cap 2

(outra Era, 7 anos atrás)

Rin estava sentada a beira do rio tendo aulas com a senhora Kagome , enquanto isso o senhor Inuyasha tentava pescar alguns peixes para o jantar, vez ou outra a garota se distraia com as trapalhadas dele, naquela época ela tinha só 15 anos, faltava poucos meses para completas os 16 anos.

Foi nesse dia quando Jaken apareceu de dentro da floresta anunciando que Rin devia segui-lo pois seu senhor estava lá para vê-la, Rin deixou seus amigos e correu sorridente com o senhor Jaken pela mata, ele provavelmente estaria bem perto, a uma distancia segura para que nada acontecesse a menina durante o pequeno trajeto.
Assim que avistou seu senhor sentado em uma pedra, Rin quis correr e abraça-lo mas sabia que o senhor Sesshoumaru não gostava que fosse tocado dessa forma, portanto ela só chegou um pouco mais perto dele sorridente, as bochechas coradas, os cabelos um pouco bagunçados.

–Senhor Sesshoumaru, Rin esta muito feliz em revê-lo.

Sesshoumaru continuava impassível, pouco tempo antes de Rin alcança-lo ele pode sentir o cheiro...ela havia mudado, havia sangrado pela primeira vez...e o senhor das terras do Oeste não gostou, era o que deviria acontecer, ela era uma humana, e já estava na hora...mas ele não queria, e principalmente ele não gostou do que aquele cheiro o fazia sentir pela pequena Rin, afinal alem de uma criança ela ainda era uma humana...ele não mais repudiava os humanos como antigamente, porem isso não queria dizer que...

– Rin...esse Seshoumaru lhe trouxe um presente.

O grande Yokai fez um pequeno gesto para um baú pequeno que Arun-run carregava em suas costas, a menina caminhou para o baú, estava um pouco nervosa, mas tentava disfarçar, também estava um pouco corada...será que seu senhor perceberia ?...não pareceu notar, porem ela sabia que seu mestre era ótimo na arte de ocultar pensamentos, alem do mais praticamente nada passava despercebido ao seu senhor.
Rin se ajoelhou e abriu o baú,retirando o tecido lá de dentro.

Era perfeito, como todos os presentes que ele sempre levava para ela...um kimono branco da seda mais fina, bordado com o que pareciam fios de ouro.
Desde que a deixou aos cuidados da velha Kaede no vilarejo a cada quarenta e cinco dias seu senhor ia visita La , e sempre levava um presente, graças a isso nada faltava a Rin, pelo contrario, tinha quimonos de princesa , adornos lindos, e seu quarto tinha enfeites dignos da realeza , sim SEU quarto, pós o Senhor Sesshoumaru entregou dinheiro para que a senhora Kaede se encarregasse de construir um cômodo confortável apenas para Rin.
A menina ainda admirava seu novo presente e passava os dedos pelo bordado e falou sem levantar o rosto
– Como sempre...perfeito meu senhor, mas...quando pretende levar Rin com o senhor??

Rin continuou ajoelhada admirando seu quimono, seu coração batendo forte, sempre fazia a mesma pergunta ao senhor das terras do Oeste..e ele sempre dava a mesma resposta, porem ela esperava anciosamente o dia em que a resposta seria diferente...

– Jaken...leve Rin de volta para junto de Inuyasha, temos que ir.

Rin se levantou rapidamente, olhando interrogativamente para seu senhor, as sobrancelhas juntas sem conseguir entender, como assim ele já iria embora?mau tinha chegado...Jaken saiu do meio do mato pra onde tinha sumido e puxou o braço da menina que encarava seu senhor, Sesshoumaru por outro lado continuava com a face inexpressivo e saiu “voando” deixando Rin com seus pensamentos e perguntas que nem ao menos teve tempo de perguntar...

Enquanto caminhava de volta para encontrar Kagome e inuyasha Rin tentava tirar do Yokai sapo alguma informação.

–Senhor Jaken, não minta o senhor deve saber sim, me diga o que aconteceu!!

–Já falei menina irritante, não sei de nada, não sei, quer que eu repita quantas vezes.

Rin bufou e continuou a questionar o pequeno yokai

– Sabe, sabe sim!me diga! A anos eu faço a mesma pergunta, sempre a mesma pergunta, quando ele vai me levar com ele, e o senhor Sesshoumaru sempre responde “Quando for a hora certa”,mas hoje ele não disse!Jaken, porque ele não disse???E porque ele foi embora tão rápido??vocês mau chegaram!

Logo eles chegaram no rio e Jaken saiu irritado deixando uma Rin também irritada e preocupada e pela falta de respostas...

Aquilo não saiu da cabeça da menina, e a perturbou mais ainda quando quarenta e cinco dias depois seu mestre não foi vê-la..e mais quarenta e cinco dias se passaram ...Rin já estava em um estado depressivo, não sorria, não brincava as mulheres da aldeia alem de Shippou tentavam animar a garota, mas ela só queria ficar deitada na cama, emagreceu porque quase não comia, a única coisa que comeu foi aquilo que foi praticamente obrigada por Kagome e os outros.

Aonde ele estaria?aonde estaria seu senhor??Porque não foi vê-la? Estaria ele bem??o que estava havendo!!

Foi no dia do aniversario de 16 anos dela que Sesshoumaru reapareceu, ele como sempre mandou seu servo Jaken para chamar menina na vila.
Assim que soube que seu mestre regressou ela pulou da cama, e se arrumou, colocou o ultimo kimono dado a ela de presente, teve a ajuda de Kagome para pentear os longos cabelos, e passou até um batom vermelho de Kagome, apesar de um pouco mais magra ainda estava linda!
Encontrou o senhor Jaken e seguiu ele até a floresta novamente não muito longe, encontrou seu senhor , ele estava conversando com ...Inuyasha? Rin não entendeu muito, os irmãos não eram de conversar...talvez Inuyasha apesar de tudo também estivesse preocupada com o irmão imaginou Rin.

O meio Yokai virou para Rin e ele parecia um tanto irritado , porem deu um sorriso simpático para a menina, logo depois saiu pulando pelas arvores, Jaken também já tinha desaparecido.

Rin sabia que não deveria fazer isso...mas depois de tanto tempo sem ver o seu senhor...e agora vendo-o ali parado como sempre a sua frente despertou nela uma enorme emoção, ela não resistiu e pulou em seus braços, ela o abraçou tão forte quanto poderia,seu senhor parecia surpreso, na verdade Rin achava que ele tinha até mesmo prendido a respiração, ela ao contrario respirava profundamente, sentindo o cheiro dele, um cheiro amadeirado , aquele cheiro e a sensação de abraçar seu corpo estavam despertando nela um sentimento bom..algo que ela não sabia exatamente o que era,porem já teve um vislumbre daquele mesmo sentimento algumas vezes...

Ela sentiu seu senhor a empurrar bruscamente , ela se assustou um pouco, tanto pelo empurrão quando pelo olhar serio em seu rosto...
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(Era atual)

Rin se levantou da mesa disposta a não deixar Freya acabar com o pouco do seu humor naquela manhã.

– Olha Freya , o que você vai usar não me interessa, então o que vou usar também não precisa lhe interessar ok?

Freya também se levantou mirando Rin desafiadoramente.

– Eu só estou tentando te ajudar sabia? Quem sabe se você cuidar melhor da sua aparência você não arrume um “namoradinho”??

Rin bufou e empurrou com força a cadeira pro lugar, deu as costar pra loira e foi direto pro seu quarto batendo a porta.

A Freya era mesmo uma tremenda abusada, sempre implicando com suas roupas, seu cabelo e em qualquer coisa que a incomodasse, mas nada irritava mais Rin do que ela se metendo em sua vida amorosa, Rin sabia que o que Freya mais queria era a ver sair daquele apartamento e ir morar com algum cara bem longe de Souta, alem dos ciúmes que a loira sentia dela na mente deturpada da garota a única coisa que impedia Souta de chamar ela para viverem juntos naquela casa era o fato de Rin ainda estar lá.
O que claro não era verdade, Rin conhecia Souta bem o suficiente para saber que ele não se “casaria” com alguém como Freya, sim ele gostava dela, por algum motivo , alem da beleza, ele obviamente deveria ver alguma coisa naquela garota que sempre o atraia de volta apesar das inúmeras brigas e vezes que davam um “tempo”.
Mas isso não significava que ele gostava dela o bastante para chama-la para morar com ele, a não ser que Freya mudasse drasticamente isso estava fora de cogitação na mente de Souta, e disso Rin tinha certeza.
Mas claro, para Freya deveria ser mais fácil pensar que o obstáculo dentre os dois era Rin ao em vez dela mesma, e suas atitudes e comportamentos fúteis entre outras coisas...

Rin ouviu novamente batidas na porta , ela não respondeu e logo depois ouviu a porta se abrir, ela estava deitada novamente virada com a cara na parede perdida em pensamentos, ela não precisava virar para saber quem entrava, ela sentiu Souta se sentar ao seu lado no colchão.

– Desculpa Rin, não de atenção a Freya, falei que era melhor ela ir pra casa, ela já foi, se quiser eu invento uma desculpa para ela não ir no Cyberia hoje com agente..

Rin mordeu o lábio e se virou na cama para encarar Souta, ele parecia cansado e meio triste...legal não eram 10 da manhã ainda e Freya já tinha conseguido acabar com o humor deles!

– Tudo bem Souta-chan... não precisa fazer isso, só não me responsabilizo que os apliques do cabelo dela ficaram no lugar caso ela fique insinuando sobre minha vida amorosa depois que eu já tiver tomado algumas vodkas!

Souta me olhou espantado e de repente nós dois caímos na risada.
É o dia ainda tinha salvação.
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Cyberia era um lugar legal na opinião de Rin, tinha a área do bar aonde as pessoas ficavam sentadas conversando e nos fundos tinha a pista de Dança.
Já passava da meia noite e Rin estava em uma conversa animada com um dos seus melhores amigos, Andrew.

–então mamãe ficou tão irada que começou a acabar sozinha com uma caixa de bombons enorme!!serio sozinha e quando perguntei se ela ia mesmo fazer isso ela me olhou como se fosse sei lá...alguma assassina de aluguel e respondeu”Por porque?você tem algum problema com isso??”

Todos na mesa caíram na risada com as caras e bocas de Andrew, até mesmo Freya riu apesar de que fazia parecer estar alheia a todos naquela mesa.
– Bom algum sábio já disse ,jamais critique uma mulher sobre o que e a quantidade que ela come, elementar meu caro – Disse Souta em tom de brincadeira enquanto Rin virava outra dose de vodka, pelos Deuses, como ela era covarde, bebendo para ter coragem...sentia vergonha de si mesma por esse comportamento,nem lembrava a menina corajosa que era na outra Era, mas infelizmente no momento era disso que ela precisava.

Todos na mesa voltaram a conversar sobre qualquer assunto uns com os outros enquanto Rin continuava pensativa e calada, Andrew então a tocou nos ombros sorrindo amigavelmente, quando obteve sua atenção fez sinal com a cabeça para a saída, Rin afirmou com a cabeça e os dois levantaram da mesa ,ninguém percebeu a saída dos dois, ninguém menos claro Freya, aquela garota era uma águia, nunca perdia nada, mas Rin fingiu não perceber, ao chegar na saída Andrew fez uma pequena corrida até chegar no banco mais próximo e se jogar ali, foi seguido por Rin que se sentou ao seu lado respirando o ar puro da noite.
Ela fechou os olhos por alguns segundos, a noite não estava tão fria, estava agradável, era bom sentir o ar puro depois de ficar algumas horas presa dentro daquele lugar, lá dentro cheirava a bebidas e perfume para todos os lados, aquilo irritava um pouco o nariz de Rin.
Andrew fez menção de ir acender um cigarro mas Rin abriu os olhos e o olhou feio de lado, ele levantou as duas mãos e depois guardou tudo dando um sorriso meio culpado.
– Desculpa , erro meu, só ia relaxar!

Rin sorriu e deu de ombros olhando para a lua crescento daquela noite.
–Então??vai me dizer o que ta acontecendo?

Rin olhou para ele interrogativamente enquanto tentava entender o que ele estava perguntando.

– Serio, sabe que pode me falar tudo??

–Mas do que você ta falando? - Respondeu Rin ainda tentando entender.

– Bom, você falou pouco desde que chegou, e virou a quarta dose de vodka, pura devo dizer, em menos de 1 hora, sendo que quando chegou você estava só tomando refrigerante, o que quer dizer que algo te preocupada, você não queria beber porque acha que isso não é solução para os seus problemas, mas depois de um tempo você deve ter dito a si mesma, “aff que se dane” e começou virar algumas doses.

Andrew respirou fundo e soltou o ar fingindo o termino de algum exercício físico e depois sorriu de lado para Rin que ainda o olhava espantada e com a boca entreaberta.

–A qual é...sabe que te conheço muito bem, não deveria estar espantada...

Rin fechou a boca , voltou a olhar para lua e esfregou as temporas , não deveria ser Andrew o primeiro a saber...na verdade ela tentou esconder até de sí mesma por tanto tempo que pronunciar as palavras parecia tomar um grande esforço de sua parte...porque era isso, no momento que ela falasse tudo iria virar realidade, então ela reuniu toda a coragem que ela poderia ter naquele momento e disse em voz alta pela primeira vez...

– Quero desistir da faculdade....

Rin olhou culpada para Andrew que soltou um assobio e logo depois enfiou as mãos nos bolsos, tirou um maço de cigarros, acendeu , fumou por cerca de um minuto em silencio, Rin torceu o nariz para aquela fumaça fedorenta , mas decidiu não reclamar daquilo naquele momento.

–Desculpa...sei que você não gosta, mas precisava de um nesse momento – Disse Andrew

– É... - Rin riu, não sabendo de era pelo que Andrew disse ou pelo nervoso.

– E você não contou nada pra sua família, imagino???

– Você é a primeira pessoa pra quem eu conto...eu não sei como falar...quer dizer eu não posso dizer ‘Ei senhora Higurashi, obrigada pelos três anos de faculdade que a senhora se dedicou pagando para mim, tendo que vender até um terreno da família para custear minha faculdade e a do Souta- chan ,mas sabe como é??decidi que não é esse o rumo que quero tomar, portanto vou sair da faculdade e jogar seu dinheiro investido no meu futuro na lato do lixo”

Rin soltou um gemido baixo e se encolheu mais no banco, pelos Deuses...as palavras faladas em alto e bom som soavam piores do que soaram em sua cabeça, Andrew deu mais uma tragada no seu cigarro procurando as palavras certas naquele momento.

–Mas você não ama química? Sei lá desde...sei lá desde que eu te conheço, desde de que nos falamos a primeira vez, você sempre pareceu apaixonada por química, como agora pode querer largar isso??

Rin se Lembrou de quando a senhora Higurashi a pos na escola...todos na casa se surpreenderam da forma com que a garota aprendia depressa sem nunca ter frequentado a escola antes.
Rin sorriu ao se lembrar, mas logo seu sorriso se desmanchou e seus olhos escureceram ao se lembrar, quando ainda estava no vilarejo de Inuyasha a senhora Kagome a pedido dela a tinha ensinado muitas coisas,dava aulas do básico ,matemática, biologia e português, porem como a garota adorava saber sobre os acontecimentos Kagome também lhe deu algumas aulas de historia.
Esse era um dos principais motivos dela ir bem nas aulas, apesar de nunca ter frequentado a escola parte da sua infância e parte da sua adolescência tinha sido estudando com a senhora Kagome,porem o segundo motivo para ela ir tão bem na escola não era tão bom assim, logo que chegou naquela Era, a dor de estar longe de tudo que ela conhecia e amava era tão grande que estudar era um dos poucos confortos que ela tinha , ela podia manter seu cérebro focado em algo especifico e assim sua mente não tinha tempo de “viajar”para outro lugar...
Foi quando entrou na escola que ela se apaixonou por uma matéria que Kagome não tinha lhe ensinado, QUIMICA.

– E eu amo ainda...A química te ajuda a entender o mundo ao seu redor. Por que as folhas mudam de cor no outono? Por que as plantas são verdes? O que há no sabão e como ele é capaz de limpar?essa e tantas outras perguntas a química pode responder, pois ela estava em quase tudo, a química pode responder até a composição do corpo humano, e pra mim isso sempre foi fascinante, então quando a senhora Higurashi me perguntou qual faculdade eu gostaria de fazer , claro que respondi química! E eu continuei estudando e achando que estava no caminho do que eu queria fazer na minha vida ...

–Legal , lega, e o que aconteceu para te fazer ,mudar de ideia repentinamente??????
Rin soltou um suspiro alto antes de responder

– Jess....

Andrew ficou olhando para ela por mais alguns segundos...até que parece perceber que precisava de outro cigarro.