Conspiração escrita por Lura


Capítulo 41
Até onde o Desespero Vai


Notas iniciais do capítulo

O título diz tudo. Apertem os cintos que estamos descendo a ladeira.
Como sempre, agradeço a todo que leram, comentaram e favoritaram desde a última atualização.



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Magnolia — 6 de julho de x792

Horologium sumiu em uma nuvem de poeira dourada, deixando para trás uma Lucy atordoada e nua, que mal conseguiu envolver-se com a devida urgência no cobertor marrom que agarrara quando ainda estava dentro do relógio. 

Com dificuldade, ajeitou-se sobre os joelhos, a barriga avantajada dificultando o processo. Por sorte, Horologium havia aparecido por trás do balcão, então a loira tinha proteção visual em relação aos seus inimigos. 

Ela mal podia checar a situação atual por entre os rombos provocados no balcão durante o ataque, mas pelo que se lembrava da movimentação ocorrida antes l, presumia que o Mestre Makarov e Erza haviam levado parte do dano do que quer que fosse o raio de magia que havia atingido a Guilda. A outra metade, havia sido suficiente para devastar boa parte de sede, que tinha simplesmente sido obliterada.

Laxus aparente tinha sido rápido o bastante para tirar os companheiros que estavam na linha de fogo para a área segura, e por uma das frestas da madeira da bancada, Lucy constatou, aliviada, que vários deles saiam das cartas onde Cana os havia abrigado. 

Um arrepio percorreu sua coluna no momento em que ela avistou Miori pela abertura. Não muito depois, reconheceu o jovem louro que a acompanhava, como aquele que havia resgatado a velha que lhe atacara em Datra. Por fim, constatou que não conhecia o homem corpulento que se identificou como “Ulric” e tentou persuadir seus companheiros de guilda a entregá-lá junto aos demais magos usuários de magia de fogo, mas seus instintos, aliados à postura confiante do rapaz, indicaram que ele não devia ser encarado levianamente.

Não foi realmente necessário ouvir a negativa feroz de uma Erza muito ferida, para que Lucy entendesse que uma batalha se seguiria. E por mais que ela confiasse na capacidade de luta de seus companheiros, o fato não foi tão tranquilizador, considerando as dezenas de magos encapuzados que cercavam a guilda, que conseguia visualizar 

graças aos danos que o ataque promoveu na sede. 

O fato de visualizar o guarda encarregado de sua escolta correr para longe, apenas foi a cereja de seu bolo de desespero. Ao contrário dos membros da Signum Sectionis, do ponto em que ele estava,  havia uma grande chance de ter avistado  Horologium antes de sumir. Certamente, pensaria que Lucy havia invocado o espírito para se proteger e violado a condicional. Naquele momento, não passou pela cabeça da loira as possibilidades de argumentar que o espírito havia aparecido espontaneamente para protegê-la e que, mesmo se ela o tivesse invocado, tratava-se de uma situação de vida ou morte. Porque ela sabia que esses argumentos não teriam valor para o Conselho Mágico, que aguardava justamente oportunidade daquela para pegá-lá. Eles viriam atrás dela. Isto é, se a Signum Sectionis não fosse mais rápida.

— Precisamos sair daqui — Lucy não se surpreendeu ao ouvir a voz de Loki que, assim como Horologium, havia aparecido voluntariamente para socorrê-la.

O leão do zodíaco a ajudou a se mover agachada por trás do que havia sobrado do balcão e, quando alcançaram a proteção dos aposentos do fundo, a carregou como se os sete meses de gestação não tivessem acrescentado nada em seu peso.

Foram poucos os vislumbres das lutas de seus companheiros de guilda com seus respectivos oponentes que a loira teve, antes de se dar conta que se encontrava na biblioteca subterrânea da Fairy Tail.

— Hime! Você precisa se vestir! — Virgo, que apareceu no instante em que Loki a acomodou sentada em um dos assentos das diversas mesas que mobiliavam o local, declarou. 

— Eu vou guardar o corredor, para garantir que ninguém passe — Loki avisou, antes de subir novamente.

— Nós faremos a segurança no interior da Biblioteca. — Novamente, Lucy não se surpreendeu ao ouvir a voz de Caprico, que em algum momento havia aparecido ali, mas apenas virou a cabeça para a direção em que o ouvira, para deparar-se com o espírito do bode parado solenemente ao lado de Taurus. 

A visão que tinha deles foi bloqueada pela cortina de lã erguida por Áries para lhe dar privacidade. A essa altura, a loira se deu conta que não conseguiria acompanhar o aparecimento dos seus amigos espíritos.

— Realmente pudemos sentir o perigo ao seu redor graças ao colar que ganhou de nós. Sumimasen! — afirmou o espírito do Carneiro, um tanto aliviada, enquanto Virgo a desenrolava do cobertor marrom.

Ao se descobrir, maga estelar sentiu seu corpo começar a tremer automaticamente. Ela não sabia se era o pavor do ataque ou se de fato a temperatura havia caído em um nível absurdo no verão, mas repentinamente, foi tomada por um frio congelante. 

Sem demora, a empregada a vestiu com um vestido fluido azul claro que, de comprimento, alcançava as panturrilhas, e cujas barras da saia e das mangas, assim como a cintura imperial, eram marcados por fios dourados trançados,  o tecido especial do mundo espiritual aliviando o resfriamento de seu corpo.

Assim que a empregada terminou de vesti-la, Lucy agarrou, com a mão direita, os dois pingentes, um dourado e o outro  prateado, que usou constantemente desde que os recebera de presente de seus amigos celestiais.

— Quando Horologium retornou, ele nos avisou que foi visto por um dos guardas responsáveis por sua escolta. Por  isso, se o Conselho Magico já entende que a condicional foi violada, o mais importante a fazer, no momento, é garantir a sua segurança, Hime — o espírito da empregada acrescentou, enquanto Áries desfazia a cortina para que ela pudesse novamente ver a biblioteca —, seguir com o plano — acrescentou.

Certo, o plano. 

Não é como se ela não tivesse discutido com Loki, Natsu e seus companheiros de guilda, especialmente os que integravam seu time, estratégias a serem adotadas durante possíveis ataques. O espírito do Leão era o que mais aparecia por conta própria e tinha mais resistência a passar longos períodos fora do mundo espiritual por suas próprias forças, razão pela qual se encarregou de participar dos planos que começaram a traçar  depois do desaparecimento de Levy e de manter os demais espíritos informados.

Se tudo seguisse de acordo com o plano, nenhum mago da Fairy Tail adentraria a biblioteca, onde permaneceriam Lucy e seus espíritos. Além disso, a loira continuaria com as pulseiras inibidoras de magia, nesse primeiro momento.

Isso porque contavam com a possibilidade que Miori não poderia localizá-la enquanto não usasse sua magia.

Era uma aposta, sabia, mas tinham elementos para acreditar nisso. Afinal, Romeo foi enfático em afirmar que a maga da Signum Sectionis com habilidades de teletransporte, só pode localizá-lo, na ocasião em que foi atacado junto ao seu pai, a partir do momento que usou a própria magia. Isso fez com que Lucy se lembrasse que, na oportunidade em que Miori e seu comparsa se passaram por enfermeira e médico do presídio e tentaram forçá-la a um aborto, ela já usava as pulseiras inibidoras de magia, de modo que, durante a perseguição que se seguiu, a maga do teletransporte se guiou pela magia de Doranbolt, que a salvou, e não da loira.

A segunda aposta, é que Miori talvez não pudesse vincular sua magia à magia de alguém que não fosse humano, já que não a usou na luta contra os espíritos de Lucy, também durante o combate ocorrido na enfermaria do presídio.

O fato de Miori não ter aparecido ali ainda, reforçou suas convicções. Talvez estivessem certos. Ao menos estava aliviada em poder conceder aos seus amigos tempo para que pudessem lutar sem ter que protegê-la diretamente. 

Ainda assim, a loira olhou com ressentimento para as grossas tiras de metal que circulavam seus pulsos. Ela queria ajudar, e se perguntava se poderia removê-las se chegasse ao ponto de extrema necessidade.

— Hime — percebendo a melancolia de sua contratante, Virgo chamou.

Balançando a cabeça, Lucy tentou afastar a sensação de ser um fardo, que ameaçava se apoderar dela. Ela não tinha tempo para perder se lamuriando. 

— De novo, vocês vieram por mim por suas próprias forças — com a mente mais clara, a maga estelar comentou. — Obrigada — agradeceu, respirando profundamente em seguida, a fim de controlar-se o suficiente para não cair em lágrimas.

— Todos queremos sua segurança. Sumimasen — Áries declarou, usando sua magia para providenciar um manto de lã rosa, o qual enrolou em Lucy, para que ficasse mais aquecida, já que a temperatura ambiente parecia cair a cada instante.

— Gemini já colocou em prática a parte dele, hime — Virgo avisou. 

A maga estelar assentiu. Isso significava que alguns dos magos da Signum Sectionis já deveriam ter visto uma cópia sua fugindo da guilda. 

Provavelmente, não seria o suficiente para enganar os mais espertos, mas talvez dispersasse alguns soldados.

— Agora eu vou cavar e nos tirar daqui — o espírito da empregada garantiu, preparando-se para usar o próprio poder.

Lucy meneou a cabeça, preparando-se. Essa seria a parte difícil, engatinhar por um túnel com uma barriga de sete meses de gravidez. Mas Virgo se comprometera a fazer o caminho o mais espaçoso possível.

Determinada, bateu em ambas as bochechas. Ela tinha que conseguir. Por sua filha. Por Natsu.

E enquanto se preparava, não pôde evitar desejar que, onde quer que o mago do fogo se encontrasse, estivesse mais seguro que eles. Independentemente disso, sabia que Natsu chegaria até ela o quanto antes, assim que soubesse do ataque.

O pensamento renovou seu ânimo que, no entanto, vacilou, no momento em que viu o mergulho de Virgo contra o assoalho falhar completamente.

O espírito da empregada permaneceu estatelada alguns segundos, a bochecha colada no solo, a expressão apática como sempre, entretanto, momentos depois se reposicionou, ajoelhada. 

Confusa, bateu com os nos dos dedos contra o chão, algumas vezes, antes de dizer.

— Eu não posso atravessar. É como se estivesse congelado.

 

 

Erza ofegou, observando a nuvem de vapor que se formou diante de seu rosto. Além dela, os flocos gelados que caiam sobre sua pele, evidenciavam a anormal queda de temperatura, que culminou no absurdo provocar neve em Magnólia em pleno verão.

A conclusão óbvia, havia um mago, entre os inimigos, que tinha habilidade de manipular o clima, o que deixava os membros da Fairy Tail em gritante desvantagem, por não estarem preparados para a mudança brusca de temperatura.

Além disso, Natsu e Gray, os dois magos cujos poderes eram mais compatíveis com a sobrevivência em tais condições, não estavam presentes.

A própria Erza, que já não estava em plenas condições de combate por ter recebido parte dos danos que seriam direcionados à guilda, via seus movimentos tornarem-se mais lentos, pouco a pouco, o que significava que ela tinha que acabar com aquela batalha rapidamente.

Não que fosse fácil, claro.

Ela mal havia raciocinado tal conclusão, quando o estalo característico denunciou que Miori, a oponente com quem vinha lutando, havia se teletransportado para o local atrás de si, a fim de tentar atingi-la pelas costas.

Erza nem teve tempo de se virar completamente, mas logrou bloquear os golpes desferidos pelos sai feitos de gelo que a inimiga empunhava, partindo as lâminas.

Desde que a luta começara, não era a primeira vez que a ruiva danificava as armas da oponente, no entanto, Miori desaparecia, logo após um ataque, e reaparecia em outro ponto em seguida, com lâminas novas, o que fez com que Titânia concluísse que ela provavelmente utilizava magia de criação de gelo ou alguma semelhante.

Após tal conclusão, entre os aparecimentos e desaparecimentos de sua oponente, conseguiu observar que, todos os soldados da Signum Sectionis que  conseguia observar através das partes destruídas da sede, pareciam usar magia do elemento gelo, o que era um fato curioso, mas não estranho, considerando que a seita foi criada para destruir E.N.D., o demônio de Zeref que acreditavam usar o elemento fogo.

Novamente, as divagações da ruiva foram interrompidas por um novo ataque de Miori, que foi evitado com dificuldade, já que todo o seu corpo doía em protesto aos danos sofridos até então. 

Titânia ignorou, decidida a continuar.

Se Miori estava concentrada nela, era um bom sinal, indicativo que o plano que tinham formulado para proteger Lucy, tinha chance de dar certo. Se a maga do teletransporte perdia tempo consigo, é porque haviam acertado em presumir que ela não conseguia sentir a magia de Lucy enquanto ela usasse as pulseiras inibidoras. Então Erza só tinha que derrotá-lá com o tempo que haviam ganhado, para garantir a superação de seu maior obstáculo.

Decidida, a ruiva reequipou para a armadura Imperatriz das Chamas, na esperança que o poder de fogo a mantivesse aquecida. 

 

 

Explodir a sede da Fairy Tail com um raio de energia, em plena luz do dia, não era o tipo de ataque que Laxus esperava de uma seita cuja a discrição foi eficiente para mantê-la no escuro por centenas de anos.

Todavia, tornava mais gritante os objetivos de batalha de cada um.

Os membros da Signum Sectionis estavam ali com o propósito de matar os usuários de magia do fogo, especialmente Lucy Heartfilia. Não havia propósito de captura. Se qualquer dos alvos que batalhavam naquele momento vacilasse, certamente seria atingido fatalmente pelo inimigo.

É por isso que a principal preocupação dos magos da Fairy Tail, alvos ou não, era impedir a chegada dos oponentes até Lucy, que se encontrava em condição fragilizada. Previram que o maior obstáculo seria Miori, a maga da Signum Sectionis capaz de se teletransportar guiando-se pela magia do seu alvo, mas felizmente, Lucy parecia correta em sua dedução que a inimiga não poderia localizá-la enquanto usasse suas pulseiras inibidoras de magia, ou ela não estaria concentrada em Erza naquele momento.

Aliviado com a constatação, Laxus se esquivou de outra parede de gelo pontiaguda que rompeu o assoalho da guilda e se projetou em direção ao teto.

Como nas vezes anteriores, o gelo negro, criado por Ulric, desapareceu assim que o propósito de atingir o dragon slayer do raio não foi atingido.

Enquanto batalhavam, o inimigo mantinha uma feição séria. Concentrada. Não era de gerar provocações, tampouco exibir arrogância. Lutava com movimentos calculados e eficientes, sem se desgastar, ciente que seu elemento tinha vantagem.

Afinal, gelo não conduz eletricidade.

Não adiantava o loiro gastar o melhor de sua magia, se no fim não poderia atingir o oponente, que estava protegido por uma espessa armadura de gelo negro. E apesar da curiosidade que sentia em relação à curiosa manifestação de “Ice Make” que Ulric possuía, Laxus também não tinha efetuado movimentos em vão.

Porque a batalha mantida até o momento, não tinha o propósito exclusivo de impedir ou, na pior das hipóteses, atrasar o inimigo em sua perseguição à Lucy.

O objetivo era derrotá-los todos ali mesmo.

E com Makarov caído, restou ao neto a responsabilidade de usar um dos feitiços sagrados da guilda para protegê-los.

Em sintonia com que o dragon slayer do raio precisava fazer, Erza projetou centenas de círculos mágicos, em todas as direções, dos quais, inúmeras armas, desde espadas até lanças, saíram em perseguição aos inimigos.

Se pudesse, o loiro pararia e assistiria, ciente da complexidade do ataque de Titânia, que teve que tomar cuidado imenso ao manipular suas armas sem atingir seus amigos.

Em vez disso, Laxus contou.

Mentalmente, pois ele não daria aos inimigos, que os matariam na primeira oportunidade, a cortesia de escolherem se retirar, como seu avô habitualmente fazia.

Não. Em pensamento, ele contou até três e, assim que a esfera de energia dourada se materializou em sua mão, se preparou para espandi-la e varrer qualquer ameaça do perímetro de Magnolia.

Em vez disso, ele viu o brilho dourado se desvanecer entre seus dedos e apagar feito uma vela de aniversário. 

— Opa — o terceiro mago que havia tomado a frente na invasão, alto, esguio, com um corte de cabelo que, apesar de curto, parecia feminino, e um sorriso zombeteiro, comentou, em falso tom de lamento.

Laxus o havia visto lutar com meia dúzia de seus companheiros de guilda em simultâneo, sem entender ao certo a mecânica da magia do inimigo. Apenas havia percebido que seu elemento era gelo, como todos os outros, sem compreender como os oponentes ou feitiços lançados simplesmente começavam a congelar, assim que se aproximavam dele.

— Finalmente minhas runas sobrescreveram às de vocês. Parece que qualquer mago da Fairy Tail ou aliado dentro do meu domínio, não vai poder usar magia por um tempo — revelou com diversão.

— Então eram runas — o dragon slayer do raio pensou. — O desgracado provavelmente usou escrita magica para criar um campo congelante ao redor de si mesmo. 

— Finalmente, Nial — Miori declarou, com impaciência, para em seguida desaparecer das vistas deles.

Claro, o corte da magia prejudicaria a maga em guiar seu teletransporte pelas habilidades dos oponentes, mas isso não significava que ela e os demais não podiam fazer do jeito antigo e apenas implementar uma varredura no local atrás de Lucy.

Alarmada, Erza correu em direção aos fundos da guilda, apenas para ser interceptada por soldados menores.

Porque ela e todos os outros magos da Fairy Tail presentes, já não podiam usar magia.

Laxus cerrou os punhos, os pensamentos correndo acelerados por sua mente sem, no entanto, revelarem qualquer solução para aquela situação.

A verdade é que, sem magia, estavam condenados.

Contudo, não foi a própria situação que lhe provocou um gelo na espinha, mas sim a conjectura do que aconteceria aos espíritos que guardavam Lucy, se também não pudessem usar a própria magia para se manterem naquele mundo.

 

 

Por mais que tentasse se manter calma, Lucy não se viu em condições de conter os tremores de seu corpo a cada nova explosão ou pancada que escutava.

Com Virgo impossibilitada de cavar para tirá-los dali, era apenas questão de tempo que os magos da Signum Sectionis os encontrassem na biblioteca.

Novamente, a culpa a sobrecarregou. 

Seus amigos estavam lutando para protegê-la, e tudo que podia fazer era se esconder. Lágrimas de frustração riscaram suas bochechas.

— Hime — Virgo tentou consolá-la.

— Estão todos se machucando, por minha culpa — a loira pranteou. — E eu sequer posso proteger minha filha ou a mim mesma — acrescentou.

— Não há culpados nesta situação além dos malditos que querem fazer mal à Lucy-San e à sua bebê — Taurus contrapôs, com eloquência, mugindo em seguida.

— Todos os seus amigos sabem disso e estão dispostos a dar tudo o que têm para proteger vocês duas — Caprico acrescentou, pressionando os ombros de Lucy, para acalmá-la. — Não é assim que lutam os magos da Fairy Tail? — lembrou. — Eu sei que você faria o mesmo por cada um deles — concluiu.

A maga estelar apenas meneou a cabeça positivamente.

— Então, pronto — concluiu o espírito do bode.

— Se fugir não é uma opção, precisamos esconder você. Sumimasen — vendo que o momento de crise havia sido contornado, Áries se manifestou. 

— Deixar a biblioteca é arriscado demais. Se ao menos o guarda que pode se teletransportar estivesse por perto… — Virgo lamentou, evidenciando o desespero da situação. Isso porque todos confiavam que Doranbolt não negaria ajudaria naquela situação crítica, mas por outro lado, sabiam que ele também não pouparia Lucy das consequências posteriores de estar  rodeada por seus espíritos celestiais.

— Eu posso procurá-lo — Taurus se dispôs, mugindo em seguida.

— Com toda essa comoção, é provável que ele tenha vindo em direção à Fairy Tail, mesmo que seja seu turno de folga — a loira deduziu.

— No entanto, trazer um mago para perto de você, aumentará as chances de Miori reatreá-la — Virgo lembrou.

— Doranbolt já esteve comigo na biblioteca antes. Se ele aparecer só para me tirar daqui, e me deixar sozinha em outro local, talvez Miori não tenha tempo de me rastrear — ponderou, esperançosa. — Só que não temos garantia que, como guarda do conselho, ele deixará uma maga que supostamente violou a condicional sozinha. Entretanto, também não temos outras opções.

— Podemos escondê-la no mundo espiritual — o espírito de Capricórnio sugeriu. — No entanto, sabemos que é arriscado submeter um ser tão frágil como um nascituro aos reflexos das variações temporais dimensionais — lembrou. Afinal, já haviam discutido a possibilidade antes.

Lucy apenas balançou a cabeça. Ela não apostaria o bem estar de seu bebê, a não ser que não houvesse outra maneira.

Ela estava prestes a dizer isso, quando repentinamente viu-se sozinha na biblioteca.

Seus espíritos haviam desaparecido, sem qualquer aviso ou alerta.

— Virgo? — chamou, aflita. — Áries? — continuou.

Nenhuma resposta veio.

— Taurus? Caprico? — seguia perguntando, o timbre tornando-se mais desesperado a cada nome pronunciado.

Naquele momento, ela percebeu que tudo havia se tornado silencioso. Já não havia barulhos de explosões, baques ou gritos de batalha acima. 

— Minna — choramingou, girando em torno de si mesma, apenas para confirmar que não havia ninguém além dela própria, dentre as inúmeras prateleiras repletas de livros antigos.

Se ao menos seu desespero parasse ali.

Mascarando a urgência em manter-se o mais quieta possível, para não chamar a atenção dos inimigos, um grito deixou a garganta de Lucy, ao mesmo tempo em que uma dor lancinante e constante a atingiu no baixo ventre.

— Ah, não — choramingou a maga, estelar, dobrando-se contra a própria barriga. — Por favor, agora não — implorou baixinho, em meio a ofegos. — Natsu… — chamou, desesperada, grossas lágrimas pingando de seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Sem muitos comentários a respeito deste, hehe.
Se possível, me digam o quanto querem saber o que acontecerá agora.
Até o próximo!



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