Broken Strings escrita por liligi


Capítulo 1
Capítulo 1




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Dedico esta fanfic a duas grandes amigas: Érica Laet (Shadow Laet/Suyuki) e Germana M. Brandão (Manny de Gemeos), porque cada uma contribuiu para que esta história saísse de minha mente.

X Liligi

Capítulo 1 – The choice he has to make

Riza encarou o homem sentado ao seu lado. Deplorável era a palavra que ela usaria para aquela cena. Ele devia estar feliz, ela devia estar feliz, mas nenhum dos dois estava. Ele estava escalando até o topo, mas nenhum os dois conseguia sentir que realmente valia a pena naquele momento.

Ele levou o copo com o liquido âmbar a boca e depois o virou, então o repousou sobre a mesa e encarou o nada novamente. Aquela condição que lhe fora imposta não o estava agradando. Qualquer homem teria aceitado para que chegasse ao posto de General um casamento arranjado, melhor ainda, um casamento arranjado com uma mulher de rica família. Mas não ele.

Roy era o tipo de homem que não se prendia a compromissos sérios, Riza sabia disto, mas aquela era oportunidade era única, e, embora doesse nela, ela sabia que ele devia aceitar. Mas, ele não aceitou. Ainda não. Disse que precisava pensar antes, e ali estavam eles, em um bar, ele bebendo e ela observando.

- Senhor, eu acho que você não devia exagerar – Riza falou quando seu chefe pedira outra dose de uísque, com aquela seria quatro.

- Você vai não beber? – ele perguntou.

- Não, senhor – ela respondeu.

- Ótimo, então não tenho que me preocupar em dirigir bêbado – ele disse enquanto tomava um gole da bebida.

Riza suspirou pesadamente. Ela sabia que ele não conseguia pensar claramente quando estava sobre muita pressão. E claro, um casamento forçado era muita pressão. Ainda mais para ele, que valorizava sua liberdade acima de tudo. E como sempre, usava a bebida como um intermediário nas decisões — E provavelmente, estas decisões geralmente não eram das melhores — ou talvez ele usasse o álcool como um intermediário para o esquecimento temporário dos eventos do dia anterior.

- Tem que se preocupar em aparecer amanhã no seu trabalho – ela lembrou.

- Hum... Verdade... Eu tenho que aparecer no meu trabalho com pelo menos uma idéia se vou ou não casar com aquela moça – E que moça, diga-se de passagem! – para que eu possa ser promovido a General, – ele disse.

- Ai... Acho que já está bêbado além da conta, – ela suspirou.

- Sabe, Hawkeye, eu não entendo o porquê de quererem um casamento arranjado. Os outros generais não foram obrigados a casar, foram?

- Não que eu saiba. – Foi a resposta que ela lhe deu.

- Bem, pelo visto comigo é diferente. Eu tenho que casar obrigatoriamente porque 'tendo uma família, apagará a imagem de assassino que o povo amestrino guarda de você', – ele citou.

- Faz sentido, – ela disse.

- Mas não é isto que eu quero, – ele respondeu frustrado. – Se eu casar queria pelo menos ter o direito de escolher alguém. Não que a Srta. Binoche não seja bonita, mas mulheres como ela não ficam comigo mais do que uma noite.

Riza não disse nada. Ela sabia muito bem que era verdade, aquela liberdade de uma mulher por noite era o que Roy mais prezava, e com um casamento ele perderia aquilo. Mas era o sonho dele que estava em jogo. Era algo doloroso para ambos, mas era detalhe. O sonho tinha que ser concretizado, não era por isto que estavam no exército até hoje?

- Acho que isso é o suficiente, senhor, – ela disse tirando o copo das mãos dele.

- Hei, hei... Eu é que sou o chefe, lembra? Além do mais, seja uma boa amiga e ouça meus desabafos, – ele disse.

- Ai, ai... É sério, Coronel, eu acho que você devia parar por aqui.

- Está bem. Mas só com uma condição, – ele disse a encarando intensamente.

- E o que seria? – ela perguntou, tentando disfarçar a corrente elétrica que atravessou seu corpo por conta daqueles olhos negros.

- Você tem que me dizer o que acha que eu devo fazer. Como vê, eu não estou numa situação muito propicia para tomar decisões, – ele disse.

Ela desviou os olhos e suspirou. Aquela sensação de desconforto que sentira quando ele lhe contou da condição para que ele pudesse se tornar general apenas aumentou quando ele impôs à ela a condição de qual decisão ele deveria tomar, visto que ele não conseguia decidir.

- Eu acho que você deve fazer o que acha certo, coronel. Se o sonho é mais importante, então se case, mas se você acha que não vale apenas se casar por isto, então não o faça, – ela disse, e a cada palavra pronunciada, sentiu como se lhe socassem o estômago.

Foi a vez dele de suspirar.

- Ainda não ajudou muito, – ele disse.

- Desculpe, é tudo que posso lhe oferecer em resposta, – ela murmurou, ainda sem encará-lo.

Ele colocou o copo de uísque sobre o balcão e se pôs de pé.

- Vamos, já está ficando tarde, – ele disse, atirando as chaves do carro para ela.

Riza ajudou seu chefe a descer do carro quando este parou em frente à pequena casa, já que ele mal conseguia se manter em pé.

- Bem, obrigado por tudo, tenente, – ele disse com a voz ligeiramente arrastada.

- Só cumpri meu dever, Senhor, – ela disse.

- Faz parte do seu dever me acompanhar e esperar enquanto eu me embebedo? – ele perguntou sorrindo, ela não respondeu. Ele sabia que não fazia parte das obrigações dela e ela também sabia disto. – Obrigado mesmo assim.

- Devia entrar logo, Senhor. Está ficando frio, – ela disse. Ela detestava estes momentos, embora raros, eles eram muito desconcertantes.

- Então você também deveria entrar. – Seu sorriso era agora malicioso, mas Riza não se deixou afetar, afinal, ele estava bêbado.

- Receio que vou recusar o convite. Agora, boa noite, Coronel. – Ela disse.

- Ok, então. – Ele disse contraindo a face. – Boa noite.

Ele se virou fazendo menção de entrar, mas antes ainda deu uma espiada na loira que ainda se encontrava parada no mesmo lugar, depois lhe deu as costas e fechou a porta, deixando Riza sozinha na rua vazia.

Ela o esperou entrar e ter certeza de que ele não tropeçara a caminho do quarto, mas não ouviu nenhum barulho que denunciasse uma queda. Encarou o prédio em que ele morava. Não era uma casa grande, mas era extremamente charmosa. Ela se perguntou se ele continuaria a morar ali depois que se casasse. Isto se ele realmente se casasse.

Deu a volta e foi em direção ao carro. Não queria mais pensar naquilo, ela já estava excessivamente cansada emocionalmente por conta de toda esta história, não queria que ela lhe atormentasse mais naquela noite, embora ela soubesse que seria inevitável pensar nele enquanto estivesse deitada em sua cama. Sozinha.

Na manhã seguinte Roy acordou cedo. Ele adormecera rápido na noite anterior por causa do álcool, mas seu sono não foi dos melhores. Mesmo dormindo a escolha que ele tinha que fazer o perseguia e aquilo contribuiu para que ele estivesse de pé às cinco e meia da manhã. Tomou um banho e depois preparou um café amargo para ajudar a se livrar da ressaca, e quando não podia mais protelar pôs-se a pensar sobre a proposta.

Jogou-se na sua poltrona favorita antes de começar a deliberar. Sabia que levaria algum tempo e queria pelo menos estar confortável durante este tempo. Colocou a xícara do café sobre a mesinha de centro e começou a pensar em prós e contras. Talvez este pequeno impasse demorasse bastante. A solução não parecia ser boa para nenhuma das escolhas.

Riza chegou ao exército bem antes de seu turno começar, não se surpreendeu ao encontrar completamente vazia a sala que compartilhava com seu chefe e companheiros. Sentou-se em sua mesa e pegou o primeiro papel que encontrou sobre aquela pilha de documentos. Pelo menos conseguiria adiantar o trabalho.

Começou a ler o documento, mas ao chegar ao meio teve que recomeçar, nem se lembrava mais o que havia lido, estava desconcentrada. Repetiu a ação pelo menos mais duas vezes, então resolveu desistir. Seu coração palpitava com cada movimento do relógio, uma contagem regressiva para que o Coronel aparecesse e fosse informar sua decisão ao Conselho, e por conta daquilo, nada conseguia atrair sua atenção.

"Droga... Eu devia estar feliz. Ele está subindo, tenho esperanças de que logo ele chegará ao topo. Tudo dará certo." – Ela pensou.

Ainda ficou algum tempo tentando se concentrar, nem percebeu que já era hora do expediente, somente quando seus companheiros adentraram o recinto, um por um, ela percebeu que o Coronel — futuro general, quem sabe — já devia estar chegando.

- Bom dia, Tenente Hawkeye. – Fuery cumprimentou.

- Bom dia, Sargento Fuery. – Ela disse.

- Então, o Coronel chegou? – Havoc perguntou enquanto pegava uma cadeira e sentava, ela apenas sacudiu a cabeça.

- Acho que ele vai demorar um pouco. – Ela murmurou.

"Ele bebeu demais ontem, deve estar com uma ressacada daquelas. Será que ele pensou no que escolheria?" – Ela pensou enquanto mordia o lábio inferior.

Sua atenção foi atraída de volta à realidade quando a porta da sala abriu e um coronel com olheiras passou por ela, e logo em seguida se jogou em sua cadeira com um cara pensativa. Hawkeye o encarou sabendo que ele ainda não havia decidido. Contudo, uma resposta tinha que ser dada e logo.

Ele encarou fixamente algum ponto na parede, com sua cabeça à mil. Nem sequer tinha notado a presença de seus subordinados ali, parecia um beco sem saída para ele, ele casava com uma mulher que ele não ama e realizava seu sonho, ou recusava se casar e continuava no mesmo posto pelo resto de sua vida. Suspirou pesadamente e checou o relógio. Ele tinha que ver o Conselho em quinze minutos, e, de preferência, com uma resposta.

- Coronel Mustang? – Um soldado entrou na sala e bateu continência.

- Sim?

- Os Membros do Conselho lhe esperam. – O Soldado disse.

Roy se levantou da cadeira, Riza o seguia com um olhar apreensivo. Já estava na hora. Ele seguiu o Soldado até a sala de reuniões em silêncio. Sentiu o coração acelerado ao parar diante da sala, era tudo ou nada agora, seu futuro seria decidido dentro daquela sala.

–-

Riza encarou seu chefe enquanto este encarava algum ponto fixo na mesa de mogno a sua frente. Ele estivera com aquela expressão angustiada desde cedo. Claro, ele tinha motivos para estar, e ao mesmo tempo, tinha todos os motivos para ficar feliz afinal, ele tinha o que queria.

- Chega. – Ele murmurou enquanto pegava o casaco negro. – Você se importa de terminar isso depois, tenente? – Ele perguntou enquanto vestia o dito cujo.

- Aonde?

- Eu não sei. Só quero ficar longe daqui... – Ele disse.

- Tudo bem. – Ela disse pegando seu próprio casaco e as chaves do carro.

- Não, me passe as chaves, por favor. – Ele pediu.

- Uh... Certo. – Ela disse um pouco confusa. Ele raramente dirigia.

- Obrigado. – Ele disse quando as chaves já se encontravam em seu poder. Ele não sabia exatamente aonde ia, mas acabaria descobrindo no meio do caminho.

Entraram no carro, e logo Riza sentiu certo desconforto. Era tão estranho estar no banco do passageiro e ele estar no do motorista, os papéis estavam invertidos. Não demorou para que o carro ganhasse as ruas de Amestris, e o silêncio reinasse dentro do carro.

Roy dirigia à esmo, tentando afastar o peso em sua consciência, percebeu que estava perto de sua casa e logo em seguida o pensamento que lhe ocorreu — ou melhor, a lembrança — foi a existência de um bar ali perto de sua casa, embora ele nunca tinha ido lá, sabia que existia. Ele ainda sofria a ressaca da noite anterior, mas como se diz por aí: Se não quer ter ressaca, mantenha-se bêbado.

Pegou a rua que levava ao tal lugar e ficou feliz em constatar que não estava muito lotado. Estacionou o carro em frente a sua casa, já que o ar não ficava mais que a cem metros de distância. E logo depois desceu, seguido pela loira.

- O que estamos fazendo aqui? – Ela perguntou desconfiada. Em qualquer outro dia, ele teria rido da desconfiança dela, mas não naquele dia.

- Não se preocupe, não é aí. – Ele disse enquanto começava a fazer seu caminho até o pequeno bar.

- Coronel... – Ela murmurou e depois o tentou acompanhá-lo.

Suspirou pesadamente quando notou que ele se dirigia para um bar.

"Ele vai acabar entrando em coma alcoólico de tanto beber." – Ela pensou.

- Coronel, você realmente vai fazer isso? – Ela perguntou enquanto segurava seu braço, o impedindo de continuar.

- E por que eu não deveria? – Ele perguntou.

- Não vai resolver seus problemas. – Ela disse categórica.

- Não tente me impedir, tenente. – Ele disse puxando seu braço, mas sem usar força, ele também não iria machucá-la.

- Você é adulto, faz o que bem quiser. Mas, depois também não poderá reclamar quando estiver com cirrose. – Ela disse se dando por vencida.

- É justo. – Ele disse enquanto se dirigia ao balcão do bar.

Quando o barman apareceu Roy pediu um vinho tinto, não estava nem um pouco a fim de tomar uísque — embora a vodka lhe parecesse convidativa —, e Riza havia lhe dado no que pensar. Definitivamente não queria ter problema algum com seu fígado.

O barman trouxe uma garrafa do melhor vinho francês da casa e duas taças, postando-as em seus devidos lugares, uma em frente a Roy e outra em frente à Riza, depois despejou um pouco da bebida em ambas as taças e saiu sem falar mais nada.

- Não vai me acompanhar? – Ele perguntou quando ela sequer tocou a taça.

- Acho melhor não. Amanhã eu tenho que chegar cedo ao trabalho.. – Ela respondeu.

Ele suspirou pesadamente. A lembrança do que acontecera à tarde voltara a sua mente e aquilo o atormentava profundamente. Ainda não conseguia entender como havia sido tão idiota.

Flashback

Ele entrou, o soldado que o acompanhara bateu continência e depois saiu, fechando a porta em seguida. Roy respirou fundo e avanço até a cadeira vaga e logo sentou.

- Então, Coronel Mustang, já tem uma resposta? – Um senhor que aparentava ter uns sessenta anos perguntou.

Roy suspirou pesadamente. A resposta era exatamente o problema.

- Não exatamente. – Ele disse.

- Como assim "não exatamente"? – O velho disse.

- Senhor, eu almejo sim o cargo de general, mas não acho que casar com uma estranha seja apropriado. – ele disse. – Se eu pelo menos pudesse escolher com quem eu fosse casar...

- Chega! Foram-lhe oferecidas duas opções apenas, Coronel. Casar-se com a Srta. Binoche e ser promovido, ou não casar e continuar a ser um coronel. Não há uma terceira opção. O que você realmente quer?

- Eu quero ser general, mas...

- Então não há outra saída. – O homem o cortou. – Você fez sua escolha, não há volta. Deverá encontrar com a Srta. Binoche o quanto antes e marcar o casamento, e também começar com os preparativos. – Ele disse de modo resoluto.

- Mas, eu não... – Roy tentou retrucar, mas o mesmo senhor apenas ergueu a mão em um sinal para que ele parasse.

- Coronel, você quer ou não quer ser general? Eu pessoalmente acho que faria um bem a todo seu país, e o casamento é um preço pequeno. Mas se não o quer, diga agora e eu o dispenso. Caso contrário, deixe a sala imediatamente.

Roy ficou em silêncio. Era sim uma oportunidade única, mas ele não queria casar com Rachel Binoche, ele tinha outra pessoa em mente com quem gostaria de casar.

- Muito bem, Coronel. – O velho disse enquanto se punha de pé. – Você tem três semanas para se casar, então você será oficialmente promovido.

Roy não disse nada, os homens apenas saíram e o deixaram sozinho ali. Algum tempo depois ele se pôs de pé e marchou até sua sala, se sentindo o maior idiota da face da Terra. Entrou em sua sala e todos os olhares foram direcionados para si. Ele sabia que todos estavam curiosos, então resolveu respondê-los logo.

- Estão todos convidados para o meu casamento. – Ele disse amargamente enquanto se jogava em sua cadeira.

Apesar da surpresa de todos, Riza esperava por aquilo. Era o certo a se fazer.

Fim do Flashback.

Virou o copo de vinho de uma vez só e pegou a garrafa, enchendo sua taça novamente.

- Vai mesmo deixar que eu 'me aventure' sozinho? – Ele perguntou enquanto tomava um pouco do liquido da taça.

- Só esta taça. – Ela disse pegando a taça que fora posta para si. Ela sabia o quão devastado ele estava por ter sido forçado a aceitar uma coisa como conseqüência de outra, ser solidária com ele não faria nenhum mal.

Ele sorriu quando viu ela bebericar lentamente o vinho. Aquela mulher era tão fascinante para ele quanto o mar seria para uma criança que nunca havia ido para a praia antes. Ela era a única mulher que, estando com ele em um bar, não bebia mais do que devia para usar como desculpa por dar em cima dele. E era exatamente aquela mulher ao seu lado que ele escolheria para ser a mulher com quem ficaria o resto de sua vida.

Tomou em um gole só o que restava dentro da taça e logo pôs mais para si. Após tantos anos ouvindo as declarações de várias mulheres, em tantas noites, após tantas respostas positivas falsas, ele finalmente percebera a somente uma mulher ele poderia dizer aquelas três palavras, e, ironicamente, ela era a mulher que ele nunca teria.

Colocou mais vinho na taça. Ah, se ele pudesse esquecer! Se pudesse voltar, mas não podia... E só tornava tudo mais difícil.

- Coronel, se continuar assim você acabará com uma ressaca terrível amanhã. – Ela disse preocupada.

- Hum... É verdade... Vinho dá ressaca. – Ele disse quando terminou mais uma taça. – Eu devia pedir a vodka.

Ele acenou para o barman que logo se aproximou, Roy pediu uma garrafa de vodka, Riza ainda tentou persuadi-lo, mas ele lhe garantiu que ficaria bem e deu um fim a conversa.

–-

Riza sabia que acabaria naquilo. Exatamente como na noite anterior. Mas, diferentemente da noite anterior, ela acabou acompanhando o superior enquanto bebia, embora ela tivesse bebido apenas duas taças de vinho até agora, quase duas horas depois de eles terem chegado ali.

- Coronel, acho que já chega. – Ela disse tomando o copo dele.

- Ei, ei! Quem está no comando aqui sou eu! – Ele disse tentando pegar o copo de volta, mas ela não permitiu.

- Não, já está ficando tarde. Você tem que ir para casa e eu também. – Ela disse.

- Você pode ir se quiser, minha casa é bem ao lado. – Ele resmungou.

- Sua casa é um pouco mais distante do que 'bem ao lado'. – Ela disse séria. – Além do mais, você mal deve se aguentar em pé.

- Bem, é aí que você se engana. – Ele disse pondo-se de pé e se aproximando dela. – Você não sabe de tudo, Hawkeye.

- Eu nunca disse que sabia.

Ele riu zombeteiro.

- Bom, você age como se soubesse. – Ele disse. – Mas você não sabe. Não sabe quanto é horrível ter sua liberdade tirada de você.

Ela olhou para o chão.

- Você não sabe como é se sentir um verdadeiro cão do exército! Você abana o rabo e aceita os restos da comida! Você tem que roer os ossos que lhe são deixados, você é obrigado a fazer isso ou passará fome. Você pode até ganhar uma coleira nova, mas ainda terá que roer os ossos, enquanto o que você realmente quer é a carne. – Ele disse.

- Coronel...

- Não. – Ele a cortou. – Mas eu sou um cão idiota, não é mesmo? Eu podia ter negado a coleira, e roubado o bife, certo? Mesmo assim eu não o fiz. Eu até mesmo podia ter aceitado a coleira, mas mesmo assim ter roubado o bife, mas eu me conformei com os ossos.

Ela mordeu o lábio inferior. Ela podia ver o sofrimento e a angustia em seus olhos negros e aquilo também a fazia mal, ela também sentia o mesmo que ele. Sentia que algo lhe fora roubado. Mesmo que este algo nunca houvesse lhe pertencido.

- Vamos, Coronel, já está passando da hora. – Ela disse pondo-se de pé e passando um dos braços dele ao redor de seu pescoço.

- Você não entende... – Ele disse melancolicamente.

"Acredite, eu entendo." – Ela pensou.

- Aqui. – Ela disse enquanto tirava dinheiro para pagar o barman. – Vamos embora, ok? Depois conversamos sobre isso...

Ele assentiu resignado e deixou que a loira o apoiasse. Caminharam em silêncio pela pequena distância que separava o bar da casa dele. Não se incomodaram em expressar seus pensamentos, não queria piorar as coisas.

- Onde está a chave? – Ela perguntou quando pararam em frente a casa dele.

- Aqui. – Ele disse enquanto enfiava a mão dentro do bolso da pesada calça, depois entregou a ela.

- Consegue ficar em pé por alguns instantes? – Ela perguntou, Roy revirou os olhos.

- Eu já disse que não estou bêbado.

- Você não disse isso. – Ela lembrou.

- Não importa. Eu consigo me aguentar em pé. – Ele disse se afastando dela.

- Tudo bem. – Ela disse após se certificar que ele não tombaria.

Ela segou a pequena chave e a encaixou na fechadura e depois a girou. Após um clique, a loira girou a maçaneta e empurrou a porta, depois voltou até onde o superior se encontrava.

- Pronto. Boa noite, Coronel. – Ela disse.

- Não vai me acompanhar? – Ele perguntou.

- Claro. – Ela disse novamente passando o braço dele por seu pescoço e o acompanhou até a porta. – Precisa de mais alguma coisa?

- Sim. Um copo de água... – Ele disse. Ela suspirou. – Se não for pedir demais, claro.

-Não, tudo bem. – Ela disse entrando na casa e o ajudando a sentar na poltrona favorita dele. – Não se mova.

- Acredite, eu não vou a lugar algum. – Ele disse massageando as têmporas.

- Dor de cabeça? – Ela perguntou já da pequena cozinha.

- Aham... – Ele murmurou.

Ela sorriu satisfeita. Ela se perguntava quando ele aprenderia a ouvi-la. Claro, dentro de algumas semanas ele teria outra pessoa para aconselhá-lo e o fazer perceber seus erros. Alguém que teria que estar em primeiro plano, que algum dia ele poderia até amar. Entristeceu-se com o pensamento. Ele subiria, mas não era ela que estaria ao lado dele dali em diante. Ele teria outra pessoa.

Balançou a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos, e pegou o copo com água indo em seguida para sala. Entregou o copo ao homem e esperou que ele terminasse a água para ver se ele precisava de mais alguma coisa,ao fim, ela fez menção de ir embora.

- Já vai? – Ele perguntou.

- Sim. A menos que precise de algo mais. – Ela respondeu.

Ele suspirou.

- Seria pedir muito para que você ficasse só mais um pouco?

Ela negou e depois voltou a sala, sentando-se no sofá que ficava de frente a ele. Ficaram em silêncio, mas Riza notou que ele suspirava demais e que parecia extremamente melancólico.

- Algo de errado, senhor? – Ela perguntou.

- Não... Nada com que você precise se preocupar.

- Tem certeza? – Ela insistiu. Estando naquele estado, ela sabia que ele cederia.

- É só que... – Ela sorriu. Conhecia-o bem demais. – Tudo isso é muito frustrante! Eu estou conseguindo tudo o que eu sempre quis, mas, ao mesmo tempo, estou perdendo o que desejo muito. – Ele a lançou um olhar significativo, entretanto, ela atribuiu aquele olhar ao fato de Roy adorar sua liberdade.

Mal sabia o turbilhão que sua cabeça se encontrava.

- Eu não queria conseguir realizar esse sonho desta maneira.

- Eu sei que não. – Ela disse.

- Se fosse realmente necessário construir uma família para que eu conseguisse uma promoção, então preferia ter escolhido outra pessoa. Alguém que eu realmente amasse.

Riza quase riu da frase. A idéia de Roy Mustang estar apaixonado por alguma mulher lhe parecia muito surreal. Felizmente, ela se controlou.

- Sabe, eu passei a minha vida inteira tentando evitar compromissos.

"Diga algo que eu não saiba." – Ela pensou.

- Eu não queria que a minha vida seguisse o mesmo rumo que a dos meus pais. Um casamento sem amor, apenas por interesse. Eu queria alguém que eu realmente amasse. Mas, pelo visto não adiantou fugir. De um jeito ou de outro, terei que casar forçado, com uma mulher que não amo. – Ele disse. Ela ficou silenciosa por algum tempo. Finalmente um motivo para Roy Mustang sair com tantas mulheres.

- Dizem que o amor vem com o tempo, não é? – Ela disse. Ela, tanto quanto ele, não queria aquele casamento. Mas não havia escapatória alguma, ambos teriam que se resignar com a situação. – Não acha que o mesmo aconteceu com seus pais?

Ele sorriu.

- Eu não sei. Eles sempre se demonstravam frios um com o outro em público, mas eu não sabia como eles agiam quando estavam sozinhos.

- Mas a história do tempo pode realmente funcionar. – Ela disse.

- Talvez funcione. Mas, tenho absoluta certeza de não funciona com alguém que já deu seu coração à outra pessoa. – Ele disse.

Ela o mirou com confusão. Ele não podia estar se referindo a si mesmo. Afinal, o homem diante de si era considerado o maior conquistador da cidade, se ele realmente amasse alguém, ela teria percebido (principalmente quando ele recusasse convites de belas mulheres). Não, ele não devia estar falando sério.

- Era outra pessoa que eu tinha em mente para ser minha esposa. – Ele disse estendendo o braço e tocando o rosto dela suavemente. Riza sentiu como se uma corrente elétrica percorresse seu corpo com aquele toque.

- Coronel... – Ela disse pondo-se de pé e se afastando do toque daquele homem. – E-Eu acho melhor você ir se deitar... Você bebeu demais, está confuso... É, você deve estar fora de si por causa do álcool. – Ela disse, sua voz não saindo tão segura quanto ela queria.

Ele se pôs de pé também, sua expressão agora era de raiva, sentimento que Riza não compreendeu.

- Como você pode dizer isso? Você sabe que é verdade! – Ele disse.

- Não, eu não sei. – Ela disse efusivamente.

- Claro que sabe. – A expressão de raiva foi substituída por um sorriso malicioso. – Você sabe o que dizem... Bêbados nunca mentem.

Ela não disse nada. Como ela poderia argumentar aquilo? Ela pôde sentir a veracidade das palavras. Claro, ele era um especialista em conquista, devia fazer aquilo com muitas, mas ela sabia que era diferente.

Roy atravessou o espaço que os separava e passou os braços ao redor dela, a trouxe mais para perto de si quando ela não impôs resistência, então sussurrou em seu ouvido.

- Eu te amo, Riza. Você é a mulher que eu quero.

Riza apertou as mãos em um punho. Ela não podia se deixar enganar, ele não devia estar falando a verdade.

- Coronel, você está confuso. – Ela ainda murmurou.

- Estou?

Ela assentiu.

- Ok... Veremos.

Ele disse e no momento seguinte, Riza sentiu os lábios de seu superior se colar aos seus. Ela tentou afastá-lo no inicio, tentou empurrá-lo, mas ele era mais forte e sua tentativa acabou sendo inútil. Por fim, fechou os olhos e entreabriu os lábios, dando passagem para que ele explorasse sua boca. Ele pegou seus braços e os posicionou em seu pescoço e a abraçou com ainda mais força do que antes.

- Não... – Ela murmurou entre os beijos. – Não é certo.

- Shh... – Ele disse e a beijou novamente.

Começaram a andar para trás, Roy guiava Riza a seu quarto, sabia que não era certo, afinal, eles eram companheiros de trabalho. Mas também sabia que podia não haver outra chance, ele teria que casar sim, mas ele não faria isso sem antes deixá-la saber o que ele sentia.

- Pára... – Ela suspirava, e ele apenas a beijava mais, sabia que a força de vontade dela estava acabando, todas as barreiras que ela ergueu a seu redor estavam desmoronando e ele não descansaria enquanto ultrapassasse estas barreiras. – Roy...

Ele sorriu ao ouvir seu nome. Não era tão comum ouvi-la pronunciá-lo e tornara-se ainda mais agradável a ouvir dizê-lo daquela maneira. Ele queria mais... Ele necessitava dela... Seus beijos tornaram-se ainda mais intensos, embora ambos já sentissem o ar faltar. As mãos dele deixaram a cintura da loira e se dirigiram até a jaqueta da farda, na qual ele desabotoou e jogou no chão.

Riza sentiu a porta de madeira chocar-se contra suas costas. Sabia que devia dar um fim àquilo, sabia que era um erro. Mas não podia parar. Não queria. Quantas noites havia sonhado com aquilo? Quantas vezes tinha desejado sentir o toque dele... Agora ela o tinha. Ela não podia deixar a chance escapar, sabia que se fosse um sonho, pelo menos seria um bom.

Desabotoou a camisa branca que ele vestia e permitiu suas mãos passearem pelo tórax dele. Deslizou as mãos por baixo dos ombros dele e fez com que a camisa escorregasse por seus braços, logo caindo no chão. Ele sorriu. Ele havia conseguido, ela agora dele e dele somente. Travou uma pequena batalha com a maçaneta da porta, empurrando Riza para dentro do quarto assim que conseguiu fazer a porta abrir.

Levantou a blusa preta que ela usava por baixo da farda e a jogou em canto qualquer e riu ao vê-la corar por conta do gesto. Ele voltou a beijá-la, não conseguia manter seus lábios longe dos dela, era agora uma necessidade. Suas mãos seguiram até sua cabeça, e puxaram o prendedor de cabelo, fazendo os fios loiros cair sobre as costas nuas da loira.

Ele a deitou na cama cuidadosamente, deitando sobre ela em seguida. Riza sentiu um arrepio percorrer seu corpo quando ele começou a deixar uma série de selinhos em seu pescoço, bochecha, ombros e colo, fazendo-a suspirar cada vez mais e apertar o corpo daquele homem contra o seu.

- Roy... – Ela murmurou sentindo a calça da farda deslizar por suas pernas. Ela estava nervosa e não podia negar, sentia-se novamente uma adolescente naquele momento.

Ele notou a tensão que ela sentiu e beijou seus lábios mais uma vez numa tentativa de acalmá-la. Definitivamente, ela era a mulher mais fascinante que ele conhecera.

- Você é minha, Riza. É a você que eu entrego meu coração. – Ele disse.

Ela sorriu e logo depois sentiu uma lágrima escorrer seu rosto, então puxou o rosto dele próximo ao seu e o beijou.

- Eu também te amo, Roy Mustang. – Ela sussurrou no ouvido dele.

N/a: Olá, pessoas! *acena para as pessoas*

Aqui estou eu, publicando minha nova fanfic. Uma outra para adicionar a tantas que estou fazendo atualmente (_).

Espero mesmo que vocês gostem desta aqui, pois ela é muito importante para mim, então opinião de vocês terá bastante peso nessa aqui.

Principalmente nesse primeiro capítulo, já que não faz exatamente meu estilo escrever lemon, então espero a opinião sincera de vocês.

Agradecimento a minha amiga Malena, por ter betado o capítulo *-*

Bem, por enquanto é só. :)

Beijos e até a próxima!

Liligi



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