter pediu, mas eu parecia não ter ouvidos para nada.

A única coisa que eu conseguia pensar era no meu filho que estava morto, o meu filho que nem teve a oportunidade de nascer, o meu filho que foi tão rejeitado por sua avó, e que havia sido tão comemorado por Peter que agora nem sequer parecia triste.

— Eu quero o meu filho! Porque meu Deus!? — Disse enquanto chorava descontroladamente.

Peter se aproximou tentando me acalmar mais uma vez, mas eu também sentia ódio dele, por nem ao menos se dar ao trabalho de fingir que está triste.

— Você não liga? O nosso filho está morto! — Eu exclamei em alto e bom tom e então a porta se abriu e enfermeiros entraram com uma injeção na mão.

— Vocês não vão me dopar! — Gritei quando uma mulher de cabelos louro amarelos se aproximou de mim.

Um homem negro e forte me segurou e a mulher enfiou aquela agulha em mim, doeu, mas não dóia tanto como ter perdido o meu filho, adormeci segundos depois.

Acordei e não havia ninguém além de Peter no quarto, eu estava um pouco mais calma, mas meu coração ainda estava dilacerado, como isso pôde acontecer?

— Está melhor? — Peter perguntou enquanto acariciava meu rosto, eu assenti e tentei forçar um sorriso que não saiu.

— Não te entristece nem um pouco saber que nosso filho morreu? — Perguntei e Peter abaixou a cabeça, agora ele vestia outra roupa, uma camisa social branca e um jeans claro.

— Claro que me entristece, mas o mais importante é que você está bem... e acredite nós vamos ter muitos filhos ainda, um time de futebol, combinado? — Ele falou carinhoso e eu finalmente me acalmei por completo.

Talvez nós ainda poderíamos ter um final feliz, mais com certeza a minha mãe não se incluiria nesse final.

— Quando eu posso sair deste lugar? — Perguntei louca para sair de lá.

— Você já pode sair, vamos pra casa! — Ele falou beijando a minha testa, a minha dor não havia passado, mas Peter era um bom consolo.


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Notas finais do capítulo

Não xingue a autora por favor, ela ama vocês!