POV OLIVER

Acordo com a claridade adentrando o quarto, me levanto e resolvo que vou retomar os treinos hoje, para voltar o mais rápido possível para a ação. Tomo café e sigo meu trajeto para caverna.

Entro no local e uma sensação nostálgica me invade. É bom estar de volta. O barulho da tranca me acorda de meus pensamentos e Diggle aparece no meu campo de visão.

– O que faz aqui essa hora? – Pergunta curioso. – Achei que estivesse com Felicity.

– Resolvi começar o treino cedo. – Respondo e ele sorri fraco.

– Se me permite perguntar, como serão as coisas daqui para frente? – Franzo o cenho. – Digo, entre você e Felicity. – Nossa, não havia pensado nisso. Agora que estou de volta não sei como vamos fazer. Ela não merece me perder para o arqueiro, para Al Sah Him ou para qualquer outra identidade que eu assuma.

– Vamos dar um jeito. – Garanto e ele sorri satisfeito com minha resposta.

Caminha até os computadores e liga no noticiário, enquanto começo a fazer minhas barras. Algumas minutos passam e escuto Jonh me chamar. Paro o treino e me posiciono ao seu lado.

“Acabou de ser confirmada pela polícia a transferência da presidência da Palmer Technologies para a vice-presidente, Felicity Smoak. A empresária estava fora da cidade, mas já retornou para assumir seu cargo. A mesma assinou os documentos de posse um mês antes da explosão. Ainda não foi encontrado qualquer indicativo da presença de Ray Palmer no local do acidente.”

Como assim, Felicity presidente? Olho para Jonh e o mesmo parece tão chocado quanto eu. Rapidamente pego o celular e ligo para única pessoa que pode me explicar essa história toda.

– Oliver... – Sua voz sai fraca. – Vejo que assistiu no noticiário. – Brinca, mas com receio na voz. Permaneço em silêncio. Não estou bravo, só quero entender o motivo de Felicity assumir a presidência da empresa. – Será que poderia vir até aqui? – Pergunta quebrando o silêncio. – Eu posso te explicar. – Assinto e parto para minha antiga empresa.

POV FELICITY

– Senhorita Smoak. – Selina chama minha atenção. – Oliver Queen está aqui. – Assinto e a mulher libera sua entrada. Oliver entra a passos largos, para diante da minha mesa e cruza os braços. Nossa, como um homem consegue ser tão bonito?

– Eu também não acredito que isso está acontecendo. – Ergo alguns papéis e desabafo desesperada. – Nem seu sabia! – Tento achar uma forma de explicar, mas Oliver relaxa e automaticamente eu relaxo. Caminho até ele e envolvo seu pescoço com meus braços. – Pedir por uma vida normal é muito? – Brinco e ele ri.

– Depois de tudo o que passamos ainda acha que sua vida pode se tornar normal? – Responde e me beija de leve. – Como aconteceu?

– Ray me pediu para assinar alguns papeis pouco antes de terminarmos. – Ele entorta a face e eu fecho a cara com seu ciúmes desnecessário. – Enfim, eu não os li, apenas assinei. – Agora é a vez dele fechar a cara. – Oliver, eu confiava nele. – Ele parece relaxar mais uma vez. – Não adiantou de nada eu ter me demitido. Agora eu estou tendo que tocar essa empresa gigante sozinha.

– Você consegue. – Sussurra e acaricia minhas costas.

– Na verdade, eu estou precisando de um novo vice-presidente... – Digo me afastando discretamente. – Uma pessoa para me ajudar a lidar com os assuntos que não sou boa. – Começo a rodeá-lo. - Uma pessoa que tenha experiência em empresas como a Palmer Technologies. – Insinuo e Oliver arregala os olhos.

– Nem pensar! – Afirma e faço biquinho.

– Oliver, você é perfeito para o cargo! Conhece os princípios da empresa, quando teve que ser o C.E.O da Queen Consolidate. – Tento.

– Tenho tanta experiência que acabei perdendo a empresa. – Argumenta e eu fecho a cara.

– Nós dois sabemos que não foi culpa sua! – Rebato. – Além disso, você está desempregado. – Ele sorri com mais um de meus argumentos. – Poderemos passar a maior parte do tempo juntos. – Continuo enquanto volto a beija-lo. Ele grunhi.

– Está bem. – Sorrio vitoriosa e o beijo. Não consigo me conter e começo a rir. – O que foi?

– Você trabalha para mim agora. – O provoco e ele ri também.

[...]

Depois que consegui convencer Oliver a trabalhar para mim, ele voltou para a caverna e a polícia veio até a empresa fazer a última investigação no andar da explosão. Selina me comunicou que agora que eu assumi a presidência teria que agendar uma reunião com os acionistas para apresenta-los o novo vice-presidente e as propostas da temporada. Minha mente trabalhava a mil nos assuntos inacabados de Ray. Olho para o relógio ao meu lado e vejo que já se passam das nove horas. Pego minhas coisas e ligo para Oliver para saber se precisariam de mim essa noite. Ele dispensa meus serviços. Graças a Deus. Não que eu não quisesse ajudar, mas o dia foi longo e a única coisa que quero agora é tomar um banho relaxante.

Chego em casa e jogo minhas coisas no sofá. Tiro os sapatos e solto meu cabelo. Entro no banheiro e tomo um banho demorado. Ouço um barulho vir do quarto, mas prefiro ignorar. Deve ser o gato da Sra. Fernandes. Saio do banheiro e vejo marcas de sapato com terra no chão. Sigo o caminho com os olhos até elas desaparecerem no meio do quarto. Um frio sobe pela minha espinha em pensar que alguém entrou aqui. Estou prestes a ligar para Oliver quando uma luz azul surge diante de meus olhos. Dou alguns passos para trás e me apresso em avisar Oliver por mensagem. Mas o que?! Ray aparece diante de meus olhos e me firmo para não cair para trás.

– Ray?! Como... O que faz aqui? – Pergunto incrédula. – Eu estou sonhando? – Ele ri nervoso.

– Surpresa! – Levanta as mãos e fecho a cara. – Está bem, deixa eu me explicar. Depois que você saiu em busca de aventura com Oliver, resolvi aprimorar meu traje. – Faz uma pausa. - Eu descobri que os nanochips no meu cérebro são capazes de contrair minhas células, transformando-as em mini partículas, podendo assim diminuir meu tamanho. – Franzo o cenho. – Eu consigo encolher, Felicity. – Diz como se fosse a coisa mais natural do mundo. – Eu estava justamente testando isso, quando ocorreu a explosão, mas por ter reduzido de tamanho consegui sair ileso. – Meu queixo cai.

– E eu achando que já vi de tudo nessa vida. – Olho para Ray que sorria. - Quer me matar de susto?! – Dou um tapa em seu braço. – Achei que tivesse morrido.

– Me desculpe por isso. Não estava conseguindo voltar ao meu tamanho real. Por isso ainda não avisei a polícia que estou vivo. – Suspiro aliviada.

– Eu ainda estou brava com você! – Estou prestes a discutir sobre os documentos da presidência quando a campainha toca. Reviro os olhos e faço menção de ir atender, mas Ray pigarreia.

– Você vai atender a porta desse jeito? – Olho para meu corpo e vejo que ainda estou enrolada na toalha. Coro violentamente e ponho a mão na testa.

– Pode atender? – Ray assente e caminha até a porta, enquanto visto uma roupa. Saio do quarto e encontro Oliver completamente chocado. Engulo seco quando recebo um olhar reprovador.

[...]

Depois de explicar para Oliver toda a situação, ele parece relaxar.

– Tem mais uma coisa que precisam saber. – Diz com a voz fraca e já temo o que está por vir. – Vou me mudar para Central City. – Engasgo com a agua que tomava diante da notícia.

– Mas Ray a Palmer Technologies...

– Não pertence mais a mim, Felicity. – Me interrompe. – Já estava decidido antes disso tudo acontecer. Os laboratórios Star precisam da minha ajuda agora que o Doutor Wells se tornou um grande vilão. – Suspiro frustrada. Ray resolve que é hora de conversar com o detetive e se ajeita para sair do apartamento. Oliver e ele se cumprimentam mais uma vez e eu o abraço feliz por estar vivo. - Ah! Antes de ir... – Se vira para Oliver. – Uma mulher foi atrás de você na empresa. – Oliver franze o cenho. – Ela parecia desesperada em te encontrar, mas não deixou contato. – Oliver assente sem dizer nada. - Se cuida, Felicity. – Finaliza e sai do apartamento.