Our Imortality escrita por Vingadora


Capítulo 31
Iuel


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi pessoas lindas de todo esse mundo lindoooooo!!
Tô passando aqui para, primeiramente, explicar que esse capítulo foi agendando, portanto, quem o leu antes, percebeu que aqui não havia nada escrito e deve ter se assustado (risos).
Ontem passei o dia mal, pois estou com uma crise alérgica que tá me deixando de cabelo em pé (literalmente, porque nem forças tenho para penteá-los).
Eu juro que ia entrar, editar essa nota e postar perfeitinha pra vocês, mas depois de tomar meu remédio eu capotei na cama.
Peço, então, perdão à Sandrinha e Sophy por não ter respondido seus lindos comentários. Ontem fiquei "fora do ar" meeeesmo!
Hoje, um pouquinho melhor, venho aqui editar esse post e, principalmente, pedir que os fantasmas SAIAM DE SUAS CAVERNAS!
Isso mesmo, estou implorando suas atenções novamente.
Como vou saber o que acham da história se vocês não comentam? A opinião de vocês é extremamente importante para o crescimento dessa história, pessoas!

Bom, no próximo capítulo (nas notas) vou contar algumas novidades que acho que algumas pessoas vão adorar!

Sem mais delongas, aproveitem o capítulo.



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Quando eu abri o Biën Sur, eu tinha certeza absoluta de que deveria proteger minha identidade de Kate Heastings, bem como eu protegia meu nome verdadeiro, Ellizabeth. Aquele espaço, coberto de pó de café, cadeiras e livros, foi o que considerei como meu lar durante bons anos e era meu refúgio quando eu queria férias do meu trabalho.

Houveram noites onde eu trancava a porta nove vezes, conferia o alarme umas doze e verificava as luzes umas 15, com medo de que alguém roubasse meu lugar. O bairro não era ruim, na verdade, era um dos mais seguros do bairro, mas, sinceramente, nada era muito seguro em Nova Iorque.

Construí meu império de cafeína e livros a partir das inúmeras viagens que eu fazia pelo mundo. Meus fieis clientes, que aos poucos, tornaram-se minha família, apreciavam os mais variados sabores das bebidas que eu trazia dos mais diferentes e improváveis locais, enquanto liam livros dos mais variados títulos, tamanhos e formatos.

Eu amava Bien Sür. Lá era realmente o meu lar. Eu amava ser Kate Heastings.

Mas não amava mais do que ser Ellizabeth.

Amava a adrenalina, os inúmeros prazeres que lutar contra alguém me dava, a chance de mostrar meu valor e, acima de tudo, não me preocupar com alguém que pudesse me chamar por outro nome num mesmo instante. Ellizabeth era minha face final e eu a amava por isso.

Talvez por esse motivo fora um choque tão grande descobrir minhas raízes. Descobrir que, biologicamente, eu era filha de dois personagens de contos nórdicos, noiva do deus do trovão, princesa de criatura místicas e amante do deus da trapaça. Quer dizer, pelo menos era isso que a Ignis era.

Aceitar essa realidade era, simplesmente, inaceitável, já que a que eu construíra na terra me proporcionava mais sentimentos positivos do que a que eles quiseram, antes, me enfiar goela abaixo.

Ainda sim, apesar do repúdio que eu sentia em relação à vida de Ignis, haviam alguns pouquíssimos pontos positivos que eu precisava considerar. Iuel era um deles.

Méwli queria me acompanhar e me ajudar a encontra-lo pelo castelo, mas neguei-me a aceitar sua ajuda e pedi que ela tirasse um dia de folga. Não fazia ideia se possuía autoridade neste nível, mas ela ficou tão agradecida por meu ato e contou que seu filho, Bor, iria fazer aniversário no dia seguinte e havia muito para se organizar antes da festa.

Por fim, passei a vagar sozinha pelo corredor e, quando dei por mim, estava seguindo o caminho que meu coração coordenava. Era especial a sensação de ter certeza de que encontraria Iuel entre aqueles densos corredores.

Esbarrei com as gêmeas, Clodha e Rhoda, no corredor, mas elas não expressaram uma palavra ou reação ao me encontrarem. Me deixou um pouco apática, mas segui em frente, pois elas não eram meu objetivo, no fim das contas. Eu estava ali para encontrar Iuel.

Acho que a coisa que menos sentiria falta era da quantidade absurda de dourado daquele lugar. Será que tudo era ouro mesmo ou apenas uma réplica, para fingir tanto poder assim?

Recordei de minha conversa com Semha e sua revelação sobre os asgardianos terem roubado o ouro de seu povo e comecei a me questionar sobre a bondade daquela gente. Se eles eram capazes de roubarem um mundo que hoje é aliado, o que eles seriam capazes de fazer com a Terra, uma raça quase submissa, sem conhecimentos reais sobre o tamanho vasto do universo?

Bom, eu sabia que havia um confidente neste castelo que, apesar do tamanho, sabia mais sobre as histórias dessa gente do que elas imaginavam.

O caminho que eu seguia sem muito esforço para pensar era o que me levaria exatamente à cúpula destinada à Ignis, onde ela montara, ao lado de Loki, um paraíso natural, repleto das mais variadas e belas flores.

Não entendi o motivo para seguir aquele trajeto, mas só pensei em mudar de direção quando já estava na metade da ponte que separava a cúpula do restante do castelo. Antes de qualquer movimento, pude ver Iuel sair e olhar-me com um sorriso alegre.

─ Você veio! ─ a alegria transmitida em sua voz me fez entender que ele já estava esperando por mim. ─ Achei que você viria me ver ontem, mas não estou triste. Ouvi suas histórias na taberna e fico feliz que tenha se divertido um pouco.

Não pude evitar o sorriso crescer em meus lábios pela inocência de Iuel. Como alguém trataria mal aquele menino? Ele possuía uma aura tão pura, animada e iluminada que era impossível pensar qualquer coisa ruim sobre ele. Ele tinha seu cabelo um pouco maior e só agora reparara nisso. Suas vestes eram diferentes das que eu estava acostumada, como se fosse um trabalhador de campo, e aquilo me agradava mais ainda. Um príncipe humilde o suficiente para trocar roupas caras e de tecidos refinados por algo mais simples e confortável.

Segui-o para dentro, enquanto ouvia seus comentários animados sobre algumas plantas novas que cresceram, brotaram novas flores e ele estava aprendendo mais sobre cada uma delas a cada dia que se passava. Somente um tolo teria dúvidas sobre o verdadeiro amor e talento de Iuel. Ele simplesmente amava aquele lugar.

Ignis tinha algumas boas lembranças com o irmão naquele espaço e, recordando de algumas delas, eu sabia que ela havia permitido que ele fosse até lá sempre que desejasse, o que se tornou constante, já que Iuel adorava aprender mais com a irmã sobre a pequena e diversificada flora que havia ali. Agora, o olhando animado daquela maneira, tinha quase 100% de certeza de que ele poderia saber muito mais que a minha antiga vida poderia imaginar.

─ Sabe, depois do que você me disse ontem sobre Ignis não voltar nunca mais, eu vim aqui com a intenção de destruir tudo. ─ ele sentou-se na raiz de uma das árvores projetadas para ser um acento e fitou o teto repleto de flores ─ Mas então me lembrei que você tinha algum tipo de recado da Ignis e entendi que se eu fizesse isso, teria a deixado muito chateada. Então fui ver Thor hoje cedo e pedi para me encontrar com Odin. Na verdade, pedi uma assembleia com ele, o que assustou todo mundo. Ai, expliquei para todos uma ideia brilhante e eles acharam muito bacana!

─ E qual a sua ideia? ─ acomodei-me ao seu lado e esperei que ele continuasse o falatório.

─ Estava pensando em fazer algo para homenageá-la, então decidimos transferir toda essa cúpula para um local mais aberto aqui em Asgard e lá construiremos um santuário em homenagem à minha irmã.

Sorri, comovida com a brilhante ideia do garoto.

─ Acho que ela adoraria. Principalmente, porque a ideia partiu de você.

Ele respirou fundo, e dessa vez me encarou mais sério.

─ Na verdade, Ellizabeth... a ideia veio de Loki.

Ok. Aquilo fez-me repensar inúmeras possibilidades onde Iuel esteve num mesmo local que Loki e me deixou um pouco preocupada.

─ O que isso quer dizer? Não, espera! Quando vocês se encontraram?  ─  o menino suspirou e me olhou meio tímido, parecendo preocupado com minha reação.

─ Assim que descobri o que havia acontecido com minha irmã, eu planejava, de início, um tipo de vingança contra minha mãe. ─ ele revelou, por fim ─ Então procurei por Loki em sua cela e contei sobre o que acontecera à Ignis. Obvio que ele ficou irritado, mas... eu o vi chorar, Ellizabeth. Aquilo me assustou. Quer dizer... ele estava com dor, de verdade. Era quase como se fosse o antigo Loki ali, de novo.

Olhei-o condescendente de que ele havia se afeiçoado às emoções do deus da trapaça.

─ Acontece que ele disse que não queria mais saber de nada no início, mas depois que eu... bem... eu meio que... ah, tudo bem! Eu chorei e aí ele ficou com pena de mim. ─ seu grunhido, por sentir-se inferior por ter chorado foi a válvula de escape ideal para que minha mão pousasse sobre a sua, de modo que eu o incentivasse a continuar sua história ─ Aí ele começou a me contar algumas histórias sobre como a Ignis era orgulhosa de me ter como irmão, sobre como ela amava quando eu ficava aqui na cúpula e... aí ele deu a ideia do santuário. No início pensei que ele tivesse feito aquilo para me ver parar de chorar, mas parecia um bom plano, entende? Além disso, Loki me fez jurar que não contaria a Odin sobre ele ter sido o dono da ideia, com medo de que o pai recusasse o plano.

─ É um bom plano, preciso admitir. Estou surpresa mesmo pelo fato dele ter tido um plano que não fosse totalmente egoísta. ─ ao me ouvir falar isso, Iuel abriu um leve sorriso.

─ Se você parar pra pensar, na verdade, ele estará compartilhando com todo os asgardianos um pedacinho da mulher que ele ama. Talvez seja o ato mais altruísta que ele já teve até hoje. ─ Iuel me fez pensar por uma nova perspectiva e eu não gostava disso. Sentimentos estranhos tomaram conta de meu pensamento e eu ousei, até mesmo, sentir pena de Loki, que estava preso e agora sofria sozinho pelo amor falecido para todo o sempre.

Ele passou a dedicar boa parte do seu momento contando-me mais um pouco sobre o seu plano, a arquitetura que ele planejava apresentar aos responsáveis pela transferência e então, só então, percebi que o que mais encantava em Iuel não eram simplesmente as flores. Eram os formatos que elas possuíam, quando modificadas por suas mãos. Essa ideia me ocorreu, pois em um rápido flash de memória de Ignis, recordei que a ideia de transformar a raiz da árvore em um banco partira dele e de mais ninguém. Além, claro, dos enormes arcos floridos que haviam ali e as outras diversas engenhosidades transformadas por ele.

Iuel não queria cuidar de plantas. Iuel queria construir coisas. E, pra ser sincera, ele era bom nisso.

─ Bem, Ellizabeth, esse seria um bom momento para você me contar o que minha irmã queria dizer pra mim? ─ fui pega de forma inesperada com aquela questão, mas não queria deixa o menino sem resposta.

─ Ignis pediu para lhe dizer que você fosse feliz. ─ comecei e resolvi que iria até o fim, já que sabia que não lhe faria mal desejando coisas boas ─ Ela deixou a cúpula pra você e, por isso eu disse que ela teria adorado. Me falou que não confiaria em mais ninguém para tomar conta deste espaço, senão você. Ah, ela pediu que você fosse corajoso e começasse a se impor mais, porque você é um Surtson e precisa se orgulhar disso.

O sorriso do menino foi o melhor presente que eu poderia receber naquele momento. Seus olhos mareados não deixaram escapar uma lágrima sequer, mas eu sabia que o seu esforço era tremendo. Antes que eu pudesse fazer ou dizer qualquer outra coisa, fui abraçada e eu tinha cabelos loiros por toda a minha visão.

─ Obrigada, Ellizabeth. Muito obrigada. ─ ele murmurou entre nosso abraço e permaneceu assim mais um pouco, pois eu percebi que existia nele uma necessidade extrema de ser abraçado.

Perceber Iuel como apenas um menino, me fez refletir sobre o que Ilidia havia me dito no dia anterior. Ela se sentia obrigada a cuidar dele, já que Semha os ignorou durante todos esses anos. O que significava que aquele menino possuía uma carência tremenda, necessitava de um suporte maior e um carinho extra. Eu pensara, de relance, em leva-lo para a terra comigo, porém seria injusto demais com o garoto. Minha vida tinha muitas pontas soltas por lá e ele se sentiria mais rejeitado ainda, já que eu teria de dar mais atenção aos meus problemas do que àquele jovem garoto. Mas, espera! De onde eu tirei essa ideia mirabolante? Iuel não era meu irmão. Ele era irmão de Ignis. Isso. Irmão dela, não meu.

Depois de muita conversa e desabafos de Iuel sobre a solidão que ele sofria no castelo, prometi à ele que as coisas melhorariam se ele parasse de ficar preso na cúpula e buscasse fazer outras atividades pelo castelo ou até mesmo fora dele. A ideia de sair daquele espaço lhe pareceu surpreendente, e só então ele percebeu que com a construção da cúpula no exterior, ele passaria muito tempo indo e vindo e, deste modo, acabaria conhecendo outras pessoas. Aquela simples ideia o alegrara muito.

Sentiria falta dele, de verdade. Meu coração doía um pouquinho só de pensar em deixa-lo aqui, no meio de toda essa confusão. Precisei trabalhar muito na ideia de que aquela bagunça lhe era mais familiar do que uma vida na Terra seria. Ele não teria amigos, não conheceria ninguém além de mim e eu praticamente teria de educa-lo novamente para viver em sociedade. Eu não tinha muito espaço em meu apartamento e, mesmo que eu o restaurasse, Iuel não teria onde dormir ou construir suas coisas. Seria um inferno na vida daquele menino, então parei e pensei no quanto a ideia de tirá-lo dali era pura e simplesmente egoísta. E eu não poderia ser egoísta com ele.

Ele acabou ficando por lá na cúpula, planejando a extração de algumas daquelas árvores e eu parti, rumo ao meu próximo ponto: eu precisava conversar com Odin. A ideia não era confrontá-lo, jogar coisas na sua cara, nem nada do tipo. Eu queria mesmo era conversar e pedir, humildemente, que ele permitisse que eu voltasse pra casa.

Já havia lembranças demais com Ignis e até mesmo as minhas para entender como o jogo com aquele cara funcionava. Ele precisava se sentir o dono da conversa, o líder, o rei e, então eu daria isso à ele. Estava me cansando de ficar ali e sabia que era perda de tempo. As pessoas com quem eu precisava conversar já havia tratado os assuntos e agora era hora de partir.

Claro que, mais uma vez, o destino precisava mostrar o quão errada eu estava.

Assim que alcancei o corredor que me levaria até o quarto onde eu estava abrigada, deparei-me com quatro guardas em minha porta, possivelmente esperando-me.

─ Lady Ellizabeth. ─ um desses falou e eu o reconheci como um guarda de Niflheim ─ Há uma solicitação de um prisioneiro para a senhorita.

Aproximei-me o suficiente para receber o cartão que ele segurava e ao ler o que ele indicava gargalhei, achando a mais engraçada das piadas.

“O príncipe Loki Odinson deseja a presença da lady Ellizabeth em sua cela”

Eram os principais dizeres, como se um guarda houvesse redigido aquilo e, logo abaixo, a letra que considerei, por impertinência da memória, ser de Loki, dizia:

“Venha me ver e dizer o que Ignis deixou para mim.”

E se eu achava que estava pronta para ir embora, acabei de perceber que havia sim mais um encontro para realizar.

Eu encontraria Loki.

Só não sabia o que dizer àquele que conseguiria perceber minhas mentiras antes mesmo de eu conta-las... Até porque, o que realmente eu diria à ele?


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Notas finais do capítulo

ALGUÉM VIU LILLY CONFUSA AÍ, GENTE?
Se vocês sentiram isso, já podem esperar muita confusão no próximo, porque (spoiler) Loki vai balançar com as estruturas de nossa querida Ellizabeth.

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Até o próximo!



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