Morrendo e Matando escrita por Son Killua Liones Hyuuga Gold


Capítulo 5
Sequestrado...


Notas iniciais do capítulo

Oie! Não se impressionem com a minha rapidez! Isso é natural quando estou cheia de ideias! Não me matem por torturar mais um pouco o L...



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(POV R)

– Parece cansado delegado.- Comentei ao escutar um bocejo na audio conferência.

– Me perdoe R, é o meu filho mais velho...

– Ele está bem?- Perguntei educado.

– Ele tem câncer. Passou muito mal e ficou esses três dias acamado no hospital.

Isso me interessou! Três dias? Tempo exato em que as mortes cessaram! E é o delegado que tem acesso às maiores informações, as mais confidenciais. Seria a única maneira de Kira obte-las!

– Câncer? Puxa, isso parece horrível.- Tentei parecer consolador.

– Sim...mas talvez eu não devesse envolver assuntos pessoais no trabalho. E então, sobre o que estavámos falando?

Me decepcionei com essa mudança de assunto. Mas eu nunca poderia força-lo a me responder tudo sobre sua vida pessoal. Posso ser frio e calculista, mas nem eu seria manipulador a esse ponto. Vasculhar pessoas próximas ou que tem relações comigo, sem a permissão delas é contra meus princípios.

– Ah, delegado, tem algo que eu quero lhe dizer.

– Fale então R.

– Kira agora mata durante o dia, estrapolando o horário habitual.

– O quê?!- Ouvi uma exclamação.

– Exatamente, e justo quando acabamos de confirmar sua rotina. Estranho, não acha?- Insinuei a última parte.

– Está querendo dizer que Kira conseguiu informação sigilosa da polícia?

– Por isso estou investigando todos o que sabiam dessas informações...

– Há quanto tempo está nos investigando?!- Ele praticamente cuspiu as palavras.

– Quatro dias. Mas sabendo do intervalo de três dias que Kira deu, e unindo com a informação que sem querer me deu sobre seu filho...

– Espera! Está colocando a minha família nisso?! Oras, vá pro inferno R! Meu filho está doente e em estágio terminal!- Meu microfone até apitou com tamanho grito que o superior deu.

– Por essa questão mesmo, que eu gostaria de pedir seu consentimento para instalar câmeras em sua casa...se não tiver nada a esconder sobre sua família e se quiser mesmo eliminar todo e qualquer tipo de dúvida sobre seu filho, o senhor vai permitir.

Um macabro silêncio veio em seguida, sinal de ele estava refletindo sobre o que fazer a seguir.

– Certo R, mas com uma condição.

– Diga então.

– Eu e você vamos nos encontrar face a face. Sem mais segredos, assim então eu terei total confiança em você. Parece justo?

– Sim com certeza.- Eu tinha certeza de tudo isso. Sabia sim, de que ele ia fazer esse pedido e já estava pronto pra isso.

Marcamos a data e o horário. Tudo ocorreria como o planejado. Só faltava o local, que seria num dos meus quartos de hotel.

***

(POV L)

Andar com aquela mochilinha não me agradava em nada. Pelo contrário, me limitava e muito, eu muitas vezes arranquei o respirador do meu nariz a força por esquecer o aparelho de rodinhas, tipo uma bolsa, no chão. Nessas situações era o maior desespero pra colocar de volta no meu nariz, pois minha respiração já começava a falhar.

Meu pai estava muito nervoso nestes dias. Parecia ansioso pra algo, e frequentemente mencionava a quinta-feira em suas frases. Na TV, passava o programa do estúdio Sakura, onde mostrava os adoradores e seguidores de Kira. Afinal já haviam se passado um mês desde que consegui meu Death Note.

Mas os policiais estavam amedrontados, segundo meu pai. Muitos estavam recebendo cartas e ligações ameaçadoras, dos seguidores de Kira. Nem meu pai escapou dessa, mas conhecendo a pessoa de quem eu herdei a teimosia, ele não pararia. Continuava suas transmissões ao R, e não parava de ler os relatórios do caso, mal comia. Obviamente, minha mãe estava muito preocupada com ele, e isso ocasionava brigas.

Tudo era motivo de brigas agora. O sal na comida, a timidez do Near, os machucados de quando ele voltava pra casa da escola, até mesmo os gastos da minha doença foram motivo de discussão na minha frente.

Naquele dia, briguei feio com meus pais:

– Quer dizer que eu não passo de um estorvo?! É isso?

– Claro que não meu amor...- Minha mãe me tranquilizou.

– Sejamos francos meu filho, mal posso sair de casa sem você passar mal, parece até que você é um bebê!- Mas meu pai não estava se preocupando na dor que aquilo causava em mim. No transtorno, peguei na mão a alça do respirador e sai nervoso de casa, ignorando os chamados da minha família.

Puxando o aparelho de rodinhas, eu saí andando na rua. Já era quase de noite e o sol se escondia no horizonte. Chovia fraco.

Mas quem vai perceber as minhas lágrimas na chuva? Eu queria apenas paz, mesmo sabendo que a culpa era minha. A maldição de ter um pai delegado me perseguia desde os sete anos, do qual nunca via meu pai em casa. Aos treze tudo piorou, quando descobriram o câncer. Hoje, aos dezessete, aposto que meu pai sequer sabe minha cor predileta.

Estava tão nervoso, que sequer notei quando uma van preta parou atrás de mim. Percebi apenas quando seguraram meus braços e colocaram um saco de pano preto na minha cabeça:

– Me larga! Me solta!

Felizmente, tiveram o cuidado de colocar o respirador junto comigo na van. Amarraram minhas mãos com algemas, bruscamente. Apalpei o braço em busca do relógio com o pedaço do Death Note, mas para meu azar, eu saí de casa muito irritado e não o peguei.

– Vamos ver se o delegado agora para de perseguir o deus Kira!- Um deles gritou. Essa não...

Era até meio engraçado, pois me raptaram para impedir que me perseguissem, já que o Kira sou eu. Mas eu não tinha forças pra rir agora. Escutei um telefone sendo discado e chamando.

– Alô? Chefe, conseguimos pegar o garoto, e sim foi confirmado, ele parece mesmo ser doente...

– Maravilhoso. Podemos usar isso contra o delegado.

– Vamos tortura-lo?

– Claro que sim idiota! Ele vai pagar pelos pecados do pai contra o deus Kira!

Estremeci com essa notícia. Mas...isso era loucura! Esse cara era um obcecado! E agora eu me perguntava...onde estava Ryuuk?

***

Foi quando paramos. Praticamente me jogaram junto com o respirador da van. Me colocaram num local úmido, cheio de correntes e ganchos, uma provável fábrica abandonada.

Me deixaram em um canto, onde pude observar melhor o local. Tinha um computador, telefone e tudo à direito para um QG improvisado. Acorrentaram minhas mãos e pés, cujas algemas das mãos estavam pra trás, presas na parede.

Vi o homem mascarado discar o telefone:

– Delegado Lawliet?

– Aqui é ele, quem está falando?

– Estamos com seu filho. Sabemos da doença.

– Como assim?! Lynn?! O que fizeram com ele?!– Eu ouvia meu pai esbravejar do outro lado, já que eles colocaram no viva-voz.

– Por enquanto não fizemos nada. POR ENQUANTO. Faça o que eu disser, se não quiser que eu arranque o respirador do nariz dele!

Por um momento, meu pai ficou em silêncio. Temi muito que ele tivesse decidido não obedecer. Afinal, ele se livraria facilmente de um peso morto.

– ...Certo, diga o que eu devo fazer...–Suspirei de alívio.

– Você vai fazer o seguinte...- Meu sequestrador começou.- Você vai se demitir e deixar nosso deus em paz! Não vai mais perseguir Kira!

– Como é?! Estão do lado de Kira?!

– Exato. Depois de se demitir, o senhor vai esperar mais três dias até eu libertar o seu filho...

– Três dias?! Por quê?!

– Ele vai pagar pelos pecados do pai!- E ele desligou. Olhou maléfico pra mim. Olhou pra mim com...desejo?!

Deus quisesse que eu estivesse errado! Ele se aproximou de mim, onde pude ver seu corte loiro, meio channel. Com o dedo indicador, ergueu minha cabeça, me obrigando a olha-lo.

– Parece que vamos nos divertir um pouquinho Lynn...Agora, você vai receber uma amostra do nosso tratamento vip. Tragam a água!

Um dos homens se aproximou com uma jarra cheia até a boca.

– Tá aqui.

– Ótimo...agora vamos Lynn...abre a boquinha...- Percebi na hora as intenções dele. O médico deixou claro que muito líquido poderia me matar...ou me dar uma dor insuportável...

Virei a cara não obedecendo:

– Vai mesmo querer do jeito mais difícil?- O loiro me disse provocante.- Ok, então.- Ele fez um sinal com a mão e seguraram minha cabeça com força, enquanto eu tentava me debater com as curtas algemas que limitavam por inteiro meus movimentos. Me desesperei como nunca antes.

Então, ele o virou. De uma vez só, fazendo a água entrar até mesmo no meu nariz, me fazendo engasgar. Ainda seguravam minha cabeça, o que me impedia de tossir. Eu estava me afogando sem estar debaixo d'água e isso estava acabando comigo.

Então me soltaram e eu vomitei tudo que não havia engolido. Ainda ofegante, o loiro me olhou sádico com a jarra na mão. E saiu. Me deixando ali lamentando minha existência...nunca senti tanta falta da minha casa assim...


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Notas finais do capítulo

Peguem leve nos coments...



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