Conspiração escrita por Lura


Capítulo 7
Duas Semanas


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoas? Tudo ok?

Quebrando a tradição de lapsos monstruosamente grandes entre um post e outro, cá estou, com mais um capítulo. Não sei se vou conseguir manter esse ritmo de postagem, espero que sim.

Bem, não me alongarei nas notas, porque o PC que estou usando está uma porcaria. Tá osso editar.

Agradeço aos leitores Peter Flach, GabbySaku, Vicky Scarlet,
Giu Bloodie S2 e Happy Reader pelos comentários do último capítulo!

Até as notas finais.



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Capítulo VI - Duas Semanas

 

Magnólia - 15 de dezembro de x791

Natsu virou a terceira bebida que tinha pedido, engolindo todo o conteúdo da caneca de uma só vez. Estava frustrado e, acima de tudo, preocupado. Uma semana havia se passado desde o seu retorno a Magnólia após a missão de pesca. E nesse período não tivera nenhuma notícia de Lucy.

Certo, dizer que não recebera nenhuma notícia talvez fosse exagero. Tão logo retornara da missão, foi avisado por Makarov que a maga estelar ficaria ao menos duas semanas fora, e que o local onde ela estava - aliás, onde raios ficava esse maldito lugar? -, era basicamente incomunicável. Reprimindo a vontade de berrar com o velhote, o dragon slayer limitou-se a questionar, revoltado, a razão de tal isolamento, recebendo unicamente a resposta de que, devido a importância e influência do empregador, ele mantinha sua propriedade incomunicável, para evitar de ser rastreado, protegendo assim sua família.

Ok, era justificável até. Isto é, para qualquer criatura na face de Earthland, não para Natsu, que não conseguia imaginar como passaria duas semanas sem uma notícia sequer da loira. A desconfiança de que aquele trabalho poderia ser uma armadilha começava a atormentá-lo, fazendo com que ele revivesse mentalmente o pânico provindo do incidente com o Projeto Heaven.

Definitivamente, ele não deixaria que nada levemente semelhante acontecesse novamente. Verdade que ele tinha prometido ao mestre que não faria nada nessas duas semanas - apenas porque o velhote tinha jurado pela guilda e pela primeira mestra que Lucy estava segura -, mas passado esse tempo, se não recebesse qualquer sinal de vida de Heartfilia, sairia a sua procura, e iria achá-la, fosse em Fiore, Édolas, ou mesmo no inferno.

E assim, sete dias se foram, fazendo com que o mago se aproximasse, pouco a pouco, do seu limite.

— Mais uma, Mira! - Concluindo os próprios pensamentos, pediu a Albina, que secava alguns copos.

— Não acha que chega por hoje, Natsu? - Mirajane perguntou, se aproximando.

O dragon slayer, querendo demonstrar irritação, armou um bico. Porém, seu objetivo foi falho, pois a albina classificou aquela expressão como adorável.

— A Cana sempre pôde beber o quanto quisesse, e ninguém nunca falou nada. - Respondeu, usando argumentos infantis.

— Isso não é verdade. - Mira rebateu, debruçando-se no balcão. - Todos sempre alertamos a Cana os perigos de beber em excesso. Só que foi o mesmo que dar murro em ponta de faca.

— Então por que eu não posso continuar bebendo? - Questionou.

— Você pode. - Disse a albina. - Acontece que você não tem o costume de se embebedar. E também, só está fazendo isso por estar preocupado com a Lucy. - Deduziu. - Se você ficar embriagado nesse estado, corre o risco de quebrar a promessa que fez ao mestre. - Justificou.

— Isso não vai acontecer. - Negou Natsu.

— Mesmo que não aconteça. A bebida não vai diminuir sua preocupação com a Lucy. Apenas vai distraí-lo por um tempo. Amanhã certamente ainda estará preocupado e, de brinde, de ressaca.

— Acho que nunca vi você negando bebida a ninguém. - Alfinetou Salamander, como último recurso.

— Eu também nunca vi você tão preocupado com alguém. - Devolveu a take over, fazendo o jovem corar. - Diga Natsu, por quanto tempo vocês pretendem continuar fingindo que nada está acontecendo? - Arriscou a perguntar, mirando-o com os olhos azuis repletos de curiosidade.

— Co-mo? - Desconcertado, o mago do fogo gaguejou. - Eu não sei do que você está falando! - Recuperando a firmeza na voz, respondeu, desviando o olhar.

— Sei. - A garota sorriu esperta, endireitando o tronco. - Por ser um menino mentiroso, não vai mais ganhar bebidas esta noite. - Sentenciou, afastando-se.

Nani? Maldita! - Exclamou, erguendo o punho, revoltado, levemente alterado pelo álcool. - Eu sei que eu não ia ganhar de qualquer jeito!!! - Gritou, levantando-se da banqueta em que estava acomodado. Porém, antes que tivesse a chance de girar o corpo em direção a saída, sentiu uma forte pancada nas costas, o que fez com que ele fosse lançado contra o balcão.

— Mas… Heim? - Meio tonto, Natsu tentou se levantar, mas sentiu algo pesado sobre si.

— Elfman, seu desgraçado! - O “peso” que estava sobre o rosado, começou a berrar! - Não precisava ter usado tanta força! - Reclamou.

— Eu disse que era para tomar cuidado com a Ever, Gray! - O take over rebateu. - Vocês só sabem se comportar como animais? - Questionou, colocando-se a frente da cadeira onde a companheira descansava.

— Você se comportava como um animal até seis meses atrás! - O mago do gelo retrucou.

— Gray, seu maldito! - Natsu, finalmente voltando a si, começou o berreiro. - Sai logo de cima de mim! - Exigiu, agitando os braços.

— Oh, Natsu! É você que está aí em baixo! - Constatou o discipulo de Ur, aparentemente também afetado pelo álcool.

— Não, é a vovozinha! - Gritou, erguendo-se de uma vez e jogando Fullbuster longe.

— Ora seu foguinho de merda! - O mago do gelo posicionou-se para batalha.

— Cai dentro gelinho! To louco pra esmurrar alguém! - Natsu também posicionou-se.

— Você consegue, Gray-sama!!! - Júvia, surgindo do além, subiu no balcão e começou a agitar dois pon-pons azuis, demonstrando sua preferência.

— Juvia-chan, você bebeu demais! - Meldy chamou a companheira de time, claramente sofrendo uma crise de vergonha alheia ante a cena.

— VOCÊS TODOS, NÃO PODEM CALAR A BOCA UM MINUTO??? - Evergreen estourou, impaciente. - Eu estou morrendo de dor de cabeça! - Resmungou, massageando as têmporas.

— Eu disse que você deveria ficar em casa, porque essa zona ia te fazer mal, mas você não me escuta! - Repreendeu Elfman.

— Cala a boca você também! - A maga berrou, levantando-se. - Eu não quero ficar o dia inteiro trancada dentro de casa! - Justificou.

— Você não está pensando no bebê! - Acusou o take over.

— Não tem como eu não pensar no bebê! - Ever retrucou, alisando o ventre E-NOR-ME. - Ele pesa uma tonelada, me deixa com vontade de fazer xixi a cada dois minutos, não para de chutar as minhas costelas e se recusa a sair! - Desabafou. - Simplesmente, não tem como eu não pensar nele. - Concluiu.

— Briga de casal… - Sob uma nuvem de constrangimento, Natsu, Gray, Juvia e Meldy, que antes estavam empolgados com a briga, comentaram juntos.

— Evergreen está estressada, porque o bebê está atrasado. - Lisanna, justificou, aproximando-se para presenciar a cena.

— Deve ser realmente difícil carregar um bebê por tanto tempo. - Juvia comentou. E em seguida começou a fantasiar sobre como seria ter um bebê com seu Gray-sama.

— Parece que ela se perdeu no próprio mundinho de novo. - Meldy constatou, novamente constrangida, observando o olhar vago e a face corada da maga da chuva.

— Bem, de qualquer forma, Elf-nii-chan está certo. Evergreen precisa de tranquilidade nesses últimos dias. - Comentou, caminhando em direção ao casal, decidindo por interferir na briga.

— Lisanna é mesmo corajosa. - Observou Gray.

— Ever! Elf-nii-chan! Acalmem-se! - Pediu, em tom brando. Surpreendentemente, os dois se calaram. - Ever - A albina continuou, direcionando-se a maga. -, Elf-nii-chan está certo. Você deveria estar em um ambiente mais tranquilo. - Orientou.

— Mas Lisanna! - A mulher choramingou. - Estou cansada de ficar trancada em casa. - Desabafou. - Me sinto muito sozinha. - Emendou, caindo no choro.

A take over caçula sorriu sem graça, com uma gota na cabeça. Hormônios de mulheres grávidas não podiam ser levados na brincadeira.

— Mas Elf-nii-chan e eu temos te feito companhia, não é? - A albina consolou, abraçando a cunhada.

— Uhum. - Ever concordou, secando os olhos.

— Então vamos. É melhor você descansar por hoje. - Propôs. Ever, surpreendentemente, meneou a cabeça positivamente.

— Obrigada, Lisanna. - Falou, secando o nariz e dando as costas para o grupo estupefato, que ainda acompanhava a cena.

Lisanna, segurando a mão de Evergreen, caminhou junto com ela em direção a saída, em passos de tartaruga.

— Lisanna realmente tem jeito para lidar com as pessoas. - Meldy comentou, admirada.

Com a briga esquecida e os ânimos esfriados, os magos, um a um, começaram a dispersar, quando um grito agudo ecoou pela sede Guilda.

— EVER! - Preocupado, Elfman correu em direção a companheira, que estava agachada, debruçada sobre o próprio ventre. - O que aconteceu? - Perguntou preocupado, abaixando-se ao lado dela.

O grupinho que havia dispersado correu atrás do mago take over, todos preocupados com a companheira de guilda.

— O que ela tem? - Natsu perguntou para Lisanna, que tinha os olhos arregalados.

— A bolsa estourou… - A albina começou, olhando a poça que se formava no chão ao redor da cunhada.

— Bolsa? - Natsu perguntou, tentando entender o que a isso tinha a ver com Ever e, principalmente, tentando localizar a tal bolsa estourada.

— Seu idiota, o bebê vai nascer! - Gray exclamou, dando-lhe um peteleco.

— NANI? AQUI? - Natsu questionou, assustado.

— Saim da frente! - Mirajane, abrindo caminho entre os curiosos, chegou até o irmão e a cunhada. - Elfman, leve ela para a enfermaria! - Orientou, sendo prontamente obedecida.

Assim que o mago grandalhão sumiu em direção ao andar superior com a companheira nos braços, a Strauss mais velha gritou:

— Alguém chame a Porlyusica-san!

 

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Montanhas do Oeste - Mansão de Org 

15 de dezembro de x791

Heartfilia terminava de ajeitar seu traje de banho, observando seu reflexo em um grande espelho que decorava seu quarto. Por mais que fosse noite, estava decidida a relaxar. Na verdade, ela precisava disso.

Na concepção da loira, os adjetivos existentes eram escassos para descreverem os últimos sete dias. Mesmo assim, se inevitavelmente tivesse de escolher um, provavelmente elegeria o termo “tenebrosos”.

Já no primeiro dia de treinamento com Alexandria, ela recebera uma amostra - em forma de uma gosma roxa despejada sobre seu corpo, que aliás manchou seus cabelos dourados, que ficaram violetas durante três dias - de como seriam suas próximas semanas.

Naquela ocasião, Heartfilia chegou a ser inocente a ponto de acreditar que aquela era o último recurso desesperado da criança se livrar do treino imposto pelo avô. Ledo engano. Aquela tinha sido apenas a primeira tentativa da ruivinha de fazer a loira desistir do trabalho que recebera.

Nos dias seguintes, novas investidas da criança vieram cada vez mais variadas e criativas, porém não menos traumáticas. Era corante no chuveiro, sal de frutas na banheira, aranhas em sua bolsa, ovo na cadeira, pimenta na sopa, pó de mico nas roupas, bombinhas embaixo da cama, balões cheios de água que era lançados ao final de cada corredor. O arsenal da garota parecia interminável e Lucy não tinha tanta certeza se sobreviveria mais uma semana.

Mas a maga da Fairy Tail estava decidida a prosseguir, por mais insano que isso parecesse. E a razão de sua determinação surgiu logo no primeiro treino, quando descobriu que a menina simplesmente não conseguia invocar nenhum espírito.

Verdade que a criança realmente era uma maga. Heartfilia podia sentir um fluxo moderado de magia emanando de Alexandria. Contudo, apesar de possuir algumas chaves de prata, não conseguia fazer com que nenhum espírito se manifestasse.

Ante a situação, Lucy decidiu que o melhor seria separar os três primeiros dias para meditação, e no restante da primeira semana, começar com a invocação de fato. Contudo, mesmo após sete dias de treino, nenhum progresso fora feito.

Terminando de ajeitar as maria-chiquinhas, a loira enrolou-se em um roupão de banho e deixou o quarto. Cautelosa, seguiu pelo corredor, silenciosamente. Sabia que, a qualquer momento, poderia cair em outra armadilha.

Quando estava próxima a escada que conduzia a saída dos fundos, passou pelo corredor que levava aos quartos principais. Com uma ideia completamente estapafúrdia, parou ali.

Verdade que a sua relação com a neta de Org e sua atual pupila era um tanto explosiva… Mas de certa forma, Lucy sentia pena dela. A garota lembrava muito a si mesma quando era criança.

Alexandria vivera dentro da proteção mágica da propriedade de Org desde o seu nascimento. Jamais pisara fora daquele lugar, desconhecendo completamente o mundo exterior. Além disso, pelo que Lucy observara nas últimas semanas, poucos funcionários da propriedade moravam ali com a família, o que reduzia muito o número de crianças residentes no local; as poucas existentes, ou eram mais velhas que a garota, ou novas demais.  

A maga da Fairy Tail não conseguia dissociar a vida da menina com a própria infância. É claro que Lucy não vivia tão isolada, já que era comum a mansão Heartfilia receber muitos convidados, mas mesmo assim, quando criança, nunca conseguira estabelecer uma amizade verdadeira com alguém do seu tamanho. Seus únicos companheiros eram os empregados da mansão e os seus espíritos.

Essas lembranças faziam com que a loira desejasse intensamente que a neta de Org conseguisse finalmente usar suas chaves. Assim, talvez, ela não se sentisse tão sozinha.

Decidida, Lucy desviou de seu trajeto, seguindo pelo corredor onde ficavam os quartos principais, e andou até a porta onde, segundo informações de Abby, ficava o quarto de Alexandria. Apreensiva, bateu três vezes.

— Alexandria? - Chamou, após bater uma segunda vez.

— O que você quer? - A menina respondeu, de modo rabugento.

— Eu estou indo nadar um pouco… Imaginei se você não gostaria de vir comigo. - Respondeu.

— De onde surgiu essa ideia idiota de nadar a noite, ainda mais nesse frio? E por que eu, em sã consciência, ia querer realizar qualquer atividade em sua companhia? - Questionou, debochada.

Mesmo sentindo uma veia em sua testa saltar de irritação, Lucy respirou fundo, antes de falar novamente.

— A ideia não é tão ruim, já que vocês tem uma piscina coberta e aquecida. - Respondeu. - Mas tudo bem, se você não quiser vir. - Completou, resignada, pronta para dar as costas.

— Aproveite seu momento de lazer. Se puder. - A voz da garotinha soou carregada de malícia. Heartfilia estremeceu dos pés a cabeça. A frase formulada pela garotinha trazia uma ameaça implícita. Embora pudesse ser um blefe, vindo de quem vinha, não devia ser ignorada em hipótese alguma.

A maga da Fairy Tai,  já tinha ensaiado os primeiros passos de volta para o seu quarto, temendo que a pirralha tivesse enchido a piscina com peixes carnívoros ou sanguessugas, completamente irritada por perder sua diversão. A irritação foi tanta que, sem usar muito o bom senso, repentinamente decidiu caminhar de volta para o quarto da garota, parando novamente ante a porta.

— LUCY KICK!!! - Sem pensar duas vezes, derrubou a porta com seu famoso chute.

— KYAAAAAAA!!! - Completamente chocada ao ver a maga estelar adentrar seu quarto com uma aura estranhamente assassina, a ruivinha berrou.

— Camisola rosa de babadinhos? - Lucy debochou, observando a garota que se jogou de costas contra a parede oposta. - Não combina tanto com a Alex-chan. - Comentou, sorrindo.

— O que você pensa que está fazendo, sua insolente? - A menina perguntou, tentando recuperar a pose.

— Vá se vestir! Treinamento noturno! - A loira avisou.

— O quê? - A menina questionou, boquiaberta. - Eu não fui comunicada sobre esse treino. - Avisou, tentando recuperar a pose.

— Acabei de decidir. Está sendo comunicada agora. - Lucy rebateu.

— Meu avô sabe disso? - A menina apelou, prepotente.

— Seu avô me deu a liberdade de treiná-la quando e como eu quiser. - Heartfilia retrucou. - E eu decidi que teremos treino agora e na piscina, portanto vista-se. - Informou.

— De jeito nenhum! - Alexandria negou-se, arregalando os olhos. - Não vou treinar na piscina.

— Te peguei! — Lucy pensou, sorrindo maliciosamente, constatando que realmente deveria haver alguma armadilha na piscina. - Ah, vai sim. - Falou, confiante.

— Ah é? - Desafiou a menina. - E o que pretende fazer? Arrastar-me? - Indagou, cruzando os braços.

— Não exatamente. - Negou a jovem.

Surpreendendo a menina mais uma vez, Lucy correu em direção a ela e a pegou pelas pernas, jogando-a sobre os ombros.

— O que você pensa que está fazendo? - Gritou a menina, quando Lucy começou a correr em direção a varanda. - Me larga! - Gritou, estapeando as costas da maga.

— Abra-te portão do carneiro! - Lucy gritou, subindo na grade da varanda, segurando sua chave com a mão livre.

— SUA LOUCA!!! - Alexandria entrou em desespero. - ME LARGAAAAA! - Debatia-se, em pânico.

— Áries! - A loira gritou, antes de saltar da varanda para uma queda de mais de três andares.

Alexandria emitiu um grito agudo e sentiu a maga soltar seu corpo durante a queda. Porém, ao contrário do que esperava, segundos depois de sentir o vento bater contra o seu corpo, foi engolida por uma núvem de cor…

— Rosa? - Pensou, atordoada, quando a única coisa que via era essa cor por todos os lados.

SUMIMASEN! - Ouviu um gritinho feminino e agudo ecoar, pouco antes de todo aquele rosa desaparecer. Só então, ela chocou-se contra a grama do jardim, em uma queda bem inferior a esperada.

— Obragada Áries! - Lucy agradeceu, para ninguém, aparentemente.

— SUA RETARDADA! - Alexandria engatinhou até sua treinadora. - Queria me matar? - Perguntou, ainda tonta.

— Claro que não! - A loira respondeu, fingindo indignação. - Áries apareceu bem na hora! - Falou o óbvio.

— Mas e se vocês falhassem??? - Levantando-se, a menina questionou, furiosa.

— Essa é a diferença entre nós. - Lucy, também levantando-se, encarou a menina. - Eu confio nos meus poderes. Mas, acima de tudo, confio nos meus espíritos. Por isso consigo invocá-los, mesmo nas piores situações. - Explicou.

Alexandria estacou, surpresa. A fala da loira podia parecer excessivamente emotiva, mas não deixava de fazer sentido.

— Mesmo assim! Não devia ter arriscado meu pescoço! - Reclamou prepotende, dando as costas e caminhando de volta para a mansão.

— Onde pensa que vai? - A loira perguntou, divertida.

— Como onde? - Respondeu a menina. - Para dentro.

— Esqueceu do nosso treino? - Indagou a loira.

— Como é? - A menina virou para ela, vermelha de raiva. - Não voltarei a treinar com você de jeito nenhum! Sua louca! - Exclamou.

— Ah não? - Desafiou Lucy, erguendo uma sobrancelha. - Abra-te portão para os peixes do além: Pisces! - Invocou, tomando outra chave dourada em mãos.

— O que? - A ruivinha recurou, vendo as duas formas humanoides aparecendo diante de si.

— Chamou Lucy-san? - Mãe e filho questionaram em uníssono, encarando a contratante.

— Levem-na para a piscina, por favor. - Pediu a maga da Fairy Tail.

— Não! - Alexandria recusou, mas não conseguiu evitar de ser carregada pela parte feminina do espírito.

Lucy correu atrás de Pisces, em direção ao galpão da piscina coberta. Quando finalmente chegaram, mãe e filho seguraram a ruivinha, um pelos pulsos e outro pelos tornozelos e a impulsionaram três vezes antes de finalmente a lançarem na água.

— Venham! - Lucy pediu, despindo-se do roupão e pulando na água quente, seguida pelos espíritos.

— Sua… - Meio tossindo, a garotinha tentou falar quando emergiu. - Sua… - Continuou, nadando para a borda.

— Pisces! - Lucy ordenou, e imediatamente uma pequena onda arrastou a menina de volta para o centro da piscina.

— Eu quero sair! - Alexandria choramingou.

— Não antes de eu encerrar o treinamento. - Lucy determinou.

— Ora, sua! - Irritada, a menina mergulhou em direção a Lucy, tentando afundá-la, contudo, a loira desviou assim que sentiu o toque da criança.

— Precisa treinar melhor! - Debochou a maga da Fairy Tail.

— Ah, você acha? - No mesmo tom de deboche, Alexandria retrucou, erguendo a mão direita, exibindo um pequeno objeto, vitoriosa.

Vendo do que se tratava, Lucy estremeceu.

— Ora, sua gatuninha! - Esbravejou, tentando alcançá-la. - Devolva minha chave!

— Não se mova, nem mais um centímetro! - Ordenou a garota. - Ou irei chamá-la. - Decretou.

— Você não faria isso. - Lucy desafiou.

— Ah, não? - Respondeu a criança.

— Você não pode. Não consegue nem invocar os próprios espíritos. - Continuou provocando.

Era óbvio que Alexandria não sabia exatamente o que estava fazendo, mas se tinha uma coisa que não suportava, era ser desafiada. E naquela noite, Heartfilia tinha excedido todos os limites, o que a motivou a afundar a chave e gritar bem alto e com total confiança.

— ABRA-TE, PORTÃO DA PORTADORA DAS ÁGUAS: AQUARIUS!

Imediatamente, a água da piscina começou a agitar-se, formando um redemoínho entre a criança e a maga da Fairy Tail, do qual surgiu, magestosamente, a belíssima sereia de cabelos azuis que segurava uma ânfora.

— Sua idiota! - Com os olhos em chamas, Aquarius gritou, virando-se para Lucy, que, temerosa, mergulhou, deixando apenas os olhos fora da água. - Por que me invocou em uma piscina? Não sabe o mal que o cloro faz aos cabelos? - Questionou.

— Espere Aquarius, não fui eu que… - Começou levantando-se, mas foi bruscamente interrompida.

— Será que vou ter que fazer uma lista por escrito dos lugares que você NÃO deve usar para me invocar? - Continuou, ensandecida.

— Se continuar com tantas restrições, logo serão raras as ocasiões em que poderei te chamar! - Retrucou Lucy.

— Eu mal posso esperar por isso! - Comemorou o espírito. - Afinal, por que me chamou aqui? - Perguntou, irritada. - E porque você está ficando azul? - Questionou, observando a estranha coloração tomar a pele da contratante.

— NANI??? - A loira berrou, observando os próprios braços. - ALEXANDRIA!!! - Berrou, irritada. - O que você colocou na água.

— NA ÁGUA? - Aquarius gritou, preocupada. - QUER DIZER QUE VOU FICAR ASSIM TAMBÉM? - Continuou, observando as próprias mãos, já tingidas de azul.

Alexandria apenas gargalhava escandalosamente.

— Do que está rindo? - Disse Heartfilia, irritada. - Olhe para si mesma! - Orientou. Só então a neta de Org percebeu, horrorizada, que também caira na própria armadilha.

— MALDITA! -  A sereia gritou com sua mestra.

— Mas eu não fiz isso! - Lucy defendeu-se. - Foi ela! - Acusou Alexandria. - E também foi ela quem te chamou! - Dedurou.

 A ruivinha, que acompanhava tudo com divertimento, simplesmente ficou petrificada quando a sereia se direcionou a ela, com uma aura maligna.

— Quer dizer que você está tirando uma com a minha cara, heim, pirralha? - Perguntou, inclinando-se sobre a garota.

— Eu… Eu… - A menina balbuciava, só então percebendo a péssima ideia que tivera.

— Mas é muito insolente mesmo! - Esbravejou a sereia. - Apenas a minha mestra pode me invocar! Mesmo assim, você teve a coragem de arruinar o encontro com meu namorado e ainda por cima aprontou comigo! - Exclamou. - Como vou voltar para o meu encontro nessa situação? 

— Me desculpe… Eu… - A criança tentava justificar. - Eu não sabia que não podia te invocar!

— Claro que não sabia. - O espírito afirmou. - Porque a idiota da Lucy, que não serve nem para professora de uma pirralha inútil como você, com certeza não explicou. - Concluiu.

— Hei! - Lucy reclamou.

— O QUÊ? - Aquarius voltou-se para ela novamente.

— Nada não! - Mais que depressa, a loira respondeu, agitando os braços.

— Sabe o que eu vou fazer? - A sereia começou, com um sorrisinho zombeteiro. - Vou aproveitar que vocês duas estão dentro d´água e fazer sopa de magas estelares. - Concluiu, erguendo o braço.

Imediatamente, toda a água da piscina começou a se revolver, para então formar um redemoinho, bem maior do que aquele em que Aquarius apareceu. Gritando, as duas magas estelares foram carregadas pela força impiedosa dos poderes da portadora das águas, e logo afundaram. A essa altura, Pisces decidira que o mais seguro era voltar para o mundo espiritual, e manter-se longe da fúria da colega zodiacal.

Quando finamente conseguiu emergir, sentindo as narinas arderem por toda água ingerida, Lucy procurou Alexandria, que ainda estava atordoada o bastante para manter-se no fundo da piscina. Localizando-a, puxou-a para cima e a conduziu até a borda.

A garota tossiu, cuspiu meio litro de água e, quando finalmente voltou a si, olhou ao redor, assustada.

— Acalme-se. - Pediu a mais velha. - Aquarius já fechou o portão.

Suspirando aliviada, a menina escarou Heartfilia com os olhos vermelhos e lacrimejantes.

— A sereia tem razão. - Começou, sentindo a garganta arranhar a cada palavra. - Você não serve para professora. - Emendou.

— COMO É QUE É? - Gritou Lucy, sentindo uma veia saltar pela irritação.

— Mesmo assim - Continuou Alexandria -, eu consegui, não consegui? Eu finalmente invoquei um espírito estelar! - Exclamou, sorrindo radiante.

 

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Magnólia - 15 de dezembro de x791

Tarde da noite e a Guilda ainda continuava cheia. A razão estava na enfermaria do segundo andar.

O fato de Evergreen ter entrado em trabalho de parto deixou todos os magos em polvorosa. E mesmo que Porlyusica tenha ameaçado de arrancar a cabeça de cada um que fizesse barulho, ninguém arredou o pé da sede da Fairy Tail. Todos estavam ansiosos para a chegada do novo menbro, mesmo que a curandeira tenha deixado claro que nem todos poderiam conhecê-lo naquela noite.

A maioria dos magos continuava no andar inferior, bebendo para aplacar a ansiedade. Entretanto, um pequeno grupo mantinha-se na porta da enfermaria, atento a qualquer sinal de choro infantil. Contudo, os gritos de Evergreen continuavam ecoando, ininterruptamente.

— Já faz mais de nove horas que ela está nisso. Está demorando demais! - Lisanna reclamou, roendo as unhas. - Será que está tudo bem? - Questionou para a irmã mais velha, que mantinha-se com as costas apoiadas na parede e com os braços cruzados.

— Acho que sim. - Mirajane respondeu. Todavia, mesmo forçando um tom calmo em sua resposta, não conseguiu disfarçar que sentia a mesma aflição da albina mais nova.

— Acalmem-se, vocês duas. - Meldy, que estava de pé ao lado de Mirajane, pediu. - Está tudo bem. Logo logo vocês conhecerão seu sobrinho ou sobrinha. - Tentou animá-las, sorridente.

— Juvia tem certeza que será um lindo bebê! - A maga da água, que estava sentada no chão, entre Gray e Natsu, exclamou, sonhadora.

Lisanna sorriu, também animada com a chegada do sobrinho. Porém, Mirajane estremeceu, sendo novamente atormentada pela imagem do bebê horroroso que idealizara ainda em Tenroujima.

— Você está bem, Mira-nee? - Lisanna perguntou. - Você empalideceu do nada. - Contou, preocupada.

— Sim, estou bem. - A garçonete afirmou, agitando as mãos.

— Mudando de assunto, Mira-nee - Começou Lisanna. -, por que você não acaba logo com o mistério e nos conta se o bebê é menino ou menina? - Perguntou, revoltada.

Para castigar Elfman e Evergreen, que esconderam seu relacionamento por um bom tempo, Mirajane proibiu Cana e Charle de fazer qualquer revelação para os dois - bem como para os demais membros da guilda - sobre o sexo da criança. Apenas ela, além das videntes, sabia o gênero do bebê.

— Vocês logo vão descobrir. - A albina de longos cabelos respondeu apenas, fazendo todos os presentes suspirarem de frustração.

Por alguns minutos, nada além dos gritos de Ever ecoaram pelo corredor. Até que o dragon slayer do fogo resolveu quebrar o pseudo-silêncio.

— Por que o bebê vai nascer aqui? - Perguntou, realmente curioso, chamando a atenção do grupo.

— Antigamente, poucos anos após a fundação da Fairy Tail, algumas mães decidiram que queriam ter os bebês aqui, para que eles nascessem cercados pelo amor da guilda. - Mirajane respondeu. - Naquela época as crianças nasciam apenas em casa, por isso não era realmente estranho que os partos ocorressem nas Guildas, assistidos por magos curandeiros. - Continuou. - Conhecendo a história, Ever quis que seu bebê nascesse da mesma forma. - Concluiu.

— Além disso, Porlyusica-san é que a acompanha desde o início, mesmo quando nós ainda não sabíamos da gravidez. - Acrescentou Lisanna. - E também seria uma boa oportunidade para que Chelia e Wendy adquirissem experiência. - Finalizou.

De fato, apenas as três curandeiras, além de Elfman e - obviamente - Evergreen, estavam dentro da enfermaria.

Natsu remexeu-se, incomodado. Estava ficando com pena de Ever. Nunca ouvira uma mulher gritar tanto.

Ele sabia que o melhor era descer, e esperar com os demais. Mas a curiosidade o mantinha ali, juntamente com Gray. Nunca chegara nem perto de presenciar o nascimento de ninguém. Queria ver o bebê, nem que fosse de longe. Além disso, aquela situação mantinha a preocupação com Lucy distantede sua mente.

Cortando seus pensamentos, os gritos de dor cessaram, fazendo com que um imediato alívio acometesse sua audição aguçada.

— Ela parou de gritar. - Observou Lisanna.

Imediatamente após a fala da albina caçula, um chorinho, inicialmente tímido, e posteriormente ensurdecedor, preencheu o ambiente.

— NASCEU! - Mirajane saltou animada, jogando-se nos braços da irmã em seguida. As duas albinas começaram a dar pulinhos e gritinhos de felicidade.

Juvia e Meldy também se abraçavam, com a mesma animação das irmãs Strauss. Gray e Natsu apenas levantaram-se, animados.

Longos minutos depois, um Elfman completamente eufórido saiu pela porta da enfermaria, berrando a plenos pulmões:

— É HOMEM! - Gritou, encarando o pequeno grupo. - É HOMEM! É HOMEM! - Sem dar chance para que suas irmãs o felicitassem devidamente, saiu apressado pelo corredor, parando apenas na sacada da Guilda para anunciar a novidade as pessoas que esperavam no andar inferior.

Enquanto o pequeno grupo ainda comemorava, Wendy também saiu da enfermaria, chamando a atenção dos presentes.

— Mira-san! Lisanna-san! - A dragon slayer chamou. - Grandinne falou que vocês já podem entrar. - Anunciou. Assim como as irmãs, a pequena curandeira parecia radiante. Também era a primeira vez que presenciava um nascimento.

Imediatamente, as irmãs Strauss adentraram a enfermaria, momento em que Wendy voltou-se para Natsu.

— Evergreen pediu para falar com o mestre. - Comentou. - Você poderia fazer o favor de chamá-lo, Natsu-san? - Pediu. - Acho que ele está na sala dele.

— Sim. - Assentindo, Natsu seguiu pelo corredor, em direção a sala de Makarov.

Momentos depois, o dragon slayer do fogo voltou acompanhado do pequeno velho, ao mesmo tempo que Elfman, vermelho de tanto gritar, retornava para a enfermaria.

Quando o mestre entrou, apenas Natsu, Gray, Juvia e Meldy permaneceram no corredor. Eles sabiam que era errado, mas todos estavam igualmente curiosos, razão pela qual abriram a porta, apenas o suficiente para que todos conseguissem colocar a cabeça para dentro do ambiente.

— Kawaii! - Juvia exclamou baixinho, assim que avistou a criança nos braços da mãe.

— Shiii! - Repreendeu Gray. - Quer que nos peguem? - Reclamou.

— Gomen! - A maga desculpou-se. Porém, todos os que estavam - oficialmente - presentes na enfermaria, estavam concentrados demais na cena que se desenrolava, para notar os intrusos.

— Mestre. - Ouviram Elfman falar. - Será que o senhor poderia escolher um nome para o nosso filho? - Indagou. Makarov engasgou, surpreso.

— Nani? - Questionou, encarando o grandalhão. - Tem certeza? - Perguntou, voltando-se para Evergreen.

— Sim. - A mais nova mamãe respondeu, desviando o olhar para o mestre. Até então, não conseguia enxergar outra coisa que não fosse o seu bebê. - Elfman e eu conversamos e decidimos que ficaríamos muito honrados se o Senhor escolhesse o nome dele.

— Uau! - Dessa vez, Meldy exclamou, ao ver a cena.

— Shii! - Repreenderam os outros três penetras.

— Bem, eu realmente não esperava isso. - O mestre comentou, subindo em uma cadeira que estava ao lado do leito que Ever ocupava. - E também não me acho digno de cumprir tal tarefa. - Asseverou. - Mas vou aceitá-la com alegria. - Concluiu.

Elfman e Evergreen sorriram.

— Seu nome será Egeo. - Anunciou, segurando uma das mãozinhas da criança.

— Egeo? - Porlyusica perguntou.

— Sim. - Respondeu Makarov. - Significa impetuoso. Característica essencial daqueles que protegem seus amigos, como eu sei que ele protegerá. - Concluiu.

— Egeo… - Ever repetiu, encarando novamente seu pequeno, ostentando uma feição completamente apaixonada.

— É um ótimo nome. - Disse Elfman, satisfeito.

Makarov olhava o pequenino, com um sorriso nos lábios. A nova geração da Fairy Tail estava crescendo. Verdade que ele tinha sido pego desprevenido, mas também estava completamente emocionado. Tinha escolhido o nome de uma criança, tal qual a primeira mestra Mavis um dia escolhera o seu¹.

Na porta, os quatro intrusos continuavam acompanhando tudo, maravilhados. Eles não entendiam o motivo, mas apenas não podiam desviar o olhar. Mesmo sabendo o risco que corriam de ser violentamente enxotados por Porlyusica, o que de fato ocorreu, minutos depois.

 

• •  

 

¹ Nascimento de Makarov: Fatos ocorridos no mangá. Makarov também nasceu na guilda e, a pedido dos seus pais, teve seu nome escolhido pela primeira Mestra, Mavis.

 


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Notas finais do capítulo

Sim! Eu basicamente copiei o nascimento de Makarov. Mas ficou legal, vá?

Vocês vão perceber (se já não perceberam) que a personagem Meldy vai aparecer bastante por aqui. Isso porque eu gosto muito dela, e acho a interação com a Juvia muito bacana.

Espero que vocês tenham gostado.

No próximo capítulo, a missão de Lucy acaba, e o seu longo caminho para casa começa. Enquanto isso, o time mais forte da Fairy Tail decide sair em uma missão sem ela, porém com uma nova companhia. Quem será?

Até mais!

P.S.: Quem quiser conhecer mais um pouquinho sobre o Egeo, filho de Ever e Elfman, personagem meu já existente, pode conferir minha outra fanfic, chamada Porvir. Nela eu narro um pouquinho sobre o futuro das famílias formadas a partir da Fairy Tail.

Segue o link: https://fanfiction.com.br/historia/587007/Porvir/



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