A Princesa Preciosa escrita por Sensei Arê


Capítulo 1
Primeira Noite: Rumo á Novas Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Ai, olha lá quem vem postar algo novo...
Pois eu posto sim! E se reclamar vai ter mais!
Bem amores e amoras, essa fic vai ter uma pegada mais "oriental", huhuhuh, com direito á incenso e musiquinha de salão de massagem! Huhauahauah! Mentira, as músicas são boas!
Ah, antes que alguém queira arrancar até o meu último fio de cabelo, já deixo avisado que eu vou postar um glossário nas notas finais, pra que ninguém fique com cara de "ué?" pra mim.
E então, vamos começar nosso "caminho para a Índia"? Então, soltem a play list e sigam em frente, exploradores!

Início da história: https://www.youtube.com/watch?v=GO9VgbPU77o

Música que o Neji toca/canta: https://www.youtube.com/watch?v=j3x8eJVLv1E

Boa leitura e até as notas finais!



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Essa história que vou lhes contar é uma das mais lindas histórias de amor. E eu sei disso porque eu a presenciei.

O ano era 1925, alguns anos após a Primeira Guerra Mundial. Meu nome é Shino Aburame e eu sou um – sem falsa modéstia, brilhante – arqueólogo de Londres, Inglaterra.

Neste ano, eu e alguns de meus amigos mais abastados da universidade fomos contratados por um rico empresário, chamado Obito Uchiha para empreender uma expedição ás terras da Índia, a fim de encontrar o tesouro do Reino Perdido de Kishkindha. Uma grande tolice, em minha opinião. No entanto, quando nós – amantes da história – tratamos de valores como: pioneirismo, fama e principalmente, dinheiro... Ah, meus amigos, a história muda de figura! Bom, de certo modo, eu estava cansado de apenas ver peças antigas e fragmentos de história. Eu queria mais!

Porém, como eu já bem disse, essa história que vos conto não é sobre mim e nem sobre meu empreendedorismo na Índia, e sim, sobre o maior tesouro que eu tive a grande oportunidade de ver.

De acordo com as pesquisas realizadas este reino é identificado como sendo as regiões ao redor do rio Tungabhadra (então conhecida como Pampa Saras), perto de Hampi em Karnataka. Contávamos com a ajuda de um homem que nos foi ‘emprestado’ como guia. Ele era forte e tinha uma aparência intimidadora, porém, ele nada se parecia com um indiano. Seu nome era Neji, seu sobrenome não era conhecido por ninguém. Ele tinha a pele tão branca como a minha e os cabelos longos e castanhos como um índio. Porém, o mais impressionante nele eram seus olhos, de um tom lilás perolado que eu jamais havia visto. Soube por alguns mexericos que ele havia sido pego como escravo por uma caravana de mercenários, juntamente com uma mulher que ele tratava como protegida. Em meu raciocínio lógico, eu achei esse fato confuso, pois aquele homem se portava de uma forma sublime, mesmo perante aos historiadores. Era difícil vê-lo com os grilhões nas mãos. Parecia... Errado.

Depois de alguns dias de trabalho árduo, eu e minha equipe fomos convidados á participar de um sarau no harém do anfitrião da cidade, com direito á degustação de especiarias e ‘entretenimento’ para os homens. Aquilo nada mais era do que um convite para um prostibulo de luxo, onde os nativos pretendiam nos torrar até o último tostão com suas artimanhas.

Os homens da expedição cochichavam entre si e cutucavam-se, apontando para os vultos ocultos pelos véus de seda. "A carne do homem é fraca. Para eles, tudo tem seu peso e sua medida.", eu pensava. De longe era o que se sentia mais incomodado com a situação. Eu não queria uma festa... Eu queria terminar logo o que me propus a fazer e voltar com meus louros para casa.

- Isso é tão... Desnecessário. – as palavras de aborrecimento iam e voltavam para o fundo da minha garganta, amargando-a.

- Ah, apenas relaxe, Aburame! – retrucou Sasuke, afilhado do empregador e meu amigo de faculdade, oferecendo-me um cálice – Se estamos aqui para descobrir, também temos o direito de nos divertir! Aproveite, essa é por conta do meu padrinho!

O moreno de olhos ônix me sorriu debochado enquanto eu o fulminava com o olhar por debaixo de meus óculos. Eu reprimi um muxoxo e sentei-me no local que me fora indicado, á contra gosto.

Aquilo era uma perda de tempo, mas eu não poderia ir á forra com um bando de homens sedentos por um pouco de luxúria. Eu acho que a única pessoa que poderia entender os meus sentimentos era Neji, pois ele estava em um canto atrás de mim, com os braços cruzados e uma cara tão desgostosa quanto a minha. Por ser um escravo, ele não poderia sentar-se a mesa, mas eu fiz questão que ele tivesse seu momento de descanso junto á nós, pelo trabalho árduo nas escavações.

E então, assim que começou a música, as mais belas concubinas surgiram balançando suas espadas e mais de sete véus. Mulheres para formas e gostos diferentes, que não passavam de prostitutas bem vestidas para mim. Bom, pelo menos era o que eu pensava... Até quando ela entrou.

- Eis aqui nossa strimani! – bradou o anfitrião, erguendo as mãos com visível alegria – Hinata!

Meus olhos castanhos foram capturados por outro par de olhos tão reluzentes quanto duas pérolas. A pele cheirosa de sândalo, branca como marfim, estava coberta pela mais fina seda acquamarine, deixando evidente a beleza daquela jovem. Seus cabelos negros como o ébano caiam como uma cascata á suas costas nuas, a boca rubra sorria belamente, não para seduzir, mas apenas por sorrir. Ela curvou-se em cumprimento para nós e dirigiu o mais belo dos olhares em minha direção.

- Tu, escravo! – apontou o anfitrião com entojo presente na voz – Faça-se útil e mostre seu único dom! Tocai para nossa priya!

Antes que eu pudesse me virar, Neji passou por mim sem dizer uma única palavra, pegou uma flauta e pôs-se a junto aos outros músicos. Ele e a dançarina trocaram um olhar vívido, e foi nesse momento em que eu vi que seus olhos eram tão iguais em sua diferença. Hinata era a protegida de Neji! Sem mais delongas, quando ela deu o sinal, ele iniciou a música... E então a magia começou.

Ah, como era bela! Era um anjo sem asas que flutuava pelo salão, ou era uma deusa que exercia sua força triunfal sobre os homens? Isso eu não me incomodava em saber... Eu precisava unicamente dela! Minha irritação esvaiu-se como se um véu tivesse sido arrancado da minha mente, assim como tudo o que eu vivera até hoje. O meu mundo passou a ser regido apenas por aquela mulher.

Hinata ainda dançou por mais três longas músicas e curvou-se mais uma vez, empostando as mãos juntas. Todos no salão aplaudiam e ovacionavam a morena, com todos os méritos. Sorrindo mais uma vez, aquele belo anjo perolado se virou e sumiu por entre os tecidos da rústica taberna. No momento seguinte, o anfitrião informou-nos que algumas moças estariam disponíveis para deleitar a noite de que pudesse pagar por tal diversão. Eu não pensei duas vezes em sacar minha carteira e disponibilizar todos os valores que eu tivesse para ter a atenção de Hinata somente para mim.

Porém, para a minha imensa frustração, o velho anunciou que a prema strimani não estaria disponível para ninguém, independente do valor que fosse pago. Aquilo fez com que minha ira se tornasse evidente pela primeira vez. Eu TINHA que ter Hinata!

As dançarinas disponíveis foram postas em uma fila, exibindo seus mais belos sorrisos, porém nenhuma delas tinha o brilho que conquistara meu coração. Após vários lances, os rapazes que conseguiram comprar moças e quartos foram satisfazer-se como bem manda o figurino. Já eu, aproveitei o breve momento de distração de todos e tomei o rumo que minha musa havia feito, eu iria atrás de minha pequena obsessão.

Eu segui por um longo corredor de madeira e tecido, jogando a sorte para ver se encontrava o aposento de Hinata. Eu dobrei uma esquina e deparei-me com uma varanda entreaberta. No lado oposto haviam várias portas, que provavelmente seriam os quartos das moças, porém, a brisa parecia me chamar para o lado de fora. Eu sentia que ela estava ali. Eu fui até a entrada, mas as vozes que se seguiram me impediram de continuar.

- Hinata... - a voz era grave e forte, com um sotaque carregado de paixão - Prema rajkumari...

- Neji... – eu ouvi minha adorada chamar, com um nó formando-se em minha garganta – Hridaya patni!

No momento, eu fiquei irritado. Como diabos eu conseguiria despistar meu guia para conseguir ter com sua parenta? Foi quando eu tive a infelicidade de espiar os dois do lado de fora.

Hinata estava sentada no peitoril da varanda, com os ombros cobertos por um véu lilás com desenhos em fios de ouro. Seus braços delicados estavam envolvendo a cintura de Neji, e este acariciava suavemente seu rosto. Eles se olhavam com paixão... Minto, seus olhos lilás perolados transbordavam de amor.

- Chittaharini, Hinata. – disse ele, beijando o pescoço dela, ao mesmo tempo em que descobria o ombro com o véu - Mujhe tumse pyarhai!

- Mujhe tumse pyarhai, Neji... - ela respondeu, puxando o rosto dele para o seu e beijando-o avidamente.

Sem poder olhar mais, com meu coração envolto em fúria e melancolia, eu deixei aquele lugar enquanto os dois amantes desnudavam-se e consumavam o seu amor eterno. Pois mesmo sabendo que ela era inalcançável, eu fora um tolo que se apaixonou por um sonho.

Ao sair do harém, eu dei de cara com Sasuke outra vez. Ele fumava um charuto e tinha um brilho misterioso no olhar.

- E então, Shino, conseguiu animar-se lá dentro? – questionou ele, soltando a fumaça com um meio-sorriso.

- Eu continuo achando que foi uma tremenda perda de tempo. – respondi com asco – Seu pai e seu padrinho vão ter de se contentar com esse atraso, Uchiha.

- Sei, sei... – murmurou o moreno, tragando novamente.

- Eu espero que todos estejam prontos mais cedo amanhã, para continuarmos com a busca. – eu disse, passando por ele – Temos muito tempo a recuperar.

- Não se preocupe, Aburame... – disse ele, com aquele mesmo brilho estranho no olhar – Sei que agora todos vão ter novas motivações pra continuar as buscas...

Sem entender a resposta, eu simplesmente virei-me e voltei para o alojamento dos expedicionários.

E eu teria sonhos com uma bela deusa de olhos lilás perolados.


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Notas finais do capítulo

Antes de qualquer coisa, cá está o nosso glossário:

Kishkindha: é o reino macaco (Vanara) do rei Sugriva, o irmão mais novo de Vali, na teologia indiana do tempo de Ramayana. Este era o reino em que ele governou com a ajuda de seu amigo, Hanuman.

Strimani: do hindi, "joia preciosa".

Priya: do hindi, "rara".

Prema: do hindi, "estimada".

Rajkumari: do hindi, "princesa".

Hridaya patni: do hindi, "esposo do meu coração".

Chittaharini: do hindi, "a que cativa a minha mente".

Mujhe tumse pyarhai: do hindi, eu te amo.

Bem, o que posso dizer? Eu sinto um pouco de dó do Shino nesse começo de fic, mas oras bolas, por que ele tinha justo que se encantar pela mulher de um outro cara?! Ahaaammm, isso vocês saberão mais pra frente, huhuhuhuh!
Agora, um recado pra minha amada Xará: esse é só o primeiro. O próximo já está sendo elaborado, huhuhuhu... É muito amor!!

Enfim, quem achar que eu mereço, fiquei á vontade pra me escrever o que quer que seja! ^^'
Até o próximo capítulo, exploradores da titia! Beijos!!



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