POV Barry

–Vem com o papai, amor! Vem! –chamo a pequena Nora, ajoelhado no chão, olhando para minha filha a menos de um metro de distância. Em pé, apoiada no sofá da sala, ela sorria com seus quatro dentinhos aparecendo.

Nora tem 11 meses, e ainda não deu seus primeiros passos. Eu estou constantemente fora de casa salvando a cidade, e não quero perder isso, então o tempo livre que eu tenho com ela, tento faze-la andar.

–Por favor! –imploro- Olha! –pego seu coelhinho preferido no meio de alguns brinquedos no chão, e o balanço no ar- Quer o coelhinho? –pergunto e ela dá um gritinho agudo como resposta- Vem aqui pegar!!

Minha bebê solta uma das mãozinhas e eu dou um sorriso. Ela me encara por alguns segundos, solta o outro bracinho e senta no chão. Suspiro decepcionado, não com Nora, mas comigo mesmo por ter que ficar praticamente forçando minha filha a andar, porque não passo muito tempo com ela.

A princesinha vem até mim engatinhando, pega o coelho e começa a morder uma de suas orelhas. Dou risada e a pego no colo.

–Esperta igual sua mãe! –digo enquanto ela me observa com seus olhos verdes. Caitlin foi ao mercado e, diga-se de passagem, ela estava meio apreensiva de me deixar sozinho com a Nora.

Minha noiva, não parava de repetir, “me ligue se precisar de alguma coisa!” “Nada de usar superpoderes com ela no colo!” “Não leve ela para o laboratório!”, sempre as mesmas coisas.

–Vamos tentar de novo? –me levanto e assim que a coloco no chão, onde ela estava, ela faz um bico e começa a chorar- Não, não, não! –a seguro em meus braços novamente, mas Nora não para- Não chora! Por favor! –balanço-a, mas nada muda.

São nessas horas que começo a ficar desesperado. Pego seu coelho novamente e dou na sua mão, mas ela joga no chão e continua chorando.

–O que você quer? –pergunto como se fosse ter uma resposta.

Então tenho uma ideia. A coloco sentada no sofá e começo a correr pela sala. No mesmo instante ouço seu choro parar. Alguns meses atrás descobrimos que ela gosta de me ver correr, mas Cait insistiu que eu só posso usar essa tática em últimos casos. Combinamos mantê-la mais longe da nossa vida ligada ao Flash possível, e isso inclui minha super velocidade.

Quando acelero um pouco e começo a deixar os rastros de luzes amarelas, minha garotinha começa a rir e então a bater palma. Paro em sua frente e ela dá um gritinho alegre.

–Você ama isso né! –a pego-a novamente- Mas não conta para mamãe! –dito isso a porta se abre.

–Não contar o que para mamãe? –Caitlin entra sorrindo.

–Segredinho nosso! –sorrio, ela vem em nossa direção e eu lhe beijo. Nossa relação como casal, não poderia estar melhor. O gritinho tão conhecido, volta, e nos separamos. Nora estica os bracinhos para mãe que a pega no colo.

–Pode pegar as compras no carro pra mim? –Cait pergunta.

–Claro! –digo e em um segundo, tudo já está na cozinha.

Volto para minhas garotas.

–Barry! –me repreende.

–Eu sei! Eu sei! Nada de super poderes na frente da Nora! –reviro os olhos- Mas ela tem só 11 meses! Nem sabe falar ainda!

–Falou certo! Ainda! É melhor aproveitar! Mas não exagere! –avisa- O que vocês ficaram fazendo?

–Tentei faze-la andar, mas não deu muito certo! –digo cabisbaixo.

–Não se preocupe, amor! –Caitlin acaricia minha bochecha- Você vai ver ela andando, e ela vai fazer isso quando ela quiser!

–De quem será que puxou essa determinação? –brinco e minha noiva ri.

Ela ia responder algo, mas meu celular toca.

–Hey Cisco! –atendo.

–E aí cara! Temos um novo meta-human na área e precisamos de você! –diz meu amigo. Cisco fica no laboratório com Jay, quando eu e Caitlin estamos fora.

–Estou a caminho! –respondo e desligo- O dever chama! –falo para Cait- Já volto!

Ela concorda com a cabeça e me beija. Mesmo depois de tantos beijos, continuo a sentir a eletricidade correr por todo meu corpo e as borboletas no estomago. Nunca vou me cansar dos seus lábios.

–Te amo! –fala quando nos separamos.

–Também te amo! –sorrio- Vocês duas! –dou um beijo na cabeça de Nora e saio porta a fora.

*alguns dias depois*

Hoje estava sendo um dia incrível, e isso significa sem vilões loucos tentando me matar ou fazer algum mal para a cidade. Então Caitlin e eu decidimos fazer um piquenique no parque com a Nora, óbvio, para aproveitar.

–Você quer andar até o papai? –Cait diz docemente, com nossa princesa segurando apenas seus indicadores. Eu sentei no gramado na frente das duas e sorrio. Minha filha sorriu para a mãe e bateu os pezinhos no chão animada- Okay... 1... 2... 3... –Caitlin estica os braços na minha direção e Nora começa a dar os passinhos ainda com sua ajuda.

E quando Cait tira seus dedos da mãozinha dela. A pequena não para, cambaleando, com os bracinhos abertos e sorrindo, ela chega até mim.

–Ai meu Deus! –seguro Nora, explodindo de felicidade- Você deus seus primeiros passos! –digo e ela me observa ainda sorrindo- Nossa garotinha deu seus primeiros passos! –dessa vez olho para Caitlin, que vem até mim e se senta.

–É ela deu! –a doutora também sorria- E agora... Ninguém mais a segura! –diz e eu rio- Né?! –olha pra filha sentada no meu colo- Êêêêh! –Cait bate palmas, Nora sorri e imita a mãe no mesmo instante.

Sorrio com as duas. Sou realmente muito sortudo por tê-las na minha vida.

*algumas semanas depois*

–Amor, você viu a chave do carro? –Caitlin grita da sala- Você foi o último que usou!

–Deixei em cima da mesinha de centro! –respondo enquanto espero a mamadeira da minha filha esquentar no micro-ondas.

–Mas não está aqui!

–Como não está aí? Eu... –quando olho para o lado, vejo uma bebê, só de frauda, balançando a chave- Achei! –grito. Quando dou um passo para pegar, Nora dá meia volta e sai correndo toda desajeitada, parecendo um pinguinzinho. Dou risada e vou atrás dela –Peguei você fujona! –digo e tiro a chave de sua mão. Cait aparece na porta da cozinha- Estava com ela!

–Eu te disse! –ela ri- Nada mais á segura! Ela é filha de Barry Allen! –sorrio.

Minha noiva tem razão, agora que Nora sabia de andar, ela não ia parar de correr!