— Você está com fome? - Stiles perguntou abrindo a geladeira.

— Eu não queria incomodar. - Alice olhou para o chão e completou envergonhada:- Mas, na verdade, estou faminta. - O garoto riu e tirou da geladeira algumas fatias de pão, manteiga de amendoim e geleia.

— Al, no momento, eu só tenho isso no estoque, espero que você não se importe. - O menino disse sarcástico.

— Relaxa, eu não sou fresca pra comida. - Alice disse já passando a manteiga de amendoim em uma fatia.

Stiles riu ao perceber que a menina estava realmente faminta ao devorar o sanduíche.  

— Posso saber do que você está rindo, Sr. Stilinski? -  A menina disse num tom sarcástico, fazendo o garoto rir mais.

— Nada de mais, só estou imaginando que se um dia, por acaso, você se perder no meio do deserto e não arranjar comida, é muito provável que você coma um cacto! - O garoto disse tendo um ataque de riso, fazendo a menina rir também.

— É um pensamento engraçado, mas sabe o que é mais engraçado? - A garota disse com um olhar travesso. 

— Não, o que? - Stiles disse com um olhar curioso.

— Isso! - A menina disse rindo e apontando para o leite que Stiles nem percebeu que estava derramando em cima de sua própria calça.

O menino falou um palavrão e tentou limpar a bagunça que tinha feito. Ao passar o pano úmido em sua calça, tentou limpar o leite, mas isso só fez parecer que o menino havia feito xixi. Alice riu tanto com aquilo que quase caiu da cadeira. 

— Como você não tinha percebido? - Alice perguntou ainda rindo.

— Eu não sei, estava tão distraído que nem percebi. - Stiles disse sentando numa cadeira ao lado de Alice.

— Então, eu sou uma distração? - Alice perguntou com um olhar curioso e malicioso. 

— Seus olhos. - Stiles disse ao encontrar com os olhos da menina. 

— O que tem meus olhos? - A menina perguntou confusa.

— Eles me hipnotizam. - Stiles disse concentrado no olhar curioso de Al.

— E isso está acontecendo agora? - A menina disse com um ar sarcástico se aproximando mais de Stiles. As palavras da menina fizeram o garoto voltar para a realidade, confuso e envergonhado disse: - Não, não sei, pode ser, sei lá. 

A menina riu com a situação em que Stiles estava e falou para quebrar o clima: - Ah, acabou o pão. - O garoto sorriu e perguntou: - Você ainda está com fome? 

— Não! Não sou tão gulosa assim. - A menina disse indignada. – Só avisei porque não sei se você percebeu que acabou, afinal, você não comeu nenhum. - A garota completou convencida.

—Eu não estou com fome. - Stiles disse indo em direção a geladeira. -Vamos até meu quarto, eu te empresto alguma roupa ou ... - Stiles teve a fala cortada por um abraço esmagador da menina. 

— Muito obrigada. - Al disse se desfazendo do abraço. 

— Não precisa agradecer! - O menino disse corando.

Ao subirem a escada, Alice percebeu que a casa era grande e perguntou: - Eu sei que seu pai está trabalhando, mas onde está sua mãe? 

— Ela morreu quando eu era pequeno. - O garoto abaixou a cabeça e fez um olhar choroso ao entrar em seu quarto.

— Sinto muito... - Alice foi cortada por Stiles.

— Está tudo bem, você não sabia. - O menino disse abrindo seu armário.

Eles ficaram em silêncio depois daquela conversa, até que alguns minutos depois... – Achei minha camisa de lacrosse. Você quer ver se serve? - O garoto disse entregando a blusa para Alice.

Segurando a camisa, Alice viu que serviria como uma camisola, então fez uma expressão irritada a Stiles, e o menino percebendo que ela não se importava em se trocar no mesmo cômodo que ele, apenas virou e esperou a menina se trocar.

— Stiles, você não acha que está muito pequeno? - Al perguntou querendo a sincera opinião do menino.

Ao se virar, Stilinski olhou a menina de cima a baixo, como se fosse um prêmio. O garoto ficou sem resposta, ele só conseguia olhar para as lindas curvas da menina, as quais pareciam como as de um violão. Sua blusa acabava onde as pernas grossas e longas da menina começavam. Alice apenas deu uma leve rodadinha em frente a um espelho, e percebeu a mesma coisa que Stiles, estava tão curta que sua calcinha era visível. O menino, envergonhado, se virou novamente e Alice colocou sua calça. 

— Espero que você não se importe. - A menina disse envergonhada.

— Acho que no momento isso é o que menos importa. - O garoto disse tristonho pensando em Malia.

— Mas você não acha que sua namorada se importaria? - Al disse confusa.

— Eu nem sei mais se tenho namorada. - O menino disse sentando em sua cama e segurando as lágrimas que ameaçavam cair de seu rosto.

— Stiles, como assim? - A menina perguntou preocupada sentando ao lado dele. O menino sem resposta, apenas colocou a cabeça no ombro de Alice. A menina percebendo que seu amigo estava segurando as lágrimas, completou: - Se você não quiser falar sobre isso, não tem problema. 

O garoto levantou a cabeça, olhou diretamente para os olhos da menina e disse: - Al, eu não te conheço tanto assim, mas sinto que posso confiar em você. - O garoto se ajustou na cama e perguntou: - Você confia em mim?

— Stiles, saiba que o que você sente por mim é totalmente recíproco! - A menina disse dando um belo sorriso confiante. 

O garoto abriu um grande sorriso, igual ao de Alice, porém se entristeceu ao começar  a contar o que lembrava de ter visto entre Malia e o homem desconhecido.

— Não acredito! Ela parecia gostar tanto de você. - Alice disse dando um abraço apertado em Stiles. 

— Você tem razão, abraços acalmam. - O menino disse dando um leve sorriso.

— Eu disse! - A menina respirou fundo e  perguntou: - E como você está ?

— Sem contar que eu ainda não consigo acreditar no que vi, estou bem, apenas tentando não pensar muito nisso. - O garoto disse se vidrando novamente no olhar da menina.

— Para com isso!! - Al insistiu.

— Parar com o que? - Stiles perguntou assustado.

— Isso de ficar me olhando como se eu fosse um frango de padaria. - A menina disse indignada.

O menino riu e disse: - Desculpe se eu sou um cachorro. 

— Não entendi. - Ela fez uma expressão confusa. 

— Cachorro, porque o nome desse tipo de forno que tem em padaria é televisão de cachorro. - O garoto disse rindo.

— Você tá brincando comigo, né?! - A garota disse incrédula.

— É serio!!! - Ele disse rindo mais ainda.

A menina riu e com um olhar malicioso perguntou: - Então quer dizer que você quer me comer? -  Na hora, o menino paralisou. A menina riu com a reação dele e concluiu: - Eu estou brincando, seu bobo. - O menino suspirou aliviado.

— Sabia que você me impressiona mais a cada dia? Sempre mostrando que sabe fazer coisas incríveis e ... - Antes que o menino continuasse a menina lhe deu um selinho. O garoto corou instantaneamente, e ela disse: - Te adoro, Stiles Stilinski. 

O garoto, incrédulo, ficou olhando boquiaberto para a menina que se divertia com sua expressão.

— Agora é minha vez de contar um segredo. Não sei se o Scott já te contou, mas ele disse que ia pensar se contaria ou não. Bom, espero que nem você, nem ele fiquem bravos. 

— Prometo que não ficarei, e se ele não me contar, saiba que eu também não falarei nada.

A menina assentiu com a cabeça e contou sobre a noite que passou na escola com McCall, depois do jogo. Quando o garoto acabou de ouvir aquilo tudo, disse: - Calma, vê se eu entendi. Você e o Scott ficaram, mesmo ele estando com a Kira, e ele sabendo que o Liam é apaixonado por você? - A menina concordou com a cabeça e disse: - Nossa, você falando assim, parece até que é algo horrível.

O garoto ficou confuso, sabia que Scott não era dessas coisas, mas logo pensou e disse baixinho: - Se ela me hipnotiza, deve ter algum efeito diferente em lobisomens.

— É o que Stiles? - Alice perguntou querendo saber se realmente escutou o que o menino disse.

— Antes de você beijar o Scott, ele estava diferente? Digo, de um jeito que ele não costuma agir ou parecer? - Stiles perguntou pensativo.

— Na verdade, os olhos do Scott estavam brilhando, assim como os daquele bicho que quase me atacou hoje, só que de cor diferente. - Alice disse com um ar inocente.

Stiles percebeu naquele momento que ela podia ser algo diferente, algum outro ser sobrenatural, ou apenas tinha causado um desejo absurdo em Scott, o que já estava quase acontecendo com sigo mesmo. Os pensamentos do menino foram cortados pela garota: - Stiles, depois você pensa no Scott. Agora, dá pra você me explicar o que foi tudo aquilo que aconteceu no show? - A garota perguntou impaciente.

— E porque você acha que eu sei? -Stiles disse com um ar de desentendido.

— Porque eu vi você falando com o Liam, e logo em seguida ele, Malia e Scott estavam transformados em algo parecido com aquele bicho. Sem falar, que você teve uma conversa muito estranha com um tal de Derek no telefone, em quanto eu dirigia. Agora, explica! - A menina disse impaciente.

Stilinski arregalou os olhos ao escutar aquelas palavras. A menina realmente tinha visto o sobrenatural, e agora cabia a Stiles resolver essa situação. Ele explicou, resumidamente, o que tinha acontecido nos últimos meses em Beacon Hills. Não contou sobre Alisson, Darach, Meredith, Peter, entre outros; achou que fosse desnecessário e seria muita informação para a garota assimilar em pouco tempo. 

— Você está me dizendo que eu estou numa cidade, que na verdade é um tipo de farol para o sobrenatural? -Alice perguntou confusa e incrédula.

— Isso mesmo! - Stiles disse confiante.

— Então, Scott é um lobisomem, mais especificamente um alfa por força de vontade. O Liam é um lobisomem beta, que foi transformado por Scott.  Malia é uma coiote e prima de Derek, outro beta. Kira é uma Kitsune, e você já foi possuído pelo Nogtisune que a mãe dela “invocou”. Lydia é uma banshee que prevê a morte, mas que não tem a mínima ideia de como controlar seus poderes. E por último, o bicho que quase me atacou hoje, na verdade é um lobisomem ômega, que estava descontrolado por causa da lua cheia. Estou certa?

— Nossa, você aprende rápido. - Stiles afirmou e a garota riu. - E você continua nada apavorada porquê? -Ele perguntou curioso.

— Digamos que eu sempre acreditei em algumas dessas lendas, ainda mais por morar num lugar cheio delas. - A menina sorriu e continuou: - Mas, quando eu vi os olhos de Scott naquela noite, associei a alguns casos criminais que li no registrado da escola. Então, percebi que nada naqueles registros tinham sido feitos por seres normais, mas duvidava que fosse Scott, ele é um garoto tão bom. - Alice disse com uma expressão cansada.

— Sim, ele é um garoto muito bom, mas me diga, de onde você veio? -Stiles perguntou curioso.

— Eu já morei em muitos lugares, mas o último foi o melhor. - A menina fez uma expressão maravilhada. Stiles olhou confuso e ela continuou. – Eu vim de Louisiana, terra do Drácula e da prática de Vodu. - Al terminou a frase rindo de maneira maléfica. Stiles riu com aquilo e completou: - Agora já entendi tudo, você deve ter passado por muitas aventuras. 

— Você nem imagina quantas! - A menina disse rindo, mas ao lembrar de tantas coisas ruins que já havia passado, fez uma tristonha.

— O que foi? - O menino perguntou preocupado.

— Saudades de casa, eu acho. - A menina disse se aconchegando no peito de Stiles.  

Eles ficaram em silêncio por alguns instantes, até que o celular de Al apitou. A menina verificou e era uma mensagem de Deaton. 

— É algum deles? - Stiles perguntou esperançoso.

— Não, só um amigo. - A garota respondeu. Stiles deitou em sua cama e a menina aproveitou para ler a mensagem.

— Soube que houve um ataque na escola! Você está bem? Se precisar, estou na clínica. Acho melhor você vir aqui amanhã, depois da escola, precisamos conversar.  –Deaton.

A garota respondeu: - Estou bem, não se preocupe. Estou com Stiles. Coisas aconteceram, preciso de explicações, amanhã irei até ai. – Alice.

— Você vai dormir na cama e eu aqui nessa poltrona, ok? - Stiles perguntou a Alice enquanto pegava seu travesseiro.

— Porque? - Alice perguntou ao perceber que nem se quer havia reparado que Stiles tinha saído da cama. 

— Porque o que? - O garoto perguntou confuso.

— Porque eu vou dormir na cama? -Alice perguntou.

— Porque você é a visita, e eu um bom anfitrião. A menos que você queira dormir na poltrona... - Stiles foi cortado, pela milésima vez naquela noite, por Alice.

— Mas eu achava que a gente ia dormir junto. - A menina disse fazendo um bico enorme. O garoto se apaixonou pelo gesto da garota e perguntou:- Juntos? Mas você não acha estranho?

— E porque acharia? Você é o meu melhor amigo nessa cidade, o único que tenho certeza que posso confiar. - A menina afirmou abaixando a cabeça e limpando uma lágrima que caiu de seus olhos. - Eu durmo sozinha todos os dias, e agora que tenho alguém, queria poder matar essa carência. 

Stiles inconformado abraçou a menina rapidamente e respondeu: - Tudo bem, a gente pode dormir junto.  - A garota abriu um grande sorriso. 

Com isso, ela pegou o travesseiro de Stiles e se acomodou nele. O menino sem saber o que dizer fez uma cara tristonha. Al, percebendo, perguntou: - O que te incomoda, meu querido?

— Eu não consigo dormir sem meu travesseiro, e você está em cima dele. O menino sorriu meio sem graça. Alice pegou o travesseiro, sentou na cama, ficou cara a cara com Stiles e perguntou: - Esse aqui? 

— Esse mesmo! O garoto afirmou contente.

— E você o quer porque não consegue dormir sem ele? Alice perguntou de maneira provocativa.

— Sim. Stiles respondeu impaciente.

— Então vem pegar! A menina disse e num pulo correu para fora do quarto.

Stiles não podia acreditar que depois daquela tensa noite, a menina ainda tinha entusiasmo para brincar, isso só podia ser um sonho. O garoto saiu correndo atrás da loira, procurou em todos os quartos do andar de cima, quando desceu, lá estava ela, em cima do armário da cozinha.  

— Como que você foi parar ai? Nem eu consigo fazer uma façanha dessas! O garoto disse confuso. A menina riu e respondeu: - Eu apenas subi, e se você quiser seu travesseiro, terá que subir também. 

Nenhuma das tentativas de Stiles deu certo. O garoto decidiu sentar e tomar um copo de água, de costas para Alice, que ainda estava no armário.  

O menino, impaciente, ia pedir para Al descer, mas antes que começasse a falar, escutou um estrondo. Ao se virar, Alice estava andando em sua direção. A menina tinha descido do armário e com uma expressão provocativa virou a cadeira de Stiles para si, sentou em seu colo e disse em seu ouvido: - Don’t sit down ‘cause I’ve moved your chair!

Stiles, confuso, disse: - O que? 

— É uma música que eu adoro. Al disse sorrindo e mordendo o lábio inferior. Não era a primeira vez que Stiles achava aquilo extremamente sexy.

O garoto logo se vidrou no olhar da menina, ela percebendo isso, ajeitou-se melhor em seu colo e o envolveu com os braços. Stiles conseguiu desviar o olhar para a boca da menina, que parecia um suculento doce esperando para ser mordido. A menina notando o desejo que Stilinski sentia por ela, colou suas bocas e juntou ainda mais seus corpos. Eles se beijaram calmamente, deliciando o sabor de suas bocas. A menina mordeu os lábios do menino, fazendo-o gemer baixinho por dor e prazer. Suas línguas ainda nem tinham se encontrado e eles já estavam sedentos por mais. Stiles, não resistindo, tentou segurar a menina em seu colo, mas não conseguiu. Al, entendendo o que o garoto queria, segurou suas mãos. Uma ela colocou em seu pescoço e a outra mão, do braço enfaixado, foi guiando até seu bumbum, onde o garoto apertou forte fazendo-a sentir prazer. A garota estava se maravilhando com a reação do garoto, mas quando ela envolveu suas pernas ao redor dele e o puxou mais ainda, pode sentir sua ereção e na mesma hora ela deu um pequeno gemido, descolando assim suas bocas e olhando nos olhos do rapaz. 

— Stiles, eu... O menino percebendo o que estava acontecendo, interrompeu Alice e disse: - Acho que já foi muita emoção pra uma noite só, Al. Ele soltou a menina e olhando envergonhado, completou: - Preciso conversar com Malia e ... Alice o interrompeu e falou: - Eu sei, a ideia foi minha, me desculpe. 

O garoto segurou gentilmente o queixo da menina, que estava com uma cara tristonha. – Não ache que eu me arrependo ou que eu não gostei, porque eu nem sei como descrever o que acabei de sentir. A menina sorriu maravilhada com as palavras do garoto. 

— Acho que isso é seu, né? A menina perguntou entregando o travesseiro, que estava caído no chão, ao menino. 

Ele sorriu, e de mãos dadas os dois foram até o quarto de Stiles. A menina deitou e ele a abraçou forte. Assim eles dormiram, de conchinha, Stiles em seu travesseiro, e Alice nos braços de um reconfortante amigo. 

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