In love..., in London escrita por Roberts


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom gente,
Como eu já tinha dito no grupo do face e também nas notas do último capítulo de Changes Love, aqui está a minha nova one Steroline.
Espero que gostem da fic
Nos vemos lá embaixo nas notas finais.



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Minha querida Caroline,

Sei que essa é uma maneira mais brega de começar esse e-mail, mas não pude evitar. Faz apenas algumas horas que estou aqui em Londres e já estou morrendo de saudades suas e a cada segundo que passa sinto que não vou aguentar passar dois anos inteiros longe de você.

Por isso eu tomei uma decisão: dentro de alguns instantes você deve receber um novo e-mail, dessa vez da companhia aérea; acabei de comprar uma passagem para você vir a Londres, mas sem uma data definida, você só precisa agendar o seu lugar no voo com vinte quatro horas de antecedência e, é claro, me avisar que eu iria te buscar no aeroporto.

Mal posso esperar para te ver de novo, vou ficar aqui esperando ansiosamente até você decidir quando vem.

Eu te amo, muito.

Stefan.

Recebi esse e-mail há pouco mais de uma semana, mas ainda não tinha conseguido parar de ler e reler aquelas palavras desde então; tanto que sabia o conteúdo daquela mensagem de trás para frente sem nem mesmo precisar olhá-la.

Exatamente como meu namorado tinha avisado, logo depois eu recebi um aviso da companhia aérea a respeito da emissão da minha passagem e como eu poderia marcá-la para o voo que eu quisesse. Se dependesse de mim era óbvio que eu já estaria em Londres com ele, mas, infelizmente, isso não depende apenas de mim.

-Care, será que eu você pode me ajudar com uma coisa aqui no estoque? – a voz da minha melhor amiga fez com que eu despertasse dos meus devaneios e desviasse os olhos da tela do computador – Tem uma caixa lá sem nenhuma identificação que eu não tenho ideia de onde colocar. Como foi você quem recebeu o carregamento dessa semana...

- Claro, Lena, eu já vou lá – avisei enquanto fechava o meu e-mail – Já estou indo lá. Provavelmente são as camisas de manga cumprida que chegaram para a coleção de inverno, acho que eu esqueci de colocar a identificação na caixa.

-Também, você anda tanto no mundo da lua esses últimos dias que não espantaria se você esquecesse a cabeça quando saísse de casa – Aliás, o que você está vendo ai.

Elena foi para frente do meu notebook; mas como eu já tinha fechado a página da internet, tudo que ela viu foi a foto minha e do Stefan que eu tinha como papel de parede.

-Por favor, Care, não me diga que você estava vendo de novo o e-mail do Stefan? – revirou os olhos – Sinceramente, porque você não pega essa passagem que ele te mandou e vai logo para Londres? Só faz uma semana, mas dá para ver claramente que você não está bem longe do Stefan.

- É a primeira vez em quatro anos que eu fico tanto tempo longe do meu namorado – dei de ombros - Não pode me culpar por estar me sentindo assim.

Conheci Stefan Salvatore quando na minha primeira semana do meu curso de moda, ambos éramos calouros na universidade, viramos amigos logo de cara e pouco mais de seis meses depois estávamos começando a namorar. O próximo passo foi irmos morar juntos, quando fizemos um ano de namoro, infelizmente tudo mudou quando ele ganhou uma bolsa para pós-graduação logo depois da formatura; claro que Stef não queria aceitar, mas por fim consegui convencê-lo a ir para Londres, afinal, dois anos não era tanto tempo assim e logo estaríamos juntos novamente.

- Caroline, eu estou falando sério - ela insistiu – Sou sua melhorar amiga, te conheço a vida toda, sou sua sócia e posso ver perfeitamente que você está totalmente dispersiva desde a viagem do Stefan; tudo bem que é por pouco tempo, mas tenho certeza de que vê-lo vai te fazer sentir muito melhor.

- Mas e quanto a loja? – lembrei – Quem é que vai cuidar de tudo enquanto eu estiver fora?

A vida do Stefan não foi a única que mudou totalmente depois da formatura. Sempre foi meu sonho abrir uma loja roupas e finalmente consegui realizar isso ao lado da minha melhor amiga; conseguimos um pequeno espaço em um shopping da cidade e depois de alguns meses estávamos começando a fazer sucesso.

- Eu posso cuidar de tudo por aqui – avisou – Nós somos sócias, você pode viajar sossegada, vou cuidar de tudo aqui, acredite em mim.

- A loja não é o único problema aqui – continuei – E se essa for a única chance de eu ver o Stefan durante esses dois anos em que ele vai ficar em Londres? Vou mesmo desperdiçar isso depois de apenas uma semana?

- Tudo bem, Care, não está mais aqui quem falou... – levantou as duas mãos em sinal de rendição – Você quem sabe o que é melhor para você mesma; então vou parar de dar a minha opinião.

- Vou até o estoque ver o problema da caixa que você falou – avisei enquanto me levantava – Você pode ficar aqui no caixa enquanto isso?

Estávamos no meio da tarde, um horário de pouco movimento e tinha apenas uma cliente na loja no momento, que estava ocupando a atenção da nossa única vendedora; de qualquer maneira eu e Elena combinamos que sempre teria uma de nós vigiando tudo que estava acontecendo.

- Claro – concordou com a cabeça por fim – Pode ir até lá, sossegada, vou ficar bem aqui.

Eu apenas dei um fraco sorriso antes de ir na direção do estoque. Pensar no trabalho era a única solução para não enlouquecer com essa decisão de ir ou não para Londres; e no momento é disso que eu estou precisando.

***

Quando eu ouvi o som do chuveiro sendo ligado eu me ajeitei na cama e dei uma olhada melhor no local: era uma espécie de loft sem nenhum tipo de parede dividindo a sala, a cozinha ou o quarto, apenas o banheiro tinha uma porta, o típico apartamento londrino. A bolsa que Stefan ganhou incluía também o auxílio moradia e ele teve muita sorte que o local que arranjaram ficava apenas alguns minutos do campus.

Decidi então pegar a minha bolsa e dar uma olhada no meu celular, que eu ainda não tinha ligado desde que coloquei os pés em Londres. Como eu já imaginava tinha várias mensagens de Elena querendo saber onde estou e até mesmo uma mensagem na minha secretaria eletrônica.

- Care, sou eu... – seu tom de voz parecia bem cansado – Já faz horas que eu estou tentando ligar e você não me atende, estou oficialmente preocupada; por favor, dê logo sinal de vida ou vou ser obrigada a ir ao seu apartamento e se você não abrir a porta vou ser obrigada a chamar a policia para poder arrombar. E eu estou falando sério, me liga, manda mensagem..., qualquer coisa.

Não pude deixar de revirar os olhos depois de ouvir essa mensagem, minha amiga sempre foi muito exagerada e dessa vez não estava sendo diferente. O grande problema é que sei que ela é capaz mesmo de cumprir essas ameaças, então é melhor eu dar notícias logo.

Lena,

Desculpa por te deixado preocupada e não dar sinal de vida antes, mas estou apenas seguindo o seu conselho e correndo atrás da minha felicidade.

Nos falamos depois.

Caroline.

Reli o que tinha escrito antes de apertar o botão “enviar”. As minhas palavras com certeza seriam motivo de mais uma enxurrada de ligações, mas não estava com tempo nem paciência para explicar melhor agora.

Deixe-me adivinhar, você está mandando mensagem para a Elena? - me virei dando de cara com o meu namorado na porta do banheiro com a toalha enrolada na cintura, estava tão distraída que nem reparei que o chuveiro não estava mais ligado.

- Se eu não fizer isso, daqui a pouco a Elena vai acionar o FBI para começar as buscas, possivelmente pelo meu corpo – ele riu do meu comentário – Não ri, Stef, essa é a mais pura verdade.

- Bom..., isso tudo é meio que sua culpa – lembrou enquanto se aproximava e sentava na ponta da cama – Afinal, foi a senhorita quem decidiu vir para cá sem avisar para ninguém, não pode culpar que as pessoas fiquem preocupadas.

- Foi um momento de insanidade, não estava pensando direito – dei de ombros – Além disso, vai me dizer que você não gostou que eu tenha vindo para cá?

- Mas é claro que eu gostei, meu amor – aproximou-se de mim e me deu um selinho – Receber a sua ligação dizendo que estava vindo para Londres, foi a melhor notícia que eu recebi em várias semanas.

Foi minha vez de unir os lábios aos dele, colocando as mãos nas suas ainda molhadas por causa do banho e o puxando para mais perto de mim. O contato foi ficando cada vez mais urgente e quando Stefan passou a explicar a parte de dentro da sua camisa que eu estava usando foi impossível não soltar um pequeno gemido implorando por mais.

- Você tem mesmo que ir para a aula agora? – lamentei quando ele passou a beijar o meu pescoço.

- Infelizmente sim – respondeu – É a última aula antes de prova da semana que vem, então só tenho hoje para tirar todas as dúvidas com o professor.

Eu entendia a preocupação dele, a bolsa de estudos estava diretamente ligada ao desempenho nas aulas. O que significa que se Stef for mal nas provas ele pode acabar perdendo o auxílio antes mesmo da metade do curso.

- Tudo bem, vou deixar passar dessa vez... – fiquei fazendo carinho na nunca dele com a ponta da unha – Mas saiba que depois dessa aula você vai ser todo meu pelo restante do dia.

- Continua o que você está fazendo que eu não vou mais a lugar nenhum – dei um pequeno sorriso quando ele falou isso – E depois você vai ter que estudar comigo para a prova e tirar todas as minhas dúvidas.

- Você é mesmo um idiota... – fiz uma careta para ele – Que horas que começa a sua aula?

- Daqui a meia hora – disse – É tempo o suficiente para trocar de roupa e ir caminhando até o campus.

- Certo – soltei um suspiro e dei um beijo no seu queixo antes de empurrá-lo para que ele pudesse se levantar – Então é melhor você se apressar.

Continuei no mesmo lugar observando o meu namorado ir até o armário escolher a sua roupa e se vestir rapidamente.

- Tenho uma ideia – sugeriu, por fim – Por que você não sai comigo agora?

- Você está querendo que eu vá para a aula junto com você? – não pude deixar de rir enquanto perguntava – Não tenho certeza se será uma experiência tão divertida assim para mim.

- Não era disse que eu estava falando – se explicou – É para você sair comigo e ficar dando uma volta por ai enquanto eu estou na aula, então depois podemos ir comer alguma coisa; tem um pub que não fica muito longe daqui que eu quero te apresentar.

- É mesmo uma proposta tentadora – admiti – Sabe que eu nunca fui a um pub.

- Então me deixe te levar o seu primeiro pub – pediu – Tenho certeza de que você vai adorar.

- Vou aceitar o seu convite – respondi, sorrindo – Mas será que eu não vou acabar me perdendo? Não conheço nada em Londres.

- Vai comigo até o prédio em que eu vou ter aula que eu vou te explicar tudo que tem por perto, tenho certeza de que você não vai se perder - garantiu – E quanto aos pontos turísticos de Londres, podemos ir juntos no final de semana; o que acha?

- Você não poderia ter tido uma ideia mais perfeita – me ajoelhei na cama e o abracei no pescoço antes de unir os meus lábios aos dele – Eu já disse que te amo?

- Você disse isso várias vezes – afirmou – Mas hoje você ainda não me disse...

- Então eu digo agora – o beijei novamente – Eu te amo, Stefan Salvatore!

- Eu também te amo, Caroline Forbes! – sussurrou antes de repetir o meu gesto, então ele me levantou pela cintura para que eu pudesse ficar de pé – Agora é melhor você ir trocar de roupa; imagino que não queira que eu chegue atrasado na aula, não é mesmo?

- Claro que não quero isso – neguei com a cabeça.

Não estávamos com tanto tempo para que eu abrisse a minha mala e procurasse alguma coisa para vestir, então decidi usar a mesma roupa com a qual eu tinha chegado mais cedo. Vestimos os nossos casacos e saímos apressadamente do apartamento.

***

- O filme foi ótimo, não acha? – Elena colocou o braço envolta dos meus ombros enquanto saímos da sala de cinema – Foi bem divertido!

- O filme é mesmo muito engraçado – concordei – Estava precisando assistir um bom filme de comédia, ultimamente eu só tenho assistido aquele romances bem melosos.

- Daqueles que fazem a gente chorar o filme inteiro... – minha amiga completou - Care, você é muito previsível quando está com dor de cotovelo que até chega a ser irritante.

- Não estou com dor de cotovelo, Lena – revirei os olhos – Estou apenas curtindo meu momento levemente depressivo, já que meu namorado vai passar dois anos em Londres enquanto eu estou aqui.

- Tudo isso porque você não quer pegar a passagem que o Stefan te mandou e ir encontrá-lo lá em Londres - lembrou, seu tom de voz era totalmente convencido, algo que era bem irritante nela – Já te disse isso milhares de vezes nos últimos três meses, mas você não quer me ouvir.

- Três meses? Claro que eu sabia que já tinha passado todo esse tempo, mas fiquei surpresa quando Elena falou; já faz mesmo três meses desde que Stefan viajou?

Talvez eu esteja exagerando um pouco, mas gostaria mesmo de saber como eu consegui sobreviver todo esse tempo...

- É claro que eu vou ver o Stefan e pode acreditar, estou mais do que ansiosa com isso – garanti – Mas quero que seja uma visita mais do que especial, tem que ser algo mágico, para nós dois.

- Não importa a sua decisão, Care, não importa quando você decida ir, será um momento mágico de qualquer maneira – garantiu – Acredite em mim, você não precisa se pensar muito.

- Minha vontade e de ligar para o Stefan e dizer: “Estou no aeroporto esperando o meu voo, em algumas horas estarei em Londres” – dei de ombros – Assim de surpresa, sem nenhum tipo de preparação, simplesmente ir.

Foi nesse momento que ela parou de andar e apenas se virou para poder me encarar.

- Care, nós duas sabemos que agir por impulso não é e nunca foi o seu estilo – balançou a cabeça negativamente – O Stefan pode não te conhecer a tanto tempo quanto eu, mas ele é seu namorado e também sabe perfeitamente disso; por isso mesmo não está esperando nenhuma surpresa da sua parte.

- E quem foi que disse que eu não posso tomar uma atitude por impulso? – cruzei os braços e me fingi de brava.

- Foi a história quem disse – respondeu – “Pensar pelo menos mil vezes antes de tomar uma decisão”, esse sempre foi o lema de Caroline Forbes.

Soltei um longo suspiro sem ter saber como argumentar. Elena tinha toda razão, nunca fui do tipo impulsiva e talvez nunca consiga ser, nem que eu queira muito isso.

- Será que podemos falar de outra coisa? – pedi – Ficar pensando no Stefan me faz lembrar que ele está longe e...

- Tudo bem, entendi – concordou – Tenho uma ideia: por que você não vai dormir lá em casa hoje? Podemos fazer uma festa do pijama, fazemos pipoca, compramos muito chocolate, enchemos a cara de sorvete e amanhã teremos o dia inteiro para nos arrepender disso, já que é domingo e não vamos abrir a loja.

- Sinceramente, Elena, não estou com muita vontade de ir para a sua casa hoje, muito menos de fazer uma festa do pijama – respondi – Estou mesmo é com vontade de ir para minha casa, apenas isso.

- Não gosto de te ver assim, Care – continuou – Nunca passei pelo que você está passando agora e que só posso imaginar como deve estar sendo difícil saber que seu namorado vai morar fora do país por dois anos, mas se isolar do mundo não é solução.

Foi impossível não revirar os olhos. Nesses últimos três meses minha amiga tem me tratado como uma doida depressiva capaz de cometer uma loucura a qualquer momento; é claro que tem sido difícil não ter o Stefan por perto e isso tem me deixado mais triste do que o normal, mas tenho certeza de que vou conseguir sobreviver pelos próximos dois anos.

- Não é nada disso, Lena, eu só estou cansada – expliquei – Foi uma longa semana e tudo que eu quero no momento é chegar em casa, tomar uma ducha e cair na cama sabendo que não vou precisar acordar cedo amanhã de manhã.

Nada disso era mentira e ela sabia muito bem disso. Nossa loja estava começando a fazer sucesso, mas ainda era apenas o começo e até agora só tínhamos conseguido contratar uma funcionária, o que não fazia ter muito mais trabalho que a maioria dos donos dos próprios negócios costumam ter.

- Quanto a isso eu tenho que concordar com você – fez uma careta – Mas você promete que vai me ligar se precisar de alguma coisa? Caso ache que o apartamento está vazio demais para você ou apenas esteja se sentindo sozinha; basta pedir que eu vou até lá na mesma hora.

- Vou ficar bem, Lena – garanti – Mas qualquer coisa eu te ligo, eu prometo.

- Certo... – pareceu satisfeita com a minha resposta – Eu estou de carro, quer que eu te dê uma carona para casa?

- Nossos apartamentos ficam literalmente em lados opostos da cidade – lembrei – Não vou te fazer desviar do caminho só para me levar; não precisa se preocupar, vou pegar um táxi.

- Tudo bem – acabou concordando comigo – Mas eu vou com você até o ponto de táxi.

Sabia que mesmo que eu dissesse não Elena iria insistir em ir comigo até a entrada do shopping, então apenas a deixei fazer isso. Poucos minutos depois eu já estava a caminho da minha casa.

Estava distraída olhando a passagem pela janela do carro quando me lembrei que não tinha ligado o celular depois que saí do cinema, então decidi fazer isso. Tinha apenas um e-mail do Stefan cujo título era “Para quando você decidir vir aqui me ver”, claro que eu fiquei totalmente curiosa e abri a mensagem no mesmo instante.

Não tinha nada escrito no e-mail, apenas várias fotos do meu namorado nos principais pontos turísticos de Londres: London Eye, Big Ben, Palácio de Buckingham e alguns outros; sabia muito bem que ele estava fazendo isso para me tentar e fazer com que eu decidisse ir visitá-lo o mais rápido possível e para ser sincera ele estava quase tendo sucesso com isso.

Foi impossível não lembrar da conversa que tive há poucos minutos com a minha amiga sobre a possibilidade de ir para Londres de surpresa e também da resposta dela em que afirmou que eu não consigo fazer as coisas por impulso. Será mesmo que as coisas vão ser sempre assim? Será que não existe a melhor chance de eu mudar?

- Será que chegou o momento de eu tentar ser impulsiva? – sussurrei, verbalizando para mim mesma os pensamentos que estavam passando pela minha cabeça.

- A senhorita falou comigo? - taxista perguntou, fazendo com que eu despertasse dos meus devaneios.

- Oh não! Desculpe-me, apenas pensando alto – balancei a cabeça afirmativamente – E acabei de tomar uma decisão...

***

- É oficial, Caroline Forbes realmente enlouqueceu de vez – o pub estava cheio de pessoas que conversam alto e animadamente enquanto bebiam e a televisão do local também estava ligada em um jogo qualquer de futebol, mesmo assim eu estava conseguindo ouvir minha amiga do outro lado da minha sem qualquer problema – Como assim você está em Londres? Simplesmente decidiu pegar o avião e ir para aí sem mais nem menos?

Não foi nenhuma surpresa quando ouvi o meu celular tocando e reconheci o número de Elena no identificador de chamadas, estava esperando aquela ligação desde que mandei a mensagem para ela no inicio da tarde. Talvez não fosse a hora nem o lugar mais apropriado para atender, mas sabia que ela iria continuar insistindo, então é melhor conversarmos logo.

- Foi exatamente isso que eu fiz – dei de ombros enquanto colocava as pernas em cima da cadeira em frente a mim; apesar de só ter ficado somente pelo campus, meus pés estão doendo de tanto andar hoje – E você ainda tem coragem de dizer que eu não consigo tomar uma atitude impulsiva.

- Tudo bem, Care, eu nunca mais fala isso ao seu respeito – avisou – Mas agora você precisa me contar exatamente como foi que isso aconteceu, como foi que uma hora você estava aqui nos Estados Unidos e na outra decidiu ir ai para a Inglaterra?

- Sinceramente, nem eu mesma sei direito: recebi um e-mail do Stefan, então quando eu percebi estava ligando para a companhia aérea, reservando a minha passagem, depois eu fui arrumar a minha mala e antes que eu percebesse estava no aeroporto – dei de ombros enquanto explicava, mesmo sabendo que ela não podia ver o meu gesto – Isso está parecendo tão louco para você quanto parece para mim?

Não é loucura, você só está apaixonada... – respondeu – O amor faz isso mesmo com a gente, acho que não tem como evitar.

Dei uma rápida olhada em Stefan, que nesse momento estava apoiado no balcão esperando que o garçom o atendesse; ele se virou na minha direção e sorriu. Elena tinha razão, eu estava mesmo apaixonada e não tinha como nem porque negar isso.

- Aqui em Londres eu vi onde é que o Stefan está morando e também onde ele está estudando – continuei – Posso dizer que estou um pouco mais tranquila agora.

- Então está bem, senhorita controladora – tinha certeza de que ela estava revirando os olhos nesse momento – E será que eu posso saber quanto tempo você pretende passar aí em Londres.

- Não sei exatamente, umas duas ou três semanas, no máximo – respondi – Você vai conseguir se virar com a loja sem mim durante esse tempo?

- Vai ficar tudo bem aqui, fica tranquila – garantiu – Apenas curte o seu namorado e quando voltar vai me contar tudo; quero dizer, nem tudo, só as partes que não forem inapropriadas.

- Tudo bem, pode deixar – não pude deixar de rir com o pedido dela.

Nesse momento Stefan voltou para a nossa mesa trazendo duas garrafas de cerveja e um prato cheio da batata-frita.

- É a Elena? – quis saber e eu balancei a cabeça afirmativamente em resposta – Será que eu posso falar com ela?

- Não entendi exatamente o que ele queria com isso, mesmo assim entreguei o telefone na mão do meu namorado.

- Oi, Elena! – já começou falando, em um tom de voz bem animado – Você pode ficar tranquila que eu vou cuidar muito bem da sua melhor amiga e mandá-la inteirinha para casa quando chegar a hora – ficou alguns segundos em silêncio, provavelmente estava ouvindo a minha amiga falava – Então está bem, tchauzinho... – desligou e me devolveu o aparelho para que eu guardasse de volta na bolsa.

- Será que eu posso saber o que você dois estavam conversando? – perguntei quando ele se sentou em frente a mim.

- Foi apenas a sua amiga entendendo que nós dois precisamos de um tempo apenas para nós dois enquanto você estiver aqui em Londres – explicou – E ela entendeu isso.

- Mas como você é possessivo, senhor Salvatore – estava me segurando para não começar a rir.

- Não sou possessivo, apenas cuidando do que é meu – segurou a minha mão e beijo a ponta dos meus dedos.

Stefan pegou a garrafa de cerveja que estava mais próxima dele e tomou um gole antes de voltar a pousá-la em cima da mesa.

- Achei que nunca fosse viver para ver o dia em que Stefan Salvatore beber cerveja – brinquei – Será que eu posso saber o que aconteceu para esse milagre?

- Infelizmente a Escócia é terra do Whisky, não a Inglaterra; estamos no lugar errado do Reino Unido – lamentou – Mas a boa noticia é que já estou há três meses e posso dizer que até comecei a me acostumar com a cerveja, não é tão ruim assim.

- É mesmo muito bom – peguei a garrafa que ele não tinha bebido – Vamos brindar a isso!

Fizemos um “brinde” e eu tomei um pequeno gole da bebida. A cerveja inglesa era um pouco mais amarga da que eu estava acostumada em casa e não pude deixar de fazer uma pequena careta, gesto que não passou despercebido por Stefan que apenas riu da minha cara.

- Uma coisa eu tenho que admitir, até que esse lugar é mesmo bem simpático – continuei – Valeu mesmo apena esperar tanto tempo para vir ao meu primeiro pub.

- Eu disse que você ia gostar – ele colocou a mão sob a minha – Acredite, se hoje fosse sexta-feira isso daqui estaria bem mais cheio, teve uma vez que eu nem consegui entrar de tanta gente que tinha.

Apesar da grande quantidade de conversa e dar a impressão de que o lugar estava lotado, ele não estava tão cheio assim.

- Será que eu posso deduzir por esse seu comentário que você vem muito aqui? – decidi perguntar.

- Não venho tanto assim aqui – explicou – E quando eu venho é sempre na sexta-feira ou no sábado, para relaxar do estresse da semana.

- Sei... – dei a ele o meu melhor olhar desconfiado.

- A culpa não é minha que estou aqui sozinho sem a minha namorada – defendeu-se – Então eu preciso de uma distração.

- Agora você vai me culpar pelo seu possível futuro alcoolismo? – me fingi de ofendida – Você é mesmo um idiota, Stefan Salvatore.

- Posso até ser um idiota, mas sou o idiota que você ama – levantou as duas sobrancelhas de maneira convencida.

- Bom..., isso é verdade – foi impossível não dar um sorriso bobo antes que ele se esticasse para me dar um selinho.

- Espero que você esteja com fome – continuou – Sei por experiência própria que se deixar essa batata-frita com queijo esfriar ela não fica muito boa.

- Estou com fome sim – afirmei enquanto pegava um palito e espetava uma das batatas e a colocando na boca – Isso é mesmo muito bom!

- Sabia que você ia gostar – concordou.

Continuamos a comer e conversamos um pouco sobre o que tinha acontecido nesses últimos meses, apesar de já termos falado sobre a maior parte disso por telefone. Ainda pedimos uma outra porção de batata-frita com queijo e bebemos mais duas garrafas de cerveja cada um e depois trocamos por refrigerante; depois disso fomos embora para o apartamento de Stefan, já que ele tem aula amanhã cedo e por isso não pode ir dormir muito tarde.

****

- Senhores passageiros do voo 555 com destino a Londres, dentro de instantes iniciaremos o procedimento de embarque – a voz saiu do alto-falante e ecoou por todo o salão de embarque.

Fiquei alguns instantes encarando a passagem impressa e o meu passaporte que estava entre as minhas mãos, ainda sem acreditar muito no que estava prestes a fazer. Aquela é sem dúvida a maior loucura que eu já tinha cometido, mas tenho certeza de que não vou me arrepender dessa minha decisão.

Como eu estava quase na hora do voo sair, decidi pegar o meu celular dentro da bolsa. Verifiquei o horário e fiz umas rápidas contas e concluí que já devia estar de manhã em Londres, o que quer dizer que eu poderia ligar para o Stefan sem me preocupar em acordá-lo.

Procurei o número do meu namorado e apertei o botão de “chamar”. Com apenas dois toques antes de ouvir o barulho de que ele tinha atendido.

- Stefan Salvatore falando – disse como se fosse uma ligação profissional.

- Que recepção – brinquei – Será que eu posso começar a me sentir importante, senhor Stefan Salvatore?

- Care! – ouvi uma leve risada do outro lado da linha – Desculpe-me, eu não olhei o identificador de chamadas e não vi que era você.

- Não tem problema, Stef – garanti – E então, ai já é domingo, certo? O que você pretende fazer no seu dia de folga?

- Infelizmente, não exatamente o meu dia de folga – respondeu – Vou passar a manhã e talvez o inicio da tarde estudando.

- Não parece muito animador... – franzi o nariz.

O pessoal de uma das minhas turmas decidiu fazer um grupo de estudos, afinal, as provas estão chegando – explicou – E hoje é o único dia em que todos podem se reunir, então, estou indo para a biblioteca.

- Já que é assim, boa sorte – completei.

- E onde é que você está? – ele decidiu perguntar – Aí deve ser quase de madrugada, então você já deve ter fechado a loja. Então eu imagino que você deva estar no nosso apartamento ou então com a Elena fazendo uma festa do pijama.

- Na verdade não estou em nenhum desses dois lugares – respirei fundo antes de continuar, chegou a hora de contar – Estou no aeroporto.

- No aeroporto...? – acho que ele não tinha entendido o que isso significava, pois seu tom de voz era de dúvida – O que exatamente você está fazendo no aeroporto a essa hora da noite?

- Esperando a hora do meu voo para Londres – falei logo de uma vez – Chego aí segunda-feira bem cedo.

- Uau... - o ouvi ofegar logo depois de falar.

- Espero que você possa me buscar – prossegui – Mas se não puder, é só me passar o seu endereço direitinho que eu pego um táxi; não se preocupe, eu vou entender, estou de avisando totalmente em cima da hora e...

- Care, é claro que eu vou te buscar – garantiu – Mas por que essa decisão tão repentina?

- Apenas percebi que estava sendo uma completa idiota em te fazer esperar e não usar logo a passagem que você me mandou – disse calmamente – Você quer me ver e eu também quero te ver; as coisas andam relativamente tranquilas por aqui, então porque não ir?

- Sendo sincero, Caroline, acho que nunca imaginei te ouvir falando uma coisa dessas – admitiu – E também preciso dizer que você acabou de me meter em uma bela encrenca?

- Como assim? – imediatamente fiquei preocupada.

- Não sei se vou conseguir me concentrar nos meus estudos hoje sabendo que vou te ver logo – explicou – Saber que amanhã a essa hora você vai estar aqui comigo, que eu vou poder te abraçar e te beijar. É difícil conseguir pensar em outra coisa depois disso.

- Apenas tente pensar em outra coisa – pedi – E a gente vai se ver, muito em breve.

- Eu sei... ­– apesar de não conseguir vê-lo agora, tenho certeza de que ele está sorrindo – Mal posso esperar por isso.

- Nem eu – nesse momento uma fila começou a se formar em frente ao portão de embarque, era melhor eu me juntar a eles, não quero ser uma das últimas pessoas a entrar no avião – Stef, eu preciso desligar agora.

- Certo, eu também tenho que ir; combinei de encontrar com o pessoal na biblioteca em meia hora – explicou – Só mais uma coisa: eu te amo, Care.

Eu também te amo! – completei antes de desligar.

***

Terminei de fazer a minha higiene pessoal e saí de dentro do banheiro. Stefan estava de pé em frente a mesa e folheando um dos livros que estava ali em cima.

- Você pretende ficar a noite inteira aí? – perguntei enquanto o abraçava pela cintura e colocava o queixo sob um dos seus ombros.

- Claro que não, meu amor, só estava aqui distraído esperando por você – virou-se para ficar de frente para mim – E será que eu posso dizer o quanto o seu pijama é sexy...?

Revirei os olhos enquanto dava uma olhada no meu pijama. Estava vestindo uma camisa com o desenho de um gatinho segurando um coração e uma calça de moletom; certamente não é nada que eu chamaria de sexy.

- E será que eu posso dizer o quanto o meu namorado é um grande idiota? – cruzei os braços.

- Pois saiba que para mim você está sempre sexy – me pegou no colo, fazendo com que eu enroscasse as pernas na sua cintura – E é bom você se acostumar.

Voltou a me beijar foi andando comigo pelo apartamento até que caíssemos na cama. Quando o ar nos foi necessário, ele foi descendo os lábios pelo meu queixo e pelo meu pescoço, fazendo com que eu soltasse um leve gemido de protesto, enquanto isso suas mãos começaram a explorar por dentro da minha blusa.

- Pensei que você tivesse dito que precisava acordar bem cedo amanhã... – lembrei enquanto aproveitava um momento de distração para inverter as nossas posições – E que por isso não queria que nada o fizesse demorar a dormir.

- Você sabia que dizem que sexo ajuda a dormir melhor? – balancei a cabeça negativamente, o que o fez revirar os olhos – Por que você tem que ser tão responsável sempre?

- Pense em mim como o seu lado racional – continuei – E me agradeça por isso...

Aproximei o rosto do dele e dei um beijo na sua bochecha.

- Acho que vamos ter um grande problema quando você for embora... – falou enquanto ficava brincando com uma mecha do meu cabelo – Você tem certeza de que não vai poder continuar aqui durante o meu tempo de curso?

- Você sabe que não, Stef – respondi – Tenho toda uma vida lá em casa, a loja e sem contar que não teria nada para eu fazer aqui Londres, seria totalmente entediante.

- Você teria a mim – lembrou – Isso não é o suficiente?

- Sabe muito bem que é o suficiente – garanti – Mas não dá, Stef, sinto muito...

- Certo – voltou a inverter as nossas posições – Então casa comigo?

- Como é? – foi impossível não dar uma risada nervosa nesse momento – Você está falando sério, Stefan?

- Estou falando mais do que sério – afirmou – Por que eu brincaria com uma coisa dessas?

Fiquei algum tempo sem pensar no que responder. Stefan e eu temos um relacionamento estável de vários anos e é claro que eu penso em me casar com ele um dia, mas nunca tínhamos realmente conversado a respeito disso.

- Uau..., isso é totalmente inesperado – falei, por fim – Mas é claro que eu aceito me casar com você; planejar a cerimônia vai ser uma distração para mim enquanto você estiver aqui em Londres e daqui a dois anos já vai estar tudo pronto, apenas para nos casarmos.

- Não estou falando de nos casarmos apenas quando eu voltar – negou com a cabeça – E sim para nos casarmos agora, aqui na Inglaterra.

- Como é...? – e mais uma vez fui totalmente pega de surpresa, me sentei na cama fazendo com que Stefan ficasse em frente a mim – Você não pode estar falando sério...

Então ele se levantou indo até o armário e mexendo em uma das gavetas, retornando para onde eu estava trazendo uma pequena caixinha de veludo azul. Prendi a respiração no momento em que o meu namorado abriu a caixa revelando duas alianças de ouro branco, uma delas com uma pequena pedrinha em cima; parece que ele tinha mesmo pensado em tudo...

- Stef... – dei um pequeno sorriso enquanto olhava para o seu rosto e para os dois anéis, repetidas vezes.

- Você não é a única que pode fazer grandes planos – continuou – Sabia que você não iria concordar em vir para Londres assim que eu enviasse a passagem, então comecei a pensar na melhor maneira de fazer o pedido para quando você chegasse; queria que fosse perfeito e inesquecível, foi então que me veio a ideia de propor que nos casássemos aqui.

- Certamente foi amaneira perfeita de fazer o pedido – tive que concordar – Nunca ninguém nunca tinha feito nada tão maravilhoso assim para mim antes.

- Ainda bem – brincou, rindo – E então, você aceita?

- Stefan, você me pegou totalmente de surpresa com esse pedido – respondi – Casar é um grande passo, se fosse daqui a dois anos eu teria um tempo para me preparar, mas agora...? Parece algo meio precipitado a se fazer.

- Care... – ele segurou as minhas mãos delicadamente – Estamos junto há quatro anos, moramos juntos e nossas famílias aprovam o nosso relacionamento; casarmos agora seria apenas tornar tudo oficial e não uma atitude precipitada.

- Olhando por esse ponto até que você tem razão – fiquei olhando para os nossos dedos entrelaçados.

- Eu entendo perfeitamente que você não pode ficar aqui em Londres comigo, então volte para casa como minha esposa – continuou – Nada me deixaria mais feliz e mais ansioso do que saber que vamos poder começar a nossa vida juntos e até mesmo começar a nossa família quando eu terminar o meu curso.

Queria dizer sim, isso era tudo que eu queria na vida, mas se eu dissesse sim seria a minha segunda atitude impulsiva em menos de 48 horas; logo eu que sempre tive a vida cuidadosamente planejada. Será mesmo que eu estava mesmo pronta para uma mudança tão grande de atitude vida da minha parte?

Foi então que encarei o olhar esperançoso do meu namorado e percebi que sim, eu estava preparada para isso.

- Você tem razão, Stefan – balancei a cabeça afirmativamente – Eu quero dar o próximo passo com você e não me importo se vai ser em uma cerimônia digna de uma princesa com milhares de convidados ou em um cartório apertado apenas com nós dois, não é isso que importa e sim o significado. Então sim, eu aceito me casar com você.

Ele apenas puxou o meu rosto para perto do seu e me beijou. Não precisávamos de nenhuma palavra para sabermos o que ambos estávamso sentindo.

***

Ainda da janela do avião eu pude ver o famoso mal tempo londrino. Sinceramente, não sei como é que esse aeroporto consegue ficar aberto, parece nunca faz sol nessa cidade.

Peguei a minha mala e saí da área dos passageiros indo para onde as pessoas estavam esperando seus familiares e amigos. Não demorou muito para eu encontrar Stefan, que estava em um canto trazendo um buquê de rosas brancas, as minhas favoritas.

- Stef! – eu o abracei e dei um selinho nos seus lábios – Ainda não acredito que estou mesmo aqui em Londres!

- Acredite em mim, meu amor, eu também ainda não acredito – garantiu – São para você – completou me entregando as flores.

- São lindas, obrigada! – agradeci – Então, vamos...?

- Claro! - concordou – Deixa que eu levo a sua mala - pegou a minha mala e começou a arrastá-la pelo local e começou a arrastá-la em direção ao estacionamento, para onde estávamos indo.

O celular de Stefan começou a tocar e ele pegou o aparelho para poder ler a mensagem sem parar de andar por nenhum segundo.

- Ora, parece que eu estou com sorte... – comentou – A aula que eu teria agora foi desmarcada pelo professor, o que significa que eu não vou perder nada de importante.

- Você tinha faltado a aula para a vir me buscar? – fui eu quem parou, fazendo com que ele imitasse o meu gesto – Eu disse que não precisava fazer isso, eu podia muito bem pegar um táxi.

- Care, eu quis vir te buscar – me beijou – Quis fazer isso por você.

- Você é mesmo um fofo, Stef... – sorriu – Tenho certeza de que não acharia um namorado mais perfeito do que você.

- Acredite, estou muito feliz em ouvir isso – admitiu – Agora eu só tenho aula na parte da tarde, o que quer dizer que temos bastante tempo para aproveitarmos, apenas nós dois.

- Gostei do que você falou... – sorri.

Ele colocou o braço em volta dos meus ombros e caminhamos em direção ao estacionamento do aeroporto.

***

- Sua vez, senhora – o juiz avisou antes que Stefan me entregasse a caneta.

Senti a minha mão tremer, mas por sorte eu consegui assinar o meu novo nome: Caroline Lucy Forbes Salvatore; parecia realmente um sonho, mas não era, eu estava perfeitamente acordada agora.

- Parabéns, vocês já estão casados – o homem voltou a falar – E você já pode beijar a noiva.

Antes que meu marido finalmente me beijasse, nós trocamos o par de alianças que eles tinha me mostrado há cinco dias quando ele me fez o pedido de casamento. Agora era oficial e eu podia e preciso admitir que eu não poderia estar mais animada.

Fazia um lindo dia em Londres e até o sol tinha decidido aparecer entre poucas nuvens. Era uma tarde inteira para aproveitarmos.

- Você sabe que vão nos matar, não é mesmo? – decidi comentar quando estávamos no alto da escadaria do fórum – Elena, minha mãe, meus pais, seu irmão: todos queriam assistir ao nosso casamento e nós acabamos de tirar isso deles.

- Podemos fazer um festa quando eu voltar para casa – sugeriu – Sei que não vai ser a mesma coisa, mas estaremos com quase dois anos de casados; será como uma renovação dos nossos votos.

- Uma festa com tudo que temos direito? – ele balançou a cabeça afirmativamente – Vai ser perfeito e eu vou começar a planejar assim que voltar para casa.

- Você é mesmo incrível, Care... – Stef segurou o meu rosto e uniu os lábios nos meus.

Ainda estávamos nos beijando quando eu ouvi o barulho de uma foto sendo tirada, era o Stefan com o celular. Em seguida ele postou a nossa imagem juntamente com a legenda: “Eu e minha esposa aproveitando Londres no nosso primeiro dia de casados”.

- Você sabe que vamos começar a receber ligações daqui a pouco, não é mesmo? – observei no momento em que ele apertou o botão para “enviar” – Pensei que ainda fossemos ter alguns momentos de sossego antes de precisarmos responder as perguntas.

- Temos que fazer isso mesmo, então por que esperar? – deu de ombros – Mas talvez a gente ainda tenha alguns minutos, talvez algumas horas: o que você quer fazer enquanto isso, senhora Salvatore?

- Tenho algumas idéias... – coloquei os braços em volta do pescoço dele – Vamos almoçar, dar uma volta pelos pontos turísticos de Londres e depois voltamos para o apartamento e fazemos uma comemoração a sós... – essa última parte eu sussurrei, embora não tivesse ninguém por perto para escutar.

- Você não poderia ter uma ideia melhor sobre o que fazer – deu um beijo na minha testa – Vamos até lá.

Ele segurou a minha mão e me puxou para descer as escadas. Por sorte não demorou muito para conseguirmos um táxi.

E esse é apenas o começo da nossa vida juntos, o primeiro de muitos momentos incríveis que passaremos, apenas nós dois...

Fim


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Notas finais do capítulo

E ai está...
Espero que tenham curtido essa minha nova loucura.
Tenho planos de escrever outras ones do casal, só me resta mesmo tempo de escrever.
Bom, é isso
Agora vocês comentem e digam o que estão achando.



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